Retalhos Como Francisco e Clara de Assis, a Fraternidade a todos saúda em Paz e Bem!Retalhos

28 de abril de 2017

23 de Abril - Frei Egídio de Assis



Beato Gil de Assis
Neste dia, 23 de abril, assinala-se a memória do Beato Gil (Egídio) de Assis, o terceiro companheiro do Poverello.
Francisco já tinha restaurado as três igrejas que estavam em ruínas. Já entendera verdadeiramente a mensagem que o Crucifixo de S. Damião lhe segredara. Ser um verdadeiro discípulo de Cristo. Viver conforme o Evangelho.  Calcorreando as ruas de Assis, a todos saudava: “o Senhor vos dê a Sua paz” e, numa explosão de alegria contagiante, falava do tesouro que tinha encontrado. A sua pregação era escutada. As suas vestes que antes eram ricas e vistosas, refletiam agora a imagem da pobreza que ele tinha abraçado.
Era um homem novo. Muitos chamavam-lhe louco.  Insultavam-no. Outros, porém, começaram a ver nele a pureza duma alma de eleição.
Assim, o rico senhor Bernardo de Quintavalle, juntou-se a Francisco depois de ter repartido todos os seus bens pelos pobres. Veio a seguir Pedro Cattanio, jurista ilustre e cónego da Catedral de San Rufino em Assis e que chegaria a ser um dia, ainda que por pouco tempo, Vigário Geral dos Frades Menores.
*
E assim chegamos àquele que hoje recordamos: Frei Gil. O terceiro companheiro de Francisco. Jovem, de espírito reto e piedoso, admirava Francisco, seguia-o de longe e sentia-se atraído pela vida que ele levava. Desejava aproximar-se dele. Porém, tímido como era, rapaz simples e sem títulos, ia adiando o encontro.
Mas, ao saber que frei Bernardo e frei Pedro eram agora seus companheiros, encheu-se de coragem e foi ao seu encontro. Francisco ficou feliz. Viu no jovem Gil uma bênção que o Senhor lhe enviava. E tratou logo de o pôr à prova.
Estavam os dois a conversar quando parou diante deles uma mendiga pedindo esmola. Por “amor de Deus” – dizia ela. Francisco não tendo nada para dar aproveitou a oportunidade para testar Gil. Dá-lhe o teu casaco… O jovem olhou para ele e não hesitou. Tirou o que de melhor trazia consigo, o seu agasalho e entregou-o à mulher que estava diante de si.
Francisco exultou de alegria. Deu graças ao Senhor e foram juntar-se a Bernardo e a Pedro. Frei Gil - chamar-lhe-iam a partir de então. Era o dia 23 de abril de 1208.
A candura da vida destes primeiros companheiros do pai S. Francisco, estava em sintonia com a natureza. Os bosques onde rezavam, os caminhos que percorriam, as águas que brotavam nas encostas e lhes matavam a sede, constituíam um cenário de beleza e de paz, onde seria impossível não escutar o Senhor. A liberdade de nada possuírem, de se entregarem inteiramente a Deus, dava-lhes a força para suportarem alegremente o rigor da vida que tinham abraçado.
Gil, a quem Francisco costumava chamar “cavaleiro da Távola Redonda”, depressa aprendeu os ensinamentos do mestre. Rapaz robusto, dinâmico e muito habilidoso em trabalho manual, usou essa sua aptidão ao longo da vida, com alegria. Fazia cestos, embalagens para guardar ou transportar produtos e também objetos de barro. Além disto também foi lenhador e no tempo das ceifas ia para o campo ajudar os trabalhadores.
Era assim que ele cumpria rigorosamente a Regra (2R 5. 1-4) “Os irmãos a quem o Senhor deu a graça de trabalhar, trabalhem fiel e devotamente, de maneira que afugentem a ociosidade, inimiga da alma, mas não apaguem o espírito da santa oração e devoção, ao qual todas as demais coisas temporais devem servir. Como remuneração do trabalho recebam as coisas necessárias ao corpo para si e seus irmãos, salvo dinheiro ou pecúnia; e isto humildemente, como convém a servos de Deus e seguidores da santíssima pobreza.” Tanto em Itália como nas suas andanças pelo mundo, Frei Gil trabalhava para ganhar o seu sustento e dos seus irmãos, ao mesmo tempo que, com a naturalidade de quem conversa serenamente, ia exortando, com palavras simples que todos entendiam, a amarem a Deus, a converterem os corações, a praticarem o bem e a dedicarem algum tempo à oração.
Frei Gil devia ser encantador. Além de ser conhecido pela sua santidade e alegria, também a ele recorriam a pedir conselhos. As suas “Sentenças” foram compiladas. Tinha resposta para tudo. Tanto aconselhava pobres como ricos ou altas figuras da Igreja. Apesar da sua grande humildade não passava despercebido.
Foi um verdadeiro Menor. Partiu para o céu no dia 23 de abril de 1262, o mesmo dia em que, na Porciúncula, cinquenta e quatro anos antes, Francisco o recebera como um dos seus Irmãos.
O seu corpo é venerado no Convento de Monteripido, perto de Perúgia.
Beato Gil de Assis. Frei Gil nosso irmão. Paz e Bem!
Altíssimo, Omnipotente e bom Senhor, a Ti toda a honra e toda a glória…
maria clara, ofs
23ABRIL2017



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