Retalhos Como Francisco e Clara de Assis, a Fraternidade a todos saúda em Paz e Bem!Retalhos

28 de setembro de 2012

S. MIGUEL, S. GABRIEL e S. RAFAEL, Arcanjos



Nota Histórica

Entre «os puros espíritos que também são denominados Anjos» (Credo do Povo de Deus), sobressaem três, que têm sido especialmente honrados, através do séculos e a Liturgia une na mesma celebração. Além das funções próprias de todos os Anjos, eles aparecem-nos, na Escritura Sagrada, incumbidos de missão especial.

S. Miguel (= «Quem como Deus»?) é o príncipe dos Anjos, identificado, por vezes, como o Anjo do turíbulo de ouro de que fala o Apocalipse. É o Anjo dos supremos combates. É o melhor guia do cristão, na hora da viagem para a eternidade. É o protector da Igreja de Deus (Apoc. 12-19).

S. Gabriel (= «Deus é a minha força») é o mensageiro da Incarnação (Dan. 9, 21-22). É o enviado das grandes embaixadas divinas: anuncia a Zacarias o nascimento do Precursor e revela a Maria o mistério da divina Maternidade. Pio XII, em 12 de Janeiro de 1951, declarou este Arcanjo patrono das telecomunicações.

S. Rafael (= «Medicina de Deus») manifesta-se na Bíblia como diligente e eficaz protector duma família, que se debate para não sucumbir às provações. É conselheiro, companheiro de viagem, defensor e médico. Honrando os Anjos, cuja existência nos é abundantemente testemunhada pela Sagrada Escritura, nós exaltamos o poder de Deus, Criador do mundo visível e invisível.
Liturgia das horas

Das Homilias de São Gregório Magno, papa,
sobre os Evangelhos
(Hom. 34, 8-9: PL 76, 1250-1251) (Sec. VI)

A palavra «Anjo» designa a sua função, não a sua natureza
Deveis saber que a palavra «Anjo» designa uma função, não uma natureza. Na verdade, aqueles santos espíritos da pátria celeste são sempre espíritos, mas nem sempre se podem chamar Anjos. Só são Anjos quando exercem a função de mensageiros. Os que transmitem mensagens de menor importância chamam se Anjos; os que transmitem mensagens de maior transcendência chamam se Arcanjos.

Esta é a razão pela qual à Virgem Maria não foi enviado um Anjo qualquer mas o Arcanjo Gabriel; de facto, era justo que para esta missão fosse enviado um Anjo superior, porque vinha anunciar a maior de todas as mensagens.

É pela mesma razão que se lhes atribuem nomes particulares, que designam a missão respectiva que desempenham. Na santa cidade do Céu, onde a visão de Deus omnipotente dá um perfeito conhecimento de tudo, não precisam de nomes próprios para se distinguirem uns dos outros; mas quando vêm realizar alguma missão junto dos homens, são conhecidos pelo nome da função que exercem.

Assim, Miguel significa «Quem como Deus?»; Gabriel, «Fortaleza de Deus»; e Rafael, «Medicina de Deus».

Quando se trata de realizar algum mistério que exige um poder especial, verifica se que é Miguel o enviado, para dar a entender, pela sua acção e pelo seu nome, que ninguém pode actuar como Deus. Por isso aquele antigo inimigo, que pela sua soberba pretendeu ser semelhante a Deus, dizendo: Subirei até ao céu, levantarei o meu trono acima dos astros do céu e serei semelhante ao Altíssimo, será abandonado a si mesmo no fim do mundo e condenado ao extremo suplício. É este que São João no Apocalipse nos apresenta a combater contra o Arcanjo Miguel: Travou se um combate no Céu contra o Arcanjo Miguel.

A Maria foi enviado Gabriel, que significa «Fortaleza de Deus», porque veio anunciar Aquele que, apesar da sua aparência humilde, havia de triunfar sobre os poderes superiores. Convinha, de facto, ser anunciado pela «Fortaleza de Deus» Aquele que vinha ao mundo como Senhor dos Exércitos e poderoso das batalhas.

Rafael, como dissemos, quer dizer «Medicina de Deus», como se compreende na missão que teve junto de Tobias: tocou lhe os olhos como um médico e dissipou as trevas da sua cegueira. Por isso, aquele que foi enviado para curar, é chamado «Medicina de Deus».

17 de setembro de 2012

17 set.- Impressão das Chagas de S. Francisco

Impressão das Chagas de S. Francisco de Assis

Nota Histórica
No dia 17 de setembro a Família Franciscana celebra, em todo o mundo, a festa da impressão das Chagas, também chamada de Estigmas de São Francisco de Assis. A introdução litúrgica da Missa e Liturgia das Horas diz o seguinte:
O Seráfico Pai Francisco, desde o início de sua conversão, dedicou-se de uma maneira toda especial à devoção e veneração do Cristo crucificado, devoção que até a morte ele inculcava a todos por palavras e exemplo. Quando, em 1224, Francisco se abismava em profunda contemplação no Monte Alverne (foto abaixo), por um admirável e estupendo prodígio, o Senhor Jesus imprimiu-lhe no corpo as chagas de sua paixão. O Papa Bento XI concedeu à Ordem dos Frades Menores que todos os anos, neste dia, celebrasse, no grau de festa, a memória de tão memorável prodígio, comprovado pelos mais fidedignos testemunhos.”
A vida de Francisco no Alverne é oração e ininterrupta penitência. Sente-se pobre e pecador. Quer despojar-se de tudo. Renuncia até mesmo a um manto que tinha sido salvo do fogo, a única coisa que tinha para cobrir-se durante o breve repouso da noite. Francisco voltará muitas vezes ao Alverne para encontrar a paz em Deus que a situação da Ordem e o fato de estar no meio dos homens não lhe davam e entregar-se de corpo e alma à oração.
No verão de 1224, última vez que esteve no Alverne, Francisco procura um lugar ainda mais “solitário e secreto” no qual possa mais reservadamente fazer a quaresma de São Miguel Arcanjo. Na manhã de 14 de setembro de 1224 os céus se abrem e Cristo crucificado desce ao Monte Alverne na forma de uma serafim.


Orações

Oração a São Francisco
Papa João Paulo II

Ó São Francisco, estigmatizado do Monte Alverne,
o mundo tem saudades de ti como imagem de Jesus Crucificado.
Tem necessidade do teu coração aberto para Deus e para o homem,
dos teus pés descalços e feridos,
das tuas mãos trespassadas e implorantes.
Tem saudades da tua voz fraca, mas forte pelo Evangelho.
Ajuda, Francisco, os homens de hoje a reconhecerem
o mal do pecado e a procurarem a purificação da penitência.
Ajuda-os a libertarem-se das próprias estruturas de pecado,
que oprimem a sociedade hodierna.
Reaviva na consciência dos governantes a urgência da paz
nas Nações e entre os povos.
Infunde nos jovens o teu vigor de vida, capaz de fazer frente
às insídias das múltiplas culturas da morte.
Aos ofendidos por toda espécie de maldade,
comunica, Francisco, a tua alegria de saber perdoar.
A todos os crucificados pelo sofrimento, pela fome e
pela guerra, reabre as portas da esperança. Amém.
(Em 17.09.1983, na Capela dos Estigmas – Alverne)

Do Prefácio – Missa das Chagas
Vós exaltastes a mais sublime perfeição do Evangelho
o vosso servo Francisco,
pelos caminhos da altíssima pobreza e humildade.
Inflamado de amor seráfico,
vós os fizestes exultar de inefável alegria
com todas as obras de vossas mãos,
e adornado dos sagrados estigmas,
nos apresentastes a imagem do Crucificado,
Jesus Cristo, Senhor Nosso.

Hino – Salve, ó São Francisco

Salve, ó São Francisco, que do pé das fragas,
Vens assinalado de sagradas chagas.
Cheio de amor, cheio de amor,
as chagas trazes do nosso Salvador.
Eis-te na presença, de Deus-Redentor,
Serafim alado, de claro fulgor.
Meigo, a ti olhando, Cristo, o Verbo eterno,
eche tua alma de amor supremo.
E então suas chagas, lúcidos sinais,
em ti, Pai, formaram outras cinco iguais.
De tuas grandezas, tens agora o selo,
igual ao de Cristo; és nosso modelo.

Oração Coleta – Missa das Chagas

Ó Deus, que para inflamar os nossos corações
no fogo do vosso amor, renovastes de modo admirável
os sinais da paixão do vosso Filho,
na carne do bem-aventurado Pai Francisco,
concedei que, por sua intercessão,
configurados à morte do mesmo Filho,
participemos igualmente de sua Ressurreição.

Da Sequëncia de São Francisco

Busca o ermo e, comovido, chora amargo, até o gemido,
todo o tempo já perdido, quanto ao mundo consagrou.
Na montanha, retirado, chora, reza, ao chão prostrado.
Quando enfim, já serenado, vai a um antro repousar.
Por rochedos protegido, do divino é possuído;
todo mundo é preterido pelo céu que ele escolheu.
Freia a carne, quando impura; penitência o desfigura
Toma alento da Escritura, e do mundo se desfaz.
Eis do céu, varão hierarca, surge o Divinal Monarca!
Treme o Santo Patriarca, com pavor, ante a visão.
Com as chagas adornado, as transfere ao Santo amado,
que medita consternado o mistério da Paixão.
Todo o corpo é assinalado, mãos e pés; ferido o lado;
todo a Cristo conformado, chaga viva se tornou.
Num colóquio misterioso, vê o futuro radioso,
desfrutando divo gozo de celeste inspiração.
Maravilha! Surgem cravos, fora negros, dentro flavos.
Com seus membros cruciados sofre dura, ingente dor.
Não foi arte da natura dos seus membros a abertura,
nem de ferros a tortura que, implacável o feriu.
Pelas chagas que portaste e do mundo triunfaste
e da carne te livraste, em vitória sem igual.
São Francisco, te imploramos, nos perigos, te invocamos;
Que no céu, gozar possamos a celeste glória.

14 de setembro de 2012

14 de Setembro - Exaltação da Santa Cruz

A Santa Cruz é a Glória e a Exaltação de Cristo

(Cruz no Monte Alverne)

Nota Histórica
Foi na Cruz que Jesus Cristo ofereceu ao Pai o Seu Sacrifício, em expiação dos pecados de todos os homens. Por isso, é justo que veneremos o sinal e o instrumento da nossa libertação.

Objecto de desprezo, patíbulo de infâmia, até ao momento em que Jesus «obediente até à morte» nela foi suspenso, a Cruz tornou-se, desde então, motivo de glória, pólo de atracção para todos os homens.

Ao celebrarmos esta festa, nós queremos proclamar que é da cruz, «sinal do amor universal de Deus, fonte de toda a graça» (N.A., 4) que deriva toda a vida de Igreja. Queremos também manifestar o nosso desejo de colaborar com Cristo na salvação dos homens, aceitando a Cruz, que a carne e o mundo fizeram pesar sobre nós (G.S. 38).

(Rembrandt, Cristo na Cruz)
"Adoramos-Te, santíssimo Senhor Jesus Cristo, aqui e em todas as tuas Igregas espalhadas por todo o mundo e Te louvamos porque pela Tua Santa Cruz remiste o mundo."

Da Liturgia das horas
Dos Sermões de Santo André de Creta, bispo
(Sermão 10, na Exaltação da Santa Cruz:
PG 97, 1018-1019.1022-1023) (Sec. VIII)
A cruz é a glória e a exaltação de Cristo
Celebramos a festa da santa cruz, que dissipou as trevas e nos restituiu a luz. Celebramos a festa da santa cruz, e juntamente com o Crucificado somos elevados para o alto, para que, deixando a terra do pecado, alcancemos os bens celestes. Tão grande é o valor da cruz, que quem a possui, possui um tesouro. E chamo a justamente tesouro, porque é na verdade, de nome e de facto, o mais precioso de todos os bens. Nela está a plenitude da nossa salvação e por ela regressamos à dignidade original.

Com efeito, sem a cruz, Cristo não teria sido crucificado. Sem a cruz, a Vida não teria sido cravada no madeiro. E se a Vida não tivesse sido crucificada, não teriam brotado do seu lado aquelas fontes de imortalidade, o sangue e a água, que purificam o mundo; não teria sido rasgada a sentença de condenação escrita pelo nosso pecado, não teríamos alcançado a liberdade, não poderíamos saborear o fruto da árvore da vida, não estaria aberto para nós o Paraíso. Sem a cruz, não teria sido vencida a morte, nem espoliado o inferno.

Verdadeiramente grande e preciosa realidade é a santa cruz! Grande, porque é a origem de bens inumeráveis, tanto mais excelentes quanto maior é o mérito que lhes advém dos milagres e dos sofrimentos de Cristo. Preciosa, porque a cruz é simultaneamente o patíbulo e o troféu de Deus: o patíbulo, porque nela sofreu a morte voluntariamente; e o troféu, porque nela foi mortalmente ferido o demónio, e com ele foi vencida a morte. E deste modo, destruídas as portas do inferno, a cruz converteu se em fonte de salvação para todo o mundo.

A cruz é a glória de Cristo e a exaltação de Cristo. A cruz é o cálice precioso da paixão de Cristo, é a síntese de tudo quanto Ele sofreu por nós. Para te convenceres de que a cruz é a glória de Cristo, ouve o que Ele mesmo diz: Agora foi glorificado o Filho do homem e Deus foi glorificado n’Ele e em breve O glorificará. E também: Glorifica me, ó Pai, com a glória que tinha junto de Ti, antes de o mundo existir. E noutra passagem: Pai, glorifica o teu nome. Veio então uma voz do Céu: ‘Eu O glorifiquei e de novo O glorificarei’.

E para saberes que a cruz é também a exaltação de Cristo, escuta o que Ele próprio diz: Quando Eu for exaltado, então atrairei todos a Mim. Como vês, a cruz é a glória e a exaltação de Cristo.

7 de setembro de 2012

Natividade da Virgem Santa Maria - 8 de Setembro

Natividade da Virgem Santa Maria
Nossa Senhora e Sua mãe Sant'Ana - Imagem venerada na comunidade Lumen Coeli, dos Arautos do Evangelho (Revista Arautos do Evangelho, Set/2009, n. 93, p. 52).


Nota Histórica


A vinda do Filho de Deus à terra, foi preparada, pouco a pouco, ao longo dos séculos, através de pessoas e acontecimentos. Entre as pessoas escolhidas por Deus para colaborarem no Seu projecto de salvação, houve uma, à qual foi confiada uma missão única: Maria, chamada a ser a Mãe do Salvador e cumulada, por isso, de todas as graças necessárias ao cumprimento dessa missão.

O nascimento de Maria foi, portanto, motivo de esperança para o mundo inteiro: anunciava já o de Jesus. Era a autora da salvação a despontar; «Ela vem ao mundo e com Ela o mundo é renovado. Ela nasce e a Igreja reveste-se da sua beleza». (Liturgia bizantina).

Felicitando a Mãe do Salvador, no dia do Seu aniversário natalício, peçamos a graça de à Sua semelhança, colaborarmos, generosamente, na salvação do mundo.(Liturgia).

26 de agosto de 2012

Faleceu a Irmã Rita Teixeira Beltrão, ofs

Irmã Rita Teixeira Beltrão

A Irmã Maria Rita Teixeira Beltrão, com 70 anos de idade e 6 anos de profissão na Fraternidade da Ordem Franciscana Secular de S. Francisco à Luz, faleceu na manhã do dia 23 de agosto, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde tinha dado entrada no dia 20 do mesmo mês. No dia 24 foi concelebrada missa de corpo presente na Igreja Paroquial de S. Tomás de Aquino, em Lisboa, pelo Revº Pároco, pelo Padre Domingos Casal Martins, Guardião do Seminário Franciscano da Luz e assistente espiritual da Fraternidade da OFS e por outros sacerdotes amigos da Rita. O féretro foi sepultado no Cemitério do Alto de S. João, em Lisboa.  
A Rita nasceu na freguesia das Mercês no dia 21 de Maio de 1942, era filha de Sebastião Gil Gouveia Beltrão e de Maria Helena Medeiros D`Albuquerque Teixeira Beltrão e solteira. Desempenhou a profissão de educadora de infância nos CTT e era voluntária no Hospital de Santa Marta, em Lisboa, catequista na Igreja Paroquial de S. Tomás de Aquino, e Irmã Franciscana na Fraternidade Franciscana Secular de S. Francisco à Luz, onde fora admitida a 17 de Abril de 2005 e abraçara a Regra de S. Francisco a 19 de novembro de 2006. Assumiu o ofício de Mestre de Formação em 20 de Março de 2010, cargo que exercia à data da chegada da irmã morte.
Foi junto das crianças, que amava com desvelo maternal, dos doentes, a quem, semanalmente, distribuía a comunhão e consolava, alguns na hora da morte, da família, dos sobrinhos, especialmente da mãe, que partira para a casa do Pai havia oito meses, e dos irmãos da Fraternidade que a Rita realizou a sua vocação de mulher cristã. A Rita era alegre, simples, humilde e afável com todos. A Rita era Irmã Franciscana. Tinha o regaço de Nossa Senhora, o sorriso do Pai, a palavra do Filho e a generosidade e a força do Espírito Santo. Era uma filha extremosa, uma mãe solícita e uma irmã pobre e exemplar na Igreja e na Família Franciscana de Jesus Cristo. Junto da Mãe e na casa do Pai sabemos que continuará a exercer o seu múnus de educadora e formadora e a auxiliar e a interceder por todos os que nesta Terra tiveram o privilégio e a graça da sua presença e do seu fazer de PAZ e BEM. Rita, obrigado por tudo. Abraço-a até sempre.
Maria Francisca Rebordão Topa

25 de agosto - S. Luis, Rei de França

S. Luis, Rei de França - Padroeiro Principal da OFS 


Nota Histórica


Nasceu em 1214 e subiu ao trono de França aos vinte e dois anos de idade. Contraiu matrimónio e teve onze filhos a quem ele próprio deu uma excelente educação. Distinguiu se pelo seu espírito de penitência e oração e pelo seu amor aos pobres. Na administração do reino, foi notável o seu zelo pela paz entre os povos, e mostrou se tão diligente na promoção material dos seus súbditos como na sua promoção espiritual. Empreendeu duas cruzadas para libertar o sepulcro de Cristo e morreu perto de Cartago no ano 1270.

14 de agosto de 2012

15 agosto - Assunção da Virgem Santa Maria

ASSUNÇÃO DA VIRGEM SANTA MARIA

Nota Histórica
Ao terminar a Sua missão na terra, Maria, a Imaculada Mãe de Deus, «foi elevada em corpo e alma à glória do céu» (Pio XII), sendo assim a primeira criatura humana a alcançar a plenitude da salvação.
Esta glorificação de Maria é uma consequência natural da Sua Maternidade divina: Deus «não quis que conhecesse a corrupção do túmulo Aquela que gerou o Senhor da vida».
É também o fruto da íntima e profunda união existente entre Maria e a Sua missão e Cristo e a Sua obra salvadora. Plenamente unida a Cristo, como Sua Mãe e Sua serva humilde, associada, estreitamente a Ele, na humilhação e no sofrimento, não podia deixar de vir a participar do mistério de Cristo ressuscitado e glorificado, numa conformação levada até às últimas consequências. Por isso, Maria é «elevada ao Céu em corpo e alma e exaltada por Deus como Rainha, para assim Se conformar mais plenamente com Seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte» (LG. 59).
Este privilégio, concedido à Virgem Imaculada, preservada e imune de toda a mancha da culpa original, é «Sinal» de esperança e de alegria para todo o Povo de Deus, que peregrina pela terra em luta com o pecado e a morte, no meio dos perigos e dificuldades da vida. Com efeito, a Mãe de Jesus, «glorificada já em corpo e alma, é imagem e início da Igreja que se há-de consumar no século futuro» (LG. 68).
O triunfo de Maria, mãe e filha da Igreja, será o triunfo da Igreja, quando, juntamente com a Humanidade, atingir a glória plena, de que Maria goza já.
A Assunção de Maria ao Céu, em corpo e alma, é a garantia de que o homem se salvará todo: também o nosso corpo ressuscitará! A Assunção de Maria é o penhor seguro de que o homem triunfará da morte!

10 de agosto de 2012

11 de agosto - SANTA CLARA, virgem

Nota Histórica

Nasceu em Assis no ano 1193. Imitando o exemplo do seu concidadão Francisco, seguiu o caminho da pobreza e fundou a Ordem monástica (Clarissas). A sua vida foi de grande austeridade, mas rica em obras de caridade e de piedade. Morreu em 1253.

Liturgia das horas
Da Carta de Santa Clara, virgem, à Beata Inês de Praga
(Escritos de S. Clara, ed. 1 Omaecheverría, Madrid 1970, pp. 339-341) (Sec. XIII)

Imita a pobreza, a humildade e a caridade de Cristo

Feliz de quem pode gozar as delícias do sagrado banquete e unir se intimamente ao coração de Cristo, cuja beleza os Anjos admiram sem cessar, cujo afecto atrai os corações, cuja contemplação nos reconforta, cuja benignidade nos sacia, cuja suavidade enche a alma, cuja lembrança nos inunda de luz suave, cuja fragrância ressuscita os mortos, cuja visão gloriosa constitui a felicidade de todos os habitantes da Jerusalém celeste. Ele é o esplendor da luz eterna, o espelho puríssimo da acção divina. Olha continuamente para este espelho, rainha e esposa de Cristo; contempla nele o teu rosto e procura adornar te interior e exteriormente com as mais variadas flores das virtudes e com as vestes formosas que convêm à filha e à esposa castíssima do Rei dos reis.
Neste espelho se reflecte esplendidamente a ditosa pobreza, a santa humildade e a inefável caridade, como podes observar, com a graça de Deus, em todas as suas partes. Ao começo do espelho, repara na pobreza d’Aquele que foi colocado no presépio e envolvido em panos. Oh admirável humildade, oh espantosa pobreza! O Rei dos Anjos, o Senhor do céu e da terra deitado num presépio! No centro do espelho, observa como a humildade, ou a santa pobreza, suporta tantos trabalhos e tormentos para remir o género humano. E no fim do espelho, contempla a caridade inefável que O levou à cruz e à morte mais infamante.
Por isso o próprio espelho, suspenso na cruz, exortava os transeuntes a considerar estas coisas, dizendo: Ó vós todos que passais pelo caminho, olhai e vede se há dor semelhante à minha dor.
Respondamos nós aos seus clamores e gemidos, com uma só alma e um só coração: A minha alma sempre o recorda e desfalece de tristeza dentro de mim. Abrasa te cada vez mais neste amor, ó rainha do Rei celeste.
Contempla ao mesmo tempo as delícias inefáveis do Rei dos Céus e as suas riquezas e honras perpétuas e, suspirando de amor ardente, proclama no íntimo do teu coração: Leva me contigo; correrei seguindo o aroma dos teus perfumes, ó Esposo celeste. Correrei sem desfalecer, até que me introduzas na sala do festim, até que na tua mão esquerda descanse a minha cabeça e a tua direita me abrace com terno amor.


No meio destas piedosas contemplações, lembra te desta pobrezinha, tua mãe, sabendo que te levo inseparavelmente gravada no meu coração como filha predilecta.

3 de agosto de 2012

Um dia bem passado - Itinerário pelo Oeste

Um dia bem passado



No encerramento das atividades de mais um bom ano desta jovem fraternidade, realizou-se, a 14-07-12, um passeio/convívio em itinerário pelos conventos franciscanos do oeste.
Cerca de 30 irmãos tomaram lugar no autocarro, no Largo da Igreja e do Externato de São Francisco à Luz, em Lisboa. Connosco, a sempre agradável e enriquecedora presença do nosso Assistente Espiritual, Rev. Pe. Domingos Casal Martins.
A oração de Laudes deu início ao dia. Mais adiante, uma breve paragem na área de serviço e, eis-nos rumo a Óbidos.
Óbidos, terra de encantos, é todo um mimo turístico, na vetusta proteção das muralhas. Percorremos a Rua Direita, com pausa para um cafezinho. Admirámos os azulejos do séc. XIII e o varandim barroco de um oratório do séc. XVII, ao atravessarmos a dupla passagem da Porta da Vila. Entrámos na bela Igreja de Santa Maria, onde, com numerosos participantes, decorria a celebração da Eucaristia, em língua que não identifiquei. Seria holandês, luxemburguês? Atenta ao momento do Sanctus, apenas olhei, de relance, as pinturas do teto. No largo, apesar de uma apelativa feira de artesanato, não houve tempo para delongas. Seguimos por ruazinhas pitorescas com alguns degraus de pedra. De quando em vez, num espaço entre casinhas, abre-se um amplo cenário encantador de paisagem dos campos que circundam a vila do castelo.
A Ermida de Nossa Senhora de Monserrate estava aberta para nós. Apreciámos as paredes interiores todas revestidas de azulejos de belo efeito e as diversas imagens de tamanho natural, levadas na Procissão Penitencial da Ordem Terceira, nas terras daquela região. Sobre a ermida multissecular e a procissão, remeto para a leitura do livrinho guia que o nosso Ir. Ministro Luís Topa, tão bem preparou para este passeio.
De volta ao autocarro amarelo que despertava as atenções com os desenhos emblemáticos de monumentos de Lisboa e Sintra, prosseguimos, agora, na direção de Peniche.
Primeira paragem, junto à ruína, embora caiada, do que foi o Convento do Bom Jesus. Apenas a janela, sem vidros, por cima da porta principal, mantém a beleza da sua traça arquitetónica. Aquele alfobre de fé, está reduzido à condição árida de armazém de uma grande cadeia comercial. Pena… Para a necessária informação, de novo aconselho a leitura do livrinho guia.
Nesse local, do outro lado da estrada, quando o autocarro parou e me dirigi para a porta, recebi um autêntico impacto vivificante de beleza natural. O verde mar tão forte mas calmo ao sol, as rochas trabalhadas pela erosão salina e uns corvos marinhos a secar as asas após a pescaria. Belo, grandioso, tremendo e tranquilo. Só Deus pode criar destas maravilhas.
O Cabo Carvoeiro, outra paragem que se impunha e foi devidamente apreciada. Os rochedos altaneiros e caprichosos junto à costa e das falésias. O grande mar com as Berlengas e os Farilhões. Barquinhos brancos de ligação no baloiço verde das ondas. E nós felizes, na ponta mais ocidental da Europa. Fotografias, conversas animadas, alguns tremoços. Crise… nem nos lembrámos.
De volta à estrada, seguimos para Peniche em demanda de um bom almoço, aliás já assegurado no restaurante Minhoto II. As expectativas não foram goradas. A acompanhar a degustação do bom arroz de tamboril, da caldeirada, do bacalhau com migas ou do lombo de porco assado, segundo as nossas preferências gastronómicas, a boa disposição foi uma constante no convívio. Andámos um pouco ao sol pela cidade que as gaivotas sempre sobrevoam e houve quem comprasse os afamados bolinhos “Amigos de Peniche”.
Partimos, tinha de ser. No autocarro, e assim aconteceu ao longo de todo o dia, o Sr. Pe. Domingos ia, oportunamente, partilhando connosco, algo das suas vivências por aquelas paragens. Fomos ao antigo Convento de São Bernardino, fechado e colocado à venda(!...) Visitámos a Igreja que ainda está aberta ao culto. As suas dimensões interiores foram reduzidas e precisa drasticamente de obras, embora seja cuidada com o esmero possível. Mais uma vez relembro a leitura do livrinho guia deste passeio que elucida sobre o historial do convento e as lamentáveis razões do seu estado atual. Falou-se no Euromilhões para solucionar casos como este.
A culminar este dia especial, dirigimo-nos ao Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, alcandorado na encosta rochosa do extremo ocidental da península de Peniche. Espaço que o mar libertou para este propósito – a edificação de um templo que engloba a pequena gruta em que a imagem pequenina da Senhora, tinha permanecido oculta, durante séculos. O desdobrável também preparado pelo Ir. Ministro, contém informação sobre este templo. Tivemos a oportunidade inesperada de escutar as interessantes explanações do Dr. José Manuel, autor de uma obra sobre o Santuário. Depois, o Sr. Pe. Domingos celebrou a Sagrada Eucaristia, lá, berço do início da sua vida sacerdotal.
O tempo estava esplendoroso e nós em festa, então resolveu-se alargar a rota ao Convento do Varatojo, casa de tantas reminiscências para o Assistente Espiritual da nossa Fraternidade. Foi no Varatojo que, com mais 8 irmãos, fui Admitida à OFS.
Fomos fraternalmente recebidos pelo Padre Frei Maciel, Guardião do Convento de S. António do Varatojo.
Na Igreja, um coro de vozes masculinas entoava as Vésperas. Visitámos a sacristia, com as suas paredes recobertas de formosos painéis de azulejos da vida de Stº António, estivemos na Sala do Capítulo e admirámos o tronco da glicínia secular do pátio do claustro de onde avistei, sob um beiral, 19 “chalets” de andorinhas, alegremente habitados. Gostaríamos de ter ficado mais tempo, passeado pela mata, mas não podíamos atardar-nos mais….
Vimos de novo o mar ao regressar pela Ericeira. Foi já no autocarro e não na Igreja do Varatojo, que rezámos as Vésperas.
A viagem prosseguia em amena conversação mas, ainda sobrou tempo para um momento engraçado. Li ao microfone uma pequena história sobre um gato meu conhecido – O Trombéculas, conhecem?
E assim chegámos a Lisboa depois de um dia muito bem passado.
Paz e bem,
Maria Cristina

2 de agosto de 2012

2 de Agosto - Nossa Senhora da Porciúncula


Nossa Senhora da Porciúncula

Ó Nossa Senhora dos Anjos, na pequena Igreja da Porciúncula,
São Francisco recebeu as vossas bençãos generosas juntamente com sua Ordem.
Ele depositara na vossa presença materna uma grande confiança e devoção, sendo atendido em seus pedidos. Continuai a dispensar os vossos favores sobre nós e sobre nossas necessidades particulares.
Nós vos suplicamos, dai-nos a graça da penitência dos pecados, a correção de nossas más inclinações e fortalecimento nos momentos de fraqueza. Quantos recusam a salvação e preferem caminhar nas trevas do erro! Tudo é possível para aquele que crer, para aquele que se arrepender!
Vós, ó Mãe, manifestastes a São Francisco o grande desejo de reconciliar os pecadores com Jesus, que se entregou em uma cruz para nos salvar. Rogai por nós, agora e na hora de nossa morte. Por isso, com todos os anjos do céu, vos saudamos: Ave Maria …

 
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