Retalhos Como Francisco e Clara de Assis, a Fraternidade a todos saúda em Paz e Bem!Retalhos

23 de março de 2013

Domingo de Ramos- Jesus entra em Jerusalém


Entrada triunfal de Jesus em Jerusalém.1320. Fresco por Pietro Lorenzetti na Basílica de São Francisco em Assis, na Itália

14 de março de 2013

Habemus Papam - Papa Francisco I



O Senhor o abençoe e o guarde.


7 de março de 2013

7 de março - S. Pedro Sukeyiro, terceiro franciscano, mártir, +1597

S. Pedro Sukeyiro, terceiro franciscano, mártir, +1597


S. Pedro Sukeyiro


Pedro Sukeyiro havia se tornado cristão e franciscano secular em Meaco, com os missionários franciscanos, aos quais tinha prestado toda a colaboração na qualidade de catequista para a instrução e formação dos neófitos, na assistência aos enfermos nos hospitais da missão e na educação dos meninos das diversas escolas.
Quando em 1596 desencadeou-se a perseguição de Hideyoshi que, como furacão, se abateu sobre homens e instituições, tudo destruindo, os missionários e os terciários japoneses de Meaco e Osaka foram aprisionados e levados a Nagasaki a fim de serem crucificados.
Durante a viagem Pedro Sukeyiro e Francisco Fahelante, dois cristãos originários de Meaco, a quem os missionários tinham como colaboradores inscritos na Ordem Terceira de São Francisco, quiseram acompanhar os prisioneiros para servi-los e apoia-los, ajudando-os nas dificuldades do caminho.
Ocupados com esse serviço voluntário, fizeram-no tão perfeitamente, que impressionaram um dos guardas, que exclamou: "Os cristãos são realmente valentes, unidos entre si com laços de verdadeira caridade e fraternidade".
Em vista de sua persistência neste serviço, também a eles foi decretada a ordem de captura.
E dessa maneira foram associados aos outros prisioneiros e martirizados com eles.
Na manhã de 5 de fevereiro de 1597 os santos mártires chegaram a Nagasaki.
Escolheu-se como lugar de suplício uma parte plana de uma colina próxima do mar, que se parece muito com o Calvário, tanto na forma como nas sendas tortuosas por onde se chega a ela e de onde se pode ver a cidade.
O governador tinha feito levantar 26 cruzes: as seis do meio para os franciscanos e as outras para os japoneses. Daquele dia em diante o local passou a ser chamado "Monte dos Mártires" ou "Colina Santa", pelo sangue de cristãos derramado por quase meio século.
Nas primeiras horas da noite Fazamburo tinha publicado um edito no qual anunciava a execução dos mártires e se proibia a todos, sob pena de morte sair da cidade para acompanhar os condenados.
Nas portas da cidade foram colocados soldados com a ordem de não deixar passar ninguém. Precauções inúteis!
Quando se soube que os condenados estavam chegando, todos, cristãos e pagãos, precipitaram-se até as portas da cidade e como torrente envolveram os guardas, precipitando-se para os mátires, a fim de acompanhá-los ao local do suplício.
Pedro Sukeyiro e os demais companheiros, na manhã de 5 de fevereiro de 1597, como invictos heróis, cantando, sofreram o martírio da crucifixão. (http://evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=saintfeast&localdate=20130307&id=12287&fd=0)

5 de março de 2013

Ano C - 3º Domingo da Quaresma (Lc 13, 1-9)


28 de fevereiro de 2013

Obrigado Padre David de Azevedo





Padre Frei David de Azevedo faleceu pelas 06H00 deste dia 27 de fevereiro 2013, na Enfermaria Provincial do Convento da Imaculada Conceição, em Lisboa. Tinha 90 anos de idade, 72 de profissão religiosa e 66 de sacerdócio.
No dia 27, pelas 11H00, foi celebrada Missa de Corpo Presente na igreja do Convento da Imaculada Conceição (Luz, Lisboa), tendo sido, depois, transladado para a igreja do Convento de Santo António de Varatojo, onde, hoje, dia 28, pelas 10H30 será celebrada Missa Exequial. Seguidamente irá a sepultar no Cemitério de Torres Vedras. (http://www.ofm.org.pt/component/k2/item/196-faleceu-frei-david-de-azevedo.html).

Em homenagem a tão Eminente Franciscano transcrevemos um excerto da sua obra "Os mil sinos do mar - sons de amor no mistério das coisas", Editorial Franciscana 2002, pág. 111 a 113 

"O ESPÍRITO DO SENHOR 
Acabámos de celebrar a Ressurreição do Senhor e preparamo-nos para viver a festa do Pentecostes. presença grande - talvez não suficientemente compreendida pelos intérpretes, presos por demais às tradições jurídicas - teve o Espírito Santo na vida de S. Francisco. Que significa a expressão "ter o Espírito do Senhor" inserida - e com que força! - numa passagem culminante da Regra, que é a exortação do capítulo décimo  (2R. 10, 7-10): "Atendam antes ao que acima de todas as coisas devem desejar: ter o Espírito do Senhor e a sua santa obra: orar sempre a Deus com um coração puro, ter humildade e paciência nas perseguições e enfermidades e amar os que nos perseguem, insultam e acusam"" (2R 10, 8-9)? Que significa o requisito "por divina inspiração" que a Regra impõe em dois momentos cruciais da vocação franciscana, a entrada na Ordem e a ida para entre os moutros e outros infiéis?...
Um dado muito importante para se compreender a experiência religiosa de Francisco é a sua maneira de contemplar a Santíssima Trindade. Como já dissemos não é na eternidade mas na história que o mistério trinitário encanta o Pobrezinho de Assis. Isto é, não interessam a Francisco as relações entre as três pessoas divinas que os teólogos descobrem: geração ativa, geração passiva, processões, missões e outras que existam. o que o encanta e arrebata é que o Pai altíssimo lhe tenha dado nada mais nada menos que o Seu Filho bendito e glorioso, amável e mais que tudo desejável. Que esse Filho bendito se lhe tivesse oferecido como dileto menino no presépio de Belém, e por ele tivesse morrido no patíbulo da Cruz, e para ele tivesse ficado - aparência de pão - na Eucaristia. E que o divino Espírito Santo não descansa enquanto não haja metido tudo isto no coração dos homens. Tudo isto é história. Acontecimento. Não arrazoado teológico.
Nesta maneira de ver, a Trindade é uma força infinita, activa, incontível. Nada a detém. nada a faz parar - nem que seja preciso passar por cima do cadáver do Filho morto - enquanto não realizar a sua decisão de divinizar os homens, enquanto o homem não compreender e, compreendendo, participar da Sua vida e felicidade. Sua, deles: do Pai, do Filho e do Espírito Santo. E se o homem é duro de cabeça!...
"Ter o Espírito do Senhor" é ser apanhado por esta força. Entrar no coração de Deus. Querer o que Deus quer e com a mesma força com que Deus quer. "Por divina inspiração" significa isso. Meter-se no grandioso projecto de Deus e levá-lo para a frente, custe o que custar, nem que seja preciso o martírio. Levá-lo para a frente sempre e só com as forças de Deus: a verdade e o amor ou por outras palavras: um amor forte, desejoso de evangelizar a todos e, ao mesmo tempo, um respeito total pela liberdade de cada um. Paixão de se unir e, ao mesmo tempo, não-violência.
Por isso o martírio pode vir a ser a síntese real desse amor e desse respeito. É a lógica do Espírito Santo. Ser franciscano é ser evangelizador. Com esta força e desta maneira...
Abril 1993
Frei David de Azevedo"

25 de fevereiro de 2013

Obrigado Bento XVI

2 de fevereiro de 2013

Retiro Quaresmal - 23 de Fevereiro

21 de janeiro de 2013

A Alegria de Acreditar no Evangelho


Alegria de acreditar no Evangelho

Cremos que o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo é o “sumo bem, o bem eterno, donde procede todo o bem, e sem o qual não há bem algum.” (PPN). A alegria de acreditar e de viver o Evangelho é dom de Deus ao Homem que O procura e encontra. O Evangelho capacita o Homem a seguir em frente e contra tudo e todos é rosa-dos-ventos, estrela polar, sol sem ocaso e porto seguro. Podem vir os ventos, as chuvas e as marés que nada podem contra o Homem que habita o Evangelho, “o sumo bem, o bem completo.” (LH). A ninguém é recusado o Evangelho, a todos se oferece, mas poucos o vivem. O Evangelho só se encontra no Evangelho. O poder, o ter e o prazer do mundo não é o acesso a seguir até ao Evangelho. Há quem esmole o Evangelho. Há quem venda o Evangelho. Há quem cometa homicídios, roubos e toda a espécie de crimes por causa do Evangelho. Há quem compre o Evangelho. Mas o que se compra e vende e rouba e espolia não é o Evangelho. O Evangelho não se pode vender, nem roubar e muito menos espoliar porque o Evangelho é “a plenitude do bem, todo o bem, o bem completo, o verdadeiro e sumo bem" (1R). O Evangelho não se dá entre nós, os soberbos, ladrões, gananciosos, adúlteros e miseráveis. O Evangelho dá-O Deus, pela caridade, aos Felizes. O Evangelho é esperança que não engana é bondade que recria. É rocha em que assenta a vida em plenitude. É vento fecundo. É Espirito que sopra onde e como quer. O Evangelho escapa à realidade porque está para além dela. O Evangelho promete e realiza todos os bens porque é “a plenitude do bem, todo o bem, o bem completo, o verdadeiro e sumo bem" (1R). O Evangelho dá-se, acolhe-se, sofre-se, aceita-se, professa-se, celebra-se e anuncia-se porque no e no antes e depois do mundo o Evangelho vive-se em Igreja, em Fraternidade, na unidade da Trindade.

Este texto é um eco do encontro da Fraternidade do mês de janeiro subordinado ao tema “Vocação Franciscana” e ao Plano de Vida e Ação para o corrente ano pastoral, “Professar, celebrar, viver e rezar a fé no Evangelho”. Ilustra-se o mesmo com um texto belíssimo da Legenda Perusina (LP) sobre a doação de uma Bíblia para venda, ordenada por S. Francisco, para prover às necessidades de uma mãe que desejava viver o Evangelho.

Na Porciúncula, manda dar uma Bíblia à mãe de dois frades que veio pedir-lhe esmola


56. 1 Outra vez, estando em Santa Maria da Porciúncula, uma pobre mulher idosa que tinha dois filhos na Ordem, veio ao con-vento pedir esmola ao bem-aventurado Francisco, porque nesse ano ela não tinha de que viver. 2 O Santo perguntou a Frei Pedro Catânio, que era então Ministro Geral: «Podemos encontrar alguma coisa para esta nossa mãe?» 3 Ele dizia que a mãe dum frade era mãe dele e de todos os frades da Ordem.


4 Frei Pedro respondeu: «Em casa não temos nada para lhe dar, sobretudo porque é necessário esmola considerável para a livrar das suas dificuldades. 5 Na igreja temos só um Novo Testamento, por onde lemos as lições de matinas». 6 Naquele tempo os frades não tinham breviários; e saltérios, apenas alguns.


7 «Pois bem, replicou o bem-aventurado Francisco, dá à nossa mãe o Novo Testamento; que o venda, para prover às suas necessidades. Estou certo que dá-lo é mais do agrado do Senhor e da Santíssima Virgem, do que lê-lo». E deram-Ihe o livro.


Do bem-aventurado Francisco pode-se dizer e escrever o que se diz de Job: «Desde o ventre de minha mãe, nasceu e cresceu comigo a caridade».

9 A nós, que vivemos com ele, ser-nos-ia difícil escrever e narrar, não só o que nos foi contado por outros, como o que vimos com os nossos olhos, no que respeita à sua bondade para com os pobres.

9 de janeiro de 2013

Semana de Oração pela Vocação Franciscana 2013


"Alegria de Acreditar"



Publica-se a mensagem que recebemos da FRAJUVOC por ocasião da Semana de Oração pela Vocação Franciscana 2013.


"Estimadas Irmãs e Irmãos da Família Franciscana Portuguesa,


Em pleno espírito celebrativo do Ano da Fé, iniciamos a Semana de oração pela Vocação Franciscana, que inicia no dia 9 e termina a 16 de janeiro.
A alegria do Senhor é a nossa força (Ne 8, 10) e fonte da nossa alegria é o Senhor, para Quem “caminhamos firmes na fé, alegres na esperança e perseverantes na oração (cf. Rom 12, 12).
Que em cada fraternidade, comunidade, grupos ou movimentos que assistimos se criem espaços de oração,
que favoreçam o verdadeiro clima de partilha, para que a nossa vocação seja celebrada e partilhada num afectuoso clima de amor fraterno (cf. Rom 12, 10).


“Caminhamos pela fé” (2Cor 5, 7) como peregrinos e estrangeiros neste mundo (cf. Rb 6 e T 24),
chamados a fixar os nossos olhos em Cristo, espelho onde se reflecte o esplendor da eternidade (cf 3CCL).
Este ano, propomos algumas propostas celebrativas ou simples esquemas de oração que, individual ou em grupo/comunidade, nos poderão ajudar a rezar a alegria de sermos irmãos.


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LEITURA ORANTE DA PALAVRA ║



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Leitura Orante da Palavra em chave franciscana - "A Palavra, alimento da Vocação"


– É UMA PROPOSTA de LECTIO DIVINA que podes realizar individualmente ou em grupo comunidade todos os dias durante a Semana:


◈VÊ: [Podes fazer Download e Imprimires, basta tomares atenção aos ícones no lado inferior direito da pag.]




▼DOWNLOAD & ♬ESCUTA No caso de estares só ou ser difícil de escolher músicas para acompanhares o teu/vosso momento de leitura orante da Palavra de Deus podes sempre fazer o Download das músicas que encontras no final deste caderno neste link:




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MARCADOR DIÁRIO ║



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Marcador Diário -“Caminhamos na fé”


- É UMA PROPOSTA DE SIMPLES ORAÇÕES à luz das Exortações de S. Francisco para serem rezadas individualmente ou comunitariamente nas fraternidades, comunidades, grupos ou movimentos no início do dia, (Ofício de Leituras / Laudes), no inicio da refeição ou num momento de descanso no trabalho.


◈VÊ: [Podes fazer Download e Imprimires, basta tomares atenção aos ícones no lado inferior direito da pag.]




“Caminhamos pela fé” (2Cor 5, 7) como peregrinos e estrangeiros neste mundo (cf. Rb 6 e T 24),
chamados a fixar os nossos olhos em Cristo, espelho onde se reflecte o esplendor da eternidade (cf 3CCL).


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VIGÍLIA VOCACIONAL ║


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Vigília Vocacional – “Permanecer na Alegria


– É UMA PROPOSTA DE UMA VIGÍLIA a realizares com a tua fraternidade, comunidade,
grupo ou movimento num dia a acertarem durante a SOVF’13.


◈VÊ: [Podes fazer Download e Imprimires, basta tomares atenção aos ícones no lado inferior direito da pag.]




▼DOWNLOAD & ♬ESCUTA No caso de ser difícil cantar ou tenham dificuldades em encontrar cânticos


podes sempre fazer Download das músicas indicadas no esquema da Vigília neste link:




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ORAÇÃO VOCACIONAL ║



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Pagela com a Oração Vocacional ‘2013.


◈VÊ: [Podes fazer Download e Imprimires, basta tomares atenção aos ícones no lado inferior direito da pag.]




Que a Oração, acto que fortalece a experiência pessoal e comunitária de fé , como dom do Espírito Santo,
seja húmus nas nossas relações fraternas e se torne num instrumento favorável no «cuidar da própria vocação» e no carinho que manifestamos para com as vocações que o Senhor continua hoje a enviar-nos.


Com os melhores cumprimentos, nos despedimos com votos de paz e bem!


Leiria, 07 de Janeiro 2013


FRAJUVOC
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:::: SEMANA de ORAÇÃO pela VOCAÇÃO FRANCISCANA ::::

3 de janeiro de 2013

2013 - Mensagem de Ano Novo de Bento XVI

Senhor, fazei de mim um instrumento da vossa Paz!




MENSAGEM DE SUA SANTIDADE

BENTO XVI

PARA A CELEBRAÇÃO DO

XLVI DIA MUNDIAL DA PAZ

1 DE JANEIRO DE 2013



BEM-AVENTURADOS OS OBREIROS DA PAZ

1. Cada ano novo traz consigo a expectativa de um mundo melhor. Nesta perspectiva, peço a Deus, Pai da humanidade, que nos conceda a concórdia e a paz a fim de que possam tornar-se realidade, para todos, as aspirações duma vida feliz e próspera.

À distância de 50 anos do início do Concílio Vaticano II, que permitiu dar mais força à missão da Igreja no mundo, anima constatar como os cristãos, Povo de Deus em comunhão com Ele e caminhando entre os homens, se comprometem na história compartilhando alegrias e esperanças, tristezas e angústias,[1] anunciando a salvação de Cristo e promovendo a paz para todos.

Na realidade o nosso tempo, caracterizado pela globalização, com seus aspectos positivos e negativos, e também por sangrentos conflitos ainda em curso e por ameaças de guerra, requer um renovado e concorde empenho na busca do bem comum, do desenvolvimento de todo o homem e do homem todo.

Causam apreensão os focos de tensão e conflito causados por crescentes desigualdades entre ricos e pobres, pelo predomínio duma mentalidade egoísta e individualista que se exprime inclusivamente por um capitalismo financeiro desregrado. Além de variadas formas de terrorismo e criminalidade internacional, põem em perigo a paz aqueles fundamentalismos e fanatismos que distorcem a verdadeira natureza da religião, chamada a favorecer a comunhão e a reconciliação entre os homens.

E no entanto as inúmeras obras de paz, de que é rico o mundo, testemunham a vocação natural da humanidade à paz. Em cada pessoa, o desejo de paz é uma aspiração essencial e coincide, de certo modo, com o anelo por uma vida humana plena, feliz e bem sucedida. Por outras palavras, o desejo de paz corresponde a um princípio moral fundamental, ou seja, ao dever-direito de um desenvolvimento integral, social, comunitário, e isto faz parte dos desígnios que Deus tem para o homem. Na verdade, o homem é feito para a paz, que é dom de Deus.

Tudo isso me sugeriu buscar inspiração, para esta Mensagem, às palavras de Jesus Cristo: «Bem-aventurados os obreiros da paz, porque serão chamados filhos de Deus» (Mt 5, 9).

A bem-aventurança evangélica

2. As bem-aventuranças proclamadas por Jesus (cf. Mt 5, 3-12; Lc 6, 20-23) são promessas. Com efeito, na tradição bíblica, a bem-aventurança é um género literário que traz sempre consigo uma boa nova, ou seja um evangelho, que culmina numa promessa. Assim, as bem-aventuranças não são meras recomendações morais, cuja observância prevê no tempo devido – um tempo localizado geralmente na outra vida – uma recompensa, ou seja, uma situação de felicidade futura; mas consistem sobretudo no cumprimento duma promessa feita a quantos se deixam guiar pelas exigências da verdade, da justiça e do amor. Frequentemente, aos olhos do mundo, aqueles que confiam em Deus e nas suas promessas aparecem como ingénuos ou fora da realidade; ao passo que Jesus lhes declara que já nesta vida – e não só na outra – se darão conta de serem filhos de Deus e que, desde o início e para sempre, Deus está totalmente solidário com eles. Compreenderão que não se encontram sozinhos, porque Deus está do lado daqueles que se comprometem com a verdade, a justiça e o amor. Jesus, revelação do amor do Pai, não hesita em oferecer-Se a Si mesmo em sacrifício. Quando se acolhe Jesus Cristo, Homem-Deus, vive-se a jubilosa experiência de um dom imenso: a participação na própria vida de Deus, isto é, a vida da graça, penhor duma vida plenamente feliz. De modo particular, Jesus Cristo dá-nos a paz verdadeira, que nasce do encontro confiante do homem com Deus.

A bem-aventurança de Jesus diz que a paz é, simultaneamente, dom messiânico e obra humana. Na verdade, a paz pressupõe um humanismo aberto à transcendência; é fruto do dom recíproco, de um mútuo enriquecimento, graças ao dom que provém de Deus e nos permite viver com os outros e para os outros. A ética da paz é uma ética de comunhão e partilha. Por isso, é indispensável que as várias culturas de hoje superem antropologias e éticas fundadas sobre motivos teorico-práticos meramente subjectivistas e pragmáticos, em virtude dos quais as relações da convivência se inspiram em critérios de poder ou de lucro, os meios tornam-se fins, e vice-versa, a cultura e a educação concentram-se apenas nos instrumentos, na técnica e na eficiência. Condição preliminar para a paz é o desmantelamento da ditadura do relativismo e da apologia duma moral totalmente autónoma, que impede o reconhecimento de quão imprescindível seja a lei moral natural inscrita por Deus na consciência de cada homem. A paz é construção em termos racionais e morais da convivência, fundando-a sobre um alicerce cuja medida não é criada pelo homem, mas por Deus. Como lembra o Salmo 29, « o Senhor dá força ao seu povo; o Senhor abençoará o seu povo com a paz » (v. 11).

A paz: dom de Deus e obra do homem

3. A paz envolve o ser humano na sua integridade e supõe o empenhamento da pessoa inteira: é paz com Deus, vivendo conforme à sua vontade; é paz interior consigo mesmo, e paz exterior com o próximo e com toda a criação. Como escreveu o Beato João XXIII na Encíclica Pacem in terris – cujo cinquentenário terá lugar dentro de poucos meses –, a paz implica principalmente a construção duma convivência humana baseada na verdade, na liberdade, no amor e na justiça.[2] A negação daquilo que constitui a verdadeira natureza do ser humano, nas suas dimensões essenciais, na sua capacidade intrínseca de conhecer a verdade e o bem e, em última análise, o próprio Deus, põe em perigo a construção da paz. Sem a verdade sobre o homem, inscrita pelo Criador no seu coração, a liberdade e o amor depreciam-se, a justiça perde a base para o seu exercício.

Para nos tornarmos autênticos obreiros da paz, são fundamentais a atenção à dimensão transcendente e o diálogo constante com Deus, Pai misericordioso, pelo qual se implora a redenção que nos foi conquistada pelo seu Filho Unigénito. Assim o homem pode vencer aquele germe de obscurecimento e negação da paz que é o pecado em todas as suas formas: egoísmo e violência, avidez e desejo de poder e domínio, intolerância, ódio e estruturas injustas.

A realização da paz depende sobretudo do reconhecimento de que somos, em Deus, uma úni-ca família humana. Esta, como ensina a Encíclica Pacem in terris, está estruturada mediante relações interpessoais e instituições sustentadas e anima¬das por um «nós» comunitário, que implica uma ordem moral, interna e externa, na qual se reconheçam sinceramente, com verdade e justiça, os próprios direitos e os próprios deveres para com os demais. A paz é uma ordem de tal modo vivificada e integrada pelo amor, que se sentem como próprias as necessidades e exigências alheias, que se fazem os outros comparticipantes dos próprios bens e que se estende sempre mais no mundo a comunhão dos valores espirituais. É uma ordem realizada na liberdade, isto é, segundo o modo que corresponde à dignidade de pessoas que, por sua própria natureza racional, assumem a responsabilidade do próprio agir.[3]

A paz não é um sonho, nem uma utopia; a paz é possível. Os nossos olhos devem ver em profundidade, sob a superfície das aparências e dos fenómenos, para vislumbrar uma realidade positiva que existe nos corações, pois cada homem é criado à imagem de Deus e chamado a crescer contribuindo para a edificação dum mundo novo. Na realidade, através da encarnação do Filho e da redenção por Ele operada, o próprio Deus entrou na história e fez surgir uma nova criação e uma nova aliança entre Deus e o homem (cf. Jr 31, 31-34), oferecendo-nos a possibilidade de ter « um coração novo e um espírito novo » (cf. Ez 36, 26).

Por isso mesmo, a Igreja está convencida de que urge um novo anúncio de Jesus Cristo, primeiro e principal factor do desenvolvimento integral dos povos e também da paz. Na realidade, Jesus é a nossa paz, a nossa justiça, a nossa reconciliação (cf. Ef 2, 14; 2 Cor 5, 18). O obreiro da paz, segundo a bem-aventurança de Jesus, é aquele que procura o bem do outro, o bem pleno da alma e do corpo, no tempo presente e na eternidade.

A partir deste ensinamento, pode-se deduzir que cada pessoa e cada comunidade – religiosa, civil, educativa e cultural – é chamada a trabalhar pela paz. Esta consiste, principalmente, na realização do bem comum das várias sociedades, primárias e intermédias, nacionais, internacionais e a mundial. Por isso mesmo, pode-se supor que os caminhos para a implementação do bem comum sejam também os caminhos que temos de seguir para se obter a paz.

Obreiros da paz são aqueles que amam, defendem e promovem a vida na sua integridade

4. Caminho para a consecução do bem comum e da paz é, antes de mais nada, o respeito pela vida humana, considerada na multiplicidade dos seus aspectos, a começar da concepção, passando pelo seu desenvolvimento até ao fim natural. Assim, os verdadeiros obreiros da paz são aqueles que amam, defendem e promovem a vida humana em todas as suas dimensões: pessoal, comunitária e transcendente. A vida em plenitude é o ápice da paz. Quem deseja a paz não pode tolerar atentados e crimes contra a vida.

Aqueles que não apreciam suficientemente o valor da vida humana, chegando a defender, por exemplo, a liberalização do aborto, talvez não se dêem conta de que assim estão a propor a prossecução duma paz ilusória. A fuga das responsabilidades, que deprecia a pessoa humana, e mais ainda o assassinato de um ser humano indefeso e inocente nunca poderão gerar felicidade nem a paz. Na verdade, como se pode pensar em realizar a paz, o desenvolvimento integral dos povos ou a própria salvaguarda do ambiente, sem estar tutelado o direito à vida dos mais frágeis, a começar pelos nascituros? Qualquer lesão à vida, de modo especial na sua origem, provoca inevitavelmente danos irreparáveis ao desenvolvimento, à paz, ao ambiente. Tão-pouco é justo codificar ardilosamente falsos direitos ou opções que, baseados numa visão redutiva e relativista do ser humano e com o hábil recurso a expressões ambíguas tendentes a favorecer um suposto direito ao aborto e à eutanásia, ameaçam o direito fundamental à vida.

Também a estrutura natural do matrimónio, como união entre um homem e uma mulher, deve ser reconhecida e promovida contra as tentativas de a tornar, juridicamente, equivalente a formas radicalmente diversas de união que, na realidade, a prejudicam e contribuem para a sua desestabilização, obscurecendo o seu carácter peculiar e a sua insubstituível função social.

Estes princípios não são verdades de fé, nem uma mera derivação do direito à liberdade religiosa; mas estão inscritos na própria natureza humana – sendo reconhecíveis pela razão – e consequentemente comuns a toda a humanidade. Por conseguinte, a acção da Igreja para os promover não tem carácter confessional, mas dirige-se a todas as pessoas, independentemente da sua filiação religiosa. Tal acção é ainda mais necessária quando estes princípios são negados ou mal entendidos, porque isso constitui uma ofensa contra a verdade da pessoa humana, uma ferida grave infligida à justiça e à paz.

Por isso, uma importante colaboração para a paz é dada também pelos ordenamentos jurídicos e a administração da justiça quando reconhecem o direito ao uso do princípio da objecção de consciência face a leis e medidas governamentais que atentem contra a dignidade humana, como o aborto e a eutanásia.

Entre os direitos humanos basilares mesmo para a vida pacífica dos povos, conta-se o direito dos indivíduos e comunidades à liberdade religiosa. Neste momento histórico, torna-se cada vez mais importante que este direito seja promovido não só negativamente, como liberdade de – por exemplo, de obrigações e coacções quanto à liberdade de escolher a própria religião –, mas também positivamente, nas suas várias articulações, como liberdade para: por exemplo, para testemunhar a própria religião, anunciar e comunicar a sua doutrina; para realizar actividades educativas, de beneficência e de assistência que permitem aplicar os preceitos religiosos; para existir e actuar como organismos sociais, estruturados de acordo com os princípios doutrinais e as finalidades institucionais que lhe são próprias. Infelizmente vão-se multiplicando, mesmo em países de antiga tradição cristã, os episódios de intolerância religiosa, especialmente contra o cristianismo e aqueles que se limitam a usar os sinais identificadores da própria religião.

O obreiro da paz deve ter presente também que as ideologias do liberalismo radical e da tecnocracia insinuam, numa percentagem cada vez maior da opinião pública, a convicção de que o crescimento económico se deve conseguir mesmo à custa da erosão da função social do Estado e das redes de solidariedade da sociedade civil, bem como dos direitos e deveres sociais. Ora, há que considerar que estes direitos e deveres são fundamentais para a plena realização de outros, a começar pelos direitos civis e políticos.

E, entre os direitos e deveres sociais actualmente mais ameaçados, conta-se o direito ao trabalho. Isto é devido ao facto, que se verifica cada vez mais, de o trabalho e o justo reconhecimento do estatuto jurídico dos trabalhadores não serem adequadamente valorizados, porque o crescimento económico dependeria sobretudo da liberdade total dos mercados. Assim o trabalho é considerado uma variável dependente dos mecanismos económicos e financeiros. A propósito disto, volto a afirmar que não só a dignidade do homem mas também razões económicas, sociais e políticas exigem que se continue « a perseguir como prioritário o objectivo do acesso ao trabalho para todos, ou da sua manutenção ».[4] Para se realizar este ambicioso objectivo, é condição preliminar uma renovada apreciação do trabalho, fundada em princípios éticos e valores espirituais, que revigore a sua concepção como bem fundamental para a pessoa, a família, a sociedade. A um tal bem corresponde um dever e um direito, que exigem novas e ousadas políticas de trabalho para todos.

Construir o bem da paz através de um novo modelo de desenvolvimento e de economia

5. De vários lados se reconhece que, hoje, é necessário um novo modelo de desenvolvimento e também uma nova visão da economia. Quer um desenvolvimento integral, solidário e sustentável, quer o bem comum exigem uma justa escala de bens-valores, que é possível estruturar tendo Deus como referência suprema. Não basta ter à nossa disposição muitos meios e muitas oportunidades de escolha, mesmo apreciáveis; é que tanto os inúmeros bens em função do desenvolvimento como as oportunidades de escolha devem ser empregues de acordo com a perspectiva duma vida boa, duma conduta recta, que reconheça o primado da dimensão espiritual e o apelo à realização do bem comum. Caso contrário, perdem a sua justa valência, acabando por erguer novos ídolos.

Para sair da crise financeira e económica actual, que provoca um aumento das desigualdades, são necessárias pessoas, grupos, instituições que promovam a vida, favorecendo a criatividade humana para fazer da própria crise uma ocasião de discernimento e de um novo modelo económico. O modelo que prevaleceu nas últimas décadas apostava na busca da maximização do lucro e do consumo, numa óptica individualista e egoísta que pretendia avaliar as pessoas apenas pela sua capacidade de dar resposta às exigências da competitividade. Olhando de outra perspectiva, porém, o sucesso verdadeiro e duradouro pode ser obtido com a dádiva de si mesmo, dos seus dotes intelectuais, da própria capacidade de iniciativa, já que o desenvolvimento económico suportável, isto é, autenticamente humano tem necessidade do princípio da gratuidade como expressão de fraternidade e da lógica do dom. [5] Concretamente na actividade económica, o obreiro da paz aparece como aquele que cria relações de lealdade e reciprocidade com os colaboradores e os colegas, com os clientes e os usuários. Ele exerce a actividade económica para o bem comum, vive o seu compromisso como algo que ultrapassa o interesse próprio, beneficiando as gerações presentes e futuras. Deste modo sente-se a trabalhar não só para si mesmo, mas também para dar aos outros um futuro e um trabalho dignos.

No âmbito económico, são necessárias – especialmente por parte dos Estados – políticas de desenvolvimento industrial e agrícola que tenham a peito o progresso social e a universalização de um Estado de direito e democrático. Fundamental e imprescindível é também a estruturação ética dos mercados monetário, financeiro e comercial; devem ser estabilizados e melhor coordenados e controlados, de modo que não causem dano aos mais pobres. A solicitude dos diversos obreiros da paz deve ainda concentrar-se – com mais determinação do que tem sido feito até agora – na consideração da crise alimentar, muito mais grave do que a financeira. O tema da segurança das provisões alimentares voltou a ser central na agenda política internacional, por causa de crises relacionadas, para além do mais, com as bruscas oscilações do preço das matérias-primas agrícolas, com comportamentos irresponsáveis por parte de certos agentes económicos e com um controle insuficiente por parte dos Governos e da comunidade internacional. Para enfrentar semelhante crise, os obreiros da paz são chamados a trabalhar juntos em espírito de solidariedade, desde o nível local até ao internacional, com o objectivo de colocar os agricultores, especialmente nas pequenas realidades rurais, em condições de poderem realizar a sua actividade de modo digno e sustentável dos pontos de vista social, ambiental e económico.

Educação para uma cultura da paz: o papel da família e das instituições

6. Desejo veementemente reafirmar que os diversos obreiros da paz são chamados a cultivar a paixão pelo bem comum da família e pela justiça social, bem como o empenho por uma válida educação social.

Ninguém pode ignorar ou subestimar o papel decisivo da família, célula básica da sociedade, dos pontos de vista demográfico, ético, pedagógico, económico e político. Ela possui uma vocação natural para promover a vida: acompanha as pessoas no seu crescimento e estimula-as a enriquecerem-se entre si através do cuidado recíproco. De modo especial, a família cristã guarda em si o primordial projecto da educação das pessoas segundo a medida do amor divino. A família é um dos sujeitos sociais indispensáveis para a realização duma cultura da paz. É preciso tutelar o direito dos pais e o seu papel primário na educação dos filhos, nomeadamente nos âmbitos moral e religioso. Na família, nascem e crescem os obreiros da paz, os futuros promotores duma cultura da vida e do amor. [6]

Nesta tarefa imensa de educar para a paz, estão envolvidas de modo particular as comunidades dos crentes. A Igreja toma parte nesta grande responsabilidade através da nova evangelização, que tem como pontos de apoio a conversão à verdade e ao amor de Cristo e, consequentemente, o renascimento espiritual e moral das pessoas e das sociedades. O encontro com Jesus Cristo plasma os obreiros da paz, comprometendo-os na comunhão e na superação da injustiça.

Uma missão especial em prol da paz é desempenhada pelas instituições culturais, escolásticas e universitárias. Delas se requer uma notável contribuição não só para a formação de novas gerações de líderes, mas também para a renovação das instituições públicas, nacionais e internacionais. Podem também contribuir para uma reflexão científica que radique as actividades económicas e financeiras numa sólida base antropológica e ética. O mundo actual, particularmente o mundo da política, necessita do apoio dum novo pensamento, duma nova síntese cultural, para superar tecnicismos e harmonizar as várias tendências políticas em ordem ao bem comum. Este, visto como conjunto de relações interpessoais e instituições positivas ao serviço do crescimento integral dos indivíduos e dos grupos, está na base de toda a verdadeira educação para a paz.

Uma pedagogia do obreiro da paz

7. Concluindo, há necessidade de propor e promover uma pedagogia da paz. Esta requer uma vida interior rica, referências morais claras e válidas, atitudes e estilos de vida adequados. Com efeito, as obras de paz concorrem para realizar o bem co¬mum e criam o interesse pela paz, educando para ela. Pensamentos, palavras e gestos de paz criam uma mentalidade e uma cultura da paz, uma atmos¬fera de respeito, honestidade e cordialidade. Por isso, é necessário ensinar os homens a amarem-se e educarem-se para a paz, a viverem mais de benevolência que de mera tolerância. Incentivo fundamental será « dizer não à vingança, reconhecer os próprios erros, aceitar as desculpas sem as buscar e, finalmente, perdoar »,[7] de modo que os erros e as ofensas possam ser verdadeiramente reconhecidos a fim de caminhar juntos para a reconciliação. Isto requer a difusão duma pedagogia do perdão. Na realidade, o mal vence-se com o bem, e a justiça deve ser procurada imitando a Deus Pai que ama todos os seus filhos (cf. Mt 5, 21-48). É um trabalho lento, porque supõe uma evolução espiritual, uma educação para os valores mais altos, uma visão nova da história humana. É preciso renunciar à paz falsa, que prometem os ídolos deste mundo, e aos perigos que a acompanham; refiro-me à paz que torna as consciências cada vez mais insensíveis, que leva a fechar-se em si mesmo, a uma existência atrofiada vivida na indiferença. Ao contrário, a pedagogia da paz implica serviço, compaixão, solidariedade, coragem e perseverança.

Jesus encarna o conjunto destas atitudes na sua vida até ao dom total de Si mesmo, até «perder a vida» (cf. Mt 10, 39; Lc 17, 33; Jo 12, 25). E promete aos seus discípulos que chegarão, mais cedo ou mais tarde, a fazer a descoberta extraordinária de que falamos no início: no mundo, está presente Deus, o Deus de Jesus Cristo, plenamente solidário com os homens. Neste contexto, apraz-me lembrar a oração com que se pede a Deus para fazer de nós instrumentos da sua paz, a fim de levar o seu amor onde há ódio, o seu perdão onde há ofensa, a verdadeira fé onde há dúvida. Por nossa vez pedimos a Deus, juntamente com o Beato João XXIII, que ilumine os responsáveis dos povos para que, junto com a solicitude pelo justo bem-estar dos próprios concidadãos, garantam e defendam o dom precioso da paz; inflame a vontade de todos para superarem as barreiras que dividem, reforçarem os vínculos da caridade mútua, compreenderem os outros e perdoarem aos que lhes tiverem feito injúrias, de tal modo que, em virtude da sua acção, todos os povos da terra se tornem irmãos e floresça neles e reine para sempre a tão suspirada paz.[8]

Com esta invocação, faço votos de que todos possam ser autênticos obreiros e construtores da paz, para que a cidade do homem cresça em concórdia fraterna, na prosperidade e na paz.

Vaticano, 8 de Dezembro de 2012.



BENEDICTUS PP XVI



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[1] Cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. past. sobre a Igreja no mundo contemporâneo Gaudium et spes, 1.4

[2] Cf. Carta enc. Pacem in terris (11 de Abril de 1963): AAS 55 (1963), 265-266.7

[3] Cf. ibidem: o. c., 266.9

[4] Bento XVI, Carta enc. Caritas in veritate (29 de Junho de 2009), 32: AAS 101 (2009), 666-667.13

[5] Cf. ibid., 34.36: o. c., 668-670.671-672.15

[6] Cf. João Paulo II, Mensagem para o Dia Mundial da paz de 1994 (8 de Dezembro de 1993): AAS 86 (1994), 156-162.17

[7] Bento XVI, Discurso por ocasião do Encontro com os membros do Governo, das instituições da República, com o Corpo Diplomático, os líderes religiosos e representantes do mundo da cultura (Baabda-Líbano, 15 de Setembro de 2012): L’Osservatore Romano (ed. port. de 23/IX/ 2012), 7.18

[8] Cf. Carta enc. Pacem in terris (11 de Abril de 1963): AAS 55 (1963), 304.19





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