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21 de janeiro de 2013

A Alegria de Acreditar no Evangelho


Alegria de acreditar no Evangelho

Cremos que o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo é o “sumo bem, o bem eterno, donde procede todo o bem, e sem o qual não há bem algum.” (PPN). A alegria de acreditar e de viver o Evangelho é dom de Deus ao Homem que O procura e encontra. O Evangelho capacita o Homem a seguir em frente e contra tudo e todos é rosa-dos-ventos, estrela polar, sol sem ocaso e porto seguro. Podem vir os ventos, as chuvas e as marés que nada podem contra o Homem que habita o Evangelho, “o sumo bem, o bem completo.” (LH). A ninguém é recusado o Evangelho, a todos se oferece, mas poucos o vivem. O Evangelho só se encontra no Evangelho. O poder, o ter e o prazer do mundo não é o acesso a seguir até ao Evangelho. Há quem esmole o Evangelho. Há quem venda o Evangelho. Há quem cometa homicídios, roubos e toda a espécie de crimes por causa do Evangelho. Há quem compre o Evangelho. Mas o que se compra e vende e rouba e espolia não é o Evangelho. O Evangelho não se pode vender, nem roubar e muito menos espoliar porque o Evangelho é “a plenitude do bem, todo o bem, o bem completo, o verdadeiro e sumo bem" (1R). O Evangelho não se dá entre nós, os soberbos, ladrões, gananciosos, adúlteros e miseráveis. O Evangelho dá-O Deus, pela caridade, aos Felizes. O Evangelho é esperança que não engana é bondade que recria. É rocha em que assenta a vida em plenitude. É vento fecundo. É Espirito que sopra onde e como quer. O Evangelho escapa à realidade porque está para além dela. O Evangelho promete e realiza todos os bens porque é “a plenitude do bem, todo o bem, o bem completo, o verdadeiro e sumo bem" (1R). O Evangelho dá-se, acolhe-se, sofre-se, aceita-se, professa-se, celebra-se e anuncia-se porque no e no antes e depois do mundo o Evangelho vive-se em Igreja, em Fraternidade, na unidade da Trindade.

Este texto é um eco do encontro da Fraternidade do mês de janeiro subordinado ao tema “Vocação Franciscana” e ao Plano de Vida e Ação para o corrente ano pastoral, “Professar, celebrar, viver e rezar a fé no Evangelho”. Ilustra-se o mesmo com um texto belíssimo da Legenda Perusina (LP) sobre a doação de uma Bíblia para venda, ordenada por S. Francisco, para prover às necessidades de uma mãe que desejava viver o Evangelho.

Na Porciúncula, manda dar uma Bíblia à mãe de dois frades que veio pedir-lhe esmola


56. 1 Outra vez, estando em Santa Maria da Porciúncula, uma pobre mulher idosa que tinha dois filhos na Ordem, veio ao con-vento pedir esmola ao bem-aventurado Francisco, porque nesse ano ela não tinha de que viver. 2 O Santo perguntou a Frei Pedro Catânio, que era então Ministro Geral: «Podemos encontrar alguma coisa para esta nossa mãe?» 3 Ele dizia que a mãe dum frade era mãe dele e de todos os frades da Ordem.


4 Frei Pedro respondeu: «Em casa não temos nada para lhe dar, sobretudo porque é necessário esmola considerável para a livrar das suas dificuldades. 5 Na igreja temos só um Novo Testamento, por onde lemos as lições de matinas». 6 Naquele tempo os frades não tinham breviários; e saltérios, apenas alguns.


7 «Pois bem, replicou o bem-aventurado Francisco, dá à nossa mãe o Novo Testamento; que o venda, para prover às suas necessidades. Estou certo que dá-lo é mais do agrado do Senhor e da Santíssima Virgem, do que lê-lo». E deram-Ihe o livro.


Do bem-aventurado Francisco pode-se dizer e escrever o que se diz de Job: «Desde o ventre de minha mãe, nasceu e cresceu comigo a caridade».

9 A nós, que vivemos com ele, ser-nos-ia difícil escrever e narrar, não só o que nos foi contado por outros, como o que vimos com os nossos olhos, no que respeita à sua bondade para com os pobres.

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