Leitores e Bar CCF 2022

28 de fevereiro de 2020

1º DOMINGO DA QUARESMA

 (01.03.2020)

   Introdução à Liturgia:
    Quarta-feira, com a imposição das cinzas, demos início à nossa caminhada quaresmal, que nos leva à Páscoa do Senhor. Ao longo desta caminhada a Igreja convida-nos a alimentar a nossa vida cristã com a Oração, a Palavra de Deus e a prática da caridade, os grandes meios da nossa santificação. É o grande convite à “conversão” – isto é, a recolocar Deus no centro da nossa experiência cristã, a aceitar a comunhão com Ele, a escutar as suas propostas, a concretizar no mundo – com fidelidade – os seus projetos.

    Introdução às Leituras:
    A primeira leitura afirma que Deus criou o homem para a felicidade e para a vida plena. Quando escutamos as propostas de Deus, conhecemos a vida e a felicidade; mas, sempre que prescindimos de Deus e nos fechamos em nós próprios, inventamos esquemas de egoísmo, de orgulho e de prepotência e construímos caminhos de sofrimento e de morte.

   A segunda leitura, por sua vez, propõe-nos dois exemplos: Adão e Jesus. Adão, representa o homem que escolhe ignorar as propostas de Deus e decide, por si só, os caminhos de uma pretensa salvação fechada em si mesmo. Jesus, por seu lado, é o homem que escolhe viver na obediência às propostas de Deus, de acordo com o projeto do Pai. O esquema de Adão gera egoísmo, sofrimento e morte; a proposta de Jesus gera vida plena e definitiva.

   O Evangelho apresenta-nos o exemplo de Jesus. Ele recusou – de forma absoluta – uma vida vivida à margem do plano de Deus. A Sua Palavra mostra que, na perspetiva cristã, uma vida que ignora o projeto do Pai e se fecha em esquemas de realização pessoal é uma vida perdida e sem sentido. Toda a tentação de ignorar Deus e as suas propostas é uma tentação diabólica que o cristão deve rejeitar, resistindo àquilo que são as tentações da modernidade que se ficam pelo dinheiro, pelo prazer fácil e pelo culto de si próprio.
Padre João Lourenço, OFM

21 de fevereiro de 2020

7º DOMINGO DO TEMPO COMUM



Introdução:
A liturgia deste Domingo convida-nos à santidade, à perfeição, numa exigência que parte e tem como fundamento o próprio testemunho de Jesus. Este é o “caminho cristão”, o caminho que Jesus nos propõe, um caminho nunca acabado e que exige de cada e em cada dia, um compromisso sério e radical. Esta é a dinâmica do “Reino” em que Jesus envolve os discípulos e que deve ser concretizada em gestos de ternura, de amor e de perdão. Este é o desafio da nossa fé que aqui celebramos em Comunidade.
Introdução às Leituras:
A primeira leitura que nos é proposta apresenta um apelo veemente à santidade: viver na comunhão com o Deus santo, exige ser santo. A santidade é a própria identidade de Deus, do Deus em quem acreditamos. Para o autor do livro do Levítico, a santidade passa também pelo amor ao próximo.

No Evangelho, e dando continuidade ao ‘Sermão da Montanha’, Jesus continua a propor aos discípulos a sua Lei da santidade; Ele pede aos seus que aceitem inverter a lógica da violência e do ódio, pois esse “caminho” só gera egoísmo, sofrimento e morte; Ao invés, Ele propõe-lhes o caminho do amor que não marginaliza nem discrimina ninguém (nem mesmo os inimigos). É nesse caminho de santidade que se constrói o “Reino”.

Na segunda leitura, Paulo convida os cristãos de Corinto – e os cristãos de todos os tempos e lugares – a serem o lugar onde Deus reside e Se dá a conhecer aos homens. Para que isso aconteça, eles devem renunciar definitivamente à “sabedoria do mundo”, optando pela “sabedoria de Deus”, que é dom de vida, gratuidade total.
Padre João Lourenço, OFM

17 de fevereiro de 2020

6º Domingo do Tempo Comum



(16.02.2020)
Introdução à Eucaristia:
A liturgia de hoje leva-nos a celebrar a certeza que Jesus supera a Lei de Moisés do Antigo Testamento. A força da nova aliança que nos vem das Bem-aventuranças abre-nos à gratuidade e à misericórdia de Deus. Por isso, Jesus nos ensina que a nossa fé não se reduz a um dilema entre a graça e o pecado, mas ao dom de Deus testemunhado em Jesus Cristo.

Introdução às Leituras:
A primeira leitura recorda-nos que o homem é livre de escolher entre a proposta de Deus, que conduz à vida e à felicidade, e a auto suficiência do próprio homem que destrói em nós esse caminho de paz e de harmonia interior. Deus sempre convida o homem à escolha, ao exercício da sua liberdade para escolher o caminho do bem.

Na segunda leitura, dando continuidade ao texto da 1ª Carta aos Coríntios, Paulo fala-nos da ‘sabedoria de Deus’ que está para além do conhecimento do homem e que nos revela o dom que Deus preparou desde sempre ‘para aqueles que o ama’. Oculto aos olhos dos homens, ele o revelou em Jesus Cristo. É Ele a plenitude do dom e do amor do Pai.

No Evangelho, Jesus continua a expor aos seus discípulos a Boa-Nova que Ele veio anunciar. Essa Boa-Nova já não se configura aos preceitos da Lei de Moisés, mas à gratuidade do amor. A sua mensagem não passa pelo cumprimento da letra, mas sim por uma verdadeira atitude interior de adesão a Deus que há-de marcar todos os passos da nossa caminhada.
Padre João Lourenço, OFM

4º Domingo do Tempo Comum


Monte das bem-aventuranças
(02 de fevereiro 2020)
Introdução à Liturgia:
A liturgia deste domingo leva-nos até ao núcleo central da nossa vivência cristã, que marca a nossa forma de ser e de estar no mundo. Trata-se das Bem-aventuranças que nos são propostas como forma de ser e testemunho da nossa identidade cristã. Acolher esta página no Evangelho é refrescar a nossa vida, redescobrir a sua novidade e o seu sentido. É isso que a Eucaristia de hoje nos propõe.

Introdução às Leituras:
A 1ª leitura, tomada do profeta Sofonias, mostra-nos a voz de alguém que interpela o povo de Deus acerca de alguns aspetos fundamentais da sua fé, numa altura que os reis de Judá tinham abandonado os caminhos de Deus. É certamente uma interpelação para que o povo volte o seu coração para Deus e não se deixe levar pelas atitudes daqueles que o governam.
Na segunda Leitura, dando continuidade ao tema dos domingos precedentes, Paulo fala-nos da sabedoria de Deus e da sabedoria humana, dizendo-nos que Deus nos interpela através das atitudes dos simples e humildes, tal como sucede em Jesus.

No Evangelho, temos o código das Bem-aventuranças, com tudo aquilo que elas representam como novidade do reino. Poderíamos dizer que elas são o ‘manual’ da nossa vida e da nossa identidade. Viver as Bem-aventuranças é, desde já, sentir-se bem-aventurado na comunhão com Deus e os irmãos. 
Padre João Lourenço, OFM   


5º Domingo do Tempo Comum



(09 de fevereiro 2020)

Introdução à Liturgia:
A liturgia deste Domingo continua a falar-nos da novidade radical da proposta que Jesus faz aos seus discípulos, mostrando-lhes que a sua mensagem não é apenas um novo ensino, mas e acima de tudo, um novo caminho de vida. É este novo caminho de vida que nos compete assumir e anunciar,

Introdução às Leituras:
Na primeira leitura, tomada do livro de Isaías, o profeta exorta o povo acerca da necessidade de empreender um novo percurso que supere as injustiças, que crie formas de partilha e de comunhão. Não é possível reconstruir a nova comunidade da aliança, ficando apenas pelas pedras e pelas estruturas exteriores. A verdadeira reconstrução faz-se a partir do coração. 

Na segunda leitura, Paulo fala-nos de Cristo como a verdadeira sabedoria de Deus, aquela sabedoria que deve pautar a nossa forma de ser e de agir. Esta sabedoria constrói-se também a partir de um esforço pessoal, mas deve ter sempre como paradigma a pessoa de Jesus.

No Evangelho, Jesus apresenta aos seus discípulos duas imagens que definem a identidade do discípulo: ser sal e ser luz. Ser sal, significa dar tempero e sabor à vida, abrindo-a à esperança e à comunhão. Ser luz, quer dizer descobrir novos horizontes e novos caminhos que apontem para a vida plena e a eternidade. Ser discípulo é, desta forma, construir um horizonte em que Ele é a luz e o verdadeiro sal que Deus concede a cada um de nós.
Padre João Lourenço, OFM

FESTA DA APRESENTAÇÃO DO SENHOR


(02.02.2020)
Introdução à Liturgia:
Hoje, dia 2 de fevereiro, a Igreja celebra a festa da apresentação do Senhor, em que Jesus é levado ao Templo, tal como todos os meninos hebreus o eram e aí apresentado ao Senhor para assim agradecer o dom da vida que era dado às famílias. José e Maria fazem também o mesmo e S. Lucas descreve esse momento como sinal de grande significado na história da Salvação: Aquele que era a Luz, apresenta-se como luz para os homens. Esta festa era já era celebrada em Jerusalém, no século IV. Mais tarde, estende-se a toda a Igreja e, como símbolo da Luz, benzem-se, neste dia, as velas.
Introdução às Leituras:
Além da Festa da Apresentação do Senhor, a Igreja dedica este dia à Vida Consagrada, para assim significar que a vida dos religiosos e consagrados deve ser totalmente dedicada ao Senhor. Como nos refere o Profeta Malaquias na 1ª leitura, todos são convidados a dedicar a sua vida ao projeto de Deus e a colocar-se nas Suas mãos.
A 2ª leitura, da Carta aos Hebreus, fala-nos do sacerdócio de Jesus em prol dos Seus irmãos; Ele é o sacerdote misericordioso que se coloca ao serviço de Deus para assim, através da sua entrega, provar que é na entrega da nossa vida que se realiza a plenitude da consagração ao Senhor.  
No Evangelho, S. Lucas, num jeito muito familiar e muito belo, narra-nos esta presença da Sagrada Família no Templo para aí apresentar o Menino e oferecer, como o faziam os crentes judeus, os símbolos da gratidão pelo dom da vida. Começam assim a realizar-se as esperanças dos crentes que aguardavam a salvação prometida por Deus. 
Padre João Lourenço, OFM