A visão de S. Francisco da Santíssima Trindade, de Montoliu
(2020)
Introdução à
Liturgia:
Celebrar a Santíssima
Trindade não é um convite a decifrar o mistério que se esconde num “Deus único em
três pessoas”; Pelo contrário, é um convite a contemplar o Deus que é amor, que
é família, que é comunidade e que criou os homens para os fazer participar desse
mistério de amor, revelando-se no mistério do Seu silêncio e do Seu amor. Como
Deus é amor, também nós fomos criados e chamados a uma comunhão de amor que tem
em Deus a sua plenitude.
A primeira leitura do livro do Êxodo,
fala-nos da revelação de Deus a Moisés, como um Deus ‘clemente, compassivo e
cheio de misericórdia’. Perante tal novidade, Moisés mais não fez do que
contemplar esse mistério que se apresenta e não se impõe nem pela força nem
pelo medo. É assim que Deus quer estar connosco e caminhar no meio de nós.
Na segunda leitura, Paulo diz-nos
na Carta aos Coríntios, faz-nos um convite à alegria e à comunhão. Se a trindade
é o mistério da comunhão de Deus, nós somos chamados também a viver esse mesmo
mistério de comunhão, traduzindo-o através da nossa presença no mundo.
O Evangelho mostra-nos, através do diálogo de Jesus com Nicodemos, que o mistério da Trindade não é só a forma de Deus ser na sua comunhão de amor. Essa comunhão é também a forma d’Ele ser para connosco, tal como Jesus no-lo diz e o viveu. Passa por aqui uma das dimensões fundamentais da nosso fé: Acreditar no amor de Deus para connosco. Por isso, podemos dizer que a Trindade é o mistério do amor silencioso de Deus que Ele vive a partilha connosco.
Padre João Lourenço, OFM
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