Isabel da Hungria por Francisco de Zurbaran |
1 - Introdução
O Concílio Vaticano II recuperou a conceção de Igreja fundada na comunhão , o que permite compreender melhor que, enquanto batizados, todos os cristãos têm igual dignidade diante do Senhor: todos na Igreja, quer pertençam à Hierarquia quer por ela sejam pastoreados, são chamados à santidade, segundo a palavra do Apóstolo: essa é a vontade de Deus, a vossa santificação (1 Tess. 4,3; cfr. Ef. 1,4) – Lumen Gentium 39.
A santidade é um dom, dádiva do
Senhor Jesus quando nos toma consigo e nos reveste de Si; dom oferecido a todos,
cunho distintivo de cada cristão. A Exortação
Apostólica do Papa Francisco, Gaudete et exsultate (março de 2018), sobre o “chamado à
santidade no mundo contemporâneo”,
convida-nos a sermos santos hoje, explicando que não se trata de um
chamado para poucos, mas um caminho para todos, que deve ser vivido na vida
cotidiana: “O Senhor, que é perfeitamente Santo, quer-nos santos e espera que
não nos resignemos com uma vida medíocre, superficial e indecisa”, esperando que os Seus filhos vivam com santidade. Todos somos chamados a ser santos, vivendo com amor e
oferecendo o testemunho cristão nas ocupações diárias; é vontade de Deus que sejamos santos: Esta é a
vontade de Deus, vossa santificação (1 Ts 4,3). O Senhor só pede que permaneçamos em comunhão
com Ele e ao serviço dos irmãos, a viver e a oferecer com alegria cada momento da nossa vida, abertos aos irmãos e às suas
necessidades.
Isabel da Hungria nasceu a 7 de julho de 1207, tendo
falecido a 17 de novembro de 1231. Uma vida breve, mas intensa, em que brilhou uma alma nobre, dedicada ao bem-fazer, à proteção dos mais
desvalidos, o que conduziu à sua canonização pelo Papa Gregório IX em 1235.
Ingressou na Ordem Terceira Franciscana e é padroeira
da Ordem Franciscana Secular, sendo a sua festa litúrgica a 17 de novembro.
2 - Meditação
[ Sir 15,
16-21 ] Se quiseres, guardarás os mandamentos: ser fiel
depende da tua vontade. Deus pôs diante de ti o fogo e a água: estenderás a mão
para o que desejares. Diante do homem estão a vida e a morte: o que ele
escolher, isso lhe será dado. Porque é grande a sabedoria do Senhor, Ele é
forte e poderoso e vê todas as coisas. Seus olhos estão sobre aqueles que O
temem, Ele conhece todas as coisas do homem. Não mandou a ninguém fazer o mal,
nem deu licença a ninguém de cometer o pecado
[Heb 12:14]
Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos;
sem santidade ninguém verá o Senhor.
A santidade foi feita para nós. Não há outra fonte de santidade além de Jesus Cristo crucificado, não há também outro caminho de santidade senão o caminho da Cruz, a via estreita da Cruz:
Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta e espaçoso é o caminho que leva à perdição, e são muitos os que por ela entram. Quão estreita é a porta, quão apertado é o caminho que leva à vida, e são poucos os que a encontram (Mt 7,13-14).
Jesus chama-nos para
sermos santos, mas alerta-nos que o caminho para chegar à santidade não é tão
fácil quanto o caminho que pode conduzir à perdição. Aqueles
que se afastam do caminho da Cruz afastam-se também da santidade, pois fecham-se automaticamente à sua única fonte,
que é Jesus crucificado. Ao olhar para Jesus, que morre por causa de nossos
pecados, começamos a entender como somos pecadores e, portanto, o quanto
precisamos de sua misericórdia! Ao mesmo tempo, entendemos que essa
misericórdia nos é dada todos os dias, que Jesus nos salva e abre as portas do
seu Reino para nós. No episódio do Calvário, “o bom ladrão” é, de certa forma,
a representação dos marginalizados de todos os tipos. No fundo, ele representa-nos
a todos, mesmo que não tenhamos cometido nenhum crime, porque nós somos todos
pecadores, grandes ou pequenos. Das profundezas de sua miséria, o chamado “bom
ladrão” clama a Jesus. Sem esperança em tudo o que é humano, ele coloca sua
única esperança na Cruz de Jesus. É isso que nos é pedido: colocar a nossa
esperança na Cruz de Jesus e somente nela. Não devemos colocar a nossa
esperança em nossas riquezas, sejam elas materiais ou espirituais, ou em nossas
boas ações, virtudes ou sucesso pessoal. A nossa esperança deve ser colocada
apenas em Jesus, o Cristo crucificado. É isso que nos é pedido: colocar nossa
esperança na Cruz de Jesus e somente nela.
Somente Jesus, a “rocha” ( Mt 7,24), nos pode oferecer o que
realmente nos leva para a felicidade e tanto Maria quanto os santos
alicerçaram as suas casas na rocha, ou seja, escutaram os ensinamentos de
Jesus
2 - Oração
Deus,
nosso Pai, que haveis dado a Santa Isabel da Hungria a graça de reconhecer e venerar Cristo nos pobres, concedei-nos, por sua
intercessão, a conversão que nos faça renascer na fé, de modo
que os nossos corações se iluminem para que sejamos luz para o
mundo de hoje, como Santa Isabel o foi para o seu tempo e que em nós
floresça o sentimento de caridade para todos
os nossos Irmãos, em particular para com os mais desvalidos, difundindo a
bondade do coração onde, aos olhos humanos, parece faltar a misericórdia do
Pai. Por Cristo Nosso
Senhor, Amém.
Rezar uma Ave-Maria e uma Salve-Rainha.
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