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8 de janeiro de 2021

17 de novembro de 2020 - Santa Isabel da Hungria

 

Isabel da Hungria por Francisco de Zurbaran

1 - Introdução

O Concílio Vaticano II  recuperou  a conceção de Igreja fundada na comunhão , o que permite compreender melhor que, enquanto batizados, todos os cristãos têm igual dignidade diante do Senhor: todos na Igreja, quer pertençam à Hierarquia quer por ela sejam pastoreados, são chamados à santidade, segundo a palavra do Apóstolo: essa é a vontade de Deus, a vossa santificação (1 Tess. 4,3; cfr. Ef. 1,4) – Lumen Gentium 39.

A santidade é um dom, dádiva do Senhor Jesus quando nos toma consigo e nos reveste de Si; dom oferecido a todos, cunho distintivo de cada cristão. A Exortação Apostólica do Papa Francisco, Gaudete et exsultate (março de 2018), sobre o “chamado à santidade no mundo contemporâneo”,  convida-nos a sermos santos hoje, explicando que não se trata de um chamado para poucos, mas um caminho para todos, que deve ser vivido na vida cotidiana: “O Senhor, que é perfeitamente Santo, quer-nos santos e espera que não nos resignemos com uma vida medíocre, superficial e indecisa”, esperando que os Seus filhos vivam com santidade.  Todos somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o testemunho cristão nas ocupações diárias; é vontade de Deus que sejamos santos: Esta é a vontade de Deus, vossa santificação (1 Ts 4,3). O  Senhor só pede que permaneçamos em comunhão com Ele e ao serviço dos irmãos, a viver e a oferecer com alegria cada momento  da nossa vida, abertos aos irmãos e às suas necessidades.

 Isabel, princesa do reino da Hungria, que  já  foi descrita como “filha de rei e mãe de pobres” , foi a segunda filha de André II da Hungria,   tia-avó de Isabel de Aragão, rainha de Portugal   consorte de D. Dinis, que ficou conhecida como “a rainha santa”. 

Isabel da Hungria nasceu a 7 de julho de 1207, tendo falecido a 17 de novembro de 1231. Uma vida  breve, mas intensa, em que brilhou uma alma nobre, dedicada ao bem-fazer, à proteção dos mais desvalidos, o que conduziu à sua canonização pelo Papa Gregório IX em 1235.

Ingressou na Ordem Terceira Franciscana e é padroeira da Ordem Franciscana Secular, sendo a sua festa litúrgica a 17 de novembro.

 2 - Meditação

[ Sir 15, 16-21 ]  Se quiseres, guardarás os mandamentos: ser fiel depende da tua vontade. Deus pôs diante de ti o fogo e a água: estenderás a mão para o que desejares. Diante do homem estão a vida e a morte: o que ele escolher, isso lhe será dado. Porque é grande a sabedoria do Senhor, Ele é forte e poderoso e vê todas as coisas. Seus olhos estão sobre aqueles que O temem, Ele conhece todas as coisas do homem. Não mandou a ninguém fazer o mal, nem deu licença a ninguém de cometer o pecado

[Heb 12:14] Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor. 

 A santidade foi feita para nós. Não há outra fonte de santidade além de Jesus Cristo crucificado, não há também outro caminho de santidade senão o caminho da Cruz, a via estreita da Cruz: 

 Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta e espaçoso é o caminho que leva à perdição, e são muitos os que por ela entram. Quão estreita é a porta, quão apertado é o caminho que leva à vida, e são poucos os que a encontram (Mt 7,13-14).

Jesus chama-nos para sermos santos, mas alerta-nos que o caminho para chegar à santidade não é tão fácil quanto o caminho que pode conduzir à perdição. Aqueles que se afastam do caminho da Cruz afastam-se também da santidade, pois  fecham-se automaticamente à sua única fonte, que é Jesus crucificado. Ao olhar para Jesus, que morre por causa de nossos pecados, começamos a entender como somos pecadores e, portanto, o quanto precisamos de sua misericórdia! Ao mesmo tempo, entendemos que essa misericórdia nos é dada todos os dias, que Jesus nos salva e abre as portas do seu Reino para nós. No episódio do Calvário, “o bom ladrão” é, de certa forma, a representação dos marginalizados de todos os tipos. No fundo, ele representa-nos a todos, mesmo que não tenhamos cometido nenhum crime, porque nós somos todos pecadores, grandes ou pequenos. Das profundezas de sua miséria, o chamado “bom ladrão” clama a Jesus. Sem esperança em tudo o que é humano, ele coloca sua única esperança na Cruz de Jesus. É isso que nos é pedido: colocar a nossa esperança na Cruz de Jesus e somente nela. Não devemos colocar a nossa esperança em nossas riquezas, sejam elas materiais ou espirituais, ou em nossas boas ações, virtudes ou sucesso pessoal. A nossa esperança deve ser colocada apenas em Jesus, o Cristo crucificado. É isso que nos é pedido: colocar nossa esperança na Cruz de Jesus e somente nela.

Somente Jesus, a “rocha” ( Mt 7,24), nos pode oferecer o que realmente nos leva para a felicidade e tanto Maria quanto os santos alicerçaram as suas casas na rocha, ou seja, escutaram os ensinamentos de Jesus 

2 - Oração

Deus, nosso Pai, que haveis dado  a Santa Isabel da Hungria a graça de reconhecer e venerar  Cristo nos pobres, concedei-nos, por sua intercessão, a conversão que nos faça renascer na fé, de modo que  os nossos corações  se iluminem para que sejamos luz para o mundo de hoje, como Santa Isabel o foi para o seu tempo e que em nós floresça  o sentimento de caridade para todos os nossos Irmãos, em particular para com os mais desvalidos, difundindo a bondade do coração onde, aos olhos humanos, parece faltar a misericórdia do Pai.  Por Cristo Nosso Senhor, Amém.

Rezar uma Ave-Maria e uma Salve-Rainha. 

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