Com todo o júbilo e reconhecimento pelo grande Dom da visita da Irmã Madre Maria do Lado de Jesus, do Mosteiro de N.ª Senhora da Esperança, em Montalvo, à Fraternidade de S. Francisco à Luz, no ano Jubilar Clareano, publica-se o texto da comunicação da nossa querida Irmã Clarissa.
ANO VOCACIONAL
A Ordem Franciscana celebra o ano jubilar pela fundação da segunda Ordem.
Em Portugal, as Irmãs Clarissas, com a aprovação do Presidente da Família Franciscana e a bênção do Ministro Geral, proclamaram um ano Vocacional, com o fim de voltar às origens da nossa vocação e por ela agradecer ao Pai das misericórdias que nos cumula de seus dons.
Como tema a iluminar a celebração deste ano vocacional o apelo do Apóstolo, repetido e vivido por Santa Clara: “CONHECE A TUA VOCAÇÃO” e a nossa resposta consciente: “NOSSA VOCAÇÃO É O MAIOR DE TODOS OS DONS” (Testamento, 2)
“Não se trata de celebrar somente uma data histórica. Isto seria simplesmente fazer arqueologia e tudo se concluiria como um fato de crónica. Trata-se de ver estes 800 anos com o olhar de Deus, isto é: com os olhos da fé, contemplando tudo o que de bom fez o Senhor através de Francisco e da sua “plantinha” a Irmã Clara, contemplar todo o bom e o bem que o Senhor realizou e segue realizando através dos Irmãos Franciscanos e neste ano sobretudo através das Irmãs Clarissas de ontem e de hoje. Contemplando o passado com os olhos de Deus, com os olhos da fé, a história que aparentemente se apresenta como uma simples história humana, acaba sendo “história de salvação”. (São palavras do nosso Ministro Geral às Irmãs Clarissas do Brasil).
A história de Clara, vivendo em seu palácio com todos os condicionalismos de mulher medieval, não a impediu de fazer uma opção por Jesus Cristo.
Ela mesma nos diz no seu testamento (n.5): “O Filho de Deus fez-se nosso caminho, como nos mostrou e ensinou, por palavras e por exemplos o nosso Bem-aventurado Pai S. Francisco, seu apaixonado imitador.”
Clara, que vivia reclusa na torre do palácio familiar ouviu falar da conversão de Francisco e de como se despojou das roupas e do titulo paterno para, livre e liberto, seguir a Jesus Cristo e a Sua Santíssima Mãe, a senhora pobrezinha. Durante a quaresma também teve oportunidade de escutar as suas palavras de fogo que lhe queimaram o coração. Nunca mais o iria esquecer e, já no fim da sua vida, deixou-nos esta recordação no Testamento: “como nos mostrou e ensinou pela palavra e pelo exemplo o nosso bem-aventurado Pai S. Francisco.”
Clara percebeu a divina inspiração, como preciosa predilecção. Acolheu. E o acolhimento foi-lhe purificando a mente na escolha.
A pretexto de piedade, Clara, consegue sair da sua torre para se encontrar com Francisco. Partilha com ele a divina inspiração para seguir a vida dos Irmãos Menores. Francisco mostra-se relutante à ideia de uma jovem mulher nobre viver entre os leprosos. Resiste e orienta-a na oração de fé e de confiança.
Deus que chama dá a força para O seguir. No Testamento Clara recorda-nos quem e como tocou o seu coração: “depois que o Altíssimo Pai Celestial, pouco depois da conversão do nosso bem-aventurado Pai S. Francisco se dignou iluminar-me o coração para que, seguindo-lhe o exemplo, fizesse penitência, segundo a luz da graça que o Senhor me comunicou através da sua vida maravilhosa e da sua doutrina”.
No dia de Ramos Deus se manifesta pelo Bispo Guido. Um ramo: um sinal de Deus feito caminho na vida de Clara.
Francisco não resiste mais à inspiração divina. Mudar de lugar agora é real para Clara. Deixa o seu palácio e caminha para a Porciúncula;
Clara nunca esquecerá aquele dia: “prometi-lhe voluntariamente obediência”( TC 26). Como um Irmão Menor Clara, de livre vontade, prometeu obediência a Francisco confiando a sua vida e a sua vocação à Ordem dos Menores.
Diante da imagem da Virgem Maria Clara fez a sua Profissão: Seguir as pegadas de Nosso Senhor Jesus Cristo e de Sua Santíssima Mãe.
Francisco comprometeu-se a cuidar de Clara e de suas Irmãs como de seus próprios Irmãos e escreveu para elas uma Forma de Vida registada cuidadosamente, por Clara, no coração da sua regra. Esta Forma de Vida compendia o carisma vocacional de Clara e das Clarissas:
“Pois que por inspiração divina vos fizestes filhas e servas do altíssimo e soberano rei e Pai celestial e vos tornastes esposas do Espírito Santo, abraçando uma vida conforme a perfeição do santo Evangelho, eu quero e prometo em meu nome e em nome dos meus Irmãos, ter sempre para convosco, como tenho para com eles diligente cuidado e solicitude particular.” (Regra VI, 3-4).
Francisco reconhece que a vocação de Clara e das Irmãs aconteceu por inspiração Divina. Elas, fiéis a essa inspiração, tornaram-se “filhas e servas do Altíssimo Rei e Pai celestial e desposaram-se com Deus Espírito Santo.”
Há quatro partes distintas na FORMA DE VIDA:
• Filhas e servas de Deus
• Esposas do Espírito Santo
• Irmãs de Jesus Cristo Palavra – Santo Evangelho
• Irmãs de Francisco e dos Irmãos
Clara decidiu deixar a sua vida palaciana para seguir a vida simples e pobre de Francisco, na fidelidade a Deus que a inspirou, orientou e fortaleceu nessa opção.
Na Porciúncula diante da imagem da Virgem Maria prometeu observar o santo evangelho tornando-se Irmã, Mãe e Discípula de Jesus Cristo e esposa de Deus Espírito Santo: “Tal como a Virgem das Virgens o trouxe materialmente em seu seio assim também tu o podes trazer, de maneira espiritual, no teu corpo casto e virginal, seguindo as suas pegadas.” (3CCL)
Irmã dos Irmãos: Não somos Ordens distintas, somos uma mesma Ordem: “eu quero e prometo em meu nome e em nome dos meus Irmãos, ter sempre para convosco, como tenho para com eles diligente cuidado e solicitude particular”
Este é o CARISMA de Clara e de suas Irmãs, depois de serem fiéis à inspiração divina: Viver em fraternidade como filhas de Deus Pai, Esposas do Espírito Santo, Irmãs e Mães de Jesus Cristo; Irmãs e Mães das Irmãs, dos Irmãos e de todos as pessoas do mundo: “Porque o Senhor não nos colocou como espelho e exemplo somente para os outros homens, mas também, para as Irmãs que o Senhor chamou a viver a nossa vocação de modo que também elas se convertam em exemplo e espelho das pessoas que vivem no mundo.” (TC, 19-20)
A Mãe Clara na sua Regra é bem explícita: A Forma de Vida da Ordem das Irmãs Pobres, que São Francisco instituiu é esta: “Observar o Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, vivendo em obediência, sem próprio e em castidade”(Regra I, 1).
Obediência: Cristo, nosso Irmão mais velho, obedeceu ao Pai Celestial, obedeceu às leis judaicas e às leis civis, obedeceu a Maria e José. Ele é o nosso modelo de obediência com o exemplo e com a Palavra Evangélica.
Sem próprio: “Vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres, depois vem e segue-me”(Mt. 19,21)
Não ter nada próprio não é viver na miséria, mas sim viver livre e liberto para Deus.
Em castidade: É ter a consciência de que somos esposas do Espírito Santo. O Espírito santo nos habita e nos envolve e o nosso coração está livre para amar a todos: às Irmãs, aos Irmãos e a todas as pessoas: “Amai-vos umas às outras, porque se uma mãe ama e cuida de seu filho carnal com quanta mais solicitude uma Irmã não deve amar e cuidar de sua Irmã espiritual” (RC).
A vocação das Irmãs Clarissas
Trinitária:
• Filhas e servas do Altíssimo Senhor, Rei e Pai
• Esposas do Espírito Santo
• Irmãs e Mães de Jesus Cristo
Cristocêntrica:
Cristo, o Irmão mais velho que caminha connosco e é o alvo da nossa contemplação nos sustém, fortalece e anima. Clara centraliza toda a sua vida espiritual contemplativa e fraterna em Cristo e o aconselha as suas Irmãs.
Com Cristo no centro da nossa vida aí estão as Irmãs, os Irmãos e todas as criaturas, numa fraternidade universal.
Hoje as Irmãs Clarissas são cerca de trinta mil em todo o mundo.
Todas, unidas com toda a Ordem, estão vivendo este ano jubilar, num grande esforço para regressar às Fontes: à pureza, entusiasmo e criatividade do início.
Contamos com a vossa ajuda.
Irmã Maria do Lado de Jesus, OSC
A Ordem Franciscana celebra o ano jubilar pela fundação da segunda Ordem.
Em Portugal, as Irmãs Clarissas, com a aprovação do Presidente da Família Franciscana e a bênção do Ministro Geral, proclamaram um ano Vocacional, com o fim de voltar às origens da nossa vocação e por ela agradecer ao Pai das misericórdias que nos cumula de seus dons.
Como tema a iluminar a celebração deste ano vocacional o apelo do Apóstolo, repetido e vivido por Santa Clara: “CONHECE A TUA VOCAÇÃO” e a nossa resposta consciente: “NOSSA VOCAÇÃO É O MAIOR DE TODOS OS DONS” (Testamento, 2)
“Não se trata de celebrar somente uma data histórica. Isto seria simplesmente fazer arqueologia e tudo se concluiria como um fato de crónica. Trata-se de ver estes 800 anos com o olhar de Deus, isto é: com os olhos da fé, contemplando tudo o que de bom fez o Senhor através de Francisco e da sua “plantinha” a Irmã Clara, contemplar todo o bom e o bem que o Senhor realizou e segue realizando através dos Irmãos Franciscanos e neste ano sobretudo através das Irmãs Clarissas de ontem e de hoje. Contemplando o passado com os olhos de Deus, com os olhos da fé, a história que aparentemente se apresenta como uma simples história humana, acaba sendo “história de salvação”. (São palavras do nosso Ministro Geral às Irmãs Clarissas do Brasil).
A história de Clara, vivendo em seu palácio com todos os condicionalismos de mulher medieval, não a impediu de fazer uma opção por Jesus Cristo.
Ela mesma nos diz no seu testamento (n.5): “O Filho de Deus fez-se nosso caminho, como nos mostrou e ensinou, por palavras e por exemplos o nosso Bem-aventurado Pai S. Francisco, seu apaixonado imitador.”
Clara, que vivia reclusa na torre do palácio familiar ouviu falar da conversão de Francisco e de como se despojou das roupas e do titulo paterno para, livre e liberto, seguir a Jesus Cristo e a Sua Santíssima Mãe, a senhora pobrezinha. Durante a quaresma também teve oportunidade de escutar as suas palavras de fogo que lhe queimaram o coração. Nunca mais o iria esquecer e, já no fim da sua vida, deixou-nos esta recordação no Testamento: “como nos mostrou e ensinou pela palavra e pelo exemplo o nosso bem-aventurado Pai S. Francisco.”
Clara percebeu a divina inspiração, como preciosa predilecção. Acolheu. E o acolhimento foi-lhe purificando a mente na escolha.
A pretexto de piedade, Clara, consegue sair da sua torre para se encontrar com Francisco. Partilha com ele a divina inspiração para seguir a vida dos Irmãos Menores. Francisco mostra-se relutante à ideia de uma jovem mulher nobre viver entre os leprosos. Resiste e orienta-a na oração de fé e de confiança.
Deus que chama dá a força para O seguir. No Testamento Clara recorda-nos quem e como tocou o seu coração: “depois que o Altíssimo Pai Celestial, pouco depois da conversão do nosso bem-aventurado Pai S. Francisco se dignou iluminar-me o coração para que, seguindo-lhe o exemplo, fizesse penitência, segundo a luz da graça que o Senhor me comunicou através da sua vida maravilhosa e da sua doutrina”.
No dia de Ramos Deus se manifesta pelo Bispo Guido. Um ramo: um sinal de Deus feito caminho na vida de Clara.
Francisco não resiste mais à inspiração divina. Mudar de lugar agora é real para Clara. Deixa o seu palácio e caminha para a Porciúncula;
Clara nunca esquecerá aquele dia: “prometi-lhe voluntariamente obediência”( TC 26). Como um Irmão Menor Clara, de livre vontade, prometeu obediência a Francisco confiando a sua vida e a sua vocação à Ordem dos Menores.
Diante da imagem da Virgem Maria Clara fez a sua Profissão: Seguir as pegadas de Nosso Senhor Jesus Cristo e de Sua Santíssima Mãe.
Francisco comprometeu-se a cuidar de Clara e de suas Irmãs como de seus próprios Irmãos e escreveu para elas uma Forma de Vida registada cuidadosamente, por Clara, no coração da sua regra. Esta Forma de Vida compendia o carisma vocacional de Clara e das Clarissas:
“Pois que por inspiração divina vos fizestes filhas e servas do altíssimo e soberano rei e Pai celestial e vos tornastes esposas do Espírito Santo, abraçando uma vida conforme a perfeição do santo Evangelho, eu quero e prometo em meu nome e em nome dos meus Irmãos, ter sempre para convosco, como tenho para com eles diligente cuidado e solicitude particular.” (Regra VI, 3-4).
Francisco reconhece que a vocação de Clara e das Irmãs aconteceu por inspiração Divina. Elas, fiéis a essa inspiração, tornaram-se “filhas e servas do Altíssimo Rei e Pai celestial e desposaram-se com Deus Espírito Santo.”
Há quatro partes distintas na FORMA DE VIDA:
• Filhas e servas de Deus
• Esposas do Espírito Santo
• Irmãs de Jesus Cristo Palavra – Santo Evangelho
• Irmãs de Francisco e dos Irmãos
Clara decidiu deixar a sua vida palaciana para seguir a vida simples e pobre de Francisco, na fidelidade a Deus que a inspirou, orientou e fortaleceu nessa opção.
Na Porciúncula diante da imagem da Virgem Maria prometeu observar o santo evangelho tornando-se Irmã, Mãe e Discípula de Jesus Cristo e esposa de Deus Espírito Santo: “Tal como a Virgem das Virgens o trouxe materialmente em seu seio assim também tu o podes trazer, de maneira espiritual, no teu corpo casto e virginal, seguindo as suas pegadas.” (3CCL)
Irmã dos Irmãos: Não somos Ordens distintas, somos uma mesma Ordem: “eu quero e prometo em meu nome e em nome dos meus Irmãos, ter sempre para convosco, como tenho para com eles diligente cuidado e solicitude particular”
Este é o CARISMA de Clara e de suas Irmãs, depois de serem fiéis à inspiração divina: Viver em fraternidade como filhas de Deus Pai, Esposas do Espírito Santo, Irmãs e Mães de Jesus Cristo; Irmãs e Mães das Irmãs, dos Irmãos e de todos as pessoas do mundo: “Porque o Senhor não nos colocou como espelho e exemplo somente para os outros homens, mas também, para as Irmãs que o Senhor chamou a viver a nossa vocação de modo que também elas se convertam em exemplo e espelho das pessoas que vivem no mundo.” (TC, 19-20)
A Mãe Clara na sua Regra é bem explícita: A Forma de Vida da Ordem das Irmãs Pobres, que São Francisco instituiu é esta: “Observar o Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, vivendo em obediência, sem próprio e em castidade”(Regra I, 1).
Obediência: Cristo, nosso Irmão mais velho, obedeceu ao Pai Celestial, obedeceu às leis judaicas e às leis civis, obedeceu a Maria e José. Ele é o nosso modelo de obediência com o exemplo e com a Palavra Evangélica.
Sem próprio: “Vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres, depois vem e segue-me”(Mt. 19,21)
Não ter nada próprio não é viver na miséria, mas sim viver livre e liberto para Deus.
Em castidade: É ter a consciência de que somos esposas do Espírito Santo. O Espírito santo nos habita e nos envolve e o nosso coração está livre para amar a todos: às Irmãs, aos Irmãos e a todas as pessoas: “Amai-vos umas às outras, porque se uma mãe ama e cuida de seu filho carnal com quanta mais solicitude uma Irmã não deve amar e cuidar de sua Irmã espiritual” (RC).
A vocação das Irmãs Clarissas
Trinitária:
• Filhas e servas do Altíssimo Senhor, Rei e Pai
• Esposas do Espírito Santo
• Irmãs e Mães de Jesus Cristo
Cristocêntrica:
Cristo, o Irmão mais velho que caminha connosco e é o alvo da nossa contemplação nos sustém, fortalece e anima. Clara centraliza toda a sua vida espiritual contemplativa e fraterna em Cristo e o aconselha as suas Irmãs.
Com Cristo no centro da nossa vida aí estão as Irmãs, os Irmãos e todas as criaturas, numa fraternidade universal.
Hoje as Irmãs Clarissas são cerca de trinta mil em todo o mundo.
Todas, unidas com toda a Ordem, estão vivendo este ano jubilar, num grande esforço para regressar às Fontes: à pureza, entusiasmo e criatividade do início.
Contamos com a vossa ajuda.
Irmã Maria do Lado de Jesus, OSC
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