Leitores e Bar CCF 2022

23 de dezembro de 2023

Feliz Natal

 


25 de dezembro de 2023

Ano B (Missa do Dia - Leituras únicas)

  Introdução à Liturgia:

 Celebramos, hoje, o Natal do Senhor. Somos convidados a dirigir o nosso olhar e contemplar o amor de Deus, manifestado e testemunhado na incarnação de Jesus – o Deus Menino – que nos foi dado. Ele é a “Palavra” que se faz pessoa e vem habitar no meio dos homens, a fim de nos oferecer a vida em plenitude e nos elevar à dignidade de “filhos de Deus”.

 Introdução às Leituras:

 A primeira leitura anuncia a chegada do Deus libertador. Ele é o rei que traz a paz e a salvação, proporcionando ao seu Povo uma era de felicidade sem fim. Assim diz Isaías: “Como são belos os pés do Mensageiro que anuncia a paz”. Ele é esse Mensageiro que nos convida e desafia a ser também mensageiros como Ele.

 A segunda leitura apresenta, em traços largos, o plano salvador de Deus. Insiste, sobretudo, que esse projeto alcança a sua plenitude em Jesus, pois Ele é a “Palavra” de Deus que os homens devem escutar e acolher.

 O Evangelho, tomado do início do texto de S. João, apresenta-nos Jesus como a plenitude da Palavas, o Logos de Deus. Contemplá-lo é acolher essa Palavra feita vida entre nós e descobrir nela a Luz que nos guia e conduz até ao Pai, tornando-nos assim o Homem Novo, o homem da vida em plenitude, o homem que vive numa relação filial com Deus.

Padre João Lourenço, OFM

4.º Domingo do Advento

 Advento IV: A vela do serviço  

1.º Leitor:

Maria foi chamada por Deus para desempenhar um papel especial, como serva do Senhor ao serviço do Seu projeto salvador (o acólito acende a 4ª vela).

2.º Leitor:

Esta é a vela do serviço: Deus chama Maria para ser a Mãe do Senhor. Mesmo quando lhe pareceu tarefa impossível, para além das suas forças, ela disse sim a Deus. Tenhamos nós também essa confiança e coragem, dizendo: SIM, AQUI ESTOU!

Cântico (Refrão)

 Resposta - Celebrante:

Deus, nosso Auxílio e Fortaleza, as necessidades do mundo parecem tão grandes, e a nossa força tão pequena. Ajuda-nos a responder ao Teu chamamento como Maria o fez, por nosso Senhor, Jesus Cristo na unidade do Espírito Santo. Amén.


Introdução à Liturgia

A liturgia deste Domingo, o 4º do Advento, aproxima-nos ao mistério do Natal do Senhor, referindo repetidamente o projeto de salvação que Deus tem para oferecer aos homens. Esse projeto, anunciado já no Antigo Testamento, torna-se agora uma realidade concreta e plena na Incarnação de Jesus. É esta proximidade que somos convidados a preparar e a celebrar.

Introdução à Liturgia

A primeira leitura apresenta a “promessa” de Deus feita a David de que o Messias futuro havia de ser um descendente seu. Deus anuncia, pela boca do profeta Natã, que nunca abandonará o seu Povo nem desistirá de o conduzir ao encontro da felicidade e da realização plena. Por esta “promessa”, Deus oferecerá ao seu Povo a estabilidade, a segurança, a paz, e uma felicidade sem fim.

A segunda leitura, da Carta aos Romanos, diz-nos que o projeto de salvação, preparado por Deus desde sempre, se manifestou, em Jesus, a todos os povos, de modo que toda a humanidade possa constituir a verdadeira família de Deus.

O Evangelho refere-se ao momento em que Jesus encarna na história dos homens, a fim de lhes trazer a salvação e a vida definitivas. Por Maria, o Evangelho mostra-nos como a concretização do projeto de Deus só é possível quando damos o nosso sim e nos disponibilizamos para o serviço do Reino: ‘Faça-se em mim a Vossa Palavra’.

Padre João Lourenço, OFM


Vigília de Natal: a Vela de Cristo

(Após o Evangelho o celebrante acende a Vela do Natal)


Leitor:

Esta é a vela de Cristo. Dois nomes foram dados ao Deus-Menino na narrativa de São Mateus: Jesus, que significa "Deus salva"; Emanuel que significa "Deus está connosco". Acolhamos inteiramente o Dom desta vinda. Somos convidados neste Natal a viver, mais uma vez, a plenitude do Amor de Deus.

Resposta - Celebrante:

Com os anjos e os pastores, vamos a Jesus com alegria e louvor! Que através da sua vinda a cada um de nós, sejamos preenchidos de amor, fé, alegria e paz. Amén.

 


20 de dezembro de 2023

Indulgência Plenária


Indulgência Plenária 
 - 08/12/2023 a 02/02/2024

2023 é um ano muito importante para a Ordem Franciscana. A Regra Bulada (viver o Santo Evangelho de Jesus Cristo na obediência, pobreza e castidade), escrita por São Francisco de Assis e confirmada pelo Papa Honório III e a representação do Nascimento de Cristo recriada pelo frade completam 800 anos.

Para celebrar e reviver este carisma, a Penitenciária Apostólica do Vaticano (também conhecida como Tribunal da Misericórdia) concedeu indulgência plenária a todos os fiéis que, a partir desta sexta-feira (8), Solenidade da Imaculada Conceição, até 2 de fevereiro de 2024 (Festa da Apresentação de Nosso Senhor Jesus Cristo) visitarem uma igreja franciscana.

“Dentro do Centenário, no dia 17 de abril de 2023, nós enviamos ao Santo Padre o seguinte pedido: ‘Com o fim de promover a renovação espiritual dos fiéis e incrementar a vida de graça, pedimos que do dia 8 de dezembro de 2023, Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-aventurada Virgem Maria, até o dia 2 de fevereiro de 2024, Festa da Apresentação do Senhor, que todos aqueles que visitem alguma das igrejas que pertencem à família franciscana de todo o mundo e que por um momento permaneçam em oração diante de um presépio, que possam lucrar a Indulgência plenária seguindo as habituais condições. Assim como também aqueles que estão enfermos ou impossibilitados fisicamente, possam igualmente usufruir do dom da Indulgência plenária, oferecendo os seus sofrimentos ao Senhor ou cumprindo práticas de piedade, diz o pedido feito pela Conferência Franciscana.

Indulgência Plenária

Aqui no A12 você pode saber mais sobre as indulgências. 

Segundo o Catecismo da Igreja Católica, a indulgência “é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa (remissão)”, ou seja, já perdoados na confissão sacramental.

A indulgência serve para apagar parcial ou totalmente os resquícios do mal cometido, pois é necessário estar totalmente puro e santo para chegar ao Céu. Ganha-se uma indulgência por dia. 

Como lucrar a indulgência?

  • Confessar-se ou estar em estado de graça (se for o caso, buscar a confissão na semana);
  • Ir até uma Igreja franciscana e rezar diante da cena do presépio;
  • Participar da Eucaristia;
  • Rezar o “Creio” (Profissão de Fé) e rezar um Pai-Nosso, uma Ave-Maria e um Glória ao Pai pelo Papa e pelas intenções que ele traz no coração, para o bem da Igreja e do mundo inteiro.

3.º Domingo do Advento

17 de dezembro de 2023

Advento III: A vela do testemunho

1.º Leitor:

Ser testemunha significa partilhar a verdadeira história da salvação, de Deus connosco. O Evangelho é a história verdadeira de onde nasce o testemunho (o acólito acende a 3.ª vela).

2.º Leitor:

Esta é a vela do testemunho. João Batista foi a voz do testemunho. Ele apontava para Jesus Cristo por palavras e ações. Nós também somos chamados a apontar para Jesus Cristo por meio de nossas palavras, gestos, atitudes e ações.

Cântico (Refrão)

 

Resposta - Celebrante:

Senhor, Nosso Deus, assim como as velas do advento brilham, possamos nós também brilhar como testemunhas de Teu Filho Jesus, que vem novamente ao nosso mundo trazendo amor, paz e justiça, por Jesus Cristo, nosso Senhor. Amén.

São João Batista e São Francisco de Assis Pintura de El Greco


Introdução à Liturgia

 

As leituras do 3º Domingo do Advento garantem-nos que Deus tem um projecto de salvação e de vida plena para propor aos homens e para os fazer passar das “trevas” à “luz”. É esse projecto que fundamenta a alegria e a esperança da vida cristã e é nele que encontramos as motivações da nossa caminhada que nos leva até Deus.

Introdução às Leituras

Na primeira leitura, o profeta, já do período do pós-exílio, apresenta-se aos habitantes de Jerusalém com uma “boa nova” de Deus. A missão deste “profeta”, ungido pelo Espírito, é anunciar um novo, de vida plena e de tempo felicidade sem fim, um tempo de salvação que Deus vai oferecer aos “pobres” que n’Ele confiam e que d’Ele aguardam a salvação.

 Na segunda leitura Paulo explica aos cristãos da comunidade de Tessalónica a atitude que é preciso assumir enquanto se espera o Senhor que vem e como devemos aguardar o Seu encontro. Paulo pede-lhes que sejam uma comunidade “santa” e irrepreensível, isto é, que vivam alegres, em atitude de louvor e de adoração, abertos aos dons do Espírito e aos desafios de Deus.

 O Evangelho apresenta-nos João Baptista como sendo a “voz” que prepara os homens para acolher Jesus, a “luz” do mundo. João é o arauto d’Aquele que vai chegar e o seu objectivo é apenas o de levar os seus interlocutores a acolher e a “conhecer” Jesus. João não fala de si, mas apenas d’Ele.

Padre João Lourenço, OFM


SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO

 


(08.12.2023)

Introdução à Eucaristia

 Uma das presenças marcantes do tempo do Advento é a de Maria, a Mãe do Senhor, na celebração da sua Imaculada Conceição. Para além de celebrarmos aquela em quem habitou a plenitude da graça, também celebramos a Mãe do Verbo de Deus encarnado, figura e modelo da Igreja e de cada crente, chamados como ela para sermos os portadores do seu amor. A Senhora do Advento é também a Mulher da escuta da Palavra, do acolhimento e da fidelidade.

 Introdução às Leituras

 A primeira leitura, recorrendo à imagem de Eva, prepara-nos para olhar para Maria como a Nova Eva, a Mãe do tempo novo que, pela sua fidelidade, gerou a vida nova em Cristo, enquanto Eva, pela soberba e pelo pecado, foi geradora de morte.

 A segunda leitura garante-nos que Deus tem um projecto de vida plena, verdadeira e total para cada homem e para cada mulher – um projecto que desde sempre esteve e está no coração do próprio Deus. Esse projeto, apresentado aos homens através de Jesus Cristo, exige de cada um de nós uma resposta decidida, total e sem subterfúgios.

O Evangelho apresenta a resposta de Maria ao plano de Deus. Ao contrário de Adão e Eva, Maria rejeitou o orgulho, o egoísmo e a autossuficiência e preferiu abrir a sua vida, de forma total e radical, ao plano de Deus. Do seu “sim, o fiat” que traduz a sua total disponibilidade nasce a nova humanidade e configura, desde logo, a Igreja de que que ela é a imagem redimida.

Padre João Lourenço, OFM

12 de dezembro de 2023

2.º Domingo do Advento

 Advento II: A vela da preparação

1.º Leitor:

Sempre que acontecem comemorações significativas nas nossas vidas, preparamo-nos cuidadosamente com todo o empenho. O Evangelho convida-nos a fazer essa preparação para a vinda de Cristo (o acólito acende a 2ª vela).

2.º Leitor:

Esta é a vela da preparação. Até que ponto, estamos dispostos a prepararmo-nos para a vinda de Cristo? Nossas vozes são convidadas a unirem-se à voz de João Batista na preparação do ‘caminho do Senhor’.

Cântico (Refrão)

 Resposta - Celebrante:

Desperta os nossos corações, ó Senhor, para prepararmos o caminho do Teu Filho. Assim como Tu te ofereceste a nós, possamos todos, em serviço, ajudar o mundo a estar pronto para a tua vinda, por Jesus Cristo nosso Senhor. Amén.


10 de dezembro de 2023

Introdução à Liturgia

A liturgia do segundo domingo de Advento convida-nos a ‘preparar os caminhos do Senhor’. Este convite dirige-se a cada um de nós e tem duas dimensões: preparar os caminhos para que o Senhor possa entrar na nossa vida e para que nós possamos ir também ao Seu encontro. O advento abre-nos à esperança do encontro: d’Ele que vem e de cada um de nós que vai. O encontro é Natal. Por isso, o grito de hoje é um convite: Preparai os caminhos do Senhor!

 Introdução às Leituras

 Na primeira leitura, o profeta da época do Exílio testemunha aos que estão no exílio da Babilónia que Deus não se esquece deles e, de novo, os fará regressar à sua terra, à sua cidade, àquele espaço onde eles poderão de novo refazer e reconstruir a sua vida. Será uma caminhada triunfante, pois será feita na esperança e na alegria do encontro.

 

A segunda leitura abre o coração dos crentes para um outro encontro, o encontro definitivo na comunhão com Deus, na segunda vinda de Jesus. É nesta esperança que se constrói o Reino de Deus. Para tal, temos de pautar a nossa caminhada por uma dinâmica de contínua conversão; só assim preparamos “os novos céus e a nova terra onde habita a justiça”.

 

No Evangelho, encontramos a figura de João Baptista, o grande arauto que nos indica os caminhos do Senhor. Ele é a grande figura do Advento, pois tudo n’Ele nos aponta para ‘Aquele que está prestes a chegar’. Esse é que é o Messias, é Ele a Palavra, enquanto João é apenas a voz que se ergue para proclamar a Palavra verdadeira que vai chegar.

Padre João Lourenço, OFM

2 de dezembro de 2023

1º DOMINGO DO ADVENTO – ANO B

 Advento I: A vela da vigilância

 1.º Leitor:

No Advento preparamo-nos para a vinda de Jesus Cristo ao mundo. O Evangelho convida-nos a estar vigilantes na fé. Esta vigilância é também uma forma de superar este estado de pandemia que nos rodeia (o acólito acende a 1.ª vela). 

2.º Leitor:

Esta é a vela da vigilância. Jesus Cristo chama-nos a estar prontos para anunciar e testemunhar o seu nome.

Cântico (Refrão)

Resposta - Celebrante:

Senhor Deus, nós te louvamos pela vinda de Jesus. Ajuda-nos a estar atentos para poder anunciar a vinda do Teu Reino e proclamar a Boa-Nova, por Jesus Cristo nosso Senhor. Amén.  

Introdução à Liturgia

Iniciamos hoje, com a liturgia do primeiro Domingo do Advento, um novo ano litúrgico e a preparação do Natal. Ao longo deste ano litúrgico vamos celebrar e viver os mistérios da vida do Senhor acompanhados pelo Evangelho de S. Marcos que nos convida a descobrir Jesus como o verdadeiro messias, o autêntico salvador que Deus oferece e propõe ao homem. Neste contexto de pandemia, o Advento pode ajudar-nos a interiorizar a nossa vida e a fazer da esperança uma nova forma de estar e de viver. 

Introdução às Leituras

A primeira leitura é um apelo dramático ao Deus que é “pai” e “redentor”, no sentido de vir ao encontro de Israel para o libertar do pecado e para recriar um Povo de coração novo. O profeta não tem dúvidas: a essência de Deus é amor e misericórdia, “qualidades” que levam o Seu povo a confiar plenamente n’Ele. É um texto admirável de Isaías que nos ajudará a fazer uma verdadeira preparação.

A segunda leitura mostra como Deus Se faz presente na história e na vida de uma comunidade crente, através dos dons e carismas que gratuitamente derrama sobre o seu Povo. É também um convite à esperança, à vigilância, para que não nos deixemos seduzir pelos enganos do tempo presente nem abater pela crise que nos envolve.

O Evangelho convida os crentes a olhar a História com esperança e a enfrentar os seus desafios com coragem, determinação e fé, animados pela certeza de que “o Senhor vem” e está sempre presente. Para o crente, a vida é sempre um tempo de compromisso ativo e efetivo na construção do Reino de Deus.

Padre João Lourenço, OFM

Solenidade de Cristo Rei do Universo

 (26.11.2023)

      Introdução à Liturgia                                          

Celebramos hoje, neste último domingo do ano litúrgico, a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. As leituras deste domingo falam-nos do Reino de Deus, desse reino que Jesus veio anunciar e apresentar-nos como sendo a grande proposta que Deus nos faz. Esse reino que é como uma semente, a semente da verdade e do bem que deve crescer no coração de cada crente.

       Introdução às Leituras

A primeira leitura, do livro de Ezequiel, recorre à imagem do Bom Pastor para apresentar Deus e para definir a sua relação com os homens. Realçando a autoridade de Deus, a imagem sublinha o carinho, a preocupação e a ternura que Deus dispensa àqueles a quem ama, orientando-os nos caminhos da história e estando ao seu lado para lhes apontar metas e horizontes.

Na segunda leitura, Paulo diz-nos que este reino tem os gérmenes de vida na ressurreição de Jesus e é nessa vida nova que tudo encontra sentido. Tudo nasce daí e tudo converge para a plenitude Deus, ‘até que Ele seja tudo em todos’. É Cristo que nos conduz a este Reino definitivo.

O Evangelho apresenta-nos, numa espécie de síntese dramática, a soberania de Jesus que se manifesta num quadro de julgamento, mostrando que o Reino se concretiza nas boas obras, mormente naquelas que parecendo insignificantes são o testemunho da verdadeira grandeza de Deus. É aqui que estão as autênticas sementes do Reino.

Padre João Lourenço, OFM

33º DOMINGO DO TEMPO COMUM

(19.11.2023) 

A parábola dos talentos no vitral no St Michael Cornhill 

   Introdução à Eucaristia:

A liturgia deste domingo convida-nos a refletir sobre a forma e o modo como aplicamos os nossos talentos, os nossos dons. Colocamo-los ao serviço do reino de Deus ou apenas e só sob a tutela dos nossos interesses pessoais e imediatos? O trabalho, na sua dimensão fraterna e social, é a melhor expressão da nossa comunhão fraterna e do testemunho cristão. 

      Introdução às Leituras:

Na primeira leitura, do livro dos Provérbio, faz-se o elogio da mulher prudente, da esposa e mãe que coloca ao serviço de Deus, na família e nos seus labores, todo o encanto e empenho do coração para servir os outros e os fazer felizes. Na simplicidade do lar se vive uma das dimensões mais encantadoras da vida cristã.

A segunda leitura, continuando a reflexão dos domingos anteriores, diz-nos que o ‘dia do Senhor’ acontece na nossa vida sem o esperamos, porventura quando nem pensamos na sua proximidade, o que quer dizer que o cristão deve estar atento aos sinais que Deus vai fazendo despontar na sua caminhada.

O Evangelho oferece-nos, através de uma parábola, uma bela reflexão sobre o modo como exercemos os dons que o Senhor nos concedeu. Aderir a Cristo implica um empenho renovado pela transformação do mundo, das estruturas sociais e o empenho total nas causas do bem comum, da justiça e da fraternidade. 

Padre João Lourenço, OFM

31º Domingo do Tempo Comum - 2023


Introdução à liturgia:

A celebração da eucaristia, para além de ser o momento privilegiado do nosso encontro com a Palavra de Deus, acolhida e celebrada, é também o momento do confronto entre a nossa vida e as suas múltiplas expressões da nossa identidade vivencial. Uma das dimensões mais significativas deste nosso confronto com a Palavra diz respeito à coerência da nossa vida e à autenticidade do nosso testemunho. Jesus faz-se eco desse imperativo e deixa-nos a advertência para a necessidade da coerência da nossa fé. 

Introdução às leituras:

A 1ª leitura, do livro do profeta Malaquias, faz-se eco da incoerência do povo de Israel que não só abandona a Lei do Senhor, mas chega ao ponto de a desprezar e de proceder à deturpação do seu ensino, de modo que ela se torna torpeço e ruína face à verdadeira vivência na fidelidade à aliança.                 

Na 1ª Carta aos Tessalonicenses, Paulo deixa-nos o seu testemunho pessoal e fala-nos do seu empenho na evangelização da comunidade de Tessalónica e do modo como os crentes aceitaram o Evangelho e se empenham na sua vivência. É esta resposta ao anúncio da Palavra que deixa Paulo feliz e agradecido. 

No Evangelho, Mateus fala-nos da forma como Jesus condena a descarada hipocrisia dos Mestres do seu tempo que se servem da Palavra e não estão ao serviço da Palavra. As advertências de Jesus não são apenas uma realidade do seu tempo; elas são sempre atuais, pois são um desafio permanente à coerência da nossa fé e ao testemunho de verdade que todos somos chamados a dar.

Padre João Lourenço, OFM

  

Solenidade de Todos os Santos

 


(1 de novembro 2023)

Introdução à liturgia:

A Igreja celebra hoje um dos dias mais emblemáticos e significativos do seu calendário litúrgico. Desta vez, a centralidade da nossa liturgia está focada no seguimento de Jesus, nas propostas de vida em ordem à santidade: ‘Sede Santos’ porque Eu sou santo’. Este é o apelo de Deus ao seu povo no livro do Levítico. Hoje, celebramos a santidade a que somos chamados e também os nossos Irmãos que a viveram e a testemunharam.

 Introdução às leituras:

A primeira leitura, tomada do Livro do Apocalipse, apresenta-nos a grande festa da santidade, de todos aqueles que ‘banharam’ as suas vidas no sangue do Cordeiro. Por isso, celebram festivamente a sua glorificação. É a festa da universalidade do povo de Deus, onde todos são acolhidos: uma multidão incontável, vinda de todos os povos, raças e nações; Ninguém está excluído dela.                     

A segunda leitura fala-nos daquilo que nos faz santos e filhos de Deus: o amor. Este é o nosso fermento de santidade, uma santidade que nos abre à plenitude de Deus e à comunhão fraterna com todos os irmãos.

Como chegar à santidade? Qual o código de vida que devemos seguir? Há algum caminho que nos conduza a essa plenitude de vida? A regra é a vivência das bem-aventuranças, o verdadeiro caminho de santidade que Jesus viveu e nos deixou como itinerário a seguir.

Padre João Lourenço, OFM

30º Domingo do Tempo Comum


(29.10.2023)

Introdução à liturgia:

A vida cristã não é nem se reduz a um mero sentimento de afeição e compaixão pelos outros. Pelo contrário, tal como nos é proposto pela liturgia de hoje, ela tem no seu centro a vivência concreta do amor e da partilha: o amor está no centro da vivência cristã, seja qual for a forma como fazemos essa experiência de fé. O que Deus pede a cada um é que deixe o seu coração ser tocado pelo amor.

Introdução às leituras:

A primeira leitura fala-nos do código da Aliança, o centro da vida e da identidade do povo de Israel e faz parte integrante do projeto de Deus para o Seu povo. Aí se fala de situações concretas que exigem o envolvimento pessoal e não apenas um sentimento vazio que manda para os outros, mormente para os anónimos, as exigências que decorrem da nossa identidade cristã.                   

A segunda leitura, por sua vez, apresenta-nos o exemplo da comunidade cristã de Tessalónica que, apesar da hostilidade e da perseguição, aprendeu a percorrer, com Cristo e com Paulo, o caminho do amor e do dom da vida. Foi assim que, dessa experiência comum, nasceu uma verdadeira família de irmãos, tendo o evangelho como fundamento de vida.

Em forma de diálogo entre Jesus e os fariseus, o Evangelho diz-nos, claramente e sem rodeios, que a autenticidade da minha fé está no meu agir e não no meu discurso, na minha ação e não na minha retórica discursiva, assumindo de forma pessoal o que a cada um compete fazer. Esta é a forma de dar sentido à nossa fé.

Padre João Lourenço, OFM


Domingo 29º do Tempo Comum

 

Domingo das Missões - 2023

Introdução à Liturgia:

A liturgia deste domingo – dia mundial das Missões – apresenta-nos uma dimensão importante da nossa relação com as realidades temporais, sociais e políticas em que devemos privilegiar a palavra de Deus e encontrar nela os critérios das nossas opções.  As ambiguidades que persistem e nos envolvem dificultam, muitas vezes, a prontidão e a clareza das respostas que damos a este desafio que é feito a cada um de nós. Dia mundial das missões é também uma ótima oportunidade para refletir acerca do que é a missão da Igreja e de cada cristão nesta relação com o mundo em que nos encontramos.

 Introdução às Leituras:

Na 1ª leitura, Isaías apresenta como elementos fundamentais da sua mensagem o universalismo da salvação, da eleição e da escolha de Deus que se estende a todos os povos. À semelhança de outros profetas, mostra que Deus se serve de outros povos e dos seus governantes para advertir Israel do seu mau procedimento, mormente da sua infidelidade. No dia mundial das Missões, este texto diz-nos que temos de deixar a nossa ‘zona de conforto’, instalados em oportunos apartamentos e pensar que estamos a missionar. É necessário sair, ir ao encontro, abrirmo-nos aos outros.

          A 2ª leitura da nossa eucaristia é a introdução e saudação de Paulo, e de seus colegas de missão, à comunidade de Tessalónica. São palavras simples, mas que traduzem a relação profunda, vivida e sentida, que existia entre a Comunidade e aqueles que por ela tinham passado a difundir a mensagem do Evangelho.

 O Evangelho trás até nós o eco de uma das questões mais complexas do tempo de Jesus. As reações da sociedade judaica face à presença e aos efeitos da dominação romana eram transversais a todo o tecido social, embora nem todos se manifestassem da mesma forma. A resposta dada por Jesus não é uma fuga à questão, mas sim a abertura a uma outra realidade, a uma outra dimensão que é aquela de que ele se faz portador: ‘Dar a Deus’ o que é de Deus.

Padre João Lourenço, OFM

28.º Domingo do Tempo Comum

(15.10.2023)

Introdução à Liturgia:

O tema do banquete e do encontro que simboliza a comunhão entre Deus e o homem, muito presente em textos proféticos, é um desafio que a Palavra de Deus nos faz em ordem a superar as marcas da exclusão humana e introduzir-nos numa relação de amor e de comunhão com Deus. Num tempo como este em que vivemos, procurar formas de comunhão é um imperativo da nossa fé. É a este banquete, de que a eucaristia é o momento central, que nós também somos chamados. 

Introdução às Leituras:

Na 1ª leitura, Isaías oferece-nos dois temas muito caros à Teologia deste profeta e que marcam o judaísmo e a fé bíblica do seu tempo: o tema do Banquete como forma de traduzir a relação de amor e de comunhão de Deus com o Seu povo, deixando o convite aberto a todos os povos para que acolham o ‘alimento’ da Palavra de Deus. 

A 2ª leitura constitui um dos mais belos e impressionantes testemunhos de Paulo. A comunidade dos Filipenses foi uma das mais agradecidas a Paulo, aquele que lhes levou a mensagem de Jesus. Paulo retribui essa generosidade reconhecido, deixando-nos um testemunho de grande despreendimento e de dedicação total à causa do Evangelho.

 No Evangelho, estamos em presença da 3ª parábola consecutiva que Jesus dirige aos membros do Sinédrio, o órgão judaico de governo para as questões da lei e da sua interpretação. Jesus quer mostrar que é necessário ter um coração novo e aberto para acolher o Reino. O Judaísmo tinha perdido essa dimensão de comunhão, de banquete e de partilha, para se tornar num sistema jurídico e legalista, recusando por isso mesmo acolher a mensagem de Jesus.

Padre João Lourenço, OFM