Retalhos Como Francisco e Clara de Assis, a Fraternidade a todos saúda em Paz e Bem!Retalhos

7 de setembro de 2020

20º Domingo do Tempo Comum

 

Tiro, Líbano

Sidon, Líbano

A sociedade de hoje está marcada pela questão do acolhimento e da inclusão. De inúmeras formas, sentimos diariamente esta questão que assume por vezes contornos religiosos. Jesus sentiu também este problema, já que o judaísmo do seu tempo vivia uma realidade fechada em si mesmo, mormente nas questões das práticas rituais e da relação com aqueles que não eram judeus. Ontem, como hoje, encontramos em Jesus respostas para questões que são eternas: como acolher o outro.

Introdução às leituras:
Na 1ª leitura, Isaías fala-nos do acolhimento que o povo de Israel devia dispensar àqueles que, mesmo não pertencendo ao povo eleito, eram também amados e sinais do amor universal de Deus. Para o profeta, esse era um dever imposto a Israel.
A segunda leitura, da Carta aos Romanos, Paulo fala-nos da salvação universal que Deus oferece a todos os povos que através de Cristo chegam à plena comunhão com Deus. É por Ele que todos alcançam a misericórdia divina.
No texto do Evangelho, tomando as palavras de Jesus, S. Mateus faz uma aplicação dessas palavras em 1ª pessoa; ele, que fora também uma das ovelhas desgarradas do povo eleito, tornou-se beneficiário da misericórdia divina que em Jesus se estende e alarga a todos, incluindo a própria mulher cananeia que implora a sua salvação.
Padre João Lourenço, OFM

Solenidade da Assunção da Virgem Santa Maria

Visitação - Rogier van der Weyden - c. 1435 - Museum der bildenden Künste - Leipzig
15 de Agosto de 2020

 Hoje, é um dia solene para a Igreja; a festa que celebramos – a Assunção de Nossa Senhora – é a solenidade da plenitude de Maria, elevada à glória da Trindade, e é também a solenidade da plenitude da Igreja, de que Maria é imagem e primícias. N’Ela se cumprem as palavras do Magnificat: Deus a enalteceu, porque Ele eleva os humildes e os cumula de bens. A glória da Virgem Maria faz-nos também participantes da esperança que anima a nossa caminhada: chegar um dia à plenitude da glória do Pai.

Introdução às Leituras
Na primeira leitura, o livro do Apocalipse recorre a uma visão para nos descrever, de forma simbólica, Maria como símbolo da Igreja que luta para testemunhar a salvação que brota do Menino gerado pela Mãe. Da mãe Maria, surge a mãe Igreja que anuncia e testemunha no tempo a esperança da salvação.
Na segunda leitura, da 1ª Carta aos Coríntios, Paulo fala-nos da vitória de Cristo, o novo Adão. Na sua ressurreição todos renascemos para a vida nova e é nessa vida nova que chegamos à plenitude da comunhão com Deus.
No Evangelho, temos a visitação de Maria a Isabel, completada depois pelo hino do Magnificat. Ela é a mensageira da nova-aliança, Aquela que Deus escolheu para morada do Seu Filho. Por isso, ela canta, agradecida, todos os dons com que Deus beneficiou o Seu povo.
Padre João Lourenço, OFM

11 de agosto de 2020

11 de agosto - Santa Clara de Assis




 

10 de agosto de 2020

19º Domingo do Tempo Comum

Jesus Cristo é o Senhor

9 de Agosto de 2020  - Ano A

Introdução à Liturgia:

A liturgia deste Domingo convida-nos a olhar para Jesus como Aquele que nos revela o rosto sereno de Deus, de um Deus que está próximo e que se dá a conhecer nas coisas simples que constituem o nosso espaço existencial. É por elas que Deus chega até nós e se aproxima para nos ajudar a superar as tormentas da vida.

Introdução às Leituras:

A peregrinação interior é uma condição fundamental para a nossa experiência cristã. A primeira leitura convida-nos, à semelhança de Elias, a fazer essa peregrinação ao encontro de Deus, a subir ao Monte e a descobrí-l’O na humildade, na simplicidade, na interioridade, na brisa suave que chega até nós. 

Na segunda leitura, Paulo convida os seus concidadãos da Comunidade de Roma a aceitar Jesus como Messias, como Salvador, partindo das próprias instituições do Antigo Testamento que já apontavam para Cristo. Elas eram um caminho; Jesus Cristo é a meta da plena comunhão com o Pai.

O Evangelho apresenta-nos uma reflexão sobre a caminhada histórica dos discípulos, enviados à “outra margem” a propor aos homens o anúncio do Reino. Nessa missão, a comunidade do Reino não está sozinha, à mercê das forças do mal. Em Jesus, o Deus do amor e da comunhão, vem ao encontro dos discípulos, estende-lhes a mão, dá-lhes a força para vencer a adversidade, a desilusão, a hostilidade do mundo. Os discípulos são convidados a reconhecê-l’O, a acolhêl’O e a aceitá-l’O como “o Senhor”.

Padre João Lourenço, OFM

30 de julho de 2020

18º Domingo do Tempo Comum

 
2 de Agosto de 2020
Ano A
Introdução à Liturgia:
A liturgia de hoje fala-nos nas “fomes” do Homem que são insaciáveis quando queremos encontrar alimento para elas longe de Deus. Por isso, Ele mesmo nos faz o convite para nos sentarmos à mesa que Ele próprio preparou, e onde nos oferece gratuitamente o alimento que sacia a nossa fome de vida, de felicidade, de eternidade. O tema do “banquete”, recorrente na Escritura para traduzir a proximidade e a aliança de Deus com o homem, foi sempre usado na Igreja e aplicado à Eucaristia para expressar esta relação de comunhão que Ele quer construir com cada um de nós.

Introdução às Leituras:
Na primeira leitura, Isaías diz-nos que o alimento que vem de Deus sacia o homem, a sua fome e sede de vida plena, contrapondo-o ao alimento que a sociedade de consumo nos quer vender e impor todos os dias. Um, o de Deus, é dom gratuito, enquanto o outro, cada dia nos deixa mais vazios e insatisfeitos.

A segunda leitura é um hino ao amor de Deus pelos homens. É esse amor – do qual nenhum poder hostil nos pode afastar – que explica porque é que Deus enviou ao mundo o seu próprio Filho, a fim de nos convidar para o banquete da vida eterna.

O Evangelho apresenta-nos Jesus, o novo Moisés, cuja missão é realizar a libertação do seu Povo. No contexto de uma refeição, Jesus mostra aos seus discípulos que é preciso acolher o pão que Deus oferece e reparti-lo com todos os homens. Ele é a resposta para as três grandes fomes do nosso tempo: a fome de sentido; a pobreza interior sem horizonte de vida; a falta de vitalidade e de gratuidade em comunhão. É para responder a estas três fomes que Isaías nos convida: “Vinde e saciai-vos com os manjares da Palavra de Deus.”
Padre João Lourenço, OFM

29 de julho de 2020

2 de agosto - Perdão de Assis




O próximo domingo, 02 de agosto, celebramos a Festa do Perdão de Assis. Fica aqui a motivação para a celebração desta indulgência alcançada por São Francisco e que reflecte o seu desejo mais profundo de tornar presente, na vida de cada irmão, o Filho de Deus Altíssimo, Jesus Cristo, que por nós se entregou na cruz, alcançando-nos o perdão e a vida eterna. Santo António, pregador do Amor de Deus, que há oitocentos anos ingressou na Ordem Franciscana, é para nós um modelo de vida evangélica. Ao longo do dia, poderás viver, com jovens de vários movimentos de cariz franciscano, a alegria de ser assim amado. Liga-te...https://www.youtube.com/watch?v=NWNDx9CGETI 15h00 - "Santo António: o homem, o frade, o santo", por Frei Fabrizio Bordin ofm conv. 18h30 - Transmissão da Eucaristia a partir de Santa Cruz de Coimbra






27 de julho de 2020

17º Domingo do Tempo Comum

(26.07.2020)

Introdução à Liturgia:

A liturgia deste domingo é um desafio a reformular as nossas prioridades, os valores sobre os quais fundamentamos a nossa vida e as nossas opções, desafio que se faz ainda mais urgente nas circunstâncias em vivemos. Mais que nunca, hoje impõe-se saber escolher, já que nos vemos confrontados com tantas e tão diversificadas propostas. Encontrar o ‘tesouro’ é acertar na vida, é ter a certeza que não caminhamos em vão. É também esta a proposta que Jesus nos faz no Evangelho.

 Introdução às Leituras:

A primeira leitura apresenta-nos o exemplo de Salomão, rei de Israel. Ele é apresentado como protótipo do homem “sábio”, que consegue perceber e escolher o que é importante e que não se deixa seduzir nem alienar por valores efémeros. Por isso, ele pede a sabedoria para saber escolher, já que é aí que está o fundamental da nossa vida: saber escolher.

 Na segunda leitura, Paulo recorda-nos que, antes de sermos nós a escolher, foi já Deus que nos escolheu. Agora, seguí-l’O, é disponibilizar-se para aceitar essa escolha e assumi-la como nossa. Esse é o valor mais alto, que deve sobrepor-se a todos os outros valores e propostas.

 No Evangelho, recorrendo à linguagem das parábolas, Jesus recomenda aos seus seguidores que façam do Reino de Deus a sua prioridade fundamental. Todos os outros valores e interesses devem passar para segundo plano, face a esse “tesouro” supremo que é o Reino. Esse, é o tesouro dos tesouros, aquele que dá e confere valor a todas as demais opções.

Padre João Lourenço, OFM


22 de julho de 2020

16º Domingo do Tempo Comum



(19.07.2020)
Introdução
A liturgia de hoje convida-nos a descobrir o Deus paciente e cheio de misericórdia que sempre aguarda e espera que a semente da sua palavra germine no coração de cada crente. Para Ele, o tempo conta pouco; o que importa é que cada um abra o seu coração, acolha a Palavra e deixe que ela germine na sua vida. A lógica de Deus não é a nossa, nem a nossa é a d’Ele. Nisto consiste a fé.

Introdução às Leituras:
A primeira leitura, do livro da Sabedoria, fala-nos da justiça como o grande princípio da ação de Deus na sua relação com o homem. Mas não se trata da justiça dos homens, mas da justiça de Deus que consiste no amor e na bondade para connosco. A sua indulgência é o grande suporte da vida crente. A sua Palavra é a fonte desta justiça que nos humaniza e nos leva à comunhão com Ele.

A segunda leitura realça que a nossa caminhada é fruto do Espírito; é Ele que nos conduz e intercede por nós, para que saibamos acolher os grandes desafios que nos coloca.

O Evangelho fala-nos deste mistério do tempo, em que cada um de nós se confronta com o projeto de Deus. Saber acolher e deixar que a Palavra, o Reino de Deus cresça nas nossas vidas é o grande desígnio da nossa vivência cristã. Saber dar ‘tempo ao tempo’ é uma das grandes dimensões da sabedoria cristã, aceitando os ritmos do Senhor e não querendo impor os nossos.
Padre João Lourenço, OFM

13 de julho de 2020

15º Domingo do Tempo Comum

Sangue de mártires, semente de cristãos

(12/07/2020)

         Introdução à Liturgia:

A liturgia deste domingo apresenta-nos uma das imagens mais belas para significar a Palavra de Deus: a do semeador e da semente. Sendo uma imagem que emerge da cultura própria do tempo de Jesus, de um mundo agrícola com as suas raízes nomádicas, esta Parábola diz muito daquilo que é o processo da fé, daquilo que é o processo da evangelização e daquilo que foi a prática e a atividade de Jesus: Ele foi um Semeador da Palavra. A nós compete deixar crescer a semente, procurando ser terreno acolhedor.

Introdução às Leituras:

No pequeno texto da 1ª leitura encontramos tudo aquilo que é a força e o dinamismo da PALAVRA, tudo aquilo que ela é e aquilo que ela produz. Parece que não seria possível ‘dizer’ a PALAVRA de outra forma, de modo mais denso e mais simples do que aquilo que o texto de Isaías nos diz. Ela é a autêntica semente que entra no coração, quando este se faz terra de acolhimento.

           Na 2ª leitura, Paulo associa os sofrimentos e a morte de Cristo ao seu próprio percurso de acolhimento e de configuração da sua vida à do Mestre. Marcado pela sua experiência pessoal, Paulo descobre em Cristo um sentido de plenitude, sem o qual o mundo perde o seu centro e o homem o sentido da sua vida.

         Do Evangelho recolhemos a imagem rica e significativa da Palavra como semente. Deste texto retiramos duas dimensões: aquela que diz respeito ao Semeador e a que se refere à semente. Do semeador, que é Cristo e aqueles que anunciam o Evangelho, destaca-se a confiança na missão de semear e na força da semente que deve ser lançada à terra. Para a semente frutificar, importa que o terreno que nós somos seja acolhedor e hospitaleiro da Palavra.

Padre João Lourenço, OFM

Sangue de mártires, semente de cristãos



6 de julho de 2020

XIV Domingo do Tempo Comum

(05.7.2020)


      Introdução à Eucaristia:

       A liturgia deste domingo enquadra-se muito bem no contexto social e humano que estamos a viver. A sociedade moderna vive num ritmo que dificilmente nos concede algum tempo para poder pensar a nossa vida, vivê-la com alguma serenidade e, acima de tudo, enriquecer-nos com a nossa reflexão pessoal. Construímos um sistema que agora nos impõe que o alimentemos, roubando-nos muito daquilo que é a nossa singularidade e o uso do tempo. Acolher, hoje, a palavra de Deus é aceitar parar um pouco e abrir o nosso coração ao convite de Jesus para estar com Ele que é ‘manso e humilde de coração’.

 
       Introdução às Leituras:

        A primeira leitura, do livro de Zacarias, fala-nos do messias futuro que vem para servir, manifestando-se de forma simples e humilde, não se impondo, mas propondo-se como testemunho de serviço e de acolhimento. Ele é um sinal de paz e de harmonia para todos os povos.  

          Na Carta aos Romanos, dando continuidade às leituras dos domingos anteriores, fala-nos da nossa relação de comunhão com Cristo que tem por fundamento o seu mistério pascal. É d’Ele que nos vem a vida nova de ressuscitados, não vivendo segundo as nossas tendências carnais, mas sim segundo a força do Espírito.   

         No Evangelho, Jesus propõe aos seus discípulos uma vivência interior que saiba saborear a liberdade de espírito e a gratuidade da paternidade divina. Há aqui um nítido distanciamento daquilo que era o ritmo de vida que o judaísmo propunha. Nem sempre uma vida intensa é uma agitada, em permanente correria. Para Jesus, há que saber parar, contemplar, saborear e partilhar. É este o ritmo novo que os seus discípulos devem seguir.

Padre João Lourenço, OFM


29 de junho de 2020

XIII Domingo do Tempo Comum


28 de Junho de 2020

Ano A

       Introdução à Eucaristia:

A Eucaristia deste domingo, através da palavra de Deus que nos é proposta, leva-nos à reflexão sobre um tema importante e fundamental da nossa vida: a questão da família. Na cultura bíblica, a família era um dos pilares, porventura o mais importante da sociedade, pois é pela família que passa o dom da vida, a identidade humana, a formação e o próprio projeto existencial de cada um de nós. No entanto, na mensagem de Jesus a família não é um tabú nem um valor exclusivo e absoluto. A construção da família deve ser iluminada pela Palavra de Deus e colocada no centro da história da salvação

      Introdução às Leituras:

A primeira leitura mostra como todos podem colaborar na realização do projeto salvador de Deus. De forma direta, como o profeta Eliseu, ou de forma indireta, como a mulher sunamita, todos têm um papel a desempenhar para que Deus se torne presente no mundo e a Sua presença seja um desafio e uma interpelação para cada homem.

A segunda leitura recorda-nos que o cristão é alguém que, pelo Batismo, se identifica com Jesus, e d’Ele assume a vida nova que nasce do seu mistério pascal. A partir daí, o cristão deve seguir Jesus no caminho do amor e no dom da vida, renunciando definitivamente ao pecado.

O Evangelho de hoje é uma catequese acerca da missão do discípulo, sob vários aspetos. Numa primeira fase, define o caminho do discípulo. O discípulo tem de ser capaz de fazer de Jesus a sua opção fundamental e seguir o seu mestre no caminho do amor e da entrega da vida. Seguidamente, sugere que toda a comunidade é chamada a dar testemunho da Boa Nova de Jesus. Finalmente, promete uma recompensa àqueles que acolherem, com generosidade e amor, o desafio a ser missionários do “Reino”.

Padre João Lourenço, OFM

22 de junho de 2020

XII Domingo do Tempo Comum


21 de Junho de 2020

Ano A

     Introdução à Eucaristia:

 Neste 12º Domingo do Tempo Comum, a Palavra de Deus que nos é proposta deixa-nos um desafio importante para a nossa autenticidade de vida: vencer o medo, não se deixar amedrontar pela injustiça e ser capaz de denunciar a falsidade. São exigências árduas e que só conseguimos realizar com a graça de Deus e a força da oração. Mas, apesar da dificuldade não nos devemos dispensar do empenho que o Senhor nos propõe.

     Introdução às Leituras:

 A primeira leitura apresenta-nos o exemplo de um profeta do Antigo Testamento – Jeremias. É o paradigma do profeta sofredor, vítima da perseguição, da solidão e do abandono. Tudo isto tem como motivo a retidão da sua vida e o testemunho corajoso que faz da Palavra. Apesar de tudo, nada demove a sua confiança em Deus, anunciando – com coerência e fidelidade – as propostas de Deus para os homens.

 No Evangelho, é o próprio Jesus que, ao enviar os discípulos, os avisa para a inevitabilidade das perseguições e das incompreensões; mas acrescenta: “não temais”. Jesus garante aos seus a presença contínua, a solicitude e o amor de Deus, ao longo de toda a sua caminhada pelo mundo. Os tempos que vivemos exigem também de nós esta coragem de olhar em frente sem temor.  

 Na segunda leitura, Paulo demonstra aos cristãos de Roma como a fidelidade, aos projetos de Deus, gera vida e como uma vida, organizada numa dinâmica de egoísmo e de auto suficiência, gera a morte.

Padre João Lourenço, OFM

20 de junho de 2020

Encontro Nacional de Fraternidades


17 de junho de 2020

Glorioso Santo António

Glorioso Santo António, Rogai por nós.

O nosso Irmão António

Porque hoje se celebra a festa do nosso Santo, o nosso glorioso irmão ANTÓNIO, quero saudar dum modo especial os Irmãos da Fraternidade de São Francisco à Luz - a minha Fraternidade, desejando que, juntos e em santa Alegria, vivamos este dia franciscano.

Todos conhecemos a vida de António. As suas escolhas. Do Mosteiro de S. Vicente de fora, em Lisboa e depois em de Santa Cruz em Coimbra, seguindo a regra dos Cónegos de Santo Agostinho. Depois, inesperadamente, sentiu-se impelido a viver em pobreza absoluta, vindo a professar na Ordem dos Frades Menores, tornando-se discípulo de S. Francisco. Soube escutar a voz do Senhor. Chegara à meta que Ele lhe destinara.

Todo o mundo o conhece. Para alguns é apenas um santo que continua a fazer milagres. A ele se recorre para encontrar objetos perdidos, para ter sucesso nos negócios ou como casamenteiro.

Em muitas casas de comércio, a imagem do Santo está junto ao emblema dum clube desportivo, dum reclame ou da fotografia do proprietário. Não está sozinho. Mas está lá. Acredita-se que ele faz os negócios prosperar.

E também é sabido que, quando o nosso Santo não realiza o “milagre” pedido, põe-se de castigo. Ora se vira a imagem de cabeça para baixo, ou de frente para a parede, ou se tapa com um pano, ou fica numa gaveta. E só recupera o seu lugar no dia em que satisfizer o pedido que lhe foi feito.

Pobrezinho do nosso Santo!

Mas, apesar destas tropelias que lhe fazem, Santo António, olha, certamente com ternura, para a devoção, cheia de simplicidade, daqueles que assim se manifestam.

Mas para nós franciscanos, ANTÓNIO é um Irmão muito estimado. Demos graças ao Senhor pela sua vida. Não nos fixemos na sua imagem, poeticamente representada com o Menino ao colo e muito “elegante” com o seu hábito de franciscano. Olhemos o homem humilde, doente, cheio de sabedoria, que arrastou multidões com as suas palavras. Falava para todos. Para o povo simples e de poucas letras, mas também os ricos e ilustres do seu tempo.

Um franciscano de quem o Senhor se serviu para converter muitos corações.

Ler os seus Sermões, refresca a alma e eleva o espírito.

Querido Santo António! Santo de Lisboa, de Pádua, de todo o mundo. Não esqueças o sofrimento que o teu país natal hoje vive. Lá do céu, olha com carinho para todos os que a ti recorrem.

E, a nós teus irmãos, ensina-nos a amar e seguir o teu exemplo, a viver em simplicidade, seguindo a Regra que o pai S. Francisco nos deixou.

Neste teu dia para te saudar, digamos ao Senhor, cantando

“Altíssimo, Omnipotente e Bom Senhor….”

Paz e Bem, querido irmão ANTÓNIO!

Maria clara, ofs

13JUNHO2020


16 de junho de 2020

11º Domingo do Tempo Comum

(14/06/2020)

           Introdução à Liturgia:

A liturgia deste domingo convida-nos a olhar para a dimensão vivencial da nossa fé que nos recorda que somos caminhantes, peregrinos. É nesta dimensão itinerante da nossa fé que experimentamos a necessidade da presença do Senhor, de ser ajudados a encontrar o verdadeiro caminho que nos leva ao Pai. Foi esta a missão que o Senhor confiou aos seus discípulos.

          Introdução às leituras:       

A primeira leitura, do livro do Êxodo, fala-nos da caminhada do povo de Israel, após a saída libertadora da terra do Egito, em que Deus se compromete com o Seu povo numa aliança eterna que faz desse povo uma nação eleita para testemunhar as maravilhas do Senhor.

A segunda leitura, da Carta de S. Paulo aos Romanos, diz-nos que essa aliança foi agora reforçada em Cristo e por Ele assumida como prova do pleno amor de Deus. É por Ele que passamos da condição de pecadores para a de homens novos, regenerados em Cristo, de inimigos para filhos; foi pela Sua morte que todos fomos reconciliados com Deus.

          No texto do Evangelho, S. Mateus fala-nos a misericórdia, da compaixão que Jesus tem por todos aqueles que o seguem. Ele é o Pastor que congrega à sua volta todos aqueles que procuram reencontrar o verdadeiro rosto de Deus. A cada um de nós é confiada também essa missão.

Padre João Lourenço, OFM 

SOLENIDADE DO CORPO DE DEUS


(2020)

Introdução à liturgia:

            A Igreja nasce da Eucaristia e a Eucaristia consolida a Igreja na sua experiência histórica ao longo dos séculos. Há cerca de dois mil anos que a ‘Igreja celebra a Eucaristia como ‘memória do Senhor’ sem com isso fazer o que Ele fez, pois sabemos que é Ele connosco, presente na Sua Igreja, que se faz Eucaristia e dom para o mundo. Celebrar hoje a Solenidade do Corpo de Deus, é festejar a sua presença sacramental no coração da Igreja e em comunhão connosco.

   Introdução às leituras:

            A primeira leitura recorda-nos um elemento fundamental da história da salvação: Deus alimenta o Seu povo na caminhada do deserto, acompanhando-o e oferecendo-lhe o ‘maná’. Jesus é o novo Maná que Deus oferece ao seu povo para ser o alimento da vida eterna.    

             Pela 2ª leitura, Paulo mostra-nos o verdadeiro sentido da Eucaristia: todos comemos do mesmo pão e participamos do mesmo cálice, formando assim um só corpo, em Cristo. Sacramento de comunhão, a Eucaristia é também o sacramento da unidade e da presença de Jesus no coração da sua Igreja.

             O texto do Evangelho, tomado do longo discurso do capítulo 6º de S. João sobre o ‘pão da vida’, fala-nos do verdadeiro alimento, do pão que desceu do céu para dar a nova vida ao mundo. Esse pão é Jesus. Hoje, celebrar a sua presença no meio de nós é um convite à adoração e à comunhão, procurando superar ‘o medo e o isolamento social que se apossou de nós’. Que a Eucaristia – Corpo Santo de Deus no mundo – fortaleça a nossa esperança e nos alimenta na nossa caminhada.  

Padre João Lourenço, OFM 

DOMINGO DA SANTÍSSIMA TRINDADE

A visão de S. Francisco da Santíssima Trindade, de Montoliu

(2020)

Introdução à Liturgia:

Celebrar a Santíssima Trindade não é um convite a decifrar o mistério que se esconde num “Deus único em três pessoas”; Pelo contrário, é um convite a contemplar o Deus que é amor, que é família, que é comunidade e que criou os homens para os fazer participar desse mistério de amor, revelando-se no mistério do Seu silêncio e do Seu amor. Como Deus é amor, também nós fomos criados e chamados a uma comunhão de amor que tem em Deus a sua plenitude.

 Introdução às Leituras:

A primeira leitura do livro do Êxodo, fala-nos da revelação de Deus a Moisés, como um Deus ‘clemente, compassivo e cheio de misericórdia’. Perante tal novidade, Moisés mais não fez do que contemplar esse mistério que se apresenta e não se impõe nem pela força nem pelo medo. É assim que Deus quer estar connosco e caminhar no meio de nós.

Na segunda leitura, Paulo diz-nos na Carta aos Coríntios, faz-nos um convite à alegria e à comunhão. Se a trindade é o mistério da comunhão de Deus, nós somos chamados também a viver esse mesmo mistério de comunhão, traduzindo-o através da nossa presença no mundo.

O  Evangelho mostra-nos, através do diálogo de Jesus com Nicodemos, que o mistério da Trindade não é só a forma de Deus ser na sua comunhão de amor. Essa comunhão é também a forma d’Ele ser para connosco, tal como Jesus no-lo diz e o viveu. Passa por aqui uma das dimensões fundamentais da nosso fé: Acreditar no amor de Deus para connosco. Por isso, podemos dizer que a Trindade é o mistério do amor silencioso de Deus que Ele vive a partilha connosco.

Padre João Lourenço, OFM 

30 de maio de 2020

SOLENIDADE DO PENTECOSTES


(31.05.2020)

Introdução à Liturgia:

A festa do Pentecostes marca o início do tempo da Igreja, da Comunidade cristã que acolhe o Espírito Santo como o grande dom que Deus concede ao Seu Povo, à comunidade da Nova Aliança. É pelo Espírito que somos congregados em Comunhão e podemos testemunhar no mundo o Cristo Ressuscitado. Celebrar o Pentecostes é fazer um regresso às nossas origens para aí encontrar a nova vida que o espírito de Deus faz germinar em cada um de nós. Retomar as nossas celebrações comunitárias neste dia é uma Luz de Esperança. Que a fortaleza do Espírito nos anime neste retomar das nossas celebrações.

 Introdução à Leituras:

A primeira leitura mostra-nos como a Comunidade reunida em nome do Senhor Jesus recebe o dom do Espírito Santo, a nova Lei do ressuscitado que é a fonte dessa vida nova. No Antigo Testamento, os Judeus celebravam nesta festa o dom da Lei. O Espírito Santo é a nossa Lei e é por Ele que todos podemos escutar a Palavra de Jesus e aclamar, em uníssono, as maravilhas de Deus.

 Na segunda leitura, Paulo ajuda os crentes de Corinto a reconhecerem a ação do Espírito Santo em cada um dos baptizados. A diversidade de ministérios e de dons é uma grande riqueza para a Igreja. Talvez nem todos consigam viver com esta ‘riqueza’, mas hoje, tal como ao tempo de Paulo, precisamos de sentir e acolher este dom que Deus nos concede. A finalidade de todos estes carismas é o contributo para que a comunidade cresça na comunhão e no serviço fraterno.  

 O Evangelho apresenta-nos a comunidade cristã, reunida à volta de Jesus ressuscitado. Para S. João, esta comunidade passa a ser uma comunidade viva, recriada, nova, reunida na comunhão pela ação do Espírito. É pelo Espírito que a Comunidade vence o medo, se torna testemunho vivo da força de Deus no mundo e construtora da harmonia e da paz. É pelo Espírito que nos tornamos sinais e instrumentos do perdão de Deus.

Padre João Lourenço, OFM

31 de maio - Pentecostes


23 de maio de 2020

SOLENIDADE DA ASCENSÃO DO SENHOR


… Ide a todo o mundo e proclamai …’ (Mc 16,15). 
A liturgia da solenidade da Ascensão encerra em si um conjunto de verdades e de ensinamentos que merecem ser considerados e assumidos por nós como princípios fundamentais e estruturantes da nossa vida. Balançando entre este dilema de ficar a ‘olhar os céus’ ou de viver apenas cabisbaixos, amarrados à terra e vergados ao peso da nossa contingência, este domingo é, no contexto em que vivemos, um apelo à esperança e ao infinito, um infinito que não é uma alienação no tempo e da história, mas sim um convite ao testemunho e à transformação do mundo ao qual o Senhor nos envia. Tal como tinha dito aos discípulos ‘um pouco mais e já não Me vereis, e outro pouco mais e voltareis a ver-Me’, estamos de novo a ver o Senhor e a liturgia ajudar-nos-á a sentir e a partilhar este ‘VER’ em comunhão e com redobrada esperança. 

 Não é fácil, teologicamente falando, enquadrar esta festa da Ascensão do Senhor, uma vez que a sua verdadeira elevação à glória do Pai é a ressurreição, o mistério pascal na sua plenitude. É particularmente através da tradição de Lucas (Evangelho e Actos) que esta festa da Ascensão se enquadra no mistério da salvação como preparação para a sua etapa final: o Pentecostes, o tempo do Espírito e da Igreja. Isto tem certamente uma fundamentação veterotestamentária, constituindo como que um paralelo do que sucede com as tradições do Êxodo, com o dom da Lei, no Monte Sinai. Esta festa era para o judaísmo do período intertestamentário, muito marcado pelas tradições normativas da Torah, a ocasião dos Judeus celebrarem o início da sua identidade religiosa, também ela devedora dos preceitos da Lei que assim definiam e demarcavam o judaísmo das demais religiões dos povos circunvizinhos.  

Muitas vezes, tomando os ecos desta celebração e o texto de Atos (1,11), os cristãos foram acusados de passar demasiado tempo a ‘olhar o céu’, deixando de se comprometerem com a terra e os problemas que envolvem a existência humana. Ora, creio que nada mais errado do que pensar assim. O mandato conferido por Jesus aos seus discípulos é exatamente o contrário. Tal como podemos ver no texto do Evangelho de hoje, o Senhor enviou os discípulos a comprometerem-se com a vida do homem, seja em que lugar for, numa abrangência universal que abarca todas as dimensões da vida. Por isso, os cristãos estão lá, no mundo concreto, onde a dor se torna mais dor, de modo que esta não nos seja indiferente; onde a pessoa não pode ser um objeto negociável, para que os seus direitos sejam tidos e olhados como um bem que deve ser defendido e promovido; lá, onde a vida é desprezada e tantas vezes maltratada, para que lhe sejam prestadas todas as garantias que salvaguardam a sua dignidade; lá, onde a sociedade se constrói nas suas mais diversificadas componentes, culturais, cívicas e religiosas, já que só a garantia da dignidade do Homem na sua totalidade pode ser transformadora do mundo.  

 De facto, o compromisso com o Homem não nos deve nem pode levar a esquecer o céu, pois isso não significa, como a história bem o comprova, a construção de uma sociedade mais justa e mais fraterna ou a uma maior responsabilidade na construção da ‘cidade terrena’. Por isso, o domingo da Ascensão é também o domingo da esperança, de uma esperança que tem por limites o Infinito de Deus e que tem por objetivo imediato a salvação do Homem. É esse o mandato que o Senhor entrega aos seus discípulos, mesmo que a sua linguagem, conforme o Evangelho de hoje, se situe num outro espaço cultural que não o nosso. Todavia, o imperativo é o mesmo e por isso, ontem como hoje, devemos resistir à tentação de resvalar para o outro extremo e ficar na situação de tantos homens de boa-vontade: ‘Que fazeis vós aqui na terra sem nunca ousardes olhar o céu’? Olhar hoje o céu é comprometer-se e acreditar que é possível transformar a terra e fazer dela um pouco do espaço do céu, desse céu onde a esperança e a fraternidade são capazes de se transformar num serviço ao Homem, mormente neste tempo de crise e de ansiedade. Nós queremos ousar sempre olhar o céu para que a terra seja cada vez mais um lugar onde mora o amor de Deus.         
   Padre João Lourenço, OFM   

 
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