Retalhos Como Francisco e Clara de Assis, a Fraternidade a todos saúda em Paz e Bem!Retalhos

31 de outubro de 2023

Centenário Regra Bulada 1223


 

Formação_Família_Franciscana

 


Solenidade de Todos os Santos

 


(1 de novembro 2023)

Introdução à liturgia:

A Igreja celebra hoje um dos dias mais emblemáticos e significativos do seu calendário litúrgico. Desta vez, a centralidade da nossa liturgia está focada no seguimento de Jesus, nas propostas de vida em ordem à santidade: ‘Sede Santos’ porque Eu sou santo’. Este é o apelo de Deus ao seu povo no livro do Levítico. Hoje, celebramos a santidade a que somos chamados e também os nossos Irmãos que a viveram e a testemunharam.

 Introdução às leituras:

A primeira leitura, tomada do Livro do Apocalipse, apresenta-nos a grande festa da santidade, de todos aqueles que ‘banharam’ as suas vidas no sangue do Cordeiro. Por isso, celebram festivamente a sua glorificação. É a festa da universalidade do povo de Deus, onde todos são acolhidos: uma multidão incontável, vinda de todos os povos, raças e nações; Ninguém está excluído dela.                     

A segunda leitura fala-nos daquilo que nos faz santos e filhos de Deus: o amor. Este é o nosso fermento de santidade, uma santidade que nos abre à plenitude de Deus e à comunhão fraterna com todos os irmãos.

Como chegar à santidade? Qual o código de vida que devemos seguir? Há algum caminho que nos conduza a essa plenitude de vida? A regra é a vivência das bem-aventuranças, o verdadeiro caminho de santidade que Jesus viveu e nos deixou como itinerário a seguir.

Padre João Lourenço, OFM

30º Domingo do Tempo Comum


(29.10.2023)

Introdução à liturgia:

A vida cristã não é nem se reduz a um mero sentimento de afeição e compaixão pelos outros. Pelo contrário, tal como nos é proposto pela liturgia de hoje, ela tem no seu centro a vivência concreta do amor e da partilha: o amor está no centro da vivência cristã, seja qual for a forma como fazemos essa experiência de fé. O que Deus pede a cada um é que deixe o seu coração ser tocado pelo amor.

Introdução às leituras:

A primeira leitura fala-nos do código da Aliança, o centro da vida e da identidade do povo de Israel e faz parte integrante do projeto de Deus para o Seu povo. Aí se fala de situações concretas que exigem o envolvimento pessoal e não apenas um sentimento vazio que manda para os outros, mormente para os anónimos, as exigências que decorrem da nossa identidade cristã.                   

A segunda leitura, por sua vez, apresenta-nos o exemplo da comunidade cristã de Tessalónica que, apesar da hostilidade e da perseguição, aprendeu a percorrer, com Cristo e com Paulo, o caminho do amor e do dom da vida. Foi assim que, dessa experiência comum, nasceu uma verdadeira família de irmãos, tendo o evangelho como fundamento de vida.

Em forma de diálogo entre Jesus e os fariseus, o Evangelho diz-nos, claramente e sem rodeios, que a autenticidade da minha fé está no meu agir e não no meu discurso, na minha ação e não na minha retórica discursiva, assumindo de forma pessoal o que a cada um compete fazer. Esta é a forma de dar sentido à nossa fé.

Padre João Lourenço, OFM


Domingo 29º do Tempo Comum

 

Domingo das Missões - 2023

Introdução à Liturgia:

A liturgia deste domingo – dia mundial das Missões – apresenta-nos uma dimensão importante da nossa relação com as realidades temporais, sociais e políticas em que devemos privilegiar a palavra de Deus e encontrar nela os critérios das nossas opções.  As ambiguidades que persistem e nos envolvem dificultam, muitas vezes, a prontidão e a clareza das respostas que damos a este desafio que é feito a cada um de nós. Dia mundial das missões é também uma ótima oportunidade para refletir acerca do que é a missão da Igreja e de cada cristão nesta relação com o mundo em que nos encontramos.

 Introdução às Leituras:

Na 1ª leitura, Isaías apresenta como elementos fundamentais da sua mensagem o universalismo da salvação, da eleição e da escolha de Deus que se estende a todos os povos. À semelhança de outros profetas, mostra que Deus se serve de outros povos e dos seus governantes para advertir Israel do seu mau procedimento, mormente da sua infidelidade. No dia mundial das Missões, este texto diz-nos que temos de deixar a nossa ‘zona de conforto’, instalados em oportunos apartamentos e pensar que estamos a missionar. É necessário sair, ir ao encontro, abrirmo-nos aos outros.

          A 2ª leitura da nossa eucaristia é a introdução e saudação de Paulo, e de seus colegas de missão, à comunidade de Tessalónica. São palavras simples, mas que traduzem a relação profunda, vivida e sentida, que existia entre a Comunidade e aqueles que por ela tinham passado a difundir a mensagem do Evangelho.

 O Evangelho trás até nós o eco de uma das questões mais complexas do tempo de Jesus. As reações da sociedade judaica face à presença e aos efeitos da dominação romana eram transversais a todo o tecido social, embora nem todos se manifestassem da mesma forma. A resposta dada por Jesus não é uma fuga à questão, mas sim a abertura a uma outra realidade, a uma outra dimensão que é aquela de que ele se faz portador: ‘Dar a Deus’ o que é de Deus.

Padre João Lourenço, OFM

28.º Domingo do Tempo Comum

(15.10.2023)

Introdução à Liturgia:

O tema do banquete e do encontro que simboliza a comunhão entre Deus e o homem, muito presente em textos proféticos, é um desafio que a Palavra de Deus nos faz em ordem a superar as marcas da exclusão humana e introduzir-nos numa relação de amor e de comunhão com Deus. Num tempo como este em que vivemos, procurar formas de comunhão é um imperativo da nossa fé. É a este banquete, de que a eucaristia é o momento central, que nós também somos chamados. 

Introdução às Leituras:

Na 1ª leitura, Isaías oferece-nos dois temas muito caros à Teologia deste profeta e que marcam o judaísmo e a fé bíblica do seu tempo: o tema do Banquete como forma de traduzir a relação de amor e de comunhão de Deus com o Seu povo, deixando o convite aberto a todos os povos para que acolham o ‘alimento’ da Palavra de Deus. 

A 2ª leitura constitui um dos mais belos e impressionantes testemunhos de Paulo. A comunidade dos Filipenses foi uma das mais agradecidas a Paulo, aquele que lhes levou a mensagem de Jesus. Paulo retribui essa generosidade reconhecido, deixando-nos um testemunho de grande despreendimento e de dedicação total à causa do Evangelho.

 No Evangelho, estamos em presença da 3ª parábola consecutiva que Jesus dirige aos membros do Sinédrio, o órgão judaico de governo para as questões da lei e da sua interpretação. Jesus quer mostrar que é necessário ter um coração novo e aberto para acolher o Reino. O Judaísmo tinha perdido essa dimensão de comunhão, de banquete e de partilha, para se tornar num sistema jurídico e legalista, recusando por isso mesmo acolher a mensagem de Jesus.

Padre João Lourenço, OFM


6 de outubro de 2023

27.º Domingo do Tempo Comum - Homilia

 


Homilia de Frei Isidro Lamelas (27º Domingo do T. Comum) – Igreja do Seminário

«Que vos parece?

Mais uma parábola de Jesus, dita aos «chefes dos sacerdotes» e aos «anciãos» do povo.

Outra vez a imagem da vinha: da vida, do reino…

Outra vez o nosso testemunho e compromisso e vida a ser questionado: que vos parece?

Que fazemos da vida? Qual o nosso lugar, na Vinha, no mundo, na Igreja, no Reino?

1. Já o profeta Ezequiel nos convidava a assumir, com verdade e coerência, a nossa responsabilidade pelos nossos gestos de egoísmo e de auto-suficiência em relação a Deus e em relação aos irmãos. Muitas vezes “a culpa morre solteira”. Há homens e mulheres que não têm o mínimo para viver dignamente? A culpa é da conjuntura económica internacional; é do governo… ou até de Deus. Há guerras e violência; há injustiça? A culpa é dos tribunais, do sistema; talvez de Deus: A maneira de proceder do Senhor não é justa?. A minha comunidade cristã está dividida, e não testemunha suficientemente o amor de Jesus? A culpa é do Papa, ou do bispo, ou dos padres… se a culpa não é de Deus, é do diabo…

-E a minha culpa? O que é que eu faço? E as minhas omissões? Não terei, muitas vezes, a minha quota-parte de responsabilidades em tantas situações negativas com que, dia a dia, convivo pacificamente? Não precisarei de mudar, de me “converter”?

No Evangelho Jesus dirige-se, de novo aos chefes da religião e referências na vida pública, mas também aos “católicos praticantes” que dizem mas não fazem, que rezam mas não vivem; que pregam mas não dão exemplo.

Somos interpelados por Jesus: «Que vos parece?»; «Qual dos dois fez a vontade do Pai?».

Os fariseus aparecem no Evangelho de Mateus como aqueles que «dizem, mas não fazem» (Mt 23,3). É o farisaísmo… O «Fazer», em oposição a dizer, é um tema fundamental em Mateus, assim expresso por Jesus no discurso programático da Montanha: «Nem todo aquele que diz: “Senhor, Senhor” entrará no Reino dos Céus, mas aquele que faz a vontade do Meu Pai que está nos Céus» (Mt 7,21).

Mais ainda: neste Evangelho de Mateus, o verdadeiro «fazer» traduz-se em «dar fruto, fazer frutificar», como consequência da conversão ou mudança operada na nossa vida.

É agora mais fácil deixar entrar em nós a força da parábola de Jesus, contada a gente habituada apenas a dizer, dizer, dizer… Falam, falam… mas não vão para a Vinha. O homem e pai da parábola é Deus. A vinha é d´Ele, mas é também nossa. Nunca se fala nesta parábola, da «minha» vinha. A vinha é, portanto, campo aberto de alegria e de liberdade, onde todos os filhos de Deus podem encontrar um espaço novo, há sempre vagas… para a filialidade e fraternidade.

É dito que este Pai tem dois filhos, que são todos os Seus filhos, diferentes, nas reações e comportamentos. Somos todos nós, nas nossas semelhanças e diferenças. Ao primeiro, o Pai diz: «Filho, vai hoje trabalhar na vinha» (Mt 21,28). Note-se o termo carinhoso «filho»; e o imperativo da liberdade «vai»; A autoridade que falta aos pais…

Vai hoje: o HOJE requer resposta pronta e inadiável; não faças para amanhã o que podes e deve fazer hoje.

O primeiro filho dá uma resposta torta e dura: «Não quero», mas emendou: «Mas, depois, arrependeu-se e foi»; O segundo filho, depois de ter ouvido o mesmo convite do seu Pai : «Eu vou, Senhor», . Mas de facto, não foi.

Como se vê, todos os filhos de Deus-Pai ouvem o mesmo convite e são tratados como filhos, importantes no seu Reino. O que nos distingue é a resposta, dada em obras e não em meras palavras “para agradar”. O que importa é o que fazemos hoje, e não o que dissemos ontem, adiando a decisão, a ação. Fez a vontade do PAI, não o que disse que sim, mas só de palavras, mas o que nas obras mudou o não em SIM.

É aqui que aparecem os publicanos e as prostitutas:  Estes ouviram João e ouvem agora Jesus, e estão a mudar a sua vida (Mt 21,31-32: Asseguro-vos que os publicanos e as prostitutas entrarão antes que vós no reino de Deus».)! O Autor destas páginas deslumbrantes, Mateus, sabe do que fala, pois, era um publicano. E agora é um Apóstolo e Evangelista. E nós?

Padre Frei Isidro Lamelas, OFM 

 
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