25 de maio de 2021
24 de maio de 2021
SOLENIDADE DO PENTECOSTES
(23.05.2021)
Introdução à Liturgia:
O Espírito Santo é o grande dom que Deus faz
à sua Igreja. É por Ele que somos congregados na Comunhão e podemos testemunhar
no mundo o amor e a esperança do Cristo Ressuscitado. Celebrar o Pentecostes é
celebrar as origens da Igreja, do novo povo de Deus que o Espírito renova e
congrega na comunhão.
A
primeira leitura mostra-nos como a Comunidade reunida em nome do Senhor Jesus
recebe o dom do Espírito Santo, a nova Lei do ressuscitado que é a fonte dessa
vida nova. É por Ele que a vida dos fiéis ganha um novo sentido e se tornam
testemunhos vivos de Cristo.
Na segunda leitura, Paulo ajuda os crentes de Corinto a reconhecerem a ação do Espírito Santo em cada um dos batizados. A diversidade de ministérios e de dons é uma riqueza grande para a Igreja. A finalidade de todos esses carismas é o contributo para que a comunidade cresça na comunhão e no serviço fraterno, vencendo o medo, os uniformismos paralisantes e as tentativas, sempre presentes, de querer controlar a força da fé .
Padre João Lourenço, OFM
Publicada por OFS LUZ à(s) 17:16:00 0 comentários
17 de maio de 2021
SOLENIDADE DA ASCENSÃO DO SENHOR
(16.05.2021)
Introdução
à Liturgia:
Fazendo seu o calendário de S. Lucas que
nos é narrado nos Atos dos Apóstolos, a Igreja celebra neste domingo a
Solenidade da Ascensão do Senhor. Trata-se do momento em que Cristo leva à
plenitude o seu mistério pascal, concluindo a sua missão no tempo histórico e
entregando ao Pai o futuro da humanidade que por Ele foi redimida. Recorrendo a
essa marca bíblica dos 4º dias, foi após quarenta dias da Páscoa que Jesus é
elevado para Deus; foi durante 40 dias que Ele se preparou para a missão; é por
40 dias que Ele confia a sua missão aos seus discípulos. Estamos perante uma
perspetiva de grande sentido teológico que marca o ritmo da história da
salvação.
Introdução às Leituras:
A primeira leitura apresenta-nos a cena e
deixa-nos a teologia da mensagem essencial desta festa: Jesus, depois de ter
apresentado ao mundo o projeto do Pai, entrou na vida definitiva da comunhão
com Deus. É esta vida que Ele anunciou e promete a todos os que percorrem o
mesmo "caminho" que Ele percorreu. Os discípulos não podem ficar a
olhar para o céu, esperando que de lá venha a transformação do mundo. Isso
acontece pelo empenho e pelo vigor do nosso testemunho.
A segunda leitura convida os discípulos a terem consciência da esperança a que foram chamados; eles devem fazer com que essa esperança seja para eles a força dinamizadora das suas vidas, capaz de transformar o mundo para que este cresça até à plenitude de Deus.
No Evangelho, Jesus ressuscitado aparece aos discípulos, ajuda-os a vencer a desilusão, o medo e o comodismo e envia-os em missão, como testemunhas do projeto de salvação de Deus. Agora, junto do Pai, Ele continuará a acompanhar os discípulos e, através deles, a oferecer aos homens a vida nova e definitiva.
Padre João Lourenço, OFM
Publicada por OFS LUZ à(s) 20:24:00 0 comentários
6º DOMINGO DA PÁSCOA
(9.05.2021)
Introdução à
Liturgia:
A experiência pascal dos discípulos
leva-os a descobrir o autêntico rosto do Mestre, pelo qual chegam à perfeita
contemplação do Pai. A liturgia deste domingo mostra-nos essa nova dimensão da
fé: Ele não é apenas o Senhor; Ele é, acima de tudo, o Amigo que os leva à
plenitude da comunhão com Deus, feita amizade e vida nova, transformada em
comunhão.
A primeira leitura faz-nos sentir como a
salvação oferecida por Deus através de Jesus Cristo, e agora anunciada e
testemunhada pelos discípulos, é para todos os homens, sem distinção de raça,
cultura ou tradições religiosas. Ela é universal e esse é o primeiro e o maior
dom que em Cristo, Deus oferece a todos os homens. A cada homem compete apenas
acolhê-la e dispor-se a aceitá-la.
A segunda leitura confirma aquilo que Jesus vai dizer aos discípulos no Evangelho: “Deus é amor”. A vinda de Jesus ao encontro dos homens e a sua morte na cruz revelam a grandeza desse amor de Deus pelos homens. Ser “filho de Deus” e “conhecer a Deus” é deixar-se envolver por este dinamismo de amor, amando os irmãos.
Num dos textos mais belos e expressivos do seu Evangelho, S. João mostra-nos como Jesus estabelece uma nova relação com os discípulos e, na pessoa deles, com todos aqueles que acreditam no seu Nome. Os discípulos já não são servos, mas sim os “amigos” a quem Jesus revelou o amor do Pai. Por isso, a missão dos discípulos é testemunhar o amor de Deus no meio dos homens.
Padre João Lourenço, OFM
Publicada por OFS LUZ à(s) 20:18:00 0 comentários
30 de abril de 2021
5º Domingo da Páscoa
(02.05.2021)
Introdução
à liturgia:
A liturgia do tempo pascal convida-nos a contemplar a
glória do Ressuscitado junto do Pai para com Ele construirmos uma verdadeira
comunhão. Tal como o ramo vive unido e agradece à videira a vida e a seiva que
dela recebe, também nós, unidos a Cristo, nos tornamos fonte de vida, de uma
vida em plenitude que se dá em gratuidade aos irmãos.
A primeira leitura diz que o cristão é
membro de um corpo: o Corpo de Cristo. Por isso, a nossa vocação é seguir
Cristo, integrados numa família de irmãos que partilham a mesma fé, percorrendo
o mesmo caminho de amor. É assim que a Igreja se constrói, na mesma comunhão,
aceitando a diversidade entre os Irmãos.
A
segunda leitura define o ser cristão como “acreditar em Jesus” e “amar-nos uns
aos outros como Ele nos amou”. É pela coerência de vida que podemos testemunhar
a nossa fé e, ao mesmo tempo, anunciar a vida nova que nos vem do Ressuscitado.
Padre João Lourenço, OFM
Publicada por OFS LUZ à(s) 21:44:00 0 comentários
29 de abril de 2021
Beatificação-Membro OFS-Venezuela
El 30 de abril de 2021 se celebrará la beatificación del Dr. José Gregorio Hernández, médico venezolano (1864-1919), miembro de la Orden Franciscana Seglar desde 1899.
Además Venezuela, José Gregorio es ampliamente conocido, respetado y venerado en muchos países. Un testigo de santidad en su condición de laico. Fue un hombre lleno de virtudes con una profunda vivencia de su fe católica. Tuvo un ejemplar desempeño de la medicina atendiendo a pacientes de todas las clases sociales. Cabe destacar también sus aportes en el campo de la ciencia médica y en su carrera como insigne profesor universitario. En la Orden Franciscana Seglar sació su sed del carisma de San Francisco de Asís, y así, poco a poco, profundizó su compromiso de servir a Cristo en su hermano y hermana que sufrían.
Murió a los 55 años en un accidente de automóvil, mientras iba a comprar medicinas para un pobre enfermo. Para su beatificación fue admitido una curación en la niña Yaxuri Solórzano quien recibió un disparo en la cabeza víctima de un asalto en el año 2017 y se recuperó milagrosamente.
La ceremonia de beatificación será transmitida a partir de las 10:00 am (hora de Venezuela) por el canal de YouTube de la Arquidiócesis de Caracas.
Publicada por OFS LUZ à(s) 09:31:00 0 comentários
28 de abril- Dia da Família OFS-JUFRA
EL DÍA DE LA FAMILIA DE LA OFS-JUFRA, el 28 de abril
Publicada por OFS LUZ à(s) 09:27:00 0 comentários
25 de abril de 2021
4º Domingo da Páscoa
(25.04.2021)
Introdução à Liturgia:
Celebramos hoje o ‘Domingo do Bom Pastor’,
dia mundial de oração pelas vocações sacerdotais e religiosas de consagração ao
Senhor e ao serviço da Igreja. É um dia que assume um grande significado na
liturgia da Igreja, tal é a representatividade que esta figura bíblica tem na
tradição cristã e a apropriação que Jesus faz dela como paradigma do seu
serviço ao povo de Deus. Por isso, hoje assumimos o convite que nos é feito
para rezarmos por todas as vocações sacerdotais, para que todos os Pastores do
Povo de Deus o sejam verdadeiramente à imagem de Jesus, o Bom Pastor.
A primeira leitura, do livro dos Atos dos
Apóstolos, afirma pelo testemunho de Pedro, que Jesus é o único Salvador, já
que “não existe debaixo do céu outro nome, dado aos homens, pelo qual possamos
ser salvos”. Jesus não é só o pastor que nos conduz, mas é também a fonte de
salvação para todos os homens; é por Ele e n’Ele que chegamos ao Pai.
A segunda leitura fala-nos do amor de
Deus, testemunhado em Jesus Cristo, que nos abre à comunhão com Ele. É mediante
esse “amor admirável” que cada um de nós é capaz de superar a sua condição de
debilidade e de fragilidade. O objetivo de Deus é integrar-nos na sua família e
como filhos levar-nos a participar da Sua plenitude.
O Evangelho centra-se na pessoa de Jesus como
“o Bom Pastor”, modelo e paradigma de todo o serviço na Igreja, o seu rebanho,
a quem Ele ama de forma gratuita e desinteressada, dando a vida pelas suas ovelhas.
Elas sabem que podem confiar n’Ele de forma incondicional, pois Ele não busca o
próprio bem, mas o bem do seu rebanho.
Padre João Lourenço, OFM
Publicada por OFS LUZ à(s) 19:13:00 0 comentários
3º Domingo de Páscoa
(18 de abril)
A comunidade cristã das
origens sempre acreditou e afirmou que Jesus era o messias. Essa certeza
fundamenta-se nas Escrituras e é por elas que a fé se consolida. N’Ele concretizam-se
todas as esperanças que ao longo dos séculos alimentaram a fé do povo eleito. É
essa experiência de fé que dá força e solidez ao testemunho da comunidade e que
a liturgia deste 3º Domingo da Páscoa nos convida a celebrar.
Hoje, iniciamos esta
introdução às leituras pelo Evangelho, convidando-vos a acolher este texto
único e os desafios que nos faz: o texto dos ‘Discípulos de Emaús’. Ele caminha
ao nosso lado e, mesmo sem o conhecermos, Ele está sempre disponível para
entrar em nossa casa e partilhar o nosso pão, revelando-se nos momentos de
partilha e de comunhão.
Padre João Lourenço, OFM
Publicada por OFS LUZ à(s) 19:03:00 0 comentários
14 de abril de 2021
2º Domingo de Páscoa
(11 de abril)
A liturgia tem como
objetivo mostrar-nos o testemunho daqueles que acreditam na ressurreição do
Senhor. Este domingo vemos como a 1ª comunidade cristã dava testemunho da sua
fé e se tornou para todos um sinal vivo da vida que brota da fé na ressurreição.
Este domingo, dedicado à misericórdia, diz-nos que a nossa identidade cristã
passa também pelo dom da misericórdia.
Na primeira leitura dos Atos
dos Apóstolos, S. Lucas, o autor desta obra, deixa-nos uma espécie de “fotografia”
da comunidade cristã de Jerusalém, salientando os traços dessa comunidade
ideal: formada na diversidade, toda a comunidade vive a mesma fé num só coração
e numa só alma; é uma comunidade que manifesta o seu amor fraterno em gestos
concretos de partilha e de dom, dando assim testemunho Jesus ressuscitado.
O Evangelho mostra que Jesus vivo e ressuscitado é o centro da
comunidade cristã; é à volta d’Ele que a comunidade se estrutura e é d’Ele que
ela recebe a vida que a anima e que lhe permite enfrentar as dificuldades e as
perseguições. Em tempo de pandemia, Ele continua a ser o fundamento da nossa
esperança.
Padre João Lourenço, OFM
Publicada por OFS LUZ à(s) 09:50:00 0 comentários
3 de abril de 2021
Domingo de Páscoa
Introdução à Liturgia:
O domingo de Páscoa é a festa das festas,
a festa da ressurreição e da vitória de Cristo sobre o poder da morte. Pela Sua
ressurreição afirma-se a plenitude da vida, tal como nos recorda a liturgia de hoje:
Deus o ressuscitou, libertando-o do poder da morte e mostrando-nos que é por
Ele que vencemos o poder do mal e do pecado. A Páscoa do Senhor é um raio de
esperança que nos ajudará a vencer a pandemia que nos cerca.
Introdução às Leituras:
A primeira leitura, dos Atos dos
Apóstolos, apresenta o exemplo de Cristo que “passou pelo mundo fazendo o bem”
e que, por amor, se entregou à morte. Deus o ressuscitou. Este é o primeiro
credo da comunidade cristã das origens: Ele foi suspenso na Cruz, mas Deus ressuscitou-O
e fez d’Ele o nosso Salvador. A vida triunfa da morte e, por isso, Ele é a
nossa esperança.
Na 2ª leitura, Paulo convida os cristãos, revestidos de Cristo pelo batismo, a continuarem a sua caminhada de vida nova, até à sua plena transformação. É assim que Cristo se faz vida nova em cada um de nós e é por Ele que todos chegamos à sua plenitude.
O Evangelho mostra-nos os discípulos correndo ao encontro do ressuscitado. João e Pedro descobrem que o sepulcro está vazio porque o Crucificado ressuscitou. Por isso, não há que procurar entre os mortos Aquele que está vivo. Agora, somos nós que ressuscitados pelo batismo, testemunhamos a vida nova e plena que d’Ele recebemos.
Padre João Lourenço, OFM
Publicada por OFS LUZ à(s) 18:39:00 0 comentários
1 de abril de 2021
29 de março de 2021
Domingo de Ramos
(28 de março 2021)
Introdução
à Liturgia:
Com a liturgia deste domingo damos início
à celebração da ‘grande semana’ da nossa redenção, acompanhando Jesus nos
últimos passos da sua vida e nos momentos mais significativos da sua entrega
total por nós. A cruz, que a liturgia deste domingo coloca no horizonte próximo
de Jesus, apresenta-nos a lição suprema do seu amor, o último passo desse
caminho de vida nova que, em Jesus, Deus nos propõe: a doação da vida por amor.
A primeira leitura apresenta-nos um
profeta anónimo que, à maneira de Isaías, é chamado por Deus a anunciar e testemunhar
a Palavra da salvação no meio das nações. Apesar do sofrimento e da
perseguição, o profeta confiou em Deus e concretizou, com plena fidelidade, o
projecto que Deus lhe havia confiado. Os primeiros cristãos viram neste “servo”
a figura de Jesus.
A segunda leitura apresenta-nos o exemplo
de Cristo. Ele prescindiu da sua glória, assumindo a condição humana para assim
servir a humanidade até ao dom pleno da vida. É esse mesmo caminho de vida que
a Palavra de Deus nos propõe.
O Evangelho narra-nos a paixão segundo o texto de S. Marcos: é o momento supremo de uma vida feita dom e serviço, a fim de libertar os homens de tudo aquilo que gera egoísmo e escravidão. Na cruz, revela-se a plenitude do mistério de Deus que se faz presente na história pela voz do centurião romano quando exclama: ‘na verdade, Este homem era Filho de Deus’.
Padre João Lourenço, OFM
Publicada por OFS LUZ à(s) 11:25:00 0 comentários
26 de março de 2021
5º Domingo da Quaresma
Introdução à Liturgia:
A liturgia deste Domingo continua a
propor-nos o tema da vida nova, pois toda a caminhada quaresmal é feita em
ordem à vida nova, à ressurreição do Senhor. Para exemplificar essa vida nova,
temos a imagem do grão de trigo que tem de morrer para gerar vida; a vida nova
que Deus nos propõe implica a vida do homem velho que há em nós.
Introdução às Leituras:
Na primeira leitura, tomada do livro de Jeremias, temos a proposta de uma nova
aliança, de um novo renascimento, feito não a partir de uma lei qualquer,
exterior ao homem, mas sim a partir de um coração novo, capaz de gerar amor e
comunhão.
A
‘nova aliança’ de que fala Jeremias concretiza-se em Jesus que, pela sua
entrega, a selou com a sua plena doação, o seu sacrifício e assim abriu para
todos os que n’Ele creem uma nova fonte de graça.
O Evangelho convida-nos a olhar para Jesus, a aprender com Ele, a segui-l’O no caminho do amor radical, do dom da vida, da entrega total a Deus e aos irmãos. O caminho da cruz parece, aos olhos do mundo, um caminho de fracasso e de morte; mas é desse caminho de amor e de doação que brota a vida verdadeira e eterna que Deus nos quer oferecer. Para chegar a este encontro, é necessário procurar, querer ver Jesus e dispor-se a segui-lo.
Padre João Lourenço, OFM
Publicada por OFS LUZ à(s) 10:02:00 0 comentários
12 de março de 2021
8 de março de 2021
18 de fevereiro de 2021
Família Franciscana - Encontro de Oração -
Saudações fraternas.
Pode
ser acompanhado em direto nos canais da OFS no Youtube e/ou no Facebook:
https://www.youtube.com/channel/UCgrVVjKD_NHZK2nFYToqrfQ
https://www.facebook.com/www.ofs.pt
PROGRAMA:
-
Oração (Salmo e Cântico)
-
Saudação (Frei António Martins)
-
"Quaresma com São Francisco" (Frei Miguel Grilo)
-
Cântico
-
Partilha
-
Cântico final
Encontramo-nos sábado para oramos em família.
Para todos votos de PAZ E BEM
Publicada por OFS LUZ à(s) 09:14:00 0 comentários
16 de fevereiro de 2021
Quaresma 2021
MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO
PARA A QUARESMA DE 2021
«Vamos subir a Jerusalém...» (Mt 20, 18).
Quaresma: tempo para renovar fé, esperança e caridade.
Queridos irmãos e irmãs!
Jesus, ao anunciar aos discípulos a sua paixão, morte e ressurreição como cumprimento da vontade do Pai, desvenda-lhes o sentido profundo da sua missão e convida-os a associarem-se à mesma pela salvação do mundo.
Ao percorrer o caminho quaresmal que nos conduz às celebrações pascais, recordamos Aquele que «Se rebaixou a Si mesmo, tornando-Se obediente até à morte e morte de cruz» (Flp 2, 8). Neste tempo de conversão, renovamos a nossa fé, obtemos a «água viva» da esperança e recebemos com o coração aberto o amor de Deus que nos transforma em irmãos e irmãs em Cristo. Na noite de Páscoa, renovaremos as promessas do nosso Batismo, para renascer como mulheres e homens novos por obra e graça do Espírito Santo. Entretanto o itinerário da Quaresma, como aliás todo o caminho cristão, já está inteiramente sob a luz da Ressurreição que anima os sentimentos, atitudes e opções de quem deseja seguir a Cristo.
O jejum, a oração e a esmola – tal como são apresentados por Jesus na sua pregação (cf. Mt 6, 1-18) – são as condições para a nossa conversão e sua expressão. O caminho da pobreza e da privação (o jejum), a atenção e os gestos de amor pelo homem ferido (a esmola) e o diálogo filial com o Pai (a oração) permitem-nos encarnar uma fé sincera, uma esperança viva e uma caridade operosa.
1. A fé chama-nos a acolher a Verdade e a tornar-nos suas testemunhas diante de Deus e de todos os nossos irmãos e irmãs
Neste tempo de Quaresma, acolher e viver a Verdade manifestada em Cristo significa, antes de mais, deixar-nos alcançar pela Palavra de Deus, que nos é transmitida de geração em geração pela Igreja. Esta Verdade não é uma construção do intelecto, reservada a poucas mentes seletas, superiores ou ilustres, mas é uma mensagem que recebemos e podemos compreender graças à inteligência do coração, aberto à grandeza de Deus, que nos ama ainda antes de nós próprios tomarmos consciência disso. Esta Verdade é o próprio Cristo, que, assumindo completamente a nossa humanidade, Se fez Caminho – exigente, mas aberto a todos – que conduz à plenitude da Vida.
O jejum, vivido como experiência de privação, leva as pessoas que o praticam com simplicidade de coração a redescobrir o dom de Deus e a compreender a nossa realidade de criaturas que, feitas à sua imagem e semelhança, n'Ele encontram plena realização. Ao fazer experiência duma pobreza assumida, quem jejua faz-se pobre com os pobres e «acumula» a riqueza do amor recebido e partilhado. O jejum, assim entendido e praticado, ajuda a amar a Deus e ao próximo, pois, como ensina São Tomás de Aquino, o amor é um movimento que centra a minha atenção no outro, considerando-o como um só comigo mesmo [cf. Enc. Fratelli tutti (= FT), 93].
A Quaresma é um tempo para acreditar, ou seja, para receber a Deus na nossa vida permitindo-Lhe «fazer morada» em nós (cf. Jo 14, 23). Jejuar significa libertar a nossa existência de tudo o que a atravanca, inclusive da saturação de informações – verdadeiras ou falsas – e produtos de consumo, a fim de abrirmos as portas do nosso coração Àquele que vem a nós pobre de tudo, mas «cheio de graça e de verdade» (Jo 1, 14): o Filho de Deus Salvador.
2. A esperança como «água viva», que nos permite continuar o nosso caminho
A samaritana, a quem Jesus pedira de beber junto do poço, não entende quando Ele lhe diz que poderia oferecer-lhe uma «água viva» (cf. Jo 4, 10-12); e, naturalmente, a primeira coisa que lhe vem ao pensamento é a água material, ao passo que Jesus pensava no Espírito Santo, que Ele dará em abundância no Mistério Pascal e que infunde em nós a esperança que não desilude. Já quando preanuncia a sua paixão e morte, Jesus abre à esperança dizendo que «ressuscitará ao terceiro dia» (Mt 20, 19). Jesus fala-nos do futuro aberto de par em par pela misericórdia do Pai. Esperar com Ele e graças a Ele significa acreditar que, a última palavra na história, não a têm os nossos erros, as nossas violências e injustiças, nem o pecado que crucifica o Amor; significa obter do seu Coração aberto o perdão do Pai.
No contexto de preocupação em que vivemos atualmente onde tudo parece frágil e incerto, falar de esperança poderia parecer uma provocação. O tempo da Quaresma é feito para ter esperança, para voltar a dirigir o nosso olhar para a paciência de Deus, que continua a cuidar da sua Criação, não obstante nós a maltratarmos com frequência (cf. Enc. Laudato si’, 32-33.43-44). É ter esperança naquela reconciliação a que nos exorta apaixonadamente São Paulo: «Reconciliai-vos com Deus» (2 Cor 5, 20). Recebendo o perdão no Sacramento que está no centro do nosso processo de conversão, tornamo-nos, por nossa vez, propagadores do perdão: tendo-o recebido nós próprios, podemos oferecê-lo através da capacidade de viver um diálogo solícito e adotando um comportamento que conforta quem está ferido. O perdão de Deus, através também das nossas palavras e gestos, possibilita viver uma Páscoa de fraternidade.
Na Quaresma, estejamos mais atentos a «dizer palavras de incentivo, que reconfortam, consolam, fortalecem, estimulam, em vez de palavras que humilham, angustiam, irritam, desprezam» (FT, 223). Às vezes, para dar esperança, basta ser «uma pessoa amável, que deixa de lado as suas preocupações e urgências para prestar atenção, oferecer um sorriso, dizer uma palavra de estímulo, possibilitar um espaço de escuta no meio de tanta indiferença» (FT, 224).
No recolhimento e oração silenciosa, a esperança é-nos dada como inspiração e luz interior, que ilumina desafios e opções da nossa missão; por isso mesmo, é fundamental recolher-se para rezar (cf. Mt 6, 6) e encontrar, no segredo, o Pai da ternura.
Viver uma Quaresma com esperança significa sentir que, em Jesus Cristo, somos testemunhas do tempo novo em que Deus renova todas as coisas (cf. Ap 21, 1-6), «sempre dispostos a dar a razão da [nossa] esperança a todo aquele que [no-la] peça» (1 Ped 3, 15): a razão é Cristo, que dá a sua vida na cruz e Deus ressuscita ao terceiro dia.
3. A caridade, vivida seguindo as pegadas de Cristo na atenção e compaixão por cada pessoa, é a mais alta expressão da nossa fé e da nossa esperança
A caridade alegra-se ao ver o outro crescer; e de igual modo sofre quando o encontra na angústia: sozinho, doente, sem abrigo, desprezado, necessitado... A caridade é o impulso do coração que nos faz sair de nós mesmos gerando o vínculo da partilha e da comunhão.
«A partir do “amor social”, é possível avançar para uma civilização do amor a que todos nos podemos sentir chamados. Com o seu dinamismo universal, a caridade pode construir um mundo novo, porque não é um sentimento estéril, mas o modo melhor de alcançar vias eficazes de desenvolvimento para todos» (FT, 183).
A caridade é dom, que dá sentido à nossa vida e graças ao qual consideramos quem se encontra na privação como membro da nossa própria família, um amigo, um irmão. O pouco, se partilhado com amor, nunca acaba, mas transforma-se em reserva de vida e felicidade. Aconteceu assim com a farinha e o azeite da viúva de Sarepta, que oferece ao profeta Elias o bocado de pão que tinha (cf. 1 Rs 17, 7-16), e com os pães que Jesus abençoa, parte e dá aos discípulos para que os distribuam à multidão (cf. Mc 6, 30-44). O mesmo sucede com a nossa esmola, seja ela pequena ou grande, oferecida com alegria e simplicidade.
Viver uma Quaresma de caridade significa cuidar de quem se encontra em condições de sofrimento, abandono ou angústia por causa da pandemia de Covid-19. Neste contexto de grande incerteza quanto ao futuro, lembrando-nos da palavra que Deus dera ao seu Servo – «não temas, porque Eu te resgatei» (Is 43, 1) –, ofereçamos, juntamente com a nossa obra de caridade, uma palavra de confiança e façamos sentir ao outro que Deus o ama como um filho.
«Só com um olhar cujo horizonte esteja transformado pela caridade, levando-nos a perceber a dignidade do outro, é que os pobres são reconhecidos e apreciados na sua dignidade imensa, respeitados no seu estilo próprio e cultura e, por conseguinte, verdadeiramente integrados na sociedade» (FT, 187).
Queridos irmãos e irmãs, cada etapa da vida é um tempo para crer, esperar e amar. Que este apelo a viver a Quaresma como percurso de conversão, oração e partilha dos nossos bens, nos ajude a repassar, na nossa memória comunitária e pessoal, a fé que vem de Cristo vivo, a esperança animada pelo sopro do Espírito e o amor cuja fonte inexaurível é o coração misericordioso do Pai.
Que Maria, Mãe do Salvador, fiel aos pés da cruz e no coração da Igreja, nos ampare com a sua solícita presença, e a bênção do Ressuscitado nos acompanhe no caminho rumo à luz pascal.
Roma, em São João de Latrão, na Memória de São Martinho de Tours, 11 de novembro de 2020.
Francisco
Publicada por OFS LUZ à(s) 19:50:00 0 comentários