Retalhos Como Francisco e Clara de Assis, a Fraternidade a todos saúda em Paz e Bem!Retalhos

14 de agosto de 2024

SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

 (15.08.2024)

Introdução à Eucaristia

Hoje, festa da Assunção de Nossa Senhora, é um dia solene para a Igreja, já que celebramos a plenitude da missão de Maria, elevada à glória da Trindade, e também a solenidade da plenitude da Igreja, de que Maria é imagem e primícias. N’Ela se cumprem as palavras do Magnificat: Deus a enalteceu, porque Ele eleva os humildes e cumula-os de bens. A glorificação da Virgem Maria faz-nos também participantes da esperança que anima a nossa caminhada: chegar um dia, tal como Ela, à plenitude da glória do Pai.

Introdução às Leituras

Na primeira leitura, o livro do Apocalipse, através de uma visão, descreve-nos de forma simbólica, a figura de Maria como símbolo da Igreja que luta para testemunhar a salvação que brota do Menino gerado pela Mãe. Da mãe Maria, surge a mãe Igreja que anuncia e testemunha no tempo a esperança da salvação.

Na segunda leitura, da 1ª Carta aos Coríntios, Paulo fala-nos da vitória de Cristo, o novo Adão. Na sua ressurreição todos renascemos para a vida nova e é nessa vida nova que chegamos à plenitude da comunhão com Deus.


O Evangelho, apresenta-nos a visitação de Maria a Isabel, completada depois pelo Cântico Evangélico do Magnificat. Ela é a mensageira da nova-aliança, Aquela que Deus escolheu para morada do Seu Filho. Por isso, ela canta, agradecida, todos os dons com que Deus beneficia o Seu povo.

Padre João Lourenço, OFM

12 de agosto de 2024

19º Domingo do Tempo Comum

 11 de agosto de 2024 - Ano B


Introdução à Liturgia:

     A fé em Jesus, não é uma realidade trivial, mas antes uma experiência profunda, que toca a vida toda, daqueles que acreditam. É uma opção existencial, pela qual, conferimos à nossa caminhada existencial um sentido que vai para além do imediato do dia-a-dia. A fé confere à vida um sentido de totalidade e de plenitude que se alimenta de Cristo, o pão que sacia a nossa fome de sentido e de comunhão.

 Introdução às Leituras:

     A primeira leitura, do Livro dos Reis, fala-nos da caminhada de Elias no deserto, e da sensação de cansaço e desânimo que sentiu no decurso da sua caminhada. Mas, tal como outrora ao povo de Israel, Deus assiste aqueles que lutam pelas Suas causas, de forma que não lhes falta a força nem a esperança para realizarem a sua missão.

     Na segunda leitura, S. Paulo aponta-nos, tal como outrora aos Efésios, uma lista de princípios e de comportamentos morais e fraternos que devem constituir o paradigma de vida da comunidade. Tudo isso tem como fundamento o exemplo de Jesus.

     O Evangelho de hoje dá continuidade ao texto do discurso do “Pão da vida,” que Jesus pronuncia na Sinagoga de Cafarnaum, perante a multidão que o segue. Tomando a imagem do maná, e relendo o sinal de outrora numa aplicação direta à sua missão, Jesus apresenta-se como o novo maná, aquele que sacia a fome mais profunda do homem e o conduz à vida plena da comunhão com Deus.

Padre João Lourenço, OFM

5 de agosto de 2024

18º Domingo do Tempo Comum

 4 de agosto de 2024 - Ano B

 Introdução à Liturgia:

     Em pleno tempo de férias, a liturgia trás, até nós, um tema que continua a preocupar o mundo e a Igreja: o tema do Pão, o mesmo é dizer, a questão da fome que, apesar de parecer resolvida, continua a atormentar o mundo. Nas leituras de hoje, Jesus apresenta-se como “o pão do Céu,” mostrando, assim, que há uma fome que está para além do pão material, embora, este, também seja fundamental para o bem da humanidade. Tal como os contemporâneos de Jesus, peçamos também nós: “Senhor, dá-nos sempre deste pão”.   

     Introdução às Leituras:

    Na sua caminhada pelo deserto, em direção à Terra Prometida, o povo de Israel duvida do seu Deus, Aquele que os tinha libertado do Egito. Então, uma vez mais, o Senhor mostra, a este povo, o seu carinho, satisfazendo a sua fome de pão, deixando, assim, um sinal da sua misericórdia. A primeira leitura de hoje, tomada do Livro do Êxodo, dá-nos a prova desta presença do Senhor.

    Na segunda leitura, continuando o texto da Carta aos Efésios, S. Paulo anima os crentes a crescer na fé, mostrando como, agora, deve ser diferente a vida dos convertidos, contrastando assim com as suas atitudes quando eram pagãos e viviam longe de Cristo.

    O Evangelho de hoje, na continuação do capítulo 6º de S. João, que iniciamos no domingo passado, Jesus, apresenta-se como o “Pão do céu,” respondendo, desta forma, a todos aqueles que O procuravam, após a multiplicação dos pães. Jesus, dando-lhes o pão material, quer, agora, dizer a todos os que o seguem e o procuram, que há outro pão, que mata outra fome e, esse pão, vem do amor, da partilha e da comunhão.

Padre João Lourenço, OFM

2 de agosto de 2024

17º Domingo do Tempo Comum

(28/07/2024) 


          Introdução à Liturgia:    

Neste tempo de verão, propício ao descanso e ao reforço das energias pessoais, sucede também, por vezes, que nos desleixamos na partilha e na comunhão de vida, construindo tudo a partir de nós e só a pensar em nós. O reforço das energias pessoais pressupõe também o reforço das energias espirituais, da comunhão e da proximidade. Nestes próximos domingos, a liturgia convida-nos a alimentar a nossa vida também a partir do pão que é Cristo.

           Introdução às Leituras 

A 1ª leitura, do livro dos Reis, fala-nos do profeta Eliseu e da sua proximidade para com os necessitados, exortando à confiança e à partilha. Repartir o pão é um gesto de humanidade pelo qual mostramos que Deus também está próximo daqueles que precisam: eles são o próximo que nos aproxima de Deus.

Na 2ª leitura, tomada da Carta aos Efésios, Paulo convida-nos a cultivar as virtudes humanas da simplicidade e da amabilidade. Tal como Deus é compassivo para connosco, assim o devemos ser para com os Irmãos.

O tema do pão e do alimento percorre toda a Sagrada Escritura, e está bem presente nas palavras de Jesus. O capítulo 6º do evangelho de S. João é todo ele dedicado ao tema do alimento. Jesus é esse alimento de vida e de comunhão que Deus dá ao Seu povo; Ele é o verdadeiro pão, descido do céu, oferecido por Deus.

Padre João Lourenço, OFM 

16º Domingo do Tempo Comum

 (21/07/2024)

           Introdução à Liturgia:    

A liturgia deste domingo realça a importância e a centralidade do tema do serviço e da proximidade que Deus dispensa ao Seu povo. Ele mesmo se apresenta como pastor para servir e estar com os seus fiéis, deixando-nos o exemplo para que aprendamos d’Ele a viver e a servir. Construir comunhão é exatamente isto: servir os Irmãos e estar com Jesus. Hoje, no Mosteiro dos Jerónimos serão ordenados dois novos bispos auxiliares para o Patriarcado de Lisboa. Peçamos ao Senhor para que eles sejam verdadeiros pastores segundo o seu coração. 

          Introdução às Leituras 

A 1ª leitura, tomado do Jeremias, é um apelo aos Pastores do povo de Deus para que saibam reunir na mesma comunhão todos aqueles que o pecado e as marcas da fragilidade humana afastaram da verdadeira comunhão com Cristo.

 Na Carta aos Efésios, Paulo diz-nos que Cristo é a nossa paz e que é a partir d’Ele que nos reconciliamos com Deus. As divisões humanas, os muros que nos separam foram superados em Cristo.

No Evangelho Jesus acolhe os discípulos que voltam do anúncio do Reino e convida-os à partilha e ao repouso, mostrando assim a sua humanidade e a ternura por todos aqueles que se entregam à missão. Como bom pastor, ele conhece as fragilidades de cada um e a todos dispensa a sua misericórdia.

Padre João Lourenço, OFM

18 de julho de 2024

15º Domingo do Tempo Comum

(14/07/2024)

 


Introdução à Liturgia:

A liturgia deste domingo traz até nós o tema do chamamento e do envio, focando as condições daqueles que são enviados para anunciar a Boa-Nova. Os textos fundadores da nossa fé sempre realçam a liberdade interior e a disponibilidade como condições fundamentais para o anúncio. Já assim era com os profetas e, com Jesus essas mesmas condições são ainda mais reforçadas. Como regressar às exigências que Jesus nos propõe?

Introdução às Leituras:

Na 1ª leitura, Amós fala-nos da sua missão e do seu profundo empenho em responder ao chamamento de Deus: “Foi o Senhor que me tomou e me disse: vai e profetiza ao meu povo”. A força da palavra ganha sentido, antes de mais, na própria vida daquele que a anuncia e, nisso, Amós é verdadeiramente exemplar.  

           Na 2ª leitura, da Carta aos Efésios, temos um dos hinos mais belos e mais profundos sobre a nossa condição de eleitos e escolhidos por Deus para o testemunho da Sua caridade e do seu amor para connosco. Todo o mistério da nossa eleição radica em Cristo e é por Ele e n’Ele que somos reconciliados e salvos. Essa é, para Jesus, a glória do Pai.

        No Evangelho, temos o envio dos discípulos e os sinais que eles devem dar no testemunho da sua missão para que esta seja verdadeiramente cristã e tornar-se sacramento da presença e da vinda do Reino. O discípulo deve escutar a Palavra, deixar-se desafiar por ela e, de forma livre e em gratuidade, anunciá-la ao mundo, fazendo dela o seu próprio itinerário de vida. 

Padre João Lourenço, OFM

DOMINGO XIV TEMPO COMUM – 2024

 (07.07.2024)

        Introdução à Liturgia:    

Uma das carências do nosso tempo está no facto de nos faltarem vozes proféticas que nos interpelem para os grandes e decisivos valores da experiência humana e da fé cristã. Num tempo marcado pela avidez do consumo e pela vivência do fugaz e do supérfluo, precisamos de escutar vozes que nos falem de Deus e da mensagem de Jesus. Hoje, através da Palavra de Deus, sentimos esta interpelação e acolhemos este desafio à escuta da voz de Deus.

Introdução às Leituras:

A primeira leitura, do livro de Ezequiel, fala-nos da presença do profeta no Exílio, um tempo de silêncio de Deus e de rebeldia do povo de Israel que não quer escutar a voz de Deus de que o profeta se faz eco. Deixar-se interpelar pelos sinais da história é a forma como Deus nos fala hoje, mesmo quando nos custa escutar a Sua voz.

 Na segunda leitura, da Carta aos Coríntios, Paulo fala-nos das suas fraquezas que em Cristo se tornam força e audácia para a missão e para o anúncio da Boa Nova. É nas suas fraquezas que se manifesta a força de Deus.

O Evangelho fala-nos da presença de Jesus na sua terra natal. Tal como nos diz o provérbio popular “ninguém é profeta na sua terra”, também Jesus não conseguiu deixar ali nenhum sinal do tempo novo da graça e do Reino que Ele vem anunciar. Aqui temos mais um apelo para que não fechemos o nosso coração à voz do Espírito.

Padre João Lourenço, OFM

13º Domingo do Tempo Comum – Ano B

(30.6.2024)

 Introdução à Eucaristia:

Vivemos hoje numa cultura carregada de contradições; por um lado, faz-se um grande esforço, em termos universais, para garantir melhores condições de vida a todas as pessoas e reconhecer o direito à vida como sinal sagrado que tem em Deus a sua fonte. Por outro lado, as manifestações de desprezo e leviandade acerca da vida são constantemente promovidas, como bem sabemos, através da exortação daquilo a que podemos chamar de ‘cultura de morte’. A Palavra de Deus diz-nos que Deus é a fonte da vida e Jesus vem-nos testemunhar essa plenitude de vida.


Introdução às Leituras:

A vontade de Deus é a vida dos homens, tal como nos diz o livro da Sabedoria. Acolher a Lei e pô-la em prática, é promover a vida e cumprir a Sua vontade. A criação é o testemunho pleno deste querer de Deus em nos conceder a vida, pois Ele é a fonte do bem e nós vivemos para o bem.

 Dando continuidade à leitura da 2ª Carta aos Coríntios, Paulo fala-nos também de um momento de vida: dar apoio aos Irmãos da Igreja de Jerusalém que passam por grandes privações e necessidades. A partilha fraterna entre as diversas Igrejas das origens cristãs é, não só expressão da comunhão fraternas, mas também do empenho de todos para que os Irmãos possam viver plenamente em Cristo.

 No Evangelho, S. Marcos volta ao tema da vida que Jesus vem trazer a todos aqueles que na sua caminhada se sentem fora da comunhão com Deus. Jesus é o grande apóstolo da vida para todos. A essa plenitude chega-se pela fé, tal como Jesus diz àqueles que o procuram e n’Ele colocam a sua esperança. 

Padre João Lourenço, OFM

27 de junho de 2024

12º Domingo do Tempo Comum


(23.06.2024)

Introdução à Eucaristia:

Nós, humanos, sempre tivemos e temos medo de olhar de frente o futuro, de nos questionar sobre o ambiente que nos rodeia, de colocar as nós próprios algumas das questões sobre o sentido da nossa existência. Acomodar-se em vez de olhar em frente com fé e esperança é sempre uma forma mais fácil de viver, apesar de não ser aquela que o Senhor nos propõe. Precisamos de não ter medo e confiar que Jesus caminha connosco na mesma barca.

Introdução às Leituras:

A primeira leitura, tomada do livro de Job, fala-nos de algo que, à primeira vista, nos parece estranho: que sentido tem este texto? Que perguntas são estas que resultam de um diálogo entre Deus e Job? O texto tem na sua base o sentido que o mar tinha para o mundo judaico: o mar era a figuração das forças hostis e da desordem que ameaça a vida do homem. Importa confiar que também o mar é obra criada por Deus e nada está para além do Seu poder.

Na continuação dos domingos anteriores, S. Paulo, no texto da 2ª Carta aos Coríntios que escutamos hoje, diz-nos que somos novas criaturas e, por isso, a confiança no Senhor é uma dimensão fundamental da nossa identidade crente.

No Evangelho, Marcos narra-nos o momento em que Jesus cruza o Mar da Galileia e confronta os medos dos discípulos em confiarem n’Ele. O texto mostra-nos que as tempestades da vida, mormente as dúvidas e as inquietações dos crentes encontram resposta na confiança em Jesus. Mesmo parecendo que Ele dorme, Ele está atento às nossas inquietações e mostra-nos que o amor de Deus faz se sempre presente. Mesmo temendo tais inquietações, não nos devemos deixar vencer ou paralisar perante elas. A nossa confiança está no Senhor. 

Padre João Lourenço, OFM

11º DOMINGO DO TEMPO COMUM

 (16.06.2024)

Introdução à Liturgia:

A liturgia deste domingo convida-nos a olhar para a vida e para o mundo com confiança e esperança, para que cada um de nós seja um sinal do Reino. É esta a grande sementeira que Deus quer fazer nos nossos corações para que sejamos também nós próprios semeadores da Sua palavra, lançando no mundo de hoje as sementes do bem e do amor. Que esta celebração nos transforme em sementes fecundas do Reino de Deus.

Introdução às Leituras:

A primeira leitura, numa linguagem muito figurativa como é timbre de Ezequiel, este profeta mostra-nos que Deus não se esqueceu do seu povo no exílio da Babilónia e, mesmo lá, Ele assegura ao Seu Povo que cumprirá as Suas promessas e o fará de novo regressar à sua terra, para aí poder gozar de paz e de tranquilidade.

Na segunda leitura, Paulo convida-nos à confiança na vida futura. Ele mesmo dá o seu testemunho e mostra a firmeza da sua fé perante todos os obstáculos. A confiança em Deus é a garantia da sua caminhada.

O Evangelho apresenta algumas das mais belas parábolas sobre o Reino de Deus, comparando-o à pequena semente que se lança à terra e que, germinando, produz frutos abundantes. É este o modo de ser e de agir de Deus; não age a partir da grandeza, nem se impõe. Nasce da simplicidade e propõe-se pelo amor.

Padre João Lourenço, OFM

10º Domingo do Tempo Comum – Ano B



 (09.6.2024)

Introdução à Eucaristia:

A experiência da inimizade, da recusa ao acolhimento dos apelos de Deus é algo que percorre toda a humanidade e que está também presente na nossa vida. Deixar-se seduzir e deslumbrar pelo efémero e pelas aparências é algo que nos acompanha e que nos leva, muitas vezes, a reconhecer a presença, o dedo de Deus na nossa vida e na vida dos irmãos. Acolhemos hoje a Palavra do Senhor que nos interpela a uma verdadeira conversão do coração.

Introdução às Leituras:

A essência do pecado está em desconfiar de Deus e pensar que Ele nos quer cercear a liberdade e a autonomia. Esta forma de pensar e de ser é algo que está nos opostos daquilo que é a verdadeira vontade, o verdadeiro projeto de Deus para cada um de nós. Esta é a grande tentação do homem.

Na segunda leitura, da Carta aos Coríntios, Paulo recorda-nos que a ressurreição do Senhor é a garantia da nossa própria ressurreição. É n’Ele e por Ele que vamos superando a nossa fragilidade para alcançarmos a plenitude a que somos chamados.

O texto do Evangelho de hoje ajuda-nos a identificar quem é e quem não é discípulo de Jesus. O discípulo permanece com Ele, confia n’Ele e sabe que procede de Deus. Sabem que é o seu Espírito que dá bondade a todas as coisas. Pecar contra o ‘Espírito Santo’ é recusar a salvação que Jesus nos oferece. É fazendo a sua vontade que entramos na sua família.

Padre João Lourenço, OFM

9º Domingo do Tempo Comum – Ano B


 (02.6.2024)

Introdução à Eucaristia:

Uma das dimensões que assume maior relevância no conjunto da mensagem cristã é o respeito e a dignidade da pessoa humana, a sua centralidade no plano de Deus e na história da salvação. Por isso, por vezes, as regras e determinações religiosas nem sempre são compatíveis com esta primazia do Irmão, da pessoa. Jesus oferece-nos hoje uma mensagem que nos diz que o religioso está ao serviço do homem e não o contrário.

Introdução às Leituras:

A primeira leitura, do livro do Deuteronómio, fala do preceito de guardar o sábado, conferindo-lhe para além da dimensão do sagrado e do descanso, uma dimensão social que deve alargar-se a todos. Conciliar a festa e a féria, nem sempre é fácil e a nossa sociedade, ávida do lucro e dominada pelo proveito do material, tem dificuldade em conciliar esta dupla dimensão da vida.

Na segunda leitura, Paulo fala-nos da fragilidade do seu ministério, e também da confiança que coloca em Cristo, já que é da sua morte e ressurreição que o crente recebe a força e a confiança que o leva a testemunhar e a anunciar a boa nova.

No Evangelho, Marcos narra-nos o diálogo entre Jesus e os fariseus; para Jesus o centro está no amor e no bem do outro; para os fariseus, só a Lei tem importância. Temos aqui uma vez mais o duelo eterno entre a Lei e o Espírito; entre a norma e o amor. Tal como Ele nos diz, só o amor nos leva ao encontro do Pai.

Padre João Lourenço, OFM

DOMINGO DA SANTÍSSIMA TRINDADE

 

ANO B - 2024)

Introdução à Liturgia:

Celebrar a Santíssima Trindade não é um convite a decifrar o mistério que se esconde num “Deus único em três pessoas”; Pelo contrário, é um convite a contemplar o Deus que é amor, que é família, que é comunhão e que criou os homens para os fazer participar desse mistério de amor. Como Deus é amor, também nós fomos criados e chamados a uma comunhão de amor que tem em Deus a sua plenitude.

Introdução às Leituras:

A primeira leitura apresenta-nos o Deus da comunhão e da aliança, apostado em estabelecer laços familiares com o homem, dando-se a conhecer a Moisés como ‘sendo um Deus clemente e compassivo, lento para a ira e rico de misericórdia’. É este Deus que Jesus nos deu a conhecer e testemunhou na sua caminhada.

Na segunda leitura, tomada da Carta aos Romanos, Paulo diz-nos que todos somos conduzidos pelo Espírito e é por Ele que nos tornamos filhos de Deus. E é como filhos que podemos proclamar ‘Abbá’ (Pai). Sendo filhos no Filho, somos Irmãos na grande família da Trindade divina, onde construímos o verdadeiro Reino de Deus.

No Evangelho, despedindo-se dos discípulos, Jesus deixa-lhes o mandato do envio. Eles vão pelo mundo levar a mensagem que Jesus lhes ensinou e testemunhar tudo quanto partilhou com eles. A primeira missão é a de batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo todos os que se mostrarem disponíveis para integrar a família de Deus.

Padre João Lourenço, OFM

14 de maio de 2024

SOLENIDADE DO PENTECOSTES

 


(19.05.2024)


Introdução à Liturgia:

O Espírito Santo é o grande dom que Deus faz à sua Igreja. É Ele que nos congrega na Comunhão para assim testemunharmos no mundo o amor e a esperança do Cristo Ressuscitado. Celebrar o Pentecostes é celebrar as origens da Igreja, do novo povo de Deus que o Espírito renova e congrega na história.

 Introdução à Leituras:


A primeira leitura mostra-nos como a Comunidade reunida em nome do Senhor Jesus recebe o dom do Espírito Santo, a nova Lei do ressuscitado que é a fonte dessa vida nova. É por Ele que a vida dos fiéis ganha um novo sentido e se tornam testemunhos vivos de Cristo.

 Na segunda leitura, Paulo ajuda os crentes de Corinto a reconhecerem a ação do Espírito Santo em cada um dos batizados. A diversidade de ministérios e de dons é uma riqueza grande para a Igreja. A finalidade de todos esses carismas é o contributo para que a comunidade cresça na comunhão e no serviço fraterno, vencendo o medo, os uniformismos paralisantes e as tentativas, sempre presentes, de querer controlar a força da fé. 

 O Evangelho apresenta-nos a comunidade cristã, reunida à volta de Jesus ressuscitado. Para S. João, esta comunidade passa a ser uma comunidade viva, recriada, nova, a partir do dom do Espírito. É pelo Espírito que a Comunidade vence o medo, se torna testemunho vivo da força de Deus no mundo e construtora da harmonia e da paz.

Padre João Lourenço, OFM

SOLENIDADE DA ASCENSÃO DO SENHOR

 


(12.05.2024)

Introdução à Liturgia:

De acordo com a narrativa de S. Lucas de que nos fala o livros dos Atos dos Apóstolos, celebra hoje a Ascensão do Senhor. Trata-se do momento em que Cristo leva à plenitude o seu mistério pascal, concluindo a sua missão no tempo histórico e entregando ao Pai o futuro da humanidade que n’Ele foi redimida. A dimensão teológica desta festa marca profundamente a fé cristã, já que em Cristo a nossa própria contingência está presente em comunhão com Deus, dando assim um novo sentido à História, o que faz dela uma história da salvação.

Introdução às Leituras:

A primeira leitura apresenta-nos a cena e deixa-nos a teologia da mensagem essencial desta festa: Jesus, depois de ter apresentado ao mundo o projeto do Pai, entrou na vida definitiva da comunhão com Deus. É esta vida que Ele anunciou e promete a todos os que percorrem o mesmo "caminho" que Ele percorreu. Os discípulos não podem ficar a olhar para o céu, esperando que de lá venha a transformação do mundo. Isso acontece pelo empenho e pelo vigor do nosso testemunho.

 A segunda leitura convida os discípulos a terem consciência da esperança a que foram chamados; eles devem fazer com que essa esperança seja para eles a força dinamizadora das suas vidas, capaz de transformar o mundo para que este cresça até à plenitude de Deus.

 No Evangelho, o Ressuscitado manifesta-se aos discípulos, ajuda-os a vencer a desilusão, o medo e o comodismo e conclui a Sua missão enviando-os ao mundo como testemunhas do projeto de salvação de Deus. Agora, junto do Pai, Ele continuará a acompanhar os discípulos e, através deles, a oferecer aos homens a vida nova e definitiva.

Padre João Lourenço, OFM

6.º Domingo da Páscoa

 5 de abril de 2024 - ANO B

Introdução à Liturgia: 

Celebramos, hoje, o Sexto Domingo da Páscoa. A experiência pascal dos discípulos leva-os a descobrir o autêntico rosto do Mestre, pelo qual, chegam à perfeita contemplação do Pai. A liturgia deste domingo mostra-nos essa nova dimensão da fé: Ele, não é apenas o Senhor; Ele é, acima de tudo, o Amigo que os leva à plenitude da comunhão com Deus, feita amizade e vida nova.

         Nesta Eucaristia, teremos presentes as seguintes intenções…

 Introdução às Leituras:

     A primeira leitura mostra-nos como a salvação, oferecida por Deus através de Jesus Cristo e, agora, anunciada e testemunhada pelos discípulos, se destina a todos os homens, sem distinção de raça, cultura ou tradições religiosas. Ela é universal e esse é o primeiro e o maior dom que em Cristo Deus oferece a todos os homens. A cada homem compete apenas acolhê-la e dispor-se a aceitá-la.

A segunda leitura confirma aquilo que Jesus vai dizer aos discípulos no Evangelho: “Deus é amor”. A vinda de Jesus ao encontro dos homens e a sua morte na cruz revelam a grandeza desse amor de Deus pelos homens. Ser “filho de Deus” e “conhecer a Deus” é deixar-se envolver por este dinamismo de amor, amando os irmãos.

     Num dos textos mais belos e expressivos do seu Evangelho, S. João mostra-nos como Jesus estabelece uma nova relação com os discípulos e, na pessoa deles, com todos aqueles que acreditam no seu Nome. Os discípulos já não são servos, mas sim os “amigos” a quem Jesus revelou o amor do Pai; a sua missão é testemunhar o amor de Deus no meio dos homens.

Pe. João Duarte Lourenço OFM

5º Domingo da Páscoa

 

Introdução à liturgia:

    A liturgia do tempo pascal leva-nos a contemplar a glória do Ressuscitado junto do Pai e a viver em unidade e comunhão com Ele. Tal como o ramo agradece à videira a vida e a seiva que dela recebe, o mesmo sucede connosco, unidos a Cristo tornamo-nos fonte de vida, de uma vida em plenitude que se dá em gratuidade e serviço aos irmãos.

 Introdução às leituras:

A primeira leitura, do livro dos Atos dos Apóstolos, diz-nos que o cristão é membro de um único corpo – o Corpo de Cristo. A sua vocação é seguir Cristo, integrado numa família de irmãos que partilha a mesma fé, percorrendo o mesmo caminho. É assim que a Igreja se constrói, numa mesma comunhão e aceitando a diversidade de carismas entre os Irmãos.

A segunda leitura, tomada da 1ª Carta de S. João, diz-nos que ser cristão é “acreditar em Jesus” e “amar-nos uns aos outros como Ele nos amou”. É pela coerência da nossa vida que podemos testemunhar a nossa fé e, ao mesmo tempo, anunciar esta vida nova que nos vem do Ressuscitado.

 O Evangelho, numa sequência muito bela de imagens, apresenta Jesus como “a verdadeira videira” que dá bons frutos, tal como Deus espera de cada um de nós. Viver e permanecer unidos a Cristo é a condição para nos tornarmos ‘ramos’ fecundos de vida e de comunhão. É assim que nos tornaremos verdadeiras testemunhas no meio dos homens da vida e do amor de Deus.

Padre João Lourenço, OFM

2 de maio de 2024

4,º Domingo da Páscoa

 

21 de abril de 2024

Ano B

Introdução à Liturgia:

     Celebramos hoje o “Domingo do Bom Pastor,” dia mundial de oração pelas vocações sacerdotais e religiosas, consagradas ao Senhor e ao serviço da Igreja. É um dia que assume um grande significado no ritmo anual da liturgia da Igreja, tal é a representatividade que esta figura bíblica tem na tradição cristã e a apropriação que Jesus faz dela como paradigma do seu serviço ao povo de Deus. Por isso, hoje assumimos o convite que nos é feito para rezarmos por todas as vocações sacerdotais, para que todos os Pastores do Povo de Deus o sejam verdadeiramente à imagem de Jesus, o Bom Pastor.

    Nesta Eucaristia, teremos presentes as seguintes intenções…

Introdução às Leituras:

     A primeira leitura, retirada do livro dos Atos dos Apóstolos, afirma, pelo testemunho de Pedro, que Jesus é o único Salvador, já que “não existe debaixo do céu outro nome, dado aos homens, pelo qual possamos ser salvos”. Jesus não é só o pastor que nos conduz, mas é também a fonte de salvação para todos os homens; é por Ele e n’Ele que chegamos ao Pai.

A segunda leitura fala-nos do amor de Deus, testemunhado em Jesus Cristo, que nos abre à comunhão com Ele. É mediante esse “amor admirável” que cada um de nós é capaz de superar a sua condição de debilidade e de fragilidade. O objetivo de Deus é integrar-nos na sua família e como filhos levar-nos a participar da Sua plenitude.

O Evangelho centra-se na pessoa de Jesus como “O Bom Pastor”, modelo e paradigma de todo o serviço na Igreja, o seu rebanho, a quem Ele ama de forma gratuita e desinteressada, dando a vida pelas suas ovelhas. Elas sabem que podem confiar n’Ele de forma incondicional, pois Ele não busca o próprio bem, mas o bem do seu rebanho.

Pe. João Duarte Lourenço OFM

3º Domingo de Páscoa


 (14 de abril)

 Introdução à Liturgia:

A comunidade cristã das origens sempre acreditou e afirmou que Jesus era o messias. Essa certeza fundamenta-se nas Escrituras e é por elas que a fé se consolida. N’Ele concretizam-se todas as esperanças que ao longo dos séculos alimentaram a fé do povo eleito. É essa experiência de fé que dá força e solidez ao testemunho da comunidade e que a liturgia deste 3º Domingo da Páscoa nos convida a celebrar.

 Introdução às Leituras:

Hoje, iniciamos esta introdução às leituras pelo Evangelho, convidando-vos a acolher este texto único e os desafios que nos faz: o texto dos ‘Discípulos de Emaús’. Ele caminha ao nosso lado e, mesmo sem o conhecermos, Ele está sempre disponível para entrar em nossa casa e partilhar o nosso pão, revelando-se nos momentos de partilha e de comunhão.

 A primeira leitura apresenta-nos o testemunho dos discípulos sobre Jesus. Depois de terem mostrado, em gestos concretos, que Jesus está vivo e continua a oferecer aos homens a salvação, Pedro e João convidam os seus interlocutores a acolherem a proposta de vida que Jesus lhes faz.

 A segunda leitura lembra que o cristão, depois de encontrar Jesus e de aceitar a vida que Ele oferece, tem de viver de forma coerente com o compromisso que assumiu. Essa coerência deve manifestar-se no empenho e no esforço de viver conforme o Evangelho, dando testemunho da verdade e do amor.

Padre João Lourenço, OFM

8 de abril de 2024

2.º Domingo de Páscoa

 

Rembrandht- A incredulidade de Tomé
(7 de abril)

 Introdução à Liturgia:

A liturgia tem como objectivo mostrar-nos o testemunho daqueles que acreditam na ressurreição do Senhor. Este domingo vemos como a 1ª comunidade cristã dava testemunho da sua fé e se tornou para todos um sinal vivo da vida que brota da fé na ressurreição. Este domingo, dedicado à misericórdia, diz-nos que a nossa identidade cristã passa também pelo dom da misericórdia.

 Introdução às Leituras:

Na primeira leitura dos Atos dos Apóstolos, S. Lucas, o autor desta obra, deixa-nos uma espécie de “fotografia” da comunidade cristã de Jerusalém, salientando os traços dessa comunidade ideal: formada na diversidade, toda a comunidade vive a mesma fé num só coração e numa só alma; é uma comunidade que manifesta o seu amor fraterno em gestos concretos de partilha e de dom, dando assim testemunho Jesus ressuscitado.

O Evangelho mostra que Jesus vivo e ressuscitado é o centro da comunidade cristã; é à volta d’Ele que a comunidade se estrutura e é d’Ele que ela recebe a vida que a anima e que lhe permite enfrentar as dificuldades e as perseguições. Em tempo de pandemia, Ele continua a ser o fundamento da nossa esperança.

 A 2ª leitura, por sua vez, recorda-nos os critérios que definem a autêntica vida cristã: o crente é aquele que ama Deus, que adere a Jesus Cristo e à proposta de salvação que, através d’Ele, o Pai propõe aos homens e que vive no amor aos irmãos. Quem vive desta forma, vence o mundo e passa a integrar a família de Deus.

Padre João Lourenço, OFM

 
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