Retalhos Como Francisco e Clara de Assis, a Fraternidade a todos saúda em Paz e Bem!Retalhos

27 de setembro de 2011

O Irmão Bom Pastor - O Padre Filipe









O Irmão Bom Pastor - Padre Filipe Carreira do Rosário
Eu e o Luís conhecemos o Padre Filipe no casamento da minha melhor amiga de curso, a Ana Barros, na Igreja de Nossa Senhora da Luz. Foi no ano de 1985. Desde então, guardamos a imagem de um homem novo, diferente, ao contrário, como se andasse a fazer o pino, de cabeça para baixo e pés no ar. Ele foi um homem desconcertante, simples e alegre que soube transpor as barreiras das cerimónias e as alturas dos monumentos nacionais, concretamente do retábulo e do altar-mor da Igreja da Luz, no dia daquele casamento. A vida do Padre Filipe foi marcante para nós nestes últimos 25 anos de vida e, nesta hora, reconhecemos que ele foi o nosso Irmão Bom Pastor, o Irmão Bom Pastor da nossa família.
Nesta hora, por graça de Deus, reconhecemos a sua presença na preparação do nosso Matrimónio, nesse longínquo ano de 1985, e na nossa família, imediatamente após o regresso da nossa lua-de-mel, num Domingo do mês de Setembro, depois da Eucaristia das 19:00, quando o cumprimentámos e nos apresentamos como seus paroquianos e ele aceitou tomar um café em nossa casa. Ele abençoava as casas das famílias. Ele abençoou-nos e guardou-nos, desde então.
Na catequese e nos grupos de jovens ensinava a cantar: “A minha meta é Cristo, o meu troféu és Tu meu Senhor Sou jovem e não desisto de espalhar a Paz e o Amor.”
Ele rezou pelo nascimento das nossas filhas, a Francisquinha e a Sarinha, depois de uma intervenção cirúrgica bem sucedida. Alegrou-se com toda a família e baptizou-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
No Centro Social e Paroquial de Carnide, no jardim de infância das nossas meninas, ele foi um Sacerdote e um Pai atento e acolhedor. A sua presença nas festas de Natal e no final dos anos escolares é inesquecível, tal como a sua boa disposição nas celebrações lindas na Igreja de S. Lourenço, que reconstruiu. As crianças corriam ao seu encontro e ele muito sorridente pedia-lhes beijinhos, especialmente às mais pequeninas.
Na Igreja da Luz ele foi o Vigário de Cristo, ele deu a vida pelas suas ovelhas, salvou-as de lobos ferozes e reconduziu-as, com sacrifício da própria vida, a pastagens verdejantes. Ele nunca nos deixou só. Acompanhou-nos sempre.
No Externato da Luz, o Padre Filipe foi o nosso Director. Pelo exemplo ensinou-nos a ser pais e educadores responsáveis; ensinou-nos a disciplina e o prémio do estudo, o trabalho árduo por amor; ensinou-nos a construir uma sociedade mais justa e pacífica, onde todos são irmãos. O Padre Filipe viveu o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, o serviço a Deus e ao próximo. O Padre Filipe foi santo nesta terra. Por Ele queremos ser membros da sua família e irmãos de todos os homens. Ele viveu a Fraternidade Universal. Por ele queremos ser dignos de pertencer à Família Franciscana, à família de S. Francisco e de Santa Clara de Assis e de inúmeros santos da Igreja.
Em Lisboa, nesta nossa cidade das sete colinas, reconhecemos que o Padre Filipe criou uma nova paisagem urbana: nas igrejas, nos adros, nos largos, nas rotundas, nas praças, nos jardins, nos centros culturais e nos homens e nas mulheres do nosso tempo que o amaram, uma paisagem linda que permanece, porque ele amou primeiro, tudo e todos, à maneira de Jesus, terna e profundamente. Ele é um outro Bom Pastor. O Padre Filipe partiu para a casa do Pai mas na comunhão dos santos permanece nesta obra que foi ruínas e reconstruída por ele. Nesta hora, agradecemos ao Senhor o dom da vida do Padre Filipe. Sentimos que não foi só para nós mas para todos. O Padre Filipe foi, é e será sempre o nosso Irmão Bom Pastor.
Obrigado Padre Filipe. Até logo.
Beijinhos da Francisca, Luís, Francisquinha e da Sara Rebordão Topa

10 de agosto de 2011

Santa Clara de Assis - 800 anos de Vocação









Com todo o júbilo e reconhecimento pelo grande Dom da visita da Irmã Madre Maria do Lado de Jesus, do Mosteiro de N.ª Senhora da Esperança, em Montalvo, à Fraternidade de S. Francisco à Luz, no ano Jubilar Clareano, publica-se o texto da comunicação da nossa querida Irmã Clarissa.



ANO VOCACIONAL
A Ordem Franciscana celebra o ano jubilar pela fundação da segunda Ordem.
Em Portugal, as Irmãs Clarissas, com a aprovação do Presidente da Família Franciscana e a bênção do Ministro Geral, proclamaram um ano Vocacional, com o fim de voltar às origens da nossa vocação e por ela agradecer ao Pai das misericórdias que nos cumula de seus dons.
Como tema a iluminar a celebração deste ano vocacional o apelo do Apóstolo, repetido e vivido por Santa Clara: “CONHECE A TUA VOCAÇÃO” e a nossa resposta consciente: “NOSSA VOCAÇÃO É O MAIOR DE TODOS OS DONS” (Testamento, 2)
Não se trata de celebrar somente uma data histórica. Isto seria simplesmente fazer arqueologia e tudo se concluiria como um fato de crónica. Trata-se de ver estes 800 anos com o olhar de Deus, isto é: com os olhos da fé, contemplando tudo o que de bom fez o Senhor através de Francisco e da sua “plantinha” a Irmã Clara, contemplar todo o bom e o bem que o Senhor realizou e segue realizando através dos Irmãos Franciscanos e neste ano sobretudo através das Irmãs Clarissas de ontem e de hoje. Contemplando o passado com os olhos de Deus, com os olhos da fé, a história que aparentemente se apresenta como uma simples história humana, acaba sendo “história de salvação”. (São palavras do nosso Ministro Geral às Irmãs Clarissas do Brasil).
A história de Clara, vivendo em seu palácio com todos os condicionalismos de mulher medieval, não a impediu de fazer uma opção por Jesus Cristo.
Ela mesma nos diz no seu testamento (n.5): “O Filho de Deus fez-se nosso caminho, como nos mostrou e ensinou, por palavras e por exemplos o nosso Bem-aventurado Pai S. Francisco, seu apaixonado imitador.”
Clara, que vivia reclusa na torre do palácio familiar ouviu falar da conversão de Francisco e de como se despojou das roupas e do titulo paterno para, livre e liberto, seguir a Jesus Cristo e a Sua Santíssima Mãe, a senhora pobrezinha. Durante a quaresma também teve oportunidade de escutar as suas palavras de fogo que lhe queimaram o coração. Nunca mais o iria esquecer e, já no fim da sua vida, deixou-nos esta recordação no Testamento: “como nos mostrou e ensinou pela palavra e pelo exemplo o nosso bem-aventurado Pai S. Francisco.”
Clara percebeu a divina inspiração, como preciosa predilecção. Acolheu. E o acolhimento foi-lhe purificando a mente na escolha.
A pretexto de piedade, Clara, consegue sair da sua torre para se encontrar com Francisco. Partilha com ele a divina inspiração para seguir a vida dos Irmãos Menores. Francisco mostra-se relutante à ideia de uma jovem mulher nobre viver entre os leprosos. Resiste e orienta-a na oração de fé e de confiança.
Deus que chama dá a força para O seguir. No Testamento Clara recorda-nos quem e como tocou o seu coração: “depois que o Altíssimo Pai Celestial, pouco depois da conversão do nosso bem-aventurado Pai S. Francisco se dignou iluminar-me o coração para que, seguindo-lhe o exemplo, fizesse penitência, segundo a luz da graça que o Senhor me comunicou através da sua vida maravilhosa e da sua doutrina”.
No dia de Ramos Deus se manifesta pelo Bispo Guido. Um ramo: um sinal de Deus feito caminho na vida de Clara.
Francisco não resiste mais à inspiração divina. Mudar de lugar agora é real para Clara. Deixa o seu palácio e caminha para a Porciúncula;
Clara nunca esquecerá aquele dia: “prometi-lhe voluntariamente obediência”( TC 26). Como um Irmão Menor Clara, de livre vontade, prometeu obediência a Francisco confiando a sua vida e a sua vocação à Ordem dos Menores.
Diante da imagem da Virgem Maria Clara fez a sua Profissão:
Seguir as pegadas de Nosso Senhor Jesus Cristo e de Sua Santíssima Mãe.
Francisco comprometeu-se a cuidar de Clara e de suas Irmãs como de seus próprios Irmãos e escreveu para elas uma Forma de Vida registada cuidadosamente, por Clara, no coração da sua regra. Esta Forma de Vida compendia o carisma vocacional de Clara e das Clarissas:
Pois que por inspiração divina vos fizestes filhas e servas do altíssimo e soberano rei e Pai celestial e vos tornastes esposas do Espírito Santo, abraçando uma vida conforme a perfeição do santo Evangelho, eu quero e prometo em meu nome e em nome dos meus Irmãos, ter sempre para convosco, como tenho para com eles diligente cuidado e solicitude particular.” (Regra VI, 3-4).
Francisco reconhece que a vocação de Clara e das Irmãs aconteceu por inspiração Divina. Elas, fiéis a essa inspiração, tornaram-se “
filhas e servas do Altíssimo Rei e Pai celestial e desposaram-se com Deus Espírito Santo.”
Há quatro partes distintas na FORMA DE VIDA:
• Filhas e servas de Deus
• Esposas do Espírito Santo
• Irmãs de Jesus Cristo Palavra – Santo Evangelho
• Irmãs de Francisco e dos Irmãos
Clara decidiu deixar a sua vida palaciana para seguir a vida simples e pobre de Francisco, na fidelidade a Deus que a inspirou, orientou e fortaleceu nessa opção.
Na Porciúncula diante da imagem da Virgem Maria prometeu observar o santo evangelho tornando-se Irmã, Mãe e Discípula de Jesus Cristo e esposa de Deus Espírito Santo: “Tal como a Virgem das Virgens o trouxe materialmente em seu seio assim também tu o podes trazer, de maneira espiritual, no teu corpo casto e virginal, seguindo as suas pegadas.” (3CCL)
Irmã dos Irmãos: Não somos Ordens distintas, somos uma mesma Ordem: “eu quero e prometo em meu nome e em nome dos meus Irmãos, ter sempre para convosco, como tenho para com eles diligente cuidado e solicitude particular
Este é o CARISMA de Clara e de suas Irmãs, depois de serem fiéis à inspiração divina: Viver em fraternidade como filhas de Deus Pai, Esposas do Espírito Santo, Irmãs e Mães de Jesus Cristo; Irmãs e Mães das Irmãs, dos Irmãos e de todos as pessoas do mundo: “Porque o Senhor não nos colocou como espelho e exemplo somente para os outros homens, mas também, para as Irmãs que o Senhor chamou a viver a nossa vocação de modo que também elas se convertam em exemplo e espelho das pessoas que vivem no mundo.” (TC, 19-20)
A Mãe Clara na sua Regra é bem explícita: A Forma de Vida da Ordem das Irmãs Pobres, que São Francisco instituiu é esta: “Observar o Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, vivendo em obediência, sem próprio e em castidade”(Regra I, 1).
Obediência: Cristo, nosso Irmão mais velho, obedeceu ao Pai Celestial, obedeceu às leis judaicas e às leis civis, obedeceu a Maria e José. Ele é o nosso modelo de obediência com o exemplo e com a Palavra Evangélica.
Sem próprio: “Vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres, depois vem e segue-me”(Mt. 19,21)
Não ter nada próprio não é viver na miséria, mas sim viver livre e liberto para Deus.
Em castidade: É ter a consciência de que somos esposas do Espírito Santo. O Espírito santo nos habita e nos envolve e o nosso coração está livre para amar a todos: às Irmãs, aos Irmãos e a todas as pessoas: “Amai-vos umas às outras, porque se uma mãe ama e cuida de seu filho carnal com quanta mais solicitude uma Irmã não deve amar e cuidar de sua Irmã espiritual” (RC).
A vocação das Irmãs Clarissas
Trinitária:
• Filhas e servas do Altíssimo Senhor, Rei e Pai
• Esposas do Espírito Santo
• Irmãs e Mães de Jesus Cristo
Cristocêntrica:
Cristo, o Irmão mais velho que caminha connosco e é o alvo da nossa contemplação nos sustém, fortalece e anima. Clara centraliza toda a sua vida espiritual contemplativa e fraterna em Cristo e o aconselha as suas Irmãs.
Com Cristo no centro da nossa vida aí estão as Irmãs, os Irmãos e todas as criaturas, numa fraternidade universal.
Hoje as Irmãs Clarissas são cerca de trinta mil em todo o mundo.
Todas, unidas com toda a Ordem, estão vivendo este ano jubilar, num grande esforço para regressar às Fontes: à pureza, entusiasmo e criatividade do início.
Contamos com a vossa ajuda.
Irmã Maria do Lado de Jesus, OSC

10 de julho de 2011

Possível Retrato de S. Francisco em Vida

POSSÍVEL RETRATO DE S. FRANCISCO EM VIDA
COMO O IRMÃO S. FRANCISCO NOS PODE SERVIR DE EXEMPLO






ESTÁBULO ONDE NASCEU S. FRANCISCO


Se conhecêssemos como o Pai S. Francisco se converteu, consolidaríamos a nossa fé.
Era filho de Pedro Bernardone e de Dona Pica.
Na sua juventude era dado à vida mundana e irrequieta, como os jovens da sua idade, sempre em festas e algazarras.

FRANCISCO VAI À GUERRA

Francisco sonhava com guerras e honras militares e nesse espírito participou, com insucesso, na guerra que se desencadeou entre Assis e Perúsia, tornando-se, entre outros assissienses, prisioneiro e enfermo. Tal revés não esmoreceu os sonhos de fama e de glória e, livre da prisão e da doença, alistou-se cheio de entusiasmo no exército ao serviço das armas do Papa quando, numa noite, teve uma visão grandiosa: um belo palácio, com muitos soldados e a promessa de que tudo seria seu.
Francisco partiu e em plena marcha ouviu um chamamento, em jeito de visão (como relata a Legenda TRIUM SOCIORUM), uma Voz que lhe dizia:
- Quem te pode ser de mais proveito? O Senhor ou o servo? Respondeu: - O SENHOR. Ouviu novamente a Voz:- Então, porque deixas o Senhor pelo servo e o príncipe pelo vassalo?
Francisco, confuso, respondeu, perguntando:- QUE QUERES QUE EU FAÇA? (como S. Paulo, ou como o profeta Jeremias e outros).
E a Voz replicou:- Volta para a tua terra e ser-te-à dito o que deves fazer. Já em Assis, durante uma festa com os amigos, Francisco, foi tocado pela presença Divina, deixou de se interessar pelas festas e algazarras e, olhando mais para os pobres e necessitados, mudou completamente o seu estilo de vida.

S. FRANCISCO MEDITA NA SUA VIDA FUTURA NUMA GRUTA
Desde então, Francisco iniciou uma busca incessante de Deus, procurava desvendar os seus desígnios e, nas matas e nos bosques, na quietude e no silêncio, esclarecer as dúvidas e as inquietações que a nova visão da vida lhe proporcionava. Vendo a vida com outros olhos, retirou-se para uma gruta para meditar e nela considerar que interessava mais a sabedoria de Deus, a vida religiosa e a oração do que o casamento e a vida mundana.
FRANCISCO DESPOJA-SE DOS BENS MATERIAIS
Transformado pela graça divina e quando vestia, ainda, roupas ricas e mundanas, Francisco decidiu viver onde não fosse conhecido; ali, despiu as roupas, trocou-as pelas de um pobre e fez-se passar por mendigo.
Nessa altura, Francisco participou numa peregrinação à Basílica de S. Pedro em Roma e ao aperceber-se que as esmolas eram parcas, disse de si para si mesmo: - ”O Príncipe dos Apóstolos deve ser honrado com magnificência. Porque será que este povo faz ofertas tão ridículas à Igreja em que repousa o seu corpo?” Tocado de profundo fervor religioso, retirou uma mão cheia de moedas e atirou-as para junto do altar. Foi tanto o ruído que todos os presentes se maravilharam de tanta generosidade. A seguir, saiu, trocou de roupa com um mendigo e começou a pedir esmola nos degraus da Basílica.
S. FRANCISCO ENCONTRA E BEIJA O LEPROSO
Certo dia, Francisco ía pelo campo e ouviu o sino de um leproso, que alertava os transeuntes para o perigo da doença e deteve-se. Era um homem, um leproso, um doente incurável, roto, esfarrapado e coberto de chagas, que causava repulsa e de quem ninguém ousava aproximar-se devido ao risco de contágio. Francisco desceu do cavalo, cobriu o leproso com a capa e, contemplando o seu rosto, beijou-o. Sentiu, naquela hora, que tinha sido o beijo mais doce da sua vida. (Outro ponto de viragem na vida do Santo Pai S. Francisco).
CRUCIFIXO FALA A S. FRANCISCO
Nas suas inquietações e andanças, e nas suas buscas, por aquilo que lhe ia no interior Francisco, ao deambular pelos montes perto de Assis, passou perto de uma capela em ruínas.
Estando incomodado, com os seus sentimentos e palpitações interiores, entrou Francisco em oração profunda, ouviu uma voz: “Francisco olha para a minha Igreja em ruínas e reconstrói-a.”
S. Francisco, saltando de contentamento, vai à loja do pai, e trás uns panos que vai vender à feira de Folino, oferecendo o dinheiro ao capelão da Igreja que o rejeita.
Francisco não desiste e começa a pedir pedras, para reparar a Igreja apregoando: “Quem me der uma pedra, receberá uma recompensa; quem me der duas, terá dupla recompensa; quem me der três, terá tripla recompensa.
Nesta tarefa, foram muitos os que zombaram de Francisco, tomando-o por louco, dizendo que gozara de bem-estar, em casa de seus pais, e agora acartava pedras às costas. Enquanto outros se emocionavam até às lágrimas.
Nunca Francisco, desistiu dos seus intentos de pobreza, humildade e vivência do Evangelho, mesmo passando por todos estes martírios com grande fervor religioso.
S. FRANCISCO DESPE AS ROUPAS DO PAI
Vendo tudo o que o filho estava a passar, o pai Pedro Bernardote, recolheu-o em casa e fechou-o no depósito do carvão, até que sua mãe Dona Pica o soltou. Liberto, fugiu a refugiar-se em casa do senhor bispo e nessa fuga foi perseguido pelo pai que diante do senhor bispo o acusou de esbanjador de fortunas e reclamou a devolução de tudo o que Francisco tinha retirado da sua loja sem a sua autorização.
Então S. Francisco despiu-se completamente e, tudo devolvendo ao pai, disse: A partir de hoje pai só o Pai Nosso que Estais no Céu e abandonando tudo aos pés do pai, ficando completamente nu, foi coberto pelo manto do bispo que lhe deu protecção para o resto da vida.
CASAMENTO DE FRANCISCO COM A SANTA POBREZA
O Senhor comanda no Evangelho: "meditem, tenham cuidado com a maldade e avareza, e guardem-se das solicitudes deste mundo e dos cuidados desta vida".
Portanto, que nenhum dos irmãos, onde quer que esteja ou onde possa ir, de maneira nenhuma toque ou receba dinheiro, ou faça com que seja recebido, por roupas ou livros, ou como preço de qualquer trabalho, ou por qualquer outro motivo, salvo devido à necessidade manifesta de irmãos doentes.
Porque não devemos dar mais uso e estima ao dinheiro do que às pedras. E o diabo tenta cegar os que o desejam ou o valorizam mais que às pedras. Vamos, portanto, ter cuidado, com o receio de que, depois de termos deixado todas as coisas, possamos perder o reino dos céus por essa ninharia.
E se por acaso encontrarmos dinheiro em qualquer lugar, não lhe prestemos mais respeito do que à poeira que pisamos com os nossos pés, porque é a "vaidade das vaidades, e tudo é vaidade". E, se por ventura acontecesse que algum irmão colectasse ou tivesse dinheiro, salvo apenas devido à dita necessidade dos doentes, que todos os irmãos o vejam como um falso irmão, um ladrão, e um com uma carteira, a menos que ele se arrependa genuinamente.
E que os irmãos não recebam, de forma alguma, esmolas de dinheiro ou façam com que sejam recebidas, não procurem dinheiro ou façam com que seja procurado, nem que o dinheiro seja para outras casas ou sítios, e que não andem na companhia de pessoas que andam à busca de dinheiro para esses lugares.
Mas que façam todos os outros serviços não contrários à nossa vida, com a bênção de Deus. No entanto, os irmãos podem, pela necessidade manifesta dos leprosos, pedir esmola para eles. Mas que sejam muito cautelosos com o dinheiro. E que todos os irmãos tenham também muita atenção para não procurarem neste mundo nenhum lucro imundo.
S. FRANCISCO COMEÇOU A PREGAR A POBREZA, A BONDADE, O PERDÃO E MUITA GENTE PARAVA PARA O OUVIR

Um cavaleiro, de nome Bernardo de Quintavale, ouvindo falar na vida dedicada a Deus, com muita paciência e devoção, pelo “Poverello”, quis conhecer melhor, a vocação do santo, convidando-o para dormir e cear em sua casa.
Ao chegar a hora de deitar, Francisco fingiu dormir, tal como o seu anfitrião e, pensando que o snr. Bernardo já dormia, levantou as mãos ao céu, e com grandíssima devoção começou a orar: “Meu Deus, Meu Deus”. E dizendo isto chorava copiosamente.
Vendo o snr. Bernardo, à luz da lâmpada, os devotíssimos actos de S. Francisco sentiu-se inspirado pelo Espírito Santo a mudar de vida.
S. Francisco, cheio de alegria transbordante, decidiu pedir conselho a Nosso Senhor Jesus Cristo, e rogar-lhe que se dignasse mostrar a sua santíssima vontade.
Deslocaram-se pois a casa do snr. Bispo e pediram ao sacerdote que dissesse a missa e que, após um tempo de oração, tomasse e abrisse o missal. A rogo de S. Francisco, o sacerdote tomou o missal e, fazendo o sinal da santa Cruz, abriu-o três vezes.
Na primeira leitura, escutaram a resposta de Cristo ao jovem que Lhe perguntou qual era o caminho da perfeição: ”Se queres ser perfeito, vai, vende o que tens, dá-o aos pobres e segue-Me”. Na segunda, a palavra de Cristo aos Apóstolos: ”Nada leveis para o caminho, nem bordão, nem alforge, nem sapatos, nem dinheiro.
E na terceira, o seguinte conselho de Cristo: “Quem quiser vir a mim, negue-se a si mesmo tome a sua cruz e siga-Me”.
Ouvindo isto, o snr. Bernardo vendeu tudo o que tinha, repartiu pelos pobres e necessitados e seguiu o Santo.
Outros companheiros se lhe seguiram no modo de vida e na oração e S. Francisco resolveu enviar os seus frades pelo mundo a anunciar a Boa-Nova.
E FORAM ENVIADOS AOS PARES A ANUNCIAR A PALAVRA
Passado certo tempo, já se reunia um número interessante de seguidores, S. Francisco considerou que se justificava a aprovação de uma regra de vida para os seus frades.
Francisco escreveu uma pequena Regra e partiu para Roma onde o Papa Inocência III a aprovou oralmente.
No regresso a Rivotorto Francisco e os companheiros foram expulsos do estábulo onde pernoitaram, por o agricultor exigir ali instalar o seu jumento e decidiram, dali, rumar para a Porciùncula.
CONFIRMAÇÃO DA REGRA
No ano de 1210, Francisco e os seus seguidores viajaram até Roma para obter do Papa a confirmação e aprovação oficial do seu modo de vida. Era um bando de mendigos, maltrapilhos e desconhecidos que se interrogava sobre se seria recebido pelo severo Inocêncio III? Francisco rezava e confiava. Afinal, não era o próprio Cristo que o estava conduzindo?
Por coincidência ou providência divina, encontrava-se em Roma, nessa ocasião, o Bispo de Assis, grande admirador de Francisco. Graças a ele o Papa recebeu-os. Inocêncio III ficou maravilhado com o propósito de vida daquele grupo, especialmente com a figura de Francisco, a clareza da sua opção e a firmeza que demonstrava.
O PAPA RECONHECE EM S. FRANCISCO O HOMEM DO SONHO
O Papa reconheceu em S. Francisco o homem que vira em sonho a segurar as colunas da Igreja de Latrão (a Igreja-mãe de todas as Igrejas do mundo!), que ameaçava ruir.
Percebeu que era o próprio Deus quem inspirava Francisco a viver radicalmente o Evangelho e a gerar uma vida nova em toda a Igreja, tão distanciada dos ensinamentos de Cristo! Em nome da mesma Igreja, o Papa aprovou oficialmente o seu modo de viver o Evangelho, autorizou que Francisco e os seus seguidores O pregassem nas Igrejas e fora delas e despediu-os com a sua bênção.
Este facto histórico ocorreu a 16 de Abril de 1210 e marcou o nascimento oficial da Ordem Franciscana.
TOMADA DO HÁBITO POR CLARA DE ASSIS
Ao ouvir a pregação de S. Francisco uma certa jovem bela, dócil, nobre e de vasta educação, Clara de Assis, converteu-se com tanto ardor e amor que fundou a Segunda Ordem Franciscana, a Primeira, dos Frades, foi fundada por S. Francisco, designada das Senhoras Pobres ou de Santa Clara por se dedicar a uma vida de oração e pobreza à semelhança da que viveu Clara.



Clara de Assis foi recebida na Igrejinha da Porciúncula por Francisco, que aí lhe cortou o cabelho, lhe impôs as vestes de penitente e lhe entregou o Evangelho como regra de vida. Viveu toda a sua vida na Igreja de S. Damião, que tinha sido reparada por S. Francisco e, com ele, fundou a numerosa família franciscana.
Com cada vez mais convertidos e devotos S. Francisco, através da sua vida e dos seus fluentes sermões, passa a ser muito considerado, até entre nobres.
CONDE TOCADO PELA FÉ OFERECE MONTE ALVERNE
Ao ouvir Francisco, o Conde Orlando de Chiusi, dá o Monte Alverne para que o Santo faça aí um eremitério, onde muitas vezes entrou em Extase.
Francisco não abriu caminho apenas para os Religiosos consagrados pelos votos de Pobreza, Obediência e Castidade (que fazem parte de uma Congregação ou Ordem Religiosa) viverem o Evangelho, mas também para leigos, casados ou solteiros.
Trata-se da Ordem Franciscana Secular, cuja sigla é OFS. É a maneira que Francisco encontrou para não excluir ninguém da possibilidade de ser seguidor ou seguidora de Cristo, à sua maneira. Na Ordem Franciscana Secular qualquer cristão ou cristã pode viver o ideal franciscano, fazendo parte de uma Fraternidade Franciscana.
FUNDAÇÃO DA ORDEM TERCEIRA
O humilde servo de Deus, S. Francisco, pouco depois da sua conversão, tendo já reunido e recebido na ordem muitos companheiros, entrou a pensar muito e com grandes dúvidas, sobre o que devia fazer: dar-se somente à oração, ou também, uma vez por outra à pregação? E sobre isto desejava vivamente conhecer a vontade de Deus. Mas porque a santa humildade, que nele morava, não lhe consentia fiar-se de si mesmo, das suas orações, pensou em indagar a vontade divina, por meio das orações dos outros. E chamando frei Masseu, disse-lhe:
Vai ter com a irmã Clara e diz-lhe da minha parte que com algumas companheiras mais espirituais, peça devotamente a Deus que se digne mostrar-lhe o que será mais conveniente: se dedicar-me á pregação ou somente á oração? Depois procura frei Silvestre e diz-lhe o mesmo.
Era esse frei Silvestre, aquele cavalheiro que, vivendo ainda no século, tinha visto sair da boca de S. Francisco uma cruz de oiro, a qual chegava ao céu e abrangia o mundo, duma extremidade á outra: e era agora de tão grande santidade, que, quanto a Deus pedia, tudo obtinha: e muitas vezes falava com Deus, pelo que S. Francisco tinha por ele uma grande devoção.
Foi, pois, frei Masseu e, conforme o Santo mandou, assim fez indo primeiro a santa Clara e depois a frei Silvestre, que apenas recebeu a mensagem, se pôs logo em oração, e orando, obteve a divina resposta: e voltando aonde estava frei Masseu, disse-lhe:
Isto ordena Deus que digas e frei Francisco: não o chamou Ele a este estado para seu único proveito, mas para que faça fruto nas almas e para que muitos encontrem por ele a salvação.
Havida esta resposta, voltou frei Masseu a santa Clara para saber o que tinha conseguido: e respondeu-lhe, que tanto ela como suas companheiras, haviam recebido resposta igual á de frei Silvestre.
Com isto tornou frei Masseu para s. Francisco, que o recebeu com grandíssima caridade, lavando-lhe os pés e preparando-lhe de jantar. Depois chamou-o ao bosque e, ajoelhando diante dele, tirou o capuz, e com os braços cruzados, lhe perguntou:
Que manda o meu Senhor Jesus Cristo?
Respondeu Frei Masseu: Tanto a frei Silvestre como a Sóror Clara e demais irmãs respondeu Cristo e revelou que é da sua vontade que tu vás pelo mundo pregar, porque não te elegeu Ele para ti somente, mas também para salvação de muitos.
Tendo ouvido S. Francisco esta resposta, e conhecendo por ela a vontade de Cristo, levantou-se e com fervor disse:
Vamos em nome de Deus!
Tomou por companheiros a frei Masseu e a frei Ângelo, homens santos. E caminhando ao impulso do espírito, sem escolher nem caminho nem senda, chegaram a um castelo, que se chamava Carmano. E S. Francisco se pôs a pregar, mandando primeiro às andorinhas, que ali estavam cantando, que se calassem, até ele acabar de pregar.
Obedeceram as andorinhas, e ele pregou com tanto fervor, que todos os homens e mulheres daquele castelo o queriam seguir, por devoção e abandonar a terra; mas S. Francisco não o permitiu, dizendo:
Não tenhais pressa, nem partais; eu ordenarei o que haveis de fazer, para salvação das vossas almas.
Então o Santo, prometeu dar-lhes uma forma de vida em que todos podiam observar a vida no Evangelho sem deixar a família nem abandonar as suas casas.
Em 1216 Francisco cumpre o prometido e entrega o hábito da Penitência aos dois primeiros irmãos da Terceira Ordem Franciscana ao casal Luquésio e Buonadona assim como a 1ª Regra mais tarde em 1223 aprovada pelo Papa Honório III.
E deixando-os assim consolados e bem-dispostos à penitência, partiu para entre Carmano e Bevanha. E passando além com grande fervor, levantou os olhos e viu umas árvores e ladeando o caminho, sobre as quais estava infinita multidão de pássaros, de que muito se admirou, e disse aos companheiros:
Esperai aqui por mim que eu vou pregar aos meus irmãozinhos pássaros.
Entrou no campo e começou a pregar aos pássaros, que estavam no chão. E imediatamente os que estavam pelas árvores vieram até ele, e todos juntos permaneceram quietos, até que S. Francisco acabou a pregação; e só depois que lhes lançou a bênção é que partiram.
S. FRANCISCO E O LOBO DE GÚBIO
Em tempo, que S. Francisco, vivia na cidade de Gúbio, era esta assolada, por um lobo feroz que devastava a região, matando gado e pessoas, vivendo toda a população em pânico.
O Santo, ao ter conhecimento de tal facto, partiu ao encontro do animal, e fazendo sobre ele o sinal da Cruz chamou-o e disse-lhe:
“Anda cá irmão lobo! Eu te mando, da parte de Cristo, que não faças mal, nem a mim nem a pessoa alguma”.
Quero fazer as pazes entre ti e eles, de maneira que, nunca mais os atacarás para comer, nem eles te dêem caça, e para que não padeces de fome a população te alimentará.
Assim feitas as pazes viveu o lobo para sempre na aldeia em paz e harmonia com os cidadãos.
EXPULSANDO DEMÓNIOS EM AREZZO
Chegando, certa vez, em Arezzo, São Francisco e Frei Silvestre, depararam com um grande escândalo: a cidade estava afogada numa terrível luta interna. Quase toda a cidade estava dividida em duas facções que, há muito tempo, com ódio, se degladiavam dia e noite. Abrigou-se o bem-aventurado Francisco num hospital dos arredores. Ao ouvir o tumulto e gritaria que não paravam, parecia-lhes que os demónios exultavam com aquelas discórdias, e instigavam os habitantes a destruir a cidade pelo fogo e outras calamidades.
Movido de compaixão por aquela cidade, dirigiu-se a Frei Silvestre, homem de Deus, sacerdote de sólida fé, de admirável simplicidade e pureza, nestes termos: “Vai em frente da porta da cidade e, o mais alto que possas, ordena que os demónios saiam dela”.
Dirigiu-se Frei Silvestre à porta da cidade e, a plenos pulmões, gritou: “Bendito e louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Da parte de Deus Todo-Poderoso e em virtude da obediência devida a nosso Pai Francisco, imponho a todos os demónios que abandonem a cidade!”
Assim foi que, pouco depois, graças à misericórdia de Deus e à oração do bem-aventurado Francisco, sem mais pregação, a paz e a concórdia voltaram a reinar entre os habitantes. A cidade tratou de preservar com grande tranquilidade os direitos dos cidadãos (LP 81; 2C 108: LM VI 9)
S. FRANCISCO DESAFIA UM SACERDOTE DO SULTÃO A ENTRAR NO FOGO
Entre a 4ª e 5ª cruzada houve algumas expedições militares contra os infiéis. De uma delas, que aportou no Egipto, participou São Francisco de Assis.
Ele, (São Francisco) teve a audácia de se fazer conduzir à presença do sultão, tendo somente sua fé por salvaguarda. O sultão o escutou com a maior atenção, como que subjugado.
Como o bem-aventurado Francisco começasse a pregar e ofereceu-se para entrar no fogo juntamente com um sacerdote sarraceno, para assim provar ao sultão que a Lei de Cristo era verdadeira, o sultão respondeu: Irmão, eu não creio que algum sacerdote sarraceno queira entrar no fogo por sua fé.
Depois, temendo que alguns dos de seu exército, pela eficácia da palavra de São Francisco, fossem convertidos para o Senhor, o sultão o fez conduzir, com toda sorte de considerações e em perfeita segurança, ao campo dos nossos, dizendo-lhe por despedida: Reze por mim para que Deus se digne de me revelar a lei e a fé que mais Lhe agrada.
ESTIGMATIZAÇÃO DE S. FRANCISCO
Em Montalverne decorria o ano de 1223, a 14 ou 15 de Setembro, por tempo da festa da Exaltação da Cruz, estava S. Francisco em Extase quando teve uma visão, pairando acima dele, estava um Serafim com seis asas, preso a uma cruz com os braços estendidos e os pés unidos.
Esta aparição deixou S. Francisco confuso, alegre pela beleza, e triste pelo sofrimento atroz que lhe lembrava JESUS CRUCIFICADO.
Não compreendia o Santo, aqueles sinais nem aqueles sentimentos que lhe agitavam o espírito, e o coração quando com grande singularidade, se dá a aparição dos sinais dos cravos, nas suas mãos nos seus pés, e no lado, uma ferida aberta parecendo um golpe de lança, sangrando tão abundantemente das feridas, que lhe tingiam a túnica de sangue por mais que S. Francisco tentasse esconder.
Almejava o Santo no seu coração, há muito tempo, sentir a experiência da Cruz para ficar mais perto do Seu Senhor, e poder viver assim as dores da crucificação.
Foram muito poucos que tiveram o privilégio, (afortunado foi Frei Elias e Frei Rufino) de ver os estigmas já que S. Francisco, pois com muita habilidade, as escondia dos olhos de estranhos dos próprios irmãos e amigos para que não lhe roubassem a graça divina, por isso de quando em vez citava o Profeta: «Escondi no meu coração as Tuas palavras para não pecar contra ti».
UMA VINHA EM RIETI
Quando com muito sofrimento e dor, o bem-aventurado andava a tratar da doença dos olhos, derivado aos maus tratos que deu ao seu corpo e a penitências rigorosas, parou numa paróquia, onde o pároco tinha uma vinha que o abastecia de vinho para todo o ano, onde obrigatoriamente se teria de passar para visitar o santo.
Como as uvas estavam maduras e apetitosas, foram apanhando e comendo, de tal maneira que a vinha ficou pisada e vindimada, pelo que o pobre do pároco, muito se lamentava, até que o santo de tanto o ouvir chamou-o e disse-lhe: «Acaba com as lamentações e confia no Senhor pois serás pago por Ele mais do que tinhas».
Lá ficou o pároco convencido, recebendo na colheita seguinte mais vinho e de melhor qualidade daquela vinha pisada e vindimada do que quando estava carregada de uvas.
CÂNTICO AO IRMÃO SOL
Já muito cansado e doente, por tantos tratamentos, cautérios e sangrias, quando andava pela Ùmbria e pelas Marcas piorou dos seus olhos, e sentindo a fraqueza que o atingia, pediu que o levassem para a Porciùncula e que passasse por S. Damião para visitar a irmã Clara, onde compõe o Cântico das Criaturas e termina o Cântico ao Irmão Sol.
CONFIRMAÇÃO DOS ESTIGMAS DE S. FRANCISCO
Já bastante debilitado do seu estômago, onde a comida já não ficava, com bastantes hemorragias e vomitando sangue, ficou na casa do Bispo de Assis para fazer tratamentos.
Por muito que tivesse, tentado esconder as suas jóias por causa dos tratamentos, foi obrigado a mostrar as chagas que lhe foram impostas no Monte Alverne.
S. FRANCISCO ABENÇOA A CIDADE DE ASSIS
Sentindo-se agonizante em casa do Bispo pediu que o levassem quanto antes para Santa Maria da Porciùncula parando no caminho para o virarem para Assis onde abençoa a cidade pela última vez.
Pressentindo S. Francisco, que o fim estava próximo, mandou chamar os irmãos para as solenes despedidas, chamando Frei Elias impôs as mãos na sua cabeça abençoando-o assim como a todos os irmãos.
Quis DEUS que tão ditosa alma, com um percurso de dita, com êxtases e um amor a JESUS e aos homens do tamanho do mundo, com sofrimento agonizante sem igual, tivesse uma horda de irmãos em todo mundo, que faz com que, S. Francisco de Assis seja contemporâneo ainda hoje, no amor e no sofrimento da humanidade pelos divulgadores da sua prática e dos seus ideais

CASA ONDE NASCEU S. FRANCISCO


Compilado por Irmão Rui







Fontes para completar informação
FONTES FRANCISCANAS I
S. FRANCISCO DE ASSIS
Editorial Franciscana
Wikipédia a Enciclopédia livre

4 de julho de 2011

4 de Julho - Rainha Santa Isabel de Portugal



Rainha de Portugal, nasceu em Saragoça. Era filha de Pedro III, o Grande, neta de Jaime, o conquistador, e sobrinha neta de Santa Isabel da Hungria. Desde menina foi muito inclinada à piedade. Desde cedo chegaram as embaixadas pedindo a mão de Isabel, devido à sua beleza e à riqueza da Casa de Aragão. Seu pai decidiu-se pelo jovem rei de Portugal, D. Dinis, mas a Isabel parecia não entusiasmar o matrimónio. Era quase uma criança; tinha apenas 12 anos. D. Isabel saiu de Saragoça e chegou a Bragança, encantando com as suas virtudes, o seu sorriso, a sua vida espiritual e generosidade. No meio do palácio, vivia com o fervor de uma monja: ouvia missa, rezava o breviário, jejuava, passava noites em oração. O amor aos pobres não diminuía o amor ao marido, auxiliando-o nos seus empreendimentos, visitas pelo reino, conseguindo que dominasse os seus impulsos. D. Dinis amava a esposa, mas era namoradeiro, um trovador, um galanteador. Às vezes os cortesãos acusavam-no, diante da esposa, das infidelidades, mas Isabel calava-se, refugiando-se na capela a rezar. Levou para a corte e criou os filhos bastardos de D. Dinis. O filho legítimo mais velho revoltou-se contra o pai. Rebentou a guerra civil. Isabel chorava. Amava o seu filho, mas também era uma esposa fiel. Quando pai e filho iam entrar na batalha, Isabel apresentou-se no campo de batalha montada num cavalo branco desfraldando um estandarte com o sinal da cruz. Este gesto desconcertou pai e filho que se abraçaram e assinaram a paz. Dois anos depois reacenderam-se as hostilidades. Isabel foi feita prisioneira na fortaleza de Alenquer onde rezava e sofria. Novamente se apresentou na batalha conseguindo a reconciliação. Quando o rei D. Dinis morreu, diante do cadáver, Isabel vestiu o hábito da Ordem Terceira de S. Francisco, começando uma vida contemplativa consagrada a Deus, aos pobres e aos doentes. Fez-se peregrina. Ao chegar a Compostela, diante do apóstolo, depôs todas as suas insígnias reais. (JUSTO, P., LOPEZ, Rafael - Os santos do Mês. Cucujães: Editorial Missões, 2003)

25 de junho de 2011

Viagem/Peregrinação a Espanha da OFS




























ORDEM FRANCISCANA SECULAR

DE 26 A 28 JULHO DE 2011

Dia 26 Julho - LISBOA / SALAMANCA / ÁVILA

Partida de Lisboa 5h00m (Seminário da Luz) com destino a Salamanca. Chegada a Salamanca, visita da Plaza Mayor, Palacio de Monterrey, Igreja da Purissima e Universidade Católica, Casa de las Conchas, Universidade Civil, Pátio das Escolas, Catedral Nova e Catedral Velha. De seguida passamos na Praça de Anaya, Convento de Santo Estevão, Convento de las Dueñas, Praça de Colón, Palácio de La Salina, Torre del Clavero e Praça del Corrillo. Almoço num restaurante local. De tarde partiremos em direcção a Alba de Tormes. Chegada e visita ao Convento das Madres Carmelitas e Igreja da Anunciação com respectivo Museu (Local da morte de Santa Teresa de Ávila). Visita à Igreja dos Padres Carmelitas. Partida para Ávila. Chegada e instalação no hotel. Eucaristia Convento das Concepcionistas. Jantar no Hotel. Passeio a pé pela cidade muralhada: Igreja e Praça de S. Vicente; Portas de S. Vicente; Mansão de los Verdugo; Mansão e Palácio de los Águila; Praça e Capela Mosén Rubí; Convento das Dominicanas; Palácio Benavites; Mansão dos Polentinos; Antiga Sinagoga; Convento de Santa Teresa e sua casa natal; Palácio de los Núñez Vela; Palácio de los Almarza; Mansão de los Superunda; Torreão de los Guzmanes; Palácio de los D’Ávila; Palácio Episcopal; Igreja de S. Juan; Plaza del Mercado Chico; Catedral; Plaza Santa Teresa; Igreja de San Pedro;; Convento de Santa María de la Gracia. Alojamento.
Dia 27 Julho – ÁVILA / TOLEDO
Pequeno-almoço no hotel. Visita do Convento de Santa Teresa de Ávila (casa natal da Santa), Visita da Igreja de S. Juan onde Santa Teresa Ávila foi baptizada. Visita à Catedral. Visita do Convento de San José (primeiro convento reformado fundado por Santa Teresa de Ávila); Visita do Convento de Encarnação. Almoço no Hotel. De tarde, partida para Toledo. Chegada ao hotel. Visita e celebração da Eucaristia no Convento de la Concepcion. Visita da cidade: Praça de Zacodover. Alcázar. Plaza Horno de la Magdalena. Mezquita de Tornerias. Palácio Arcebispal. Ayuntamiento. Santa Úrsula. Jantar no Hotel e alojamento.
28 Julho – TOLEDO/EL PALANCAR/LISBOA
Pequeno-almoço no hotel. Passagem pelos Palácios da Galiana. Igreja de S. Tomé. Palácio Fuensalida. Missa na Catedral. Visita da Casa e Museu del Greco. Visita da Sinagoga Santa María Branca. Monasterio de San Juan de los Reyes. Basílica de Santa Leocadia y Cristo de la Vega. Almoço no Hotel. Regresso a Lisboa com paragem El Palancar (Cáceres), Convento fundado por S. Pedro de Alcântara. Chegada a Lisboa e fim dos nossos serviços.
PREÇOS:
Preço por pessoa (em duplo)
Suplemento de individual 46 a 50 particip.
250,00
75,00

O PREÇO INCLUI:
• Alojamento em hotéis de 3* Toledo e 4* Ávila na zona Histórica;
• Autocarro de turismo durante todo o circuito;
• Regime de pensão completa desde o almoço do dia 26, até ao almoço do dia 28 de Julho;
• Acompanhante da agência durante todo o circuito;
• Entradas: Catedral de Salamanca;
• Seguro de assistência em viagem;


O PREÇO EXCLUI:
• Bebidas às refeições
• Gratificações
• Serviços não mencionados no programa
Inscrição (lugares limitados):
1º Pagamento: até dia 24 Junho.2011 – 50% do valor
2º Pagamento: até dia 18 Julho.2011 – 50% do valor
A inscrição poderá ser feita, via postal, telefónica, ou electrónica, para:
Ana Reis Barata OFS Rua Augusto Gil, nº 53, 1º 2835-067 Baixa da Banheira Telefones: 212051441 - 969486056 ou
Reinaldo Ferreira dos Santos Rua do Paço, 16 4755-028 ALVELOS Telefones: 253891579 - 933376752 email: e-mail: consnac-ofs@hotmail.com
O pagamento deve ser feito por depósito ou transferência bancária para: OFS Conselho Nacional, Banco Montepio, NIB 003600969910008549527, enviando o comprovativo para a morada supra-indicada, ou comunicando por telefone.

21 de junho de 2011

JUNHO - MÊS DOS SANTOS POPULARES






O PASSEIO DE SANTO ANTÓNIO

Saíra Santo António do convento,
A dar o seu passeio costumado
E a decorar, num tom rezado e lento.
Um cândido sermão sobre o pecado.

Andando, andando sempre, repetia
O divino sermão piedoso e brando,
E nem notou que a tarde esmorecia,


que vinha a noite plácida baixando...

E andando, andando, viu-se num outeiro
Com árvores e casas espalhadas,
Que ficava distante do mosteiro
Uma légua das fartas, bem puxadas.

Surpreendido por se ver tão longe,
E fraco por haver andado tanto,
Sentou-se a descansar o bom do monge,
Com a resignação de quem é santo

O luar, um luar claríssimo nasceu.
Num raio dessa linda claridade,
O Menino Jesus baixou do céu,
Pôs-se a brincar com o capuz do frade.

Perto, uma bica de água murmurante
Juntava o seu murmúrio ao dos pinhais...
Os rouxinóis ouviam-se distantes.
O luar, mais alto, iluminava mais.

De braço dado, para a fonte, vinha
Um par de noivos todo satisfeito;
Ela trazia ao ombro a cantarinha,
ele trazia...o coração no peito.

Sem suspeitarem de que alguém os visse,
Trocaram beijos ao luar tranquilo.
O Menino, porém, ouviu e disse:
Oh Frei António, o que foi aquilo?

O Santo erguendo a manga de burel
Para tapar o noivo e a namorada,
Mentiu numa voz doce como o mel:
Não sei o que fosse. Eu cá não ouvi nada...

Uma risada límpida, sonora,
Vibrou em notas de oiro no caminho.
Ouviste, Frei António? Ouviste agora?
Ouvi, Senhor, ouvi. É um passarinho...

Tu não estás com a cabeça boa...
Um passarinho a cantar assim!
E o pobre Santo António de Lisboa
Calou-se embaraçado, mas por fim,

Corado como as vestes dos cardeais,
Achou esta saída redentora:
Se o Menino Jesus pergunta mais,
...Queixo-me à sua Mãe, Nossa Senhora!

Voltando-lhe a carinha contra a luz
E contra aquele amor sem casamento,
Pegou-lhe ao colo e acrescentou: _
Jesus, São horas... E abalaram pró convento.

Augusto Gil

(Obrigado Ir. Rui por este Passeio de Santo António)

 
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