OFS – Encontro Nacional
Lisboa,1 de julho de 2018
Local: Externato da Luz (ao lado do
Convento da OFM)
Organização: Conselho Executivo Nacional Conselho Executivo da Região Sul
Fraternidade de São Francisco à Luz
O Encontro Nacional de
Fraternidades este ano teve lugar em Lisboa. Mais propriamente no Externato
da Luz. A Fraternidade de S. Francisco à Luz foi a anfitriã. E saiu-se muito
bem.
No sábado, 30 de junho, começaram os preparativos. Depois de uma
breve reunião com o Conselho Executivo Regional, todos deitaram mãos à obra. As
equipas de trabalho, previamente escolhidas, executaram as suas funções. Por
fim, à medida que os Irmãos estavam disponíveis, iam-se juntando aos grupos que
necessitavam de auxílio. Foi muito bonita esta interajuda.
Temos que salientar aqui, a colaboração preciosa do Frei
Silvestre, OFM. Vimo-lo arregaçar as mangas (do hábito), não se poupou a
sacrifícios e foi incansável. Muito discreto, trabalhou junto de nós,
disponibilizando tudo aquilo que podia contribuir para o embelezamento do
espaço onde iria decorrer o Encontro. Todos os Irmãos presentes, apreciaram a
sua gentileza. Obrigada Frei Silvestre. Que S. Francisco o abençoe.
No domingo, bem cedo, já a Fraternidade de S. Francisco à Luz,
estava preparada para acolher de braços abertos os Irmãos de outras
Fraternidades, de norte a sul do país. E eles foram chegando.
Paz e Bem! A saudação andava de boca em boca. Não era necessária
qualquer identificação. Com “Paz e Bem” todos se reconheciam como “irmãos” e os
sorrisos exprimiam sentimentos fraternos. E, como o almoço seria partilhado, foram-se
dirigindo para o local onde deixavam os saquinhos com os mantimentos para a
refeição.
O salão que, com muito carinho, foi transformado em sítio
acolhedor e confortável, começava a encher-se. Na tribuna as figuras de S.
Francisco e de Santa Clara, tinham ao lado Santa Isabel da Hungria e São Luís
Rei de França. Uma família perfeita. A simplicidade e o ideal da vida
franciscana, estavam ali diante dos olhos de cada um. E não faltou também o
Cristo de São Damião. O seu olhar profundo, lembrando o diálogo com Francisco, pedia
aos seus filhos da OFS, ali presentes, que O interrogassem do mesmo modo: “Senhor,
que quereis que eu faça?”
E o Encontro começou. O Ministro Nacional, irmão Rui Silva, saudou
a assembleia, com palavras de boas vindas. De seguida o irmão Luís Topa,
Ministro da Fraternidade de S. Francisco à Luz, mostrou o seu regozijo pelo
privilégio que a nossa Fraternidade teve, de se realizar aqui, no espaço
franciscano que nos é “cedido”, o Encontro Nacional de Fraternidades e deu a
conhecer, em breves palavras, a história do Convento e da Igreja dos Frades
Menores e também deste local de Lisboa, Luz e Carnide.
Várias figuras de relevo ocupavam a primeira fila.
Entre outras, o senhor D. António Montes Moreira, Frei Armindo, provincial dos
Frades Menores, Frei Cabecinhas, provincial do Frades Capuchinhos, os
Assistentes Espirituais Nacionais Frei Álvaro Silva, Frei José Augusto e Frei
Luís Leitão, os Assistentes Espirituais de algumas Fraternidades da OFS, os anteriores
Ministros Nacionais da OFS e a Dra. Manuela Silva.
Frei João Lourenço, guardião do Convento da Imaculada Conceição,
apresentou a Dra. Manuela Silva, que falou sobre a “Carta Encíclica do Papa Francisco – LAUDATO
SI”. Laudato Si, mi`Signore, exclamava
S. Francisco com grande entusiasmo. A nossa ilustre convidada, lembrou-nos como
é urgente tomar consciência que todos se devem empenhar neste trabalho.
Trata-se da “casa comum”, como diz o Papa Francisco. E nós, franciscanos,
devemos estar atentos, empenhados mesmo, na conservação deste espaço
maravilhoso.
E chegou a hora da refeição que se queria partilhada. Neste ponto
poderia ter sido melhor. A confraternização entre Fraternidades não foi muito
grande. Notou-se uma tendência para grupos fechados. Uma vontade forte de não
saírem do conforto do seu núcleo. Mas este aspeto irá melhorar no futuro.
A seguir ao almoço tivemos ainda uma reflexão proferida pelo
Senhor D. António Montes Moreira, sobre os quarenta anos da aprovação da nossa Regra
atual, tendo feito um enquadramento da OFS no seio da Família Franciscana e na
Igreja.
Já na igreja, pudemos assistir a um momento cultural que deliciou
os nossos sentidos. Dois jovens. O André dominando o órgão com a perícia de
quem sabe e sente cada som. A Jacinta… que maravilha! Cantou e a sua voz, que
tinha qualquer coisa de celestial, não só agradou como entrou no coração dos
Irmãos.
Encerrou-se este dia com a parte mais importante. A Eucaristia.
Foi na Igreja do Seminário. Um momento belissimo. O coro esteve muito bem.
Vozes bonitas e bem conduzidas. Pena que a homilia do Senhor Bispo não se
tivesse ouvido nas melhores condições.
Foi comovente a entrega da REGRA ao Ministro Nacional. O seu gesto
de a receber ajoelhado, não passou despercebido. A postura lembra que a
humildade deve ser um adorno de todo o franciscano. O irmão Rui é o rosto da
Ordem Franciscana Secular em Portugal e, como tal, recebeu-a como um tesouro
precioso para todos nós que professámos na terceira Ordem de S. Francisco. O
Papa Paulo VI adaptou-a aos nossos dias, mas, a base, saiu do coração do nosso
Pai Francisco. É consolador pensar nisto. É reconfortante interiorizar a bênção
que nos deixou.
“E todo aquele que estas coisas observar, no Céu seja cheio da
bênção do Altíssimo Pai celeste e na terra seja cheio da bênção de seu Amado
Filho e do Espírito Santo Consolador” (Bênção
de S. Francisco – Testamento)
Por
fim fez-se a “Renovação da Profissão”. A uma só voz. Com a emoção daquele dia
em que solenemente nos comprometemos junto ao altar, perante um sacerdote e um
representante da OFS, a seguir o caminho para Jesus ao lado de S. Francisco.
RENOVAÇÃO
DA PROFISSÃO
Senhor, nós vos damos graças pela vocação à
Ordem Franciscana Secular.
Pedimos-vos perdão por todas as nossas
deficiências, fragilidades e transgressões contra o nosso propósito de vida
evangélica e contra a Regra.
Concedei-nos, vos pedimos, que experimentemos
o fervor e a prontidão do nosso primeiro dia, quando ingressamos na
Fraternidade.
Renovamos o nosso propósito de vida
evangélica segundo a Regra da Ordem Franciscana Secular até ao fim dos nossos
dias.
Concedei-nos, também, que vivamos sempre em
harmonia com os nossos irmãos e que demos testemunho aos mais novos deste tão
grande Dom de Vós recebido – DOM da vocação franciscana.
Assim nos tornaremos testemunhas e
instrumentos da missão da Igreja, no meio dos homens, anunciando Cristo com a
vida e a palavra.
Amém.
Foi um
dia de alegria. Um dia vivido em Paz e Bem.
Podemos
cantar como S. Francisco
“Glória ao Altíssimo, Omnipotente e Bom Senhor…”
maria clara, ofs
Lisboa, 1 de julho de 2018