Retalhos Como Francisco e Clara de Assis, a Fraternidade a todos saúda em Paz e Bem!Retalhos

27 de março de 2024

Semana Santa

 


Domingo de Ramos

 


Domingo de Ramos

(24 de março 2024)

    Introdução à Liturgia:

      (A introdução decorre com a Bênção dos Ramos e a caminhada para a

     Igreja; ao chegar à Igreja o celebrante proclama a Oração – Coleta – e

     seguem-se as Leituras, começando pela introdução às mesmas).

 Introdução às Leituras:

A primeira leitura apresenta-nos um profeta anónimo que, segundo a profecia de Isaías, é chamado por Deus para anunciar e testemunhar a Palavra da salvação no meio das nações. Apesar do sofrimento e da perseguição, o profeta confiou em Deus e concretizou, com plena fidelidade, o projecto que Deus lhe havia confiado. Os primeiros cristãos viram neste “servo” a figura de Jesus, aquele que proclama a universalidade da salvação.

A segunda leitura apresenta-nos o exemplo de Cristo. Ele prescindiu da sua glória, assumindo a condição humana para assim servir a humanidade até ao dom pleno da vida. É esse mesmo caminho de vida que a Palavra de Deus nos propõe.

O Evangelho narra-nos a paixão segundo o texto de S. Marcos: é o momento supremo de uma vida feita dom e serviço, a fim de libertar os homens de tudo aquilo que gera egoísmo e escravidão. Na cruz, revela-se o amor de Deus de tal forma que até o centurião romano exclama: "Na verdade, este homem era Filho de Deus".

Padre João Lourenço, OFM 

14 de março de 2024

5º Domingo da Quaresma


 (17.03.2024)

Introdução à Liturgia:

A liturgia deste Domingo continua a propor-nos o tema da vida nova que está no centro da nossa caminhada quaresmal em ordem à ressurreição do Senhor. Para exemplificar essa vida nova, temos a imagem do grão de trigo que tem de morrer para gerar vida; a vida nova que Deus nos propõe implica a transformação da vida do homem velho que há em nós no Homem novo que é Cristo, capaz de uma doação total e radical às causas do Reino.

 Introdução às Leituras:

Na primeira leitura, tomada do livro de Jeremias, temos a proposta de uma nova aliança, de um novo renascimento, feito não a partir de uma lei qualquer, exterior ao homem, mas sim a partir de um coração novo, capaz de gerar amor e comunhão.

A ‘nova aliança’ de que fala Jeremias concretiza-se em Jesus que, pela sua entrega, a selou com a sua plena doação, o seu sacrifício e assim abriu para todos os que n’Ele crêem uma nova fonte de graça.

 O Evangelho convida-nos a olhar para Jesus e aprender com Ele, a segui-l’O no caminho do amor radical, do dom da vida, da entrega total a Deus e aos irmãos. O caminho da cruz parece, aos olhos do mundo, um caminho de fracasso e de morte; mas é desse caminho de amor e de doação que brota a vida verdadeira e eterna que Deus nos quer oferecer.

Padre João Lourenço, OFM

4º Domingo da Quaresma

 


(10.03.2024)

Introdução à Liturgia:

A liturgia deste Domingo dá-nos a possibilidade de revisitar espiritualmente toda a História da salvação como sendo uma história de amor em que de um lado está o amor de Deus e do outro lado a falta de resposta, a infidelidade do homem. É neste contexto que cada um de nós se situa: procurar o amor de Deus como fonte de vida nova.

Introdução às Leituras:

Na primeira leitura sentimos que nem sempre o homem responde com fidelidade aos desafios e apelos que Deus lhe faz. A História da salvação mostra-nos isso mesmo e deixa-nos a certeza que, apesar disso, Deus não desiste da sua proposta e sempre está disposto a recomeçar a sua relação de amor connosco.

 A segunda leitura diz-nos que é ‘pela graça que fomos salvos’. De facto, é pela graça e pela gratuidade de Deus para connosco que nós encontramos a vida nova que Ele nos propõe. Paulo viveu intensamente essa experiência da gratuidade de Deus e fala-nos dela como proposta de vida para cada um de nós.

 No Evangelho, num dos mais belos textos da sua obra, S. João diz-nos que “Deus nos amou de tal forma o mundo que lhe enviou o seu Filho único”. É na certeza deste amor que cada um de nós pode caminhar e refazer a sua vida, sabendo que sempre encontra neste amor um oceano de graça e de paz.

Padre João Lourenço, OFM

3º DOMINGO DA QUARESMA

Basílica do Santo Sepulcro, Jerusalém 
Introdução à Liturgia:

O tempo quaresmal é um convite à reflexão profunda e séria sobre a vida e o seu sentido. Fazemo-lo não apenas a partir de nós, mas sim com Deus e tomando como referência as propostas que a sua Palavra nos faz. Hoje, o Senhor convida-nos a ser o Seu ‘templo’, a ser o sinal da sua presença no mundo.

Introdução às Leituras:

Na primeira leitura, depois da libertação e do dom da Lei, Deus interpela o Seu povo para que este traduza esses sinais de Deus em atitudes e em formas de vida que sejam condizentes com a sua condição de povo eleito, de povo escolhido para ser sinal de Deus no mundo.

Todos gostamos de organizar o nosso mundo de acordo com os nossos objetivos pessoais. Paulo, no texto da 2ª leitura, convida-nos a centrar o nosso projeto de vida em Cristo, no Cristo crucificado que se faz doação para todos.

No Evangelho, Jesus apresenta-Se como o “Novo Templo” onde Deus Se revela e se dá a conhecer a todos os homens. É Ele o novo templo, o novo rosto do amor de Deus e é n’Ele e por Ele que todos somos congregados na mesma comunhão.

Padre João Lourenço, OFM

26 de fevereiro de 2024

2º Domingo do Tempo da Quaresma

 

Introdução à Liturgia:

A liturgia de hoje apresenta o tempo de quaresma como uma caminhada, como um itinerário que nos conduz ao mistério pascal do Senhor e nos propõe uma vida nova com o Ressuscitado. Esta caminhada só tem sentido se for realizada num clima de aliança, de comunhão com o Senhor. Por isso, este tempo é um subir ao Monte para aí fazer a experiência do encontro pessoal com Cristo.

Introdução às Leituras:

A primeira leitura apresenta-se a figura de Abraão como paradigma da aliança, de alguém que acolhe a voz de Deus, mesmo que isso implique a doação e entrega do filho único. Como homem de fé, Abraão é o paradigma dos crentes que se colocam em caminhada como resposta ao projeto de Deus.

Na segunda leitura, S. Paulo oferece-nos um hino, um cântico de confiança no amor que Deus tem por nós e que nos é testemunhado por Jesus. É Ele a garantia deste amor único que gera em nós a confiança; é Ele a prova suprema e mais clara do amor de Deus.

Depois do anúncio da paixão, Jesus mostra aos seus discípulos a sua glória, aquela glória que o Pai lhe deu e que é a garantia da sua missão salvadora: Ele é o filho amado do Pai, Ele é o Messias. Mas a sua missão passa pela cruz e é pela cruz que ele chega à ressurreição. É esta que ilumina a cruz, é também a ressurreição que ilumina e dá sentido à nossa caminhada.

Padre João Lourenço, OFM

14 de fevereiro de 2024

1º DOMINGO DA QUARESMA


 Introdução à Liturgia:

O tempo da Quaresma constitui uma das etapas mais ricas do ano litúrgico. Trata-se de um itinerário de caminhada em direção à Páscoa do Senhor. O percurso faz-se com os recursos que a Igreja nos propõe a viver: a oração, a conversão e o jejum que se faz partilha e caridade fraterna. Ao iniciar este tempo, acolhamos o desafio que o Senhor nos faz.

 Introdução às Leituras:

Um dos temas da quaresma é o convite à conversão, um convite que significa, antes de mais, um compromisso na construção de uma nova humanidade a partir da nossa fé. Este é o sentido da aliança que Deus nos propõe. A simbólica do Dilúvio é exatamente este renascer de novo, figura do batismo que nos associa ao mistério pascal do Senhor.

No Evangelho, escutamos uma vez mais o eco central do Evangelho de S. Marcos: ‘O reino está próximo, convertei-vos e acreditai no Evangelho’. Viver a quaresma, é dar seguimento a este apelo e fazê-lo nosso para toda a caminhada em direcção à Páscoa do Senhor.

Na 2ª leitura, S. Pedro faz-se eco desta novidade da vida cristã, desta humanidade nova que renasce pelo batismo, à semelhança do episódio do Dilúvio. A Igreja é a nova Arca pela qual chegamos à vida em Cristo.

Padre João Lourenço, OFM

6º DOMINGO DO TEMPO COMUM

 

Introdução à Liturgia:

Um dos temas constantes do Evangelho de S. Marcos que nos acompanha ao longo deste ano litúrgico é a presença de Jesus como sendo o rosto amoroso de Deus junto daqueles que sofrem e se sentem, por causa disso, marginalizados da sociedade a que pertencem. Ao curá-los, Jesus vem integrar e abrir novos horizontes de esperança. Na nossa sociedade precisamos de sentir este desafio que Jesus nos faz.

 Introdução às Leituras:

Na sociedade judaica, tal como nas culturas do antigo médio oriente, a lepra tinha uma leitura religiosa, sendo muitas vezes relacionada com a condição pecadora daqueles que dela padeciam. O objetivo era encontrar um sentido que levasse à separação daqueles que dela padeciam, para assim evitar o perigo dos contágios. Em termos religiosos, só Jesus dará um novo sentido a situações destas. É isto que descobrimos exatamente no Evangelho: para além da cura, Jesus convida à inclusão na comunidade religiosa e social, pois é aí que está a fonte e o centro da vida plena que o crente deve sentir na sua caminhada.

Por sua vez, na segunda leitura, São Paulo convida os cristãos a terem como prioridade a glória de Deus e o serviço dos irmãos, pois tudo deve contribuir para a glória de Deus e o bem dos Irmãos. 

Tal como Jesus é um dom de Deus para os homens, assim nós o devemos ser para os Irmãos.

 Padre João Lourenço, OFM

5º Domingo do Tempo Comum

 

Introdução à Liturgia:

A liturgia deste domingo deixa-nos duas interrogações, qualquer uma delas importante para as nossas vidas:

.Que sentido tem o sofrimento quando vivido a partir de uma experiência de vida cristã?

.Qual a nossa relação com Cristo e que resposta esperamos d’Ele?

Confrontados com o projeto de Deus, somos convidados a traduzir na nossa vida o desejo do anúncio e do testemunho que Ele confiou à sua Igreja.

 Introdução às Leituras:

A primeira leitura leva-nos ao livro de Job e convida-nos, tal como faz o autor, a encontrar respostas na fé para aquilo que parece não ter sentido, sabendo que é a partir da experiência do sofrimento que nos podemos abrir ao amor e à esperança, superando a permanente indiferença em que o mundo hoje navega.

A segunda leitura sublinha, de forma convincente, aquilo que é o grande imperativo de cada cristão: ‘anunciar o Evangelho’. Este foi o grande testemunho que Paulo nos deixou, a sua paixão pelo Evangelho. O Papa Francisco convida-nos, de forma constante, a fazer nossa esta paixão, através do encontro, pela presença fraterna e na alegria da partilha

O Evangelho manifesta a constante preocupação de Jesus pelos que sofrem, indo ao seu encontro. Ao mesmo tempo, deixa-nos o desafio de o procurar, pois é na procura que Ele se deixa encontrar e se faz presente na nossa vida.

Padre João Lourenço, OFM

29 de janeiro de 2024

4º DOMINGO DO TEMPO COMUM

 

(28.01.2024)

 Introdução à Celebração:

     Nem sempre o acolhimento da Palavra de Deus suscita em nós sentimentos de confiança, de serenidade e de alegria. Por vezes, como hoje vamos constatar, ela também pode suscitar medo, receio de sentir Deus perto de nós, pois a sua presença exige a nossa libertação e isso nem sempre é fácil de acolher na nossa vida. Precisamos de nos libertar do medo e do receio para acolher sempre a presença do Senhor.

 Introdução às Leituras:

A liturgia deste Domingo garante-nos que Deus não se conforma com os projectos de egoísmo e de morte que desfeiam o mundo e que escravizam os homens. Pelo contrário, Deus sempre nos desafia a ir mais além, a alargar os nossos horizontes, propondo-nos um projecto de liberdade e de vida plena.

1ª leitura propõe-nos – a partir da figura de Moisés – uma reflexão sobre a experiência profética. O profeta é alguém que Deus escolhe, que Deus chama e envia para ser a voz da "Palavra" no meio dos homens.

S. Paulo, na 2ª leitura, convida os crentes a repensarem as suas prioridades, de modo a encontrar uma verdadeira harmonia entre as coisas de Deus e as temporais, de modo que não se perca o justo equilíbrio entre a primazia do serviço de Deus e o bem dos irmãos.

O Evangelho mostra como Jesus, o Filho de Deus, cumprindo o projecto libertador do Pai, pela sua Palavra e pela sua ação, renova e transforma em homens livres todos aqueles que vivem prisioneiros do mal.

Padre João Lourenço, OFM

 
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