Retalhos Como Francisco e Clara de Assis, a Fraternidade a todos saúda em Paz e Bem!Retalhos

29 de junho de 2020

XIII Domingo do Tempo Comum


28 de Junho de 2020

Ano A

       Introdução à Eucaristia:

A Eucaristia deste domingo, através da palavra de Deus que nos é proposta, leva-nos à reflexão sobre um tema importante e fundamental da nossa vida: a questão da família. Na cultura bíblica, a família era um dos pilares, porventura o mais importante da sociedade, pois é pela família que passa o dom da vida, a identidade humana, a formação e o próprio projeto existencial de cada um de nós. No entanto, na mensagem de Jesus a família não é um tabú nem um valor exclusivo e absoluto. A construção da família deve ser iluminada pela Palavra de Deus e colocada no centro da história da salvação

      Introdução às Leituras:

A primeira leitura mostra como todos podem colaborar na realização do projeto salvador de Deus. De forma direta, como o profeta Eliseu, ou de forma indireta, como a mulher sunamita, todos têm um papel a desempenhar para que Deus se torne presente no mundo e a Sua presença seja um desafio e uma interpelação para cada homem.

A segunda leitura recorda-nos que o cristão é alguém que, pelo Batismo, se identifica com Jesus, e d’Ele assume a vida nova que nasce do seu mistério pascal. A partir daí, o cristão deve seguir Jesus no caminho do amor e no dom da vida, renunciando definitivamente ao pecado.

O Evangelho de hoje é uma catequese acerca da missão do discípulo, sob vários aspetos. Numa primeira fase, define o caminho do discípulo. O discípulo tem de ser capaz de fazer de Jesus a sua opção fundamental e seguir o seu mestre no caminho do amor e da entrega da vida. Seguidamente, sugere que toda a comunidade é chamada a dar testemunho da Boa Nova de Jesus. Finalmente, promete uma recompensa àqueles que acolherem, com generosidade e amor, o desafio a ser missionários do “Reino”.

Padre João Lourenço, OFM

22 de junho de 2020

XII Domingo do Tempo Comum


21 de Junho de 2020

Ano A

     Introdução à Eucaristia:

 Neste 12º Domingo do Tempo Comum, a Palavra de Deus que nos é proposta deixa-nos um desafio importante para a nossa autenticidade de vida: vencer o medo, não se deixar amedrontar pela injustiça e ser capaz de denunciar a falsidade. São exigências árduas e que só conseguimos realizar com a graça de Deus e a força da oração. Mas, apesar da dificuldade não nos devemos dispensar do empenho que o Senhor nos propõe.

     Introdução às Leituras:

 A primeira leitura apresenta-nos o exemplo de um profeta do Antigo Testamento – Jeremias. É o paradigma do profeta sofredor, vítima da perseguição, da solidão e do abandono. Tudo isto tem como motivo a retidão da sua vida e o testemunho corajoso que faz da Palavra. Apesar de tudo, nada demove a sua confiança em Deus, anunciando – com coerência e fidelidade – as propostas de Deus para os homens.

 No Evangelho, é o próprio Jesus que, ao enviar os discípulos, os avisa para a inevitabilidade das perseguições e das incompreensões; mas acrescenta: “não temais”. Jesus garante aos seus a presença contínua, a solicitude e o amor de Deus, ao longo de toda a sua caminhada pelo mundo. Os tempos que vivemos exigem também de nós esta coragem de olhar em frente sem temor.  

 Na segunda leitura, Paulo demonstra aos cristãos de Roma como a fidelidade, aos projetos de Deus, gera vida e como uma vida, organizada numa dinâmica de egoísmo e de auto suficiência, gera a morte.

Padre João Lourenço, OFM

20 de junho de 2020

Encontro Nacional de Fraternidades


17 de junho de 2020

Glorioso Santo António

Glorioso Santo António, Rogai por nós.

O nosso Irmão António

Porque hoje se celebra a festa do nosso Santo, o nosso glorioso irmão ANTÓNIO, quero saudar dum modo especial os Irmãos da Fraternidade de São Francisco à Luz - a minha Fraternidade, desejando que, juntos e em santa Alegria, vivamos este dia franciscano.

Todos conhecemos a vida de António. As suas escolhas. Do Mosteiro de S. Vicente de fora, em Lisboa e depois em de Santa Cruz em Coimbra, seguindo a regra dos Cónegos de Santo Agostinho. Depois, inesperadamente, sentiu-se impelido a viver em pobreza absoluta, vindo a professar na Ordem dos Frades Menores, tornando-se discípulo de S. Francisco. Soube escutar a voz do Senhor. Chegara à meta que Ele lhe destinara.

Todo o mundo o conhece. Para alguns é apenas um santo que continua a fazer milagres. A ele se recorre para encontrar objetos perdidos, para ter sucesso nos negócios ou como casamenteiro.

Em muitas casas de comércio, a imagem do Santo está junto ao emblema dum clube desportivo, dum reclame ou da fotografia do proprietário. Não está sozinho. Mas está lá. Acredita-se que ele faz os negócios prosperar.

E também é sabido que, quando o nosso Santo não realiza o “milagre” pedido, põe-se de castigo. Ora se vira a imagem de cabeça para baixo, ou de frente para a parede, ou se tapa com um pano, ou fica numa gaveta. E só recupera o seu lugar no dia em que satisfizer o pedido que lhe foi feito.

Pobrezinho do nosso Santo!

Mas, apesar destas tropelias que lhe fazem, Santo António, olha, certamente com ternura, para a devoção, cheia de simplicidade, daqueles que assim se manifestam.

Mas para nós franciscanos, ANTÓNIO é um Irmão muito estimado. Demos graças ao Senhor pela sua vida. Não nos fixemos na sua imagem, poeticamente representada com o Menino ao colo e muito “elegante” com o seu hábito de franciscano. Olhemos o homem humilde, doente, cheio de sabedoria, que arrastou multidões com as suas palavras. Falava para todos. Para o povo simples e de poucas letras, mas também os ricos e ilustres do seu tempo.

Um franciscano de quem o Senhor se serviu para converter muitos corações.

Ler os seus Sermões, refresca a alma e eleva o espírito.

Querido Santo António! Santo de Lisboa, de Pádua, de todo o mundo. Não esqueças o sofrimento que o teu país natal hoje vive. Lá do céu, olha com carinho para todos os que a ti recorrem.

E, a nós teus irmãos, ensina-nos a amar e seguir o teu exemplo, a viver em simplicidade, seguindo a Regra que o pai S. Francisco nos deixou.

Neste teu dia para te saudar, digamos ao Senhor, cantando

“Altíssimo, Omnipotente e Bom Senhor….”

Paz e Bem, querido irmão ANTÓNIO!

Maria clara, ofs

13JUNHO2020


16 de junho de 2020

11º Domingo do Tempo Comum

(14/06/2020)

           Introdução à Liturgia:

A liturgia deste domingo convida-nos a olhar para a dimensão vivencial da nossa fé que nos recorda que somos caminhantes, peregrinos. É nesta dimensão itinerante da nossa fé que experimentamos a necessidade da presença do Senhor, de ser ajudados a encontrar o verdadeiro caminho que nos leva ao Pai. Foi esta a missão que o Senhor confiou aos seus discípulos.

          Introdução às leituras:       

A primeira leitura, do livro do Êxodo, fala-nos da caminhada do povo de Israel, após a saída libertadora da terra do Egito, em que Deus se compromete com o Seu povo numa aliança eterna que faz desse povo uma nação eleita para testemunhar as maravilhas do Senhor.

A segunda leitura, da Carta de S. Paulo aos Romanos, diz-nos que essa aliança foi agora reforçada em Cristo e por Ele assumida como prova do pleno amor de Deus. É por Ele que passamos da condição de pecadores para a de homens novos, regenerados em Cristo, de inimigos para filhos; foi pela Sua morte que todos fomos reconciliados com Deus.

          No texto do Evangelho, S. Mateus fala-nos a misericórdia, da compaixão que Jesus tem por todos aqueles que o seguem. Ele é o Pastor que congrega à sua volta todos aqueles que procuram reencontrar o verdadeiro rosto de Deus. A cada um de nós é confiada também essa missão.

Padre João Lourenço, OFM 

SOLENIDADE DO CORPO DE DEUS


(2020)

Introdução à liturgia:

            A Igreja nasce da Eucaristia e a Eucaristia consolida a Igreja na sua experiência histórica ao longo dos séculos. Há cerca de dois mil anos que a ‘Igreja celebra a Eucaristia como ‘memória do Senhor’ sem com isso fazer o que Ele fez, pois sabemos que é Ele connosco, presente na Sua Igreja, que se faz Eucaristia e dom para o mundo. Celebrar hoje a Solenidade do Corpo de Deus, é festejar a sua presença sacramental no coração da Igreja e em comunhão connosco.

   Introdução às leituras:

            A primeira leitura recorda-nos um elemento fundamental da história da salvação: Deus alimenta o Seu povo na caminhada do deserto, acompanhando-o e oferecendo-lhe o ‘maná’. Jesus é o novo Maná que Deus oferece ao seu povo para ser o alimento da vida eterna.    

             Pela 2ª leitura, Paulo mostra-nos o verdadeiro sentido da Eucaristia: todos comemos do mesmo pão e participamos do mesmo cálice, formando assim um só corpo, em Cristo. Sacramento de comunhão, a Eucaristia é também o sacramento da unidade e da presença de Jesus no coração da sua Igreja.

             O texto do Evangelho, tomado do longo discurso do capítulo 6º de S. João sobre o ‘pão da vida’, fala-nos do verdadeiro alimento, do pão que desceu do céu para dar a nova vida ao mundo. Esse pão é Jesus. Hoje, celebrar a sua presença no meio de nós é um convite à adoração e à comunhão, procurando superar ‘o medo e o isolamento social que se apossou de nós’. Que a Eucaristia – Corpo Santo de Deus no mundo – fortaleça a nossa esperança e nos alimenta na nossa caminhada.  

Padre João Lourenço, OFM 

DOMINGO DA SANTÍSSIMA TRINDADE

A visão de S. Francisco da Santíssima Trindade, de Montoliu

(2020)

Introdução à Liturgia:

Celebrar a Santíssima Trindade não é um convite a decifrar o mistério que se esconde num “Deus único em três pessoas”; Pelo contrário, é um convite a contemplar o Deus que é amor, que é família, que é comunidade e que criou os homens para os fazer participar desse mistério de amor, revelando-se no mistério do Seu silêncio e do Seu amor. Como Deus é amor, também nós fomos criados e chamados a uma comunhão de amor que tem em Deus a sua plenitude.

 Introdução às Leituras:

A primeira leitura do livro do Êxodo, fala-nos da revelação de Deus a Moisés, como um Deus ‘clemente, compassivo e cheio de misericórdia’. Perante tal novidade, Moisés mais não fez do que contemplar esse mistério que se apresenta e não se impõe nem pela força nem pelo medo. É assim que Deus quer estar connosco e caminhar no meio de nós.

Na segunda leitura, Paulo diz-nos na Carta aos Coríntios, faz-nos um convite à alegria e à comunhão. Se a trindade é o mistério da comunhão de Deus, nós somos chamados também a viver esse mesmo mistério de comunhão, traduzindo-o através da nossa presença no mundo.

O  Evangelho mostra-nos, através do diálogo de Jesus com Nicodemos, que o mistério da Trindade não é só a forma de Deus ser na sua comunhão de amor. Essa comunhão é também a forma d’Ele ser para connosco, tal como Jesus no-lo diz e o viveu. Passa por aqui uma das dimensões fundamentais da nosso fé: Acreditar no amor de Deus para connosco. Por isso, podemos dizer que a Trindade é o mistério do amor silencioso de Deus que Ele vive a partilha connosco.

Padre João Lourenço, OFM 

30 de maio de 2020

SOLENIDADE DO PENTECOSTES


(31.05.2020)

Introdução à Liturgia:

A festa do Pentecostes marca o início do tempo da Igreja, da Comunidade cristã que acolhe o Espírito Santo como o grande dom que Deus concede ao Seu Povo, à comunidade da Nova Aliança. É pelo Espírito que somos congregados em Comunhão e podemos testemunhar no mundo o Cristo Ressuscitado. Celebrar o Pentecostes é fazer um regresso às nossas origens para aí encontrar a nova vida que o espírito de Deus faz germinar em cada um de nós. Retomar as nossas celebrações comunitárias neste dia é uma Luz de Esperança. Que a fortaleza do Espírito nos anime neste retomar das nossas celebrações.

 Introdução à Leituras:

A primeira leitura mostra-nos como a Comunidade reunida em nome do Senhor Jesus recebe o dom do Espírito Santo, a nova Lei do ressuscitado que é a fonte dessa vida nova. No Antigo Testamento, os Judeus celebravam nesta festa o dom da Lei. O Espírito Santo é a nossa Lei e é por Ele que todos podemos escutar a Palavra de Jesus e aclamar, em uníssono, as maravilhas de Deus.

 Na segunda leitura, Paulo ajuda os crentes de Corinto a reconhecerem a ação do Espírito Santo em cada um dos baptizados. A diversidade de ministérios e de dons é uma grande riqueza para a Igreja. Talvez nem todos consigam viver com esta ‘riqueza’, mas hoje, tal como ao tempo de Paulo, precisamos de sentir e acolher este dom que Deus nos concede. A finalidade de todos estes carismas é o contributo para que a comunidade cresça na comunhão e no serviço fraterno.  

 O Evangelho apresenta-nos a comunidade cristã, reunida à volta de Jesus ressuscitado. Para S. João, esta comunidade passa a ser uma comunidade viva, recriada, nova, reunida na comunhão pela ação do Espírito. É pelo Espírito que a Comunidade vence o medo, se torna testemunho vivo da força de Deus no mundo e construtora da harmonia e da paz. É pelo Espírito que nos tornamos sinais e instrumentos do perdão de Deus.

Padre João Lourenço, OFM

31 de maio - Pentecostes


23 de maio de 2020

SOLENIDADE DA ASCENSÃO DO SENHOR


… Ide a todo o mundo e proclamai …’ (Mc 16,15). 
A liturgia da solenidade da Ascensão encerra em si um conjunto de verdades e de ensinamentos que merecem ser considerados e assumidos por nós como princípios fundamentais e estruturantes da nossa vida. Balançando entre este dilema de ficar a ‘olhar os céus’ ou de viver apenas cabisbaixos, amarrados à terra e vergados ao peso da nossa contingência, este domingo é, no contexto em que vivemos, um apelo à esperança e ao infinito, um infinito que não é uma alienação no tempo e da história, mas sim um convite ao testemunho e à transformação do mundo ao qual o Senhor nos envia. Tal como tinha dito aos discípulos ‘um pouco mais e já não Me vereis, e outro pouco mais e voltareis a ver-Me’, estamos de novo a ver o Senhor e a liturgia ajudar-nos-á a sentir e a partilhar este ‘VER’ em comunhão e com redobrada esperança. 

 Não é fácil, teologicamente falando, enquadrar esta festa da Ascensão do Senhor, uma vez que a sua verdadeira elevação à glória do Pai é a ressurreição, o mistério pascal na sua plenitude. É particularmente através da tradição de Lucas (Evangelho e Actos) que esta festa da Ascensão se enquadra no mistério da salvação como preparação para a sua etapa final: o Pentecostes, o tempo do Espírito e da Igreja. Isto tem certamente uma fundamentação veterotestamentária, constituindo como que um paralelo do que sucede com as tradições do Êxodo, com o dom da Lei, no Monte Sinai. Esta festa era para o judaísmo do período intertestamentário, muito marcado pelas tradições normativas da Torah, a ocasião dos Judeus celebrarem o início da sua identidade religiosa, também ela devedora dos preceitos da Lei que assim definiam e demarcavam o judaísmo das demais religiões dos povos circunvizinhos.  

Muitas vezes, tomando os ecos desta celebração e o texto de Atos (1,11), os cristãos foram acusados de passar demasiado tempo a ‘olhar o céu’, deixando de se comprometerem com a terra e os problemas que envolvem a existência humana. Ora, creio que nada mais errado do que pensar assim. O mandato conferido por Jesus aos seus discípulos é exatamente o contrário. Tal como podemos ver no texto do Evangelho de hoje, o Senhor enviou os discípulos a comprometerem-se com a vida do homem, seja em que lugar for, numa abrangência universal que abarca todas as dimensões da vida. Por isso, os cristãos estão lá, no mundo concreto, onde a dor se torna mais dor, de modo que esta não nos seja indiferente; onde a pessoa não pode ser um objeto negociável, para que os seus direitos sejam tidos e olhados como um bem que deve ser defendido e promovido; lá, onde a vida é desprezada e tantas vezes maltratada, para que lhe sejam prestadas todas as garantias que salvaguardam a sua dignidade; lá, onde a sociedade se constrói nas suas mais diversificadas componentes, culturais, cívicas e religiosas, já que só a garantia da dignidade do Homem na sua totalidade pode ser transformadora do mundo.  

 De facto, o compromisso com o Homem não nos deve nem pode levar a esquecer o céu, pois isso não significa, como a história bem o comprova, a construção de uma sociedade mais justa e mais fraterna ou a uma maior responsabilidade na construção da ‘cidade terrena’. Por isso, o domingo da Ascensão é também o domingo da esperança, de uma esperança que tem por limites o Infinito de Deus e que tem por objetivo imediato a salvação do Homem. É esse o mandato que o Senhor entrega aos seus discípulos, mesmo que a sua linguagem, conforme o Evangelho de hoje, se situe num outro espaço cultural que não o nosso. Todavia, o imperativo é o mesmo e por isso, ontem como hoje, devemos resistir à tentação de resvalar para o outro extremo e ficar na situação de tantos homens de boa-vontade: ‘Que fazeis vós aqui na terra sem nunca ousardes olhar o céu’? Olhar hoje o céu é comprometer-se e acreditar que é possível transformar a terra e fazer dela um pouco do espaço do céu, desse céu onde a esperança e a fraternidade são capazes de se transformar num serviço ao Homem, mormente neste tempo de crise e de ansiedade. Nós queremos ousar sempre olhar o céu para que a terra seja cada vez mais um lugar onde mora o amor de Deus.         
   Padre João Lourenço, OFM   

20 de maio de 2020

Portas abertas


Caros Irmãos,

Venho dar-vos notícia das atividades que desenvolveremos proximamente na nossa Fraternidade, ainda com recurso à aplicação ZOOM, pelo que indico igualmente as referências para entrardes nas reuniões em causa.

1 - Encontro no dia 23 de maio

O Papa Francisco convidou os fiéis a celebrarem a Semana Laudato Si, de 16 a 24 de maio de 2020, para marcar os cinco anos da publicação da Encíclica. Esta Encíclica foi publicada com a data de 24 de maio de 2015, dia de Pentecostes e trata-se, como sabeis, de um texto exortativo que marcou a história da igreja e da humanidade, por despertar para a grandeza e a importância da vivência humana na sua totalidade, ajudando-nos a “abrir os olhos” para a necessidade de  uma outra postura na Casa Comum e um outro olhar com relação à natureza.

Dada a importância intrínseca da Encíclica e a sua ligação ao que S. Francisco representa pela defesa de uma ecologia integral, a Fraternidade associa-se à celebração referida mediante Palestra proferida pela nossa Irmã Cristina Dias Ferreira, à qual correspondem as indicações seguintes:

Tópico: Palestra sobre Laudato Si pela Irmã Cristina Dias Ferreira

Data:  Sábado, 23 de maio 2020 15 h

Entrar na reunião Zoom

https://us02web.zoom.us/j/81771115215?pwd=WitEc0RsZlNYSXF0M3paTUlrWEhBQT09

Senha: 298951

 

2 - Encontro no dia 30 de maio

Como bem sabemos, a festa do Pentecostes (31 de maio) celebra o mistério de Deus que resgatou o mundo por meio do Seu Filho e o mistério da Igreja, corpo de Cristo. No dia anterior (30 de maio) Frei Fernando Mota orientará sessão de Lectio Divina referente ao Evangelho proclamado nas celebrações eucarísticas do Pentecostes [Jo 20, 19 – 23]; abaixo as indicações para participação:

Tópico: Lectio Divina orientada por Frei Fernando Mota – Evangelho do dia de Pentecostes

Data: Sábado 30 mai0 2020 15 h

Entrar na reunião Zoom

https://us02web.zoom.us/j/88983865801?pwd=dHFLK05WL0J0dWhmQkxUeVJTbEtRZz09

ID da reunião: 889 8386 5801

 

Agradecendo a V. atenção e apelando vivamente à V. participação, o abraço fraterno do V. irmão em Cristo,

Pedro


3º Dia da Laudato Si

Terceiro dia da Semana Laudato si'

in https://www.facebook.com/search/top/?q=herm%C3%ADnio%20ara%C3%BAjo&epa=SEARCH_BOX

Cântico das Criaturas de S. Francisco de Assis

Tradução de Jaime de Magalhães Lima, um dos protagonistas do movimento franciscanófilo português da primeira metade do séc. XX, que participou no volume Em louvor de S. Francisco (1927).

Altíssimo, omnipotente, bom Senhor!
São teus o louvor, a glória, a honra e toda a bênção
a ti só, ó Altíssimo, os devemos;
homem algum merece nomear-te.

Louvado sejas, Senhor!
E, contigo, louvado seja quanto tu criaste.
Louvado seja, mui especialmente,
o senhor Sol, nosso irmão.
Por ele é que tu nos dás a luz do dia,
é por ele que tu nos iluminas;
e com grande esplendor
é radiante e é belo.
É por ele, Senhor, que aos nossos olhos
tu nos és revelado.

Louvado sejas, Senhor!
pela irmã Lua
e pelas estrelas que no céu formaste,
preciosas e belas e claras.

Louvado sejas, Senhor!
pelo irmão vento,
pelo ar, pela nuvem, pelo céu sereno e todo o tempo,
pelo qual às tuas criaturas dás sustento.

Louvado sejas, Senhor!

pela irmã água
preciosa, casta, humilde e muito útil.

Louvado sejas, Senhor!
pelo irmão fogo
que alumia a noite,
e é belo e é alegre, e forte e corajoso.

Louvado sejas, Senhor!
pela nossa mãe, a terra,
que nos provê e guarda da indigência,
e nos produz seus frutos variados,
e as suas flores coradas e a erva.

Louvado sejas, Senhor!
por aqueles que por teu amor perdoam
e suportam fraqueza e aflição.
Bem-aventurado quem na paz confia,
que tu, Altíssimo, a esse hás-de coroá-lo.

Louvado sejas, Senhor!
por nossa irmã a morte corporal,
à qual não foge
homem algum que a vida respirou.
Morre em desgraça aquele que morreu
em pecado mortal;
e é bem-aventurado quem se encontra
em a tua santíssima vontade,
pois a esse não lhe pode fazer mal
a segunda morte.

Louvai e abençoai o meu Senhor!
e dai-lhe graças,
e servi-o,
com grande humildade.

Foto: uma das páginas deste texto no volume de Júlio Eduardo dos Santos,



2.º dia da Laudato Si

Segundo dia da Semana Laudato si' 

in https://www.facebook.com/search/top/?q=herm%C3%ADnio%20ara%C3%BAjo&epa=SEARCH_BOX

Cântico das Criaturas de S. Francisco de Assis

Tradução de Frei Aloísio Tomás Gonçalves, franciscano da primeira metade do século XX, autor de uma Vida de S. Francisco de Assis (1928).

Altíssimo, omnipotente, bom Senhor,
A ti o louvor, a glória, a honra e toda a bênção.
A ti só, Altíssimo, convém,
E nenhum homem é digno de pronunciar teu nome.

Louvado sejas, meu Senhor, com todas as tuas criaturas,
E especialmente o senhor irmão sol,
Que faz o dia e por quem tu nos alumias.
E que é belo e radiante com grande esplendor.
De ti, Senhor Altíssimo, nos traz a imagem.

Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã lua e estrelas,
Que no céu tu criaste claras, preciosas e belas.

Louvado sejas, meu Senhor, por nosso irmão vento,
Pelo ar e pelas nuvens, pelo sereno e todo o tempo,
Por quem a tuas criaturas dás o sustentamento.

Louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã água,
Tão útil e humilde e preciosa e casta.

Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão fogo,
Por quem tu iluminas a noite.
E ele é belo e jucundo e corajoso e forte.

Louvado sejas, meu Senhor, por nossa mãe soror terra,
Que nos sustenta e nos governa,
E produz diversos frutos e coloridas flores e ervas.

Louvado sejas, meu Senhor, pelos que perdoam
Por teu amor, e suportam enfermidade e tribulação;
Bem-aventurados os que sofrem em paz,
Que por ti, Altíssimo, serão coroados.

Louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã a morte corporal,
De quem nenhum vivente pode escapar.
Ai de quem morrer em pecado mortal;
Bendito o que estiver em tua santíssima vontade,
Porque a morte segunda lhe não fará mal.

Louvai e bendizei a meu Senhor, e rendei-lhe graças,
E todos servi-o com grande humildade.

Foto: capa da publicação onde se encontra esta tradução do poema de S. Francisco.



16 de maio de 2020

1º dia da semana franciscana da Laudate Si


Primeiro dia da Semana Laudato si' 

in https://www.facebook.com/herminio.araujo.58173?__tn__=%2CdC-R-R&eid=ARBfSf6FUeSLoNapFisjBbcZReMGaLpmUC61TxntLQNO7_gYo8fJuMXVU41ZJORFAnHV-qn7whnotaKh&hc_ref=ARSfOORfFXx_VTjgoDuk7bwnR2d8mHYs428KLthAulZUgpSuHhJpxIsXcRjGaNvwiwI&fref=nf

Cântico das Criaturas de S. Francisco de Assis

Tradução de Frei Mário Branco, o maior poeta franciscano português do século XX. De realçar a sua obra póstuma Sonetos (2002).

Altíssimo, omnipotente, bom Senhor,
a Ti pertencem os louvores, a glória, a honra e toda a bênção.
A Ti só, Altíssimo, se hão-de prestar
e nenhum homem é digno de pronunciar o Teu Nome.

Louvado sejas, ó meu Senhor, com todas as Tuas criaturas,
especialmente meu senhor o irmão sol
que faz o dia e nos dá a luz.
E ele é belo e radiante com grande esplendor;
de Ti, ó Altíssimo, nos traz imagem.

Louvado sejas, ó meu Senhor, pela irmã lua e as estrelas;
no céu as formaste, claras e preciosas e belas.

Louvado sejas, ó meu Senhor, pelo irmão vento
e pelo ar e a nuvem e o sereno e todo o tempo
pelo qual sustentas as Tuas criaturas.

Louvado sejas, ó meu Senhor, pela irmã água
a qual é muito útil e humilde e preciosa e casta.

Louvado sejas, ó meu Senhor, pelo irmão fogo
pelo qual alumias a noite
e ele é belo e alegre e robusto e forte.

Louvado sejas, ó meu Senhor, por nossa irmã a mãe terra
que nos alimenta e governa
e produz variados frutos e flores coloridas e erva.

Louvado sejas, ó meu Senhor, pelos que perdoam, por amor de Ti
e suportam enfermidade e tribulação.
Bem-aventurados aqueles que as sofrem em paz,
pois que por Ti, ó Altíssimo, serão coroados.

Louvado sejas, ó meu Senhor, por nossa irmã a morte corporal
da qual nenhum homem vivente pode escapar;
ai daqueles que morrerem em pecado mortal.
Bem-aventurados aqueles que se tiverem conformado
com a Tua santíssima Vontade,
porque a morte segunda lhes não fará mal.

Louvai e bendizei ao meu Senhor e dai-Lhe graças
e servi-O com grande humildade.

Foto: capa do livro de poemas de Frei Mário Branco inspirados no Cântico das Criaturas. Aqui o autor publica também a sua tradução do poema de São Francisco de Assis.

6º Domingo da Páscoa

(17.05.2020)

O espírito da Liturgia de hoje:

Um dos temas sempre presente na liturgia, porque faz parte integrante da Palavra de Deus, é a questão da ‘verdade’. Para vivê-la e testemunhá-la, Jesus promete aos seus discípulos o envio, o dom do ‘Espírito da verdade’ que é apresentado como o Defensor dos crentes, daqueles que seguem a mensagem do Mestre. O Espírito da verdade é o ‘Defensor’ e é também Aquele que não nos deixa órfãos, mas nos assiste e acompanha nos caminhos da vida. Como afirmamos nos dons do Espírito Santo, além da verdade, Ele é também presença consoladora, presença acompanhante nos caminhos da vida para nos fortalecer e nos ajudar a caminhar em frente, tal como fortaleceu os Apóstolos e os levou a viver e a anunciar a ‘Boa-Nova’ do Reino, por todo o mundo.

Num tempo de tantas fragilidades, pessoais e sociais, resultantes das dificuldades da vida e também do ambiente social em que nos encontramos, pedir a força do Espírito e saber que Ele está connosco é certamente consolador e também é uma forma de O fazer nosso ‘Defensor’, tal como o foi para a Comunidade cristã das origens.

                 Meditar e viver as Leituras:

O Evangelho da liturgia de hoje já faz parte daquela longa narrativa do Evangelho de S. João, que podemos classificar como o “testamento” de Jesus, deixado aos Seus discípulos na Última Ceia, no Cenáculo, nas vésperas da Sua morte. Aos discípulos, inquietos e assustados, porventura desanimados naquele momento, Jesus promete o “Paráclito, o Espírito Santo”. Será Ele a conduzir a comunidade cristã em direcção à verdade; e levá-la-á a uma comunhão cada vez mais íntima com Jesus e com o Pai. E, dessa forma, a comunidade será a “morada de Deus” no mundo e dará testemunho da salvação que Deus quer oferecer a todos os homens.

          Acolhendo o ‘Espírito da Verdade’, o discípulo de Jesus torna-se também ele um construtor da verdade e sua testemunha. Não há hoje, no meu pobre sentir, um qualquer outro desafio, tão urgente e tão necessário, como é o da ‘construção da verdade’. A nossa sociedade deixa-se, cada vez mais, pautar pelas construções artificiais de vidas que assentam na mentira e na superficialidade, que é outra forma de mentira, embora disfarçada. Todos temos a sensação que são poucos os que lutam pela verdade consistente, transparente, e muitos os que se afadigam em construir, apenas e só, o parecer e não o ser, a imagem e não a verdade, a banalidade disfarçante que encobre e entorpece e não a verdade que liberta e reconcilia. As formas de manipulação política, social, de opinião disfarçada em pressupostos de autonomia, até mesmo em formas religiosas, nunca teve um alcance e uma aceitação tão acomodada como hoje sucede. Os silêncios cúmplices, o ocultamento dos erros e das mentiras, são hoje as formas aceites e acreditadas para ocultar a verdade, para mutilar a verdade, para menosprezar a verdade, para manipular a verdade. As ‘centrais’ da informação manipulada são hoje, e cada vez mais, instrumentos ao serviço dos interesses ocultos dos grupos, das associações, e por vezes até das comunidades, enquanto tais.

          Ora, nada disto é conciliável com a verdade que o Espírito Santo nos propõe. Por isso, Jesus reforça a ideia que temos ‘de conhecer o Espírito’ que Ele nos dá, que Ele envia àqueles que O seguem. E como podemos conhecer esse Espírito? Guardando e pondo em prática os ‘Seus mandamentos’ e esses mandamentos tem um centro: é o próprio Jesus: amai-vos uns aos outros como Eu vos amei’.

Padre João Lourenço, OFM

 


15 de maio de 2020

5.º Aniversário da Laudato Si



Semana de 16 a 24 de maio- Ver outras iniciativas em Cuidar da Casa Comum  https://casacomum.pt/2020/05/13/semana-laudato-si/
 ► Tertúlia on line – terça-feira, 19 de Maio, pelas 21h30.

Será iniciada por três curtas exposições em que os oradores não pretendem “arrumar o assunto”, mas antes deixar pistas para uma conversa em que se relacione o cuidado da casa comum com a situação fora dos eixos que vivemos.

  • A origem da pandemia – João Miguel Almeida;
  • Da teologia da maldição a uma teologia do ecocídio – Teresa Bartolomei;
  • Voltar à “normalidade”?! Vejamos antes o que queremos – Rita Veiga.
  • https://videoconf-colibri.zoom.us/j/98640087553.


5.º Aniversário da Laudato Si


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9 de maio de 2020

5º DOMINGO DA PÁSCOA - 2020



Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6)

Os textos de S. João que meditamos nos Evangelhos das eucaristias desta quadra pascal são de uma riqueza única e singular, dando a este tempo um sentido pleno de esperança que nos abre para um horizonte de eternidade, como sucede em todo o Evangelho de S. João. Do texto deste domingo podemos retirar esta afirmação de Jesus em que, mediante 3 palavras, Ele afirma a sua missão ‘Eu sou o caminho’, a sua identidade ‘Eu sou a verdade’ e a sua pessoa ‘Eu sou a vida’. Três palavras-chave que definem o sentido do mistério de Cristo e, ao mesmo tempo, marcam as configurações da vida cristã como sendo uma caminhada na busca e na procura de Deus. Já assim o era no Antigo Testamento como no-lo mostra a pessoa de Abraão: ‘deixa a tua terra e parte’. E Abraão partiu; toma o teu filho e vai… E Abraão tomou o filho e foi…, mesmo ainda sem conhecer o caminho, nem a meta.
Ele partiu porque, sendo Homem de fé, sabia que mesmo na noite da dúvida, da incerteza, Deus era o caminho, do qual recebeu o maior dom – ‘o filho que tanto amas’ – e também era a certeza que os seus sonhos não morreriam no caminho, porque estava pronto a dar a Deus o que d’Ele tinha recebido, o seu grande amor: Isaac. Agora, é Jesus, o filho único, que o Pai deu aos homens que se faz nosso caminho; Ele não nos mostra o caminho; Ele é o caminho e o caminho consiste em ‘acreditar na possibilidade impossível de Deus’ que, apesar do Seu silêncio (como o sentimos hoje, nesta noite de procura e de penumbra) e das Suas exigências impossíveis, nós sabemos que Ele está presente. Com o caminho que é Jesus nós superamos a própria noite de Deus na história, a noite do Seu amor por nós que só Jesus nos permite compreender e caminhar.

Enquanto ‘caminho’, Jesus mostra-nos que a meta é o Pai e é por Ele e n’Ele que alcançamos a plenitude. Ele é o ‘caminho’ que trouxe até nós a glória do Pai e pelo qual subimos também para a mesma glória. Jesus não ousa apresentar-se como um modelo de procedimentos éticos ou de valores morais. Pelo contrário, a sua proposta é uma caminhada que se faz seguindo o seu testemunho de vida. Ele não se faz meta, mas apenas a estrada que até ela nos conduz. A palavra de Jesus é clara; Israel tinha um caminho que era a Lei; foi por ela que Abraão chegou ao Monte Moriá; é nela que Deus abriu um caminho no deserto para que o Seu povo chegasse à Terra prometida, aquando do êxodo; foi ainda por ela que Deus aplanou os montes e outeiros para que, no regresso da Babilónia, o povo alcançasse de novo a sua meta, a nova Sião. Habituados às distâncias e à aridez do deserto, bem como às encruzilhadas dos vales e à sinuosidade das montanhas, Israel sabia, por experiência própria, como é difícil percorrer a Terra e alcançar o termo de uma qualquer viagem, mesmo quando programada. Na Palestina, as incertezas dos caminhos, as miragens do deserto e os perigos que lhes estão associados, acarretam consigo muitos obstáculos e fazem com que qualquer viagem seja sempre um risco. Agora, o ‘caminho’ já não é uma construção exterior, nem uma distância a percorrer, mas sim a pessoa do Filho que, enviado ao mundo para o salvar (Jo 3,17), identifica o Pai e nos introduz na comunhão com Ele. Nós não fazemos o caminho; apenas o percorremos. O nosso itinerário está feito; Jesus é Ele o caminho e a nós compete entrar nele e com Ele seguir estrada fora, ao encontro do Pai. É porque Ele é o caminho que ninguém ‘vai ao Pai se não por Ele’ (Jo 14,6). Mas para isso, há que O conhecer, pois só conhecendo-O é que podemos chegar ao Pai e conhecer também o Pai (Jo 14,9). A beleza da fé está aqui; ela é o caminho que em Cristo nos conduz ao Pai. E esse caminho faz-se e perfaz-se em Cristo e com Ele.   
O tempo pascal é esta caminhada em busca da plenitude: caminhada na vida e caminhada na descoberta de Cristo ressuscitado. O evangelho mostra a nossa identidade ‘peregrina’ de crentes que vão descobrindo a presença do Senhor ressuscitado nos sinais da vida e muitos são esses sinais, incluindo o do silêncio de Deus. O sentido do nosso peregrinar não está apenas no ‘fazer caminho’; está essencialmente na busca do Sentido que nos conduz ao Pai. Só por Ele e com Ele podemos lá chegar, pois só n’Ele é que cada homem se faz ‘peregrino da Eternidade.
Padre João Lourenço, OFM

1 de maio de 2020

4º Domingo de Páscoa – 2020


Jesus As The Good Shepherd In Caesarea's National Park, Israel
DOMINGO DO BOM PASTOR
Introdução à liturgia:
     O 4º Domingo da Páscoa, de todos conhecido como o “Domingo do Bom Pastor”, colhe esta designação a partir do cap. 10º do Evangelho de S. João que sempre se lê, repartido em três unidades, neste 4º domingo. Trata-se de um tema – o Pastor – e de um texto, o capítulo de S. João que são marcantes da tradição bíblica, da vida e da pastoral da Igreja, e também da espiritualidade cristã. No entanto, importa ter presente que este tema – o Pastor – tem já as suas raízes no Antigo Testamento, designadamente nos Salmos (que toda a gente conhece e canta) e também em Ezequiel (cap. 34), um texto que serve de fundo e enquadra muito bem a mensagem que é transmitida por S. João. É aqui que o evangelista coloca toda a força e a centralidade dessa imagem única e singular – Jesus, ‘o Bom Pastor’ – que dá a vida pelas ovelhas e se entrega à missão que o Pai lhe confiou. O texto de S. João não é um texto fechado sobre si mesmo; não se trata de uma contemplação passiva. É uma imagem aberta e dinâmica que se prolonga naqueles que seguem o testemunho de Jesus e se dedicam ao Povo de Deus, pois sem Pastor não há Comunidades e, por isso, somos desafiados a rezar e promover, cada um com a sua capacidade, a causa do serviço pastoral: ser pastores conforme as nossas capacidades e os ministérios que nos são confiados. Também é tempo de rezar e pedir ao Bom Pastor que nos envie bons pastores para o serviço da Sua Igreja.

A Figura do Bom Pastor:
      Quem já visitou Cesareia Marítima teve a oportunidade de ver uma das mais antigas estátuas de Jesus (apesar de um pouco mutilada) como o ‘Bom Pastor’, carregando uma ovelha aos ombros. Isto mostra-nos que desde cedo os cristãos sentiram que o ‘ser pastor’ não era apenas uma figura de estilo nem uma mera categoria simbólica; muito mais que isso. A mensagem bíblica sempre se apresentou como um serviço e na figura do ‘Bom Pastor’ Jesus concretiza aquilo que Ele mesmo tinha dito: ‘Não vim para ser servido, mas para servir’; ou ainda: ‘Eu estou no meio de vós como quem serve’. De facto, a imagem do pastor é uma das mais expressivas, e simples ao mesmo tempo, para traduzir a ideia de serviço. Por isso, ela é uma ideia profundamente revolucionária. Deus sempre foi acreditado como fonte de poder e de mando; é a Escritura que nos diz que Ele é Pastor e que cuida do Seu rebanho, das suas ovelhas (Ez 34). A figura de pastor, como todos sabemos, nem era grata aos judeus, pois os pastores eram considerados como gente impura, gente que andava entre os gados e não cultivava as normas da pureza ritual. É a estes ‘marginais’ que Ele é anunciado na noite de Belém, os primeiros contemplados com a feliz notícia de que ‘nos nasceu um Salvador, fonte de alegria’ e de esperança para todo o povo. Jesus apresenta-se como o ‘Bom Pastor’ (o ‘Belo Pastor, no dizer do texto grego que com esta designação quer expressar a beleza e a ternura de Deus pelo Seu povo). Sendo o Bom Pastor, o evangelho (Jo 10) oferece-nos um conjunto de atitudes que definem a ‘bondade do Pastor’: Ele liberta, abre portas, mostra o caminho, conduz às pastagens, chama pelo nome, recolhesse todas e cada uma das suas ovelhas, recolhe-as no aprisco do seu ‘coração misericordioso’, vai buscar a que anda perdida e cuida da que está ferida pelo pecado, faz frente ao salteador e, finalmente, dá a vida por cada uma e por todas. A Sua missão é libertar o rebanho de Deus do domínio da escravidão e levá-lo ao encontro das pastagens verdejantes onde há vida em plenitude. Jesus cumpre com amor essa missão, no respeito absoluto pela identidade, individualidade e liberdade das ovelhas, aceitando cada uma como é para que venha a ser aquilo que Deus quer que sejamos. Na segunda leitura, Pedro reforça esta mesma atitude, convidando-nos a seguir o Pastor para não sermos ovelhas tresmalhadas. Hoje, o empenho na Igreja convida-nos a ser verdadeiras ovelhas que se aconchegam ao Bom Pastor e d’Ele recebem a força e a esperança de um amanhã de luz. Que o nosso confinamento nos ajude a sentir mais fortemente a presença do Bom Pastor que nos guia na esperança de um amanhã melhor.
      Rezemos ao Bom Pastor: ‘Não Te esqueças que somos as tuas ovelhas e nos colocamos nas Tuas mãos. Conduz-nos aos pastos da vida eterna’. Um santo e feliz domingo do ‘Bom Pastor’.

      Fr. João Lourenço

29 de abril de 2020

Beato Luquésio de Bonadone


Beato LUQUÉSIO DE POGGIBONSI



É hoje o seu dia.
Luquésio era um comerciante bem-sucedido nos seus negócios. Buonadona, sua mulher, governava a casa com método, contendo gastos, contribuindo assim para o crescimento da fortuna do casal. A generosidade não era propriamente uma virtude que os distinguisse. Viviam centrados na sua vida, virados mais para as coisas terrenas do que para as do espírito.
Mas o Pai do céu, que dá liberdade aos seus filhos, tem também o Seu tempo e o seu modo, para se manifestar. Vai moldando os corações. Murmura palavras que fazem despertar para uma nova realidade.
E Luquésio, sem saber bem como, começou a achar que algo faltava na sua vida. Havia um vazio.
Por essa altura ouvia-se falar de Francisco de Assis, que pregava o amor, vivia pobremente e irradiava felicidade. Era filho do rico comerciante Bernardone, que ele bem conhecia dos negócios. Porque trocara este jovem uma vida dourada, confortável, para ser agora um pedinte, trabalhando com os leprosos e tendo por casa os bosques das colinas de Assis?  Luquésio gostava do que ouvia. Queria mesmo conhecer esse Francisco de que tanto se falava.
Luquésio e sua mulher, passada a juventude, foram-se tornando mais afeiçoados aos assuntos de Deus e a olhar o próximo com bondade. O Senhor começou a trabalhar aqueles corações.
Um dia decidiram procurar Francisco. Estavam dispostos a renunciar aos seus bens, a distribuir o dinheiro pelos pobres, para poderem ficar com ele. Queriam, como tantos, seguir o seu exemplo.
Francisco, bondoso e sensato, achou que nem todos poderiam abraçar a radicalidade evangélica. A família não podia ser descurada. Poderiam servir a Deus, no mundo, nas suas casas, na sociedade.
Então Francisco redigiu uma Regra. Criou, assim, a Ordem Terceira da Penitência.
Pensa-se que Luquésio e Buonadona, foram os primeiros franciscanos da Terceira Ordem. Mas não se sabe ao certo. A verdade é que se santificaram e viveram com rigor as normas que Francisco lhes deu. Outros, ainda em vida do nosso Santo, professaram.
Em Poggibonsi, cidade italiana onde viveu, na Basílica a ele dedicada, repousa Luquésio e sua esposa. Morreu com 80 anos e foi beatificado em 1694, pelo Papa Inocêncio XII.
Luquésio é um dos padroeiros da Ordem Franciscana Secular. É hoje o dia da sua festa.
A Ordem Franciscana Secular ou Ordem Terceira da Penitência como no princípio foi chamada, não é uma piedosa associação de pessoas agregada a uma família religiosa.
Foi fundada pelo próprio S. Francisco. É uma Ordem Franciscana. A Terceira. Tendo como alicerce aquilo que ele mesmo escreveu por inspiração do Senhor: viver segundo o Santo Evangelho.
Irmão que hoje recordamos, Paz e Bem!
“Altíssimo, Omnipotente e Bom Senhor, a Ti toda a Honra e toda a Glória…”
maria clara, ofs
28ABRIL2020

Luquésio de Poggibonsi (Clique aqui)


Bem-aventurado Luquésio de Poggibonsi

Da Terceira Ordem (1181-1260). Inocêncio XII em 1694 concedeu ofício e missa em sua honra.

O Val d’Elsa, então território florentino, foi a terra natal de Luquésio ou Lúcio, o primeiro terceiro franciscano. Passou a sua juventude mergulhado em interesses mundanos, especialmente na política e na procura de riquezas. Tornou-se tão impopular com seu violento partidarismo em prol da causa dos guelfos, que achou mais prudente sair de Gaggiano, sua terra natal, e estabelecer-se em Poggibonsi, onde continuou seus negócios como fornecedor de mantimentos e prestamista. Entre 30 e 40 anos de idade, sobreveio uma mudança em sua vida, em parte como conseqüência da morte de seus filhos. Seu coração foi tocado pela graça divina, e ele começou a ter interesse pelas obras de caridade, como a assistência e o cuidado dos enfermos e a visita às prisões. Renunciou inclusive a todos os seus bens em favor dos pobres, com exceção de um pedaço de terra que resolveu cultivar com suas próprias mãos.
Pouco tempo depois São Francisco de Assis foi a Poggibonsi. O santo vinha considerando já algum tempo a necessidade de criar uma associação para pessoas que desejassem viver a vida religiosa no mundo, mas, como se narra, Luquésio e sua mulher Bonadonna foram, na verdade, o primeiro homem e a primeira mulher a receber das mãos do Seráfico Pai o hábito e o cordão da Ordem Terceira. A partir daquele momento os dois se entregaram a uma vida de penitência e de caridade. Algumas vezes Luquésio chegava ao ponto de dar aos pobres até mesmo qualquer resto de comida que houvesse em casa. No começo Bonadonna reclamava, porque ela não se alçara de imediato a uma confiança tão perfeita na Providência divina como o marido, mas a experiência depois lhe ensinou que Deus não deixa faltar o pão quotidiano a seus servos fiéis.
Seu marido alcançou um alto grau de santidade e foi favorecido com êxtases e com o dom de curar. Quando se tornou evidente que ele já não tinha muito tempo para viver, sua mulher lhe suplicou que ele esperasse um pouquinho por ela, para que ela, que tinha partilhado de seus sofrimentos aqui na terra, pudesse também tomar parte em sua felicidade no céu. Seu desejo foi atendido, e ela morreu pouco antes de seu marido ir receber sua recompensa eterna. O culto do Beato Luquésio foi confirmado em 1694.
Embora, ao que parece, a vida do Beato Luquésio tenha sido escrita por um contemporâneo, infelizmente não chegou até nós, e nós dependemos daquela que foi compilada por Frei Bartolomeu Tolomeí, um século depois, e publicada em “Acta Sanctorum”, abril, voI. lII. Note-se que esse texto jamais afirma claramente que Luquésio e sua mulher tenham sido os primeiros a receber o hábito como terceiros; ele sugere, antes, o contrário. Vejam-se também F. van den Borne, Die Anfiinge des Franziskanischen Dritten Ordens (1925), e Léon, Auréole séraphique (trad. para o inglês), vol. II, p. 131·137.

 
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