Retalhos Como Francisco e Clara de Assis, a Fraternidade a todos saúda em Paz e Bem!Retalhos

25 de julho de 2025

17º Domingo do Tempo Comum

 17º Domingo do Tempo Comum

(27.07.2025)

Cornelis van Cleve - Virgem da Anunciação
Introdução à Liturgia:

A liturgia deste domingo tem no centro da sua temática a ‘Oração’. Vendo Jesus a rezar, os discípulos pedem-lhe que os ensine também a rezar. Hoje, quando tanta gente deseja aprender coisas novas e todos querem estar capazes de acompanhar os tempos e as situações que vivem, aprender a rezar deve ser também um imperativo da nossa vida e da nossa identidade cristã. Jesus é o grande Mestre da oração: Senhor, ensina-nos a rezar! 

Introdução às Leituras:

A primeira leitura apresenta-nos Abraão, o pai dos crentes, a insistir com Deus para que atenda a sua prece e considere a fragilidade humana como digna de compaixão. Insistindo, Abraão diz-nos já aquilo que o Senhor Jesus mais tarde ensinará aos seus discípulos: a quem pede sempre se dará e a quem bate à porta sempre esta será aberta.

Na segunda leitura, Paulo recorda-nos, na Carta aos Colossenses, que fomos sepultados em Cristo pelo baptismo. Por isso, sepultados em Cristo, tal como Ele havemos de ressurgir para uma vida nova, na plenitude da comunhão com o Pai, devendo testemunhar com o nosso agir essa vida nova que d’Ele recebemos.

No Evangelho, Jesus, para além de ensinar os discípulos a rezar, diz-nos como deve ser a nossa oração; ela não pode ser feita a partir de nós, mas sim a partir de Deus. A forma como rezamos marcará a nossa forma de vida e a nossa relação com o Senhor. Por isso, a vida é sempre a expressão da nossa oração.

Padre João Lourenço, OFM

16º Domingo do Tempo Comum

 16º Domingo do Tempo Comum

(20/07/2025) 


          Introdução à Liturgia:    

Celebrar a eucaristia é sempre um momento de acolhimento que dispensamos a Deus e aos Irmãos. Celebrar, é dar uma dimensão fraterna à nossa fé, partilhá-la em comunidade. Para além das interpelações que a Palavra de Deus nos coloca, vamos também fazer desta Eucaristia um momento de ação de graças pelo trabalho realizado pela Ordem Franciscana Secular que hoje vai encerrar as suas atividades deste ano pastoral 2024-2025. Também hoje vão ser admitidos à formação um grupo de irmãos que irão seguir os caminhos de Francisco de Assis. 

          Introdução às Leituras 

A 1ª leitura, do livro dos Génesis, fala-nos da visita que os três personagens fizeram a Abraão e que os Padres da Igreja identificaram como sendo a imagem da Trindade. É uma visita que testemunha a gratuidade de Deus para com todos aqueles que acolhem e se abrem à Sua presença e à Sua passagem.

Continuando a ler a Carta aos Colossenses, S. Paulo fala-nos da universalidade da salvação de que ele é testemunho e também mensageiro. Por isso, ele sente esta profunda comunhão com Cristo que o leva a proclamar: completo na minha carne a dores de Cristo em prol da Igreja, dos Irmãos.

Na Sagrada Escritura, tanto no Antigo como no Novo Testamento, encontramos muitas vezes a mensagem dos dois caminhos, ou também, como sucede hoje, dos dois modelos: o serviço e a escuta; o trabalho e a adoração; a partilha e a contemplação. A resposta de Jesus diz-nos que tudo nasce da escuta da Palavra. São Francisco viveu intensamente essa escuta e convida os seus Irmãos a escutarem sempre o Senhor.

Padre João Lourenço, OFM

12 de julho de 2025

15º Domingo do Tempo Comum

15º Domingo do Tempo Comum

(13/07/2025)

          Introdução à Liturgia:    

A liturgia deste domingo deixa-nos um convite a construir formas de proximidade que se traduzem na ação que fazemos em favor daqueles que carecem do nosso cuidado. Para que sejamos verdadeiros discípulos e seguidores de Jesus, impõe-se aprender d’Ele a viver a Lei no serviço e na caridade fraterna. A verdadeira sabedoria cristã consiste em passar da ortodoxia teórica, mesmo que ela seja oportuna, à prática da caridade para com todos. 

          Introdução às Leituras 

A 1ª leitura, tomado do livro do Deuteronómio, diz-nos que a verdadeira Lei do Senhor deve morar no nosso coração. Não se encontra longe nem fora de nós. Habita nos nossos corações e é pela força da Palavra de Deus que ela encontra a sua expressão suprema no amor e na misericórdia.

No Carta aos Colossenses, S. Paulo diz-nos que é a partir de Cristo que devemos pensar e organizar o nosso plano de vida e o nosso agir. Ele é a referência fundamental que sempre devemos ter presente nos momentos das nossas opções, já que é por Ele que tudo ganha sentido na nossa caminhada.

    Qual é o mandamento maior, perguntaremos nós, muitas vezes, tal como o fez o mestre da Lei de que nos fala o Evangelho de hoje. A resposta nunca será teórica; não consiste num discurso nem na recitação de um elenco de preceitos e de normas. Pelo contrário, o mandamento maior é o do amor que consiste em criar proximidade e agir com misericórdia.

Padre João Lourenço, OFM 

14º Domingo do Tempo Comum

14º Domingo do Tempo Comum

(06.7.2025)

Introdução à Eucaristia:

Aceitar o desafio e o chamamento de Deus é algo que faz parte da nossa experiência de vida cristã. O crente não pode olhar o mundo à sua volta e manter-se inativo, alheio aos dramas da história e da sociedade que o envolvem. Mas isso não basta; cada um de nós tem de deixar-se enviar, de aceitar o apelo e pôr-se a caminho, um caminho de missão e de testemunho.


Introdução às Leituras:

A primeira leitura é um hino de alegria e de esperança para Jerusalém que está a ser reconstruía após o regresso do exílio da Babilónia. Numa época ainda carregada de incertezas, o profeta Isaías exorta à confiança, para que o povo não esmoreça no seu empenho para refazer a sua vida e renovar a sua fidelidade a Deus.

Na Carta aos Gálatas, Paulo faz um confronto entre o judaísmo e a fé em Cristo. Esse confronto tem como marca distintiva a cruz de Cristo. Para ele, a cruz é o centro de todo o mistério da redenção, já que ela simboliza a plenitude da gratuidade com que Deus beneficiou todos os povos, podendo todos aceder ao dom do seu amor.

Um dos momentos marcantes dos Evangelho, em todos eles, é o envio dos discípulos. Ser discípulo é ser operário do Evangelho e não apenas seu ouvinte ou contemplativo da sua mensagem. ‘Ir’, é um dos verbos fortes que o Senhor usa na sua relação com aqueles que o seguem. Todos devemos aceitar, mesmo em medidas diferentes, este imperativo do anúncio da Boa-Nova. 

Padre João Lourenço, OFM

13.º Domingo do Tempo Comum

13º Domingo do Tempo Comum

(29.6.2025)

Solenidade de s. pedro e são paulo

Introdução à Eucaristia:

A celebração da Eucaristia de hoje, solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo, leva-nos até às origens da Igreja e deixa-nos uma forte interpelação: Pedro de Paulo foram e são os grandes construtores da Igreja; eles são ‘pedras´ angulares onde assentou e continuam a assentar as grandes colunas da Igreja, construída pela Palavra de Deus e pelo testemunho dos Apóstolos. Como diz o Apocalipse, eles são as portas através das quais entramos na Jerusalém celeste e é nela que encontramos o verdadeiro sol que é Cristo. A Igreja que conhecemos, que nos acolhe e alimenta a nossa fé tem neles os seus verdadeiros alicerces.

Introdução às Leituras:

A 1ª leitura oferece-nos a narrativa dos Atos dos Apóstolos acerca de um momento dramática da Igreja de Jerusalém que nos testemunha a fé dos crentes na força e na proteção do Ressuscitado que guarda e protege aqueles que a Ele se confiam. Pedro era a ‘cabeça’ e a testemunha da Igreja e na sua fidelidade ele mantém viva a esperança de todos aqueles que aderiram a Jesus

Na 2ª Carta a Timóteo, Paulo deixa-nos o mais belo testemunho da sua cainhada na fé. São palavras de grande sentido e, eu diria, únicas. Só Paulo nos pode deixar este testemunho: ‘Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé’. Que riqueza de palavras e de testemunhos, Paulo nos oferece. Ele torna-se assim uma referência para todos os tempos e é uma exortação para todos os crentes.    

No Evangelho, escutamos uma vez mais o diálogo entre Pedro e Jesus em ordem à afirmação da identidade de Jesus e da sua messianidade. Por isso, o ministério de Pedro que hoje celebramos na liturgia é, acima de tudo, um serviço à Igreja e à comunhão dos crentes, na afirmação da messianidade de Jesus.

Padre João Lourenço, OFM


26 de junho de 2025

12º Domingo do Tempo Comum

 12º Domingo do Tempo Comum – Ano C

(22.6.2025)


Introdução à Eucaristia:

A liturgia de hoje coloca-nos de novo perante a pergunta que Jesus faz aos seus discípulos: ‘Quem dizem os homens que Eu sou’? A pergunta de ontem, é a pergunta de hoje e Jesus continua a confrontar-nos com ela. A cada um compete responder, numa resposta de fé que compromete e nos envolve, definindo o nosso horizonte de vida.


Introdução às Leituras:

A primeira leitura, do profeta Zacarias, fala-nos de uma figura misteriosa que dá a vida em prol de Jerusalém e se faz sinal de redenção para os seus habitantes. Essa personagem torna-se numa espécie de protótipo do messias salvador que oferece a sua vida por todos.

 Continuamos a acolher, nestes domingos seguidos, partes do texto da Carta aos Gálatas. Hoje, Paulo fala-nos da universalidade do mistério redentor de Cristo que, pelo batismo, reúne na mesma família, tanto judeus como gentios: Somos todos de Cristo.

 No Evangelho, Lucas fala-nos do messianismo redentor, de serviço e de entrega com o qual Cristo nos redimiu. Ele sabe que o seu ministério tem um preço, sabe que essa é a forma de nos conquistar para Deus e, na fidelidade ao Pai, aceita esse serviço de obediência e de comunhão. É esse o caminho que Jesus nos deixou para O seguirmos.

Padre João Lourenço, OFM   

SOLENIDADE DO CORPO DE DEUS - 2025

 

Introdução à Liturgia:

A Igreja celebra hoje a solenidade do Corpo de Deus, convidando todos os fiéis a dedicar à Eucaristia um dia solene, de modo que este mistério da presença do Senhor assuma a centralidade da vida comunitária. A Igreja nasce da eucaristia, vive da Eucaristia e para a Eucaristia. A eucaristia é também o sacramento que alimenta e fortalece a Igreja. Por isso, hoje, a Igreja reúne-se em festa, celebrando esta presença do Senhor no meio de nós.

 Introdução às Leituras:

A eucaristia é um dom, expressão da aliança e da comunhão entre Deus e o Seu povo. No texto da 1ª leitura, encontramos já, de forma simbólica, essa dimensão do dom e da gratuidade de Deus para connosco, retribuída pelo dom de Abraão.

 A segunda leitura, da 1ª Carta aos Coríntios, Paulo oferece-nos o primeiro texto escrito que chegou até nós sobre a instituição da Eucaristia. É este texto que se perpetua em cada celebração, constituindo uma das passagens mais significativas do Novo Testamento.

 No evangelho, S. Lucas, fala-nos da multiplicação dos pães. Jesus pede aos discípulos que dêem de comer à multidão que O procura. Nesse imperativo está uma das dimensões importantes da Eucaristia: Ela é alimento para todos e todos nós devemos levá-la ao mundo que tem fome de Deus.

Padre João Lourenço, OFM

14 de junho de 2025

DOMINGO DA SANTÍSSIMA TRINDADE

DOMINGO DA SANTÍSSIMA TRINDADE 

“Santíssima Trindade”, por Nicolò Semitecolo – Museu Diocesano de Pádua (Itália)

Introdução à Liturgia:

Celebrar a Santíssima Trindade não é um convite a decifrar o mistério que se encerra num “Deus único em três pessoas”; Pelo contrário, é um convite a contemplar o Deus que é amor, que é família, que é comunidade e que criou o homem para o fazer participar desse mistério de amor. Como Deus é amor, também nós fomos criados e chamados a uma comunhão de amor que tem em Deus o seu centro e a sua plenitude.

 Introdução às Leituras:

A primeira leitura, tomada do livro dos Provérbios, fala-nos da contemplação do Deus criador sobre a obra criada. A sua bondade e o seu amor estão inscritos e manifestam-se aos homens na beleza e na harmonia das obras criadas. Em Jesus Cristo, a plena sabedoria de Deus, sentimos que todas as obras criadas são um hino e um testemunho do Seu amor, tal como S. Francisco o canta no Cântico do Irmão Sol..

Na segunda leitura, Paulo diz-nos na Carta aos Romanos que todos somos justificados em Cristo e assim, o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que a todos foi concedido.

O  Evangelho  convoca-nos, uma vez mais, à contemplação do  amor  do  Pai,  que  se manifesta através da doação do Filho que, presente no mundo, continua a acompanhar a nossa caminhada, tal como prometeu aos Seus discípulos, através do Espírito Santo, a plena sabedoria de Deus. A Igreja é o fruto dessa promessa em caminhada.

Padre João Lourenço, OFM

11 de junho de 2025

SOLENIDADE DO PENTECOSTES

 SOLENIDADE DO PENTECOSTES

(08.06.2025)


Introdução à Liturgia:

O Espírito Santo é o grande dom que Deus faz à sua Igreja. É por Ele que somos congregados na Comunhão e na unidade e assim podemos testemunhar no mundo o amor e a esperança do Ressuscitado. Celebrar o Pentecostes é celebrar as origens da Igreja, do novo povo de Deus que o Espírito renova e congrega na comunhão.

 Introdução à Leituras:


A primeira leitura mostra-nos como a Comunidade reunida em nome do Senhor Jesus recebe o dom do Espírito Santo, a nova Lei do ressuscitado que é a fonte dessa vida nova. É por Ele que a vida dos fiéis ganha um novo sentido e se tornam testemunhos vivos de Cristo.

 Na segunda leitura, Paulo ajuda os crentes de Corinto a reconhecerem a ação do Espírito Santo em cada um dos batizados. A diversidade de ministérios e de dons é uma riqueza grande para a Igreja. A finalidade de todos esses carismas é o contributo para que a comunidade cresça na comunhão e no serviço fraterno, vencendo o medo, os uniformismos paralisantes e as tentativas, sempre presentes, de querer controlar a força da fé. 

 O Evangelho apresenta-nos a comunidade cristã, reunida à volta de Jesus ressuscitado. Para S. João, esta comunidade passa a ser uma comunidade viva, recriada no dom do Espírito. É pelo Espírito que a Comunidade vence o medo, se torna testemunha viva da força de Deus no mundo e construtora da harmonia e da paz.

Padre João Lourenço, OFM

1 de junho de 2025

SOLENIDADE DA ASCENSÃO DO SENHOR

 SOLENIDADE DA ASCENSÃO DO SENHOR

01.06.2025 – ANO C





Introdução à Liturgia:

    A Igreja celebra neste domingo a Solenidade da Ascensão do Senhor, de acordo com o calendário que S. Lucas nos narra no livro dos Atos dos Apóstolos. Trata-se de um calendário ‘teológico’ e não cronológico como nós o entendemos. Para Lucas, a Ascensão é a plenitude do mistério pascal. Quarenta dias após a Páscoa, Jesus é elevado para Deus, tendo realizado a missão que o Pai lhe confiou. Foi durante 40 dias que Ele se preparou para a missão; é por 40 dias que Ele a leva à plenitude. O simbolismo do número quer mostrar essa plenitude do mistério e da missão realizada.

 Introdução às Leituras:

    A primeira leitura apresenta-nos a cena e deixa-nos a teologia da mensagem essencial desta festa: Jesus, depois de ter apresentado ao mundo o projeto do Pai, entrou na vida definitiva da comunhão com Deus. É esta vida que Ele anunciou e promete a todos os que percorrem o mesmo "caminho" que Ele percorreu. Os discípulos não podem ficar a olhar para o céu, esperando que de lá venha a transformação do mundo. Isso acontece pelo empenho e pelo vigor do seu testemunho.

    A segunda leitura convida os discípulos a terem consciência da esperança a que foram chamados; eles devem fazer com que essa esperança seja para eles a força dinamizadora das suas vidas, capaz de transformar o mundo para que este cresça até à plenitude de Deus.

    No Evangelho, Jesus apresenta-se como o Messias que deve ser anunciado a todos os povos. Esse anúncio centra-se no arrependimento e no perdão dos pecados que são os dons que os discípulos devem testemunhar e que o Espírito Santo há de fortalecer. É está a missão da Igreja que, presente no mundo, dá continuidade ao mandato do Senhor.

Padre João Lourenço, OFM

6º DOMINGO DO TEMPO PASCAL

6º DOMINGO DO TEMPO PASCAL

(25 de maio) 

Introdução à Liturgia:

A liturgia de hoje, quase na conclusão do tempo pascal e antecedendo a celebração da Ascensão do Senhor, interpela-nos para o testemunho da Comunidade das origens que, confrontada com os problemas que resultam da diversidade cultural e social daqueles que aderem ao Senhor, busca no consenso da fé e na oração encontrar os caminhos da unidade e da fidelidade. É nesta busca da harmonia no amor e na fidelidade que devemos caminhar e testemunhar a nossa fé.

Introdução às Leituras:

          A 1ª leitura da eucaristia de hoje narra-nos uma experiência muito bela e motivadora: as comunidades das origens tiveram a alegria de sentir que os seus Pastores, os Apóstolos, lhes ensinaram a seguir Jesus sem ficarem presas ao peso da tradição e dos costumes judeus de então. Aderir a Jesus era uma experiência de comunhão que tudo relativiza, pois só em Jesus está a salvação.

          Na continuação do domingo passado, a 2ª leitura, do livro do Apocalipse, fala-nos da nova Jerusalém, onde simbolicamente se congrega o novo povo de Deus, reunido à volta de Cristo. Trata-se de um mundo novo que se constrói a partir do Mistério pascal do Senhor.

    Amor e Palavra’ são duas realidades intrínsecas ao Evangelho. Hoje, São João, no texto evangélico que escutamos, faz-nos compreender que não é possível guardar e pôr em prática a palavra de Jesus se isso não se traduzir num testemunho de amor. É esse testemunho que faz presente na história a ressurreição do Senhor. É pela sua palavra que construímos a verdadeira paz entre todos.

Padre João Lourenço, OFM

5º DOMINGO DA PÁSCOA

 5º DOMINGO DA PÁSCOA

(18 de maio)

"Judas Deja El Cenáculo" de James Tissot
 Introdução à Liturgia:

A celebração da nossa eucaristia de hoje, integrada neste tempo pascal que nos faz viver as alegrias da ressurreição do Senhor, renova em nós o apelo de Jesus aos seus discípulos: ‘o sinal que servirá de testemunho da nossa fé é o amor’. A comunidade cristã, reunida no Senhor Jesus, deve dar este testemunho, sem o qual a nossa fé deixa de ter sentido e conteúdo. É o amor que dá identidade, alento e esperança à nossa vida. É através dele que faremos os novos céus e a nova terra.

Introdução às Leituras:

          O anúncio da Boa-Nova, como nos mostra a 1ª leitura, constituiu o centro da missão de Paulo e Barnabé junto das comunidades. É assim que a Igreja se consolida, animada pelo Espírito do ressuscitado que vai fortalecendo os crentes na sua caminhada e leva os Apóstolos a percorrerem sem medo as longas distâncias por onde difundem a fé no Senhor Jesus. 

          A 2ª leitura, do livro do Apocalipse, fala-nos dos ‘novos céus e da nova terra’, sinal da nova criação que Deus oferece àqueles que aderem a Jesus Cristo, o Cordeiro imolado. Toda a humanidade, a partir de Cristo, é chamada a construir uma nova terra que tem como programa o Evangelho e se vive na plenitude da comunhão com Deus e com os irmãos.

    O Evangelho fala-nos da paixão como glorificação, já que em Jesus Deus será glorificado e pelo mandamento do amor também os discípulos são glorificados no Mestre. O mandamento do amor, como sinal definitivo da fé em Jesus, é o testemunho que devemos dar ao mundo, testemunhando a nossa comunhão plena com Deus. É isso que o mundo precisa e espera de nós.

Padre João Lourenço, OFM

12 de maio de 2025

4º Domingo da Páscoa

 4º Domingo da Páscoa


Introdução à liturgia:

    O 4º Domingo da Páscoa, chamado “Domingo do Bom Pastor”, convida-nos a celebrar as vocações ministeriais na Igreja, apresentando-nos essa imagem de Jesus - ‘o Bom Pastor’ – que dá a vida pelas ovelhas e se entrega à missão que o Pai lhe confiou. Sem Pastor não há Comunidade e, por isso, somos desafiados a rezar e promover, num contexto de fé e de empenhamento, a causa das vocações ministeriais. Que o Bom Pastor nos envie pastores disponíveis e comprometidos no serviço da sua Igreja.

 Introdução às leituras:

A primeira leitura mostra-nos o percurso do anúncio da Boa-Nova, testemunhando a forma como os discípulos vão percorrendo as comunidades judaicas de então, anunciando a Palavra que é Cristo ressuscitado. Mesmo no meio de dificuldades, o empenho dos discípulos não esmorece. É este o desafio que o Senhor hoje continua a fazer aos Pastores do Seu povo.

 A segunda leitura, do livro do Apocalipse, fala-nos do novo rebanho que festivamente se congrega à volta do Cordeiro e que d’Ele recebe a vida nova. A assembleia festiva dos crentes testemunha essa vida nova que consiste em ‘lavar as túnicas no sangue do Cordeiro’.

 O Evangelho apresenta Cristo como “o Pastor”, cuja missão é congregar o rebanho que o Pai lhe confiou. São 3 os momentos fundamentais para nos congregarmos em comunhão com o Ressuscitado: ‘Escutar a voz, conhecer o Pastor, seguir o Mestre’. São estes os passos para fazer de Jesus o nosso Bom Pastor.

Padre João Lourenço, OFM

3º Domingo da Páscoa

 Domingo da Páscoa (04 de maio - 2025)

Introdução à Liturgia:

A comunidade cristã das origens sempre acreditou e afirmou que Jesus era o messias salvador e libertador. Essa certeza fundamenta-se nas Escrituras e deve ser testemunhada pela sua vivência e pelos seus gestos de vida. É desta certeza do Senhor vivo e ressuscitado que nasce a missão da Igreja que Ele acompanha e fortalece.

     Hoje, dia mundial da Mãe, rezemos ao Senhor por todas as mães; que elas sejam o centro da comunhão da família e construtores e geradoras de esperança para os seus filhos

 Introdução às Leituras:

Hoje, iniciamos esta introdução às leituras pelo Evangelho, convidando-vos a acolher o convite que Jesus faz aos discípulos para lançarem as redes e acreditarem na sua palavra. Centramos aqui a nossa reflexão, já que a experiência vivida pelos discípulos é o fundamento da nossa esperança. Dessa experiência com o Senhor, nasce o serviço de Pedro que tem como fundamento o amor: ‘Amas-me mais do que estes’? Senhor, Tu bem sabes que eu Te amo". A nossa resposta aos desafios de hoje passa também por aqui: O testemunho de que O amamos. É só a partir daqui que qualquer serviço ou ministério tem sentido na Igreja. É pelo amor que os ministérios na Igreja se tornam serviço e se fazem eco da vida nova que o Ressuscitado oferece aos crentes.

Padre João Lourenço, OFM

25 de abril de 2025

2º DOMINGO DA PÁSCOA

2º DOMINGO DA PÁSCOA

(27.04.2025)

Introdução à Liturgia:

A liturgia deste 2º domingo da Páscoa apresenta-nos a comunidade cristã que vive segundo o espírito do Ressuscitado e que d’Ele dá testemunho a todo o povo. É o novo povo de Deus que nasce da cruz e da ressurreição de Jesus: a Igreja. Hoje celebra-se também o ‘Domingo da misericórdia’, um dos sinais mais expressivos do Senhor ressuscitado que faz da sua comunidade um sinal vivo da misericórdia de Deus.

 Introdução às Leituras:

Na primeira leitura, dos Atos dos Apóstolos, temos, na “fotografia” da comunidade cristã de Jerusalém, os traços da comunidade ideal: é uma comunidade fraterna, preocupada em conhecer Jesus e a sua proposta de salvação, que se reúne para louvar o seu Senhor na oração comunitária e no testemunho, através da partilha, na doação e no serviço aos mais necessitados.

A segunda leitura recorda aos membros da comunidade cristã que a identificação de cada crente com Cristo – nomeadamente com a sua entrega por amor ao Pai e aos homens – é o verdadeiro caminho de ressurreição. Por isso, e apesar das dificuldades e dos desânimos, os crentes são convidados a percorrer a vida com esperança, de olhos postos nesse horizonte onde se desenha a salvação definitiva.

No Evangelho sobressai a ideia de que Jesus vivo e ressuscitado é o centro da comunidade cristã; é à volta d’Ele que a comunidade se estrutura e é d’Ele que ela recebe a vida que a anima e que lhe permite enfrentar as dificuldades e as perseguições. Por isso, é na vida da comunidade que os homens encontram as provas de que Jesus está vivo.

Padre João Lourenço, OFM

20 de abril de 2025

DOMINGO DE PÁSCOA

 DOMINGO DE PÁSCOA - 2025


Introdução à Liturgia:

Após termos celebrado a Vigília Pascal, a liturgia deste domingo convida-nos a viver festivamente a ressurreição do Senhor, centro da nossa fé e fundamento da nossa esperança. É no Ressuscitado que reside a vida plena a que todos somos chamados. A ressurreição de Cristo é o fundamento desta nossa esperança. Por isso, hoje, em comunhão com toda a Igreja, proclamamos com os nossos cantos de aleluia a vitória de Cristo ressuscitado.

 Introdução às Leituras:

A primeira leitura apresenta o exemplo de Cristo que “passou pelo mundo fazendo o bem” e que, por amor, Se deu até à morte; por isso, Deus ressuscitou-O. Os discípulos, testemunhas desta dinâmica, anunciam este “caminho” a todos os homens.

A segunda leitura convida os cristãos, revestidos de Cristo pelo baptismo, a continuarem a sua caminhada de vida nova até à transformação plena que nos há-de levar a viver como mulheres e homens ressuscitados. É esta a nossa identidade pascal.

O Evangelho coloca-nos diante de duas atitudes face à ressurreição: a do discípulo obstinado, que se recusa a aceitá-la porque, na sua lógica, o amor total e a doação da vida nunca podem ser geradores de vida nova; e a do discípulo ideal, que ama Jesus e que, por isso, entende o seu caminho e a sua proposta. É assim que da cruz se faz vida e que o amor leva à comunhão.

Padre João Lourenço, OFM

17 de abril de 2025

Domingo de Ramos

 Domingo de Ramos - 2025 - (13 de abril 2025)

    Introdução à Liturgia:

      (A introdução decorre com a Bênção dos Ramos e a caminhada para a

     Igreja; ao chegar à Igreja o celebrante proclama a Oração – Coleta – e

     seguem-se as Leituras, começando pela introdução às mesmas).

 Introdução às Leituras:

A primeira leitura apresenta-nos um profeta anónimo que, segundo a profecia de Isaías, é chamado por Deus para anunciar e testemunhar a Palavra da salvação no meio das nações. Apesar do sofrimento e da perseguição, o profeta confiou em Deus e concretizou, com plena fidelidade, o projecto que Deus lhe havia confiado. Os primeiros cristãos viram neste “servo” a figura de Jesus, aquele que proclama a universalidade da salvação.

A segunda leitura apresenta-nos o exemplo de Cristo. Ele prescindiu da sua glória, assumindo a condição humana para assim servir a humanidade até ao dom pleno da vida. É esse mesmo caminho de vida que a Palavra de Deus nos propõe.

O Evangelho narra-nos a paixão segundo o texto de São Lucas: é um texto marcado pelo humanismo do Evangelista deste ano e que podemos integrar neste contexto de vivência do Ano Jubilar e da Esperança que lhe dá conteúdo. É também importante, na narrativa da paixão escutar a confissão do Centurião romano que nos convida também a cada um de nós a confessar a nossa fé em Jesus, o filho de Deus.

Padre João Lourenço, OFM

5º DOMINGO DA QUARESMA

 5º DOMINGO DA QUARESMA – ANO C - 06.04.2025

Jesus and the adulteress, by Rembrandt

   Introdução à Liturgia

   Os textos da liturgia de hoje permitem-nos refletir acerca de procedimentos que se instalaram na nossa sociedade e até nos nossos comportamentos religiosos, que se coadunam mais com processos de caráter jurídico do que com as dimensões evangélicas do perdão e da regeneração fraterna. Dispostos a atirar a 1ª pedra é já quase uma falsa virtude que assumimos sem olhar a quem e sem ter presente a mensagem do evangelho e o testemunho de Jesus. Nesta caminhada quaresmal, temos hoje na palavra de Deus um verdadeiro apelo à conversão.

Introdução às Leituras

    A 1ª leitura, do livro de Isaías, convida-nos a viver a novidade do reino de Deus e não a ficar apegado às memórias e aos procedimentos do passado, como é apanágio da nossa tradição. Sabemos que é difícil mudar e, espiritualmente falando, mais difícil isso se torna.

   A 2ª leitura, da carta aos Filipenses, da grandeza que a nossa fé nos concede perante o mistério de Cristo. É de facto um verdadeiro tesouro espiritual a graça que dele nos vem e que nos move para a verdadeira meta que é a Sua ressurreição.

    No Evangelho, tomado do texto de S. João, leva-nos até este imperativo de nos confrontarmos connosco, com os nossos procedimentos para assim aprender com é determinante sentir o perdão. Não importa, para Jesus, pensar na vivência dos outros se a nossa não for verdadeira. E isso só conseguimos quando nos deixamos tocar pela sua Palavra e pelo seu testemunho.

Padre João Lourenço, OFM

4º Domingo da Quaresma

4º Domingo da Quaresma - 2025 

O Pai - Regresso do Filho Pródigo, Rembrandt

Introdução à Liturgia:

O tempo quaresmal é sempre uma caminhada em direção a uma ‘nova terra’ a que Deus nos chama, para nessa nova relação de comunhão podermos construir uma nova identidade de vida e um novo projeto de comunhão fraterna. Assim iniciou o povo de Israel a sua entrada na Terra Prometida, um convite para que cada um e todos nós construamos também uma nova comunhão, abrindo-nos à novidade do Reino que Jesus inaugura na Sua Páscoa.    

Introdução às Leituras:

A primeira Leitura, do livro de Josué, é acima de tudo um marco vivencial na história do povo eleito e é igualmente uma proposta para as comunidades de hoje se prepararem para celebrar o mistério pascal numa nova relação de comunhão, num regresso sempre proposto como meta de caminhada

 Na 2ª leitura da Carta aos Coríntios, Paulo exorta os crentes à reconciliação. Esta é a meta da caminhada e a nova identidade de vida como ‘novas criaturas’.

 No evangelho, numa das mais belas parábolas que Jesus nos propõe, sentimo-nos também nós presentes, necessitados do regresso à casa da misericórdia de Deus, onde sabemos que Ele nos acolhe com amor e carinho, de portas abertas. Ele tem sempre uma ‘túnica nova’ para nos revestir e o anel do seu amor para testemunhar que a sua aliança para connosco vai para além da nossa infidelidade. É a festa do seu amor.

Padre João Lourenço, OFM

24 de março de 2025

3º Domingo da Quaresma

 3º Domingo da Quaresma

(23 de março 2025)

Introdução à Liturgia

A quaresma sempre foi apresentada na vida e na liturgia da Igreja como uma caminhada, que tem como meta a vivência da Páscoa do Senhor. Esta caminhada exige esforço e empenho. Este empenho chama-se conversão, um contínuo recomeço, um regresso constante às origens da nossa comunhão com Deus. A palavra ‘conversão’ significa ‘regresso’ à comunhão com Deus. É este o grande desafio do tempo quaresmal.

Introdução às Leituras

A história da salvação mostra-nos que a relação com Deus não é um mero acaso nem uma feliz coincidência. Ela ensina-nos que Deus sempre se ocupou e cuidou do Seu povo. Fá-lo através de mediadores, a quem chama e envia para reconduzirem o Seu povo à comunhão com ele. A pessoa de Moisés é o paradigma da antiga aliança, chamado para libertar o povo de Deus.

 Paulo, na 2ª leitura de hoje, exorta os fiéis de Corinto a que sigam a mensagem de Jesus e se tornem seus verdadeiros seguidores.

A sociedade do tempo de Jesus, tal como ainda hoje sucede, era propensa a fazer leituras dos acontecimentos à luz de um certo fatalismo. Pelo contrário, Jesus convida os seus contemporâneos a ver os acontecimentos como sinais interpelativos, o que chamamos sinais dos tempos e que nos podem levar a refazer caminhos e a recriar uma nova vida, uma nova relação que tenha como centro a pessoa e a mensagem de Jesus.

Padre João Lourenço, OFM


 
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