Retalhos Como Francisco e Clara de Assis, a Fraternidade a todos saúda em Paz e Bem!Retalhos

4 de julho de 2011

4 de Julho - Rainha Santa Isabel de Portugal



Rainha de Portugal, nasceu em Saragoça. Era filha de Pedro III, o Grande, neta de Jaime, o conquistador, e sobrinha neta de Santa Isabel da Hungria. Desde menina foi muito inclinada à piedade. Desde cedo chegaram as embaixadas pedindo a mão de Isabel, devido à sua beleza e à riqueza da Casa de Aragão. Seu pai decidiu-se pelo jovem rei de Portugal, D. Dinis, mas a Isabel parecia não entusiasmar o matrimónio. Era quase uma criança; tinha apenas 12 anos. D. Isabel saiu de Saragoça e chegou a Bragança, encantando com as suas virtudes, o seu sorriso, a sua vida espiritual e generosidade. No meio do palácio, vivia com o fervor de uma monja: ouvia missa, rezava o breviário, jejuava, passava noites em oração. O amor aos pobres não diminuía o amor ao marido, auxiliando-o nos seus empreendimentos, visitas pelo reino, conseguindo que dominasse os seus impulsos. D. Dinis amava a esposa, mas era namoradeiro, um trovador, um galanteador. Às vezes os cortesãos acusavam-no, diante da esposa, das infidelidades, mas Isabel calava-se, refugiando-se na capela a rezar. Levou para a corte e criou os filhos bastardos de D. Dinis. O filho legítimo mais velho revoltou-se contra o pai. Rebentou a guerra civil. Isabel chorava. Amava o seu filho, mas também era uma esposa fiel. Quando pai e filho iam entrar na batalha, Isabel apresentou-se no campo de batalha montada num cavalo branco desfraldando um estandarte com o sinal da cruz. Este gesto desconcertou pai e filho que se abraçaram e assinaram a paz. Dois anos depois reacenderam-se as hostilidades. Isabel foi feita prisioneira na fortaleza de Alenquer onde rezava e sofria. Novamente se apresentou na batalha conseguindo a reconciliação. Quando o rei D. Dinis morreu, diante do cadáver, Isabel vestiu o hábito da Ordem Terceira de S. Francisco, começando uma vida contemplativa consagrada a Deus, aos pobres e aos doentes. Fez-se peregrina. Ao chegar a Compostela, diante do apóstolo, depôs todas as suas insígnias reais. (JUSTO, P., LOPEZ, Rafael - Os santos do Mês. Cucujães: Editorial Missões, 2003)

25 de junho de 2011

Viagem/Peregrinação a Espanha da OFS




























ORDEM FRANCISCANA SECULAR

DE 26 A 28 JULHO DE 2011

Dia 26 Julho - LISBOA / SALAMANCA / ÁVILA

Partida de Lisboa 5h00m (Seminário da Luz) com destino a Salamanca. Chegada a Salamanca, visita da Plaza Mayor, Palacio de Monterrey, Igreja da Purissima e Universidade Católica, Casa de las Conchas, Universidade Civil, Pátio das Escolas, Catedral Nova e Catedral Velha. De seguida passamos na Praça de Anaya, Convento de Santo Estevão, Convento de las Dueñas, Praça de Colón, Palácio de La Salina, Torre del Clavero e Praça del Corrillo. Almoço num restaurante local. De tarde partiremos em direcção a Alba de Tormes. Chegada e visita ao Convento das Madres Carmelitas e Igreja da Anunciação com respectivo Museu (Local da morte de Santa Teresa de Ávila). Visita à Igreja dos Padres Carmelitas. Partida para Ávila. Chegada e instalação no hotel. Eucaristia Convento das Concepcionistas. Jantar no Hotel. Passeio a pé pela cidade muralhada: Igreja e Praça de S. Vicente; Portas de S. Vicente; Mansão de los Verdugo; Mansão e Palácio de los Águila; Praça e Capela Mosén Rubí; Convento das Dominicanas; Palácio Benavites; Mansão dos Polentinos; Antiga Sinagoga; Convento de Santa Teresa e sua casa natal; Palácio de los Núñez Vela; Palácio de los Almarza; Mansão de los Superunda; Torreão de los Guzmanes; Palácio de los D’Ávila; Palácio Episcopal; Igreja de S. Juan; Plaza del Mercado Chico; Catedral; Plaza Santa Teresa; Igreja de San Pedro;; Convento de Santa María de la Gracia. Alojamento.
Dia 27 Julho – ÁVILA / TOLEDO
Pequeno-almoço no hotel. Visita do Convento de Santa Teresa de Ávila (casa natal da Santa), Visita da Igreja de S. Juan onde Santa Teresa Ávila foi baptizada. Visita à Catedral. Visita do Convento de San José (primeiro convento reformado fundado por Santa Teresa de Ávila); Visita do Convento de Encarnação. Almoço no Hotel. De tarde, partida para Toledo. Chegada ao hotel. Visita e celebração da Eucaristia no Convento de la Concepcion. Visita da cidade: Praça de Zacodover. Alcázar. Plaza Horno de la Magdalena. Mezquita de Tornerias. Palácio Arcebispal. Ayuntamiento. Santa Úrsula. Jantar no Hotel e alojamento.
28 Julho – TOLEDO/EL PALANCAR/LISBOA
Pequeno-almoço no hotel. Passagem pelos Palácios da Galiana. Igreja de S. Tomé. Palácio Fuensalida. Missa na Catedral. Visita da Casa e Museu del Greco. Visita da Sinagoga Santa María Branca. Monasterio de San Juan de los Reyes. Basílica de Santa Leocadia y Cristo de la Vega. Almoço no Hotel. Regresso a Lisboa com paragem El Palancar (Cáceres), Convento fundado por S. Pedro de Alcântara. Chegada a Lisboa e fim dos nossos serviços.
PREÇOS:
Preço por pessoa (em duplo)
Suplemento de individual 46 a 50 particip.
250,00
75,00

O PREÇO INCLUI:
• Alojamento em hotéis de 3* Toledo e 4* Ávila na zona Histórica;
• Autocarro de turismo durante todo o circuito;
• Regime de pensão completa desde o almoço do dia 26, até ao almoço do dia 28 de Julho;
• Acompanhante da agência durante todo o circuito;
• Entradas: Catedral de Salamanca;
• Seguro de assistência em viagem;


O PREÇO EXCLUI:
• Bebidas às refeições
• Gratificações
• Serviços não mencionados no programa
Inscrição (lugares limitados):
1º Pagamento: até dia 24 Junho.2011 – 50% do valor
2º Pagamento: até dia 18 Julho.2011 – 50% do valor
A inscrição poderá ser feita, via postal, telefónica, ou electrónica, para:
Ana Reis Barata OFS Rua Augusto Gil, nº 53, 1º 2835-067 Baixa da Banheira Telefones: 212051441 - 969486056 ou
Reinaldo Ferreira dos Santos Rua do Paço, 16 4755-028 ALVELOS Telefones: 253891579 - 933376752 email: e-mail: consnac-ofs@hotmail.com
O pagamento deve ser feito por depósito ou transferência bancária para: OFS Conselho Nacional, Banco Montepio, NIB 003600969910008549527, enviando o comprovativo para a morada supra-indicada, ou comunicando por telefone.

21 de junho de 2011

JUNHO - MÊS DOS SANTOS POPULARES






O PASSEIO DE SANTO ANTÓNIO

Saíra Santo António do convento,
A dar o seu passeio costumado
E a decorar, num tom rezado e lento.
Um cândido sermão sobre o pecado.

Andando, andando sempre, repetia
O divino sermão piedoso e brando,
E nem notou que a tarde esmorecia,


que vinha a noite plácida baixando...

E andando, andando, viu-se num outeiro
Com árvores e casas espalhadas,
Que ficava distante do mosteiro
Uma légua das fartas, bem puxadas.

Surpreendido por se ver tão longe,
E fraco por haver andado tanto,
Sentou-se a descansar o bom do monge,
Com a resignação de quem é santo

O luar, um luar claríssimo nasceu.
Num raio dessa linda claridade,
O Menino Jesus baixou do céu,
Pôs-se a brincar com o capuz do frade.

Perto, uma bica de água murmurante
Juntava o seu murmúrio ao dos pinhais...
Os rouxinóis ouviam-se distantes.
O luar, mais alto, iluminava mais.

De braço dado, para a fonte, vinha
Um par de noivos todo satisfeito;
Ela trazia ao ombro a cantarinha,
ele trazia...o coração no peito.

Sem suspeitarem de que alguém os visse,
Trocaram beijos ao luar tranquilo.
O Menino, porém, ouviu e disse:
Oh Frei António, o que foi aquilo?

O Santo erguendo a manga de burel
Para tapar o noivo e a namorada,
Mentiu numa voz doce como o mel:
Não sei o que fosse. Eu cá não ouvi nada...

Uma risada límpida, sonora,
Vibrou em notas de oiro no caminho.
Ouviste, Frei António? Ouviste agora?
Ouvi, Senhor, ouvi. É um passarinho...

Tu não estás com a cabeça boa...
Um passarinho a cantar assim!
E o pobre Santo António de Lisboa
Calou-se embaraçado, mas por fim,

Corado como as vestes dos cardeais,
Achou esta saída redentora:
Se o Menino Jesus pergunta mais,
...Queixo-me à sua Mãe, Nossa Senhora!

Voltando-lhe a carinha contra a luz
E contra aquele amor sem casamento,
Pegou-lhe ao colo e acrescentou: _
Jesus, São horas... E abalaram pró convento.

Augusto Gil

(Obrigado Ir. Rui por este Passeio de Santo António)

20 de junho de 2011

Encontro Nacional de Fraternidades - 19 de Junho


















Ordem Franciscana Secular
Encontro Nacional de Fraternidades
Geraldes, 19 de Junho de 2011


Chegámos de manhã e logo aos nossos olhos surgiram cartazes sobre o evento que nos lavava a Geraldes e que nos lembrava a mensagem daquele Encontro: JUNTOS pela PAZ.

E, de facto, as saudações que por todo o lado ouvíamos eram de PAZ e BEM. O dia, apesar do irmão sol se apresentar sorridente, estava um pouco ventoso e mesmo ligeiramente frio. Mas o calor com que a Fraternidade anfitriã nos acolheu, fez
esquecer qualquer incómodo. O sorriso do Irmão Ministro, a afabilidade com que éramos abordados mesmo sem nos conhecermos (porque nem todos nos conhecíamos), os rostos alegres, alguns com marcas do cansaço pelas muitas horas de trabalho na preparação do espaço para tanta gente, a humildade com que nos esclareceram que tudo o que embelezava e coloria as paredes frias daquele pavilhão, não era obra da Fraternidade local mas duma outra: a de Santo António à Sé, de Lisboa. Humildade e partilha, tão ao jeito do nosso Pai S. Francisco.

E vieram as palavras de Frei Daniel Teixeira, OFM. Evangelizados para Evangelizar, podia-se ler num grande painel. Os filhos de Francisco de Assis são chamados a viver o Evangelho, a uma renovação interior, a acreditar que Deus a todos ama e a fazer as suas escolhas. Porque Deus não é um Ser distante. Ele caminha ao nosso lado. Como franciscanos seculares temos que ser firmes na nossa vocação e só depois é que podemos usar a PALAVRA para dar testemunho da fé que professamos. O ideal de vida que abraçámos é uma bênção que nos foi dada. Temos que ser gratos e corresponder ao apelo que Jesus nos fez, para seguirmos o caminho de Francisco.

Depois do almoço, que ainda mais aproximou os irmãos, veio a parte recreativa. O Rancho Folclórico local, momentos de poesia e de teatro e lindas músicas que o Grupo Coral tão bem interpretou.

E o Encontro culminou com a Eucaristia. Domingo da Santíssima Trindade.

Na parede por detrás do improvisado altar, a figura do Cristo de S. Damião, ladeada por duas pinturas que todos bem conhecemos de Francisco e de Clara, impunha-se a todos. Convidava ao recolhimento. As leituras deste dia pareciam mesmo um convite a cada franciscano.

S. Paulo dirigia-se a nós: “sede alegres, trabalhai pela vossa perfeição… vivei em paz”. “Deus enviou o seu Filho ao mundo, para que o mundo seja salvo por ele”, disse-nos ainda S. João. Os cristãos não podem ser apenas pessoas que têm as suas devoções e se dizem crentes. Os cristãos são discípulos, são seguidores de Cristo.

E com as palavras fortes da homilia no pensamento, com a bênção que o sacerdote pediu ao Senhor para nós, invocando o Pai, o Filho e o Espírito Santo, dispersámo-nos, rumámos às nossas casas, às nossas vidas.

Assim, de coração cheio de Amor cristão, agradecendo à Fraternidade de Geraldes que tão bem nos acolheu, fomo-nos despedindo, com a simplicidade de Irmãos Menores e usando a saudação que o Pai S. Francisco nos ensinou: PAZ E BEM!

Maria Clara Rodrigues
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Fraternidade Franciscana Secular de S. Francisco à Luz

10 de junho de 2011

Encontro Nacional de Fraternidades - 19 de Junho













Caríssimos Irmãos,

Conforme anunciado, este ano o Encontro Nacional de Fraternidades será no próximo dia 19 de Junho (Domingo), em Geraldes (Atouguia da Baleia), Peniche.
O Conselho Nacional convida todos os irmãos da nossa fraternidade a participar.
O programa será o seguinte:

10:00-10:30 – Acolhimento
10:30-11:00 – Saudação de boas-vindas
11:00-11:30 – Momento celebrativo
11:30-12:15 – Conferência
12:30-14:30 – Almoço/pic-nic
14:30-16:30 – Tarde cultural e recreativa (por Associações locais e Fraternidades)
17:00-18:00 – Eucaristia

Aos irmãos interessados, poderá ser disponibilizada uma refeição económica composta por: sopa: 1 euro; sandes (panado ou bifana): 1,5 euros; fruta (maçã, laranja ou banana): 0.5 euro.
O Conselho Regional Sul disponibiliza transporte a 12 euros (ida e volta).
A fim de participarmos de forma organizada, pedia aos irmãos, que tencionam ir, que me manifestassem a sua intenção até ao dia 13 de Junho (2ª feira), indicando também se pretendem refeição e/ou transporte.
Muito obrigado.
Uma boa noite de Paz e Bem,

Luís Topa, ofs

17 de maio de 2011

Beatificação de Maria Clara do Menino de Jesus




Maria Clara, um rosto da ternura e da misericórdia de Deus constitui o mote de todas as celebrações: os três dias de preparação próxima (18, 19 e 20 de Maio), a Beatificação propriamente dita (21 de Maio) e o dia de acção de graças (22 de Maio). Esta é, aliás, a mensagem traduzida pelo símbolo escolhido para a Beatificação: sob um fundo azul, que vai desvanecendo, duas mãos abertas, serenas e confiantes, falam de uma vida feita presença hospitaleira e acolhedora. Uma, mais elevada, acolhe e comunica, sem fronteiras, a luz intensa que brota de Cristo Crucificado-Ressuscitado. Uma luz que ilumina, aquece, acalenta, aconchega, suaviza e aponta caminhos de vida plena. Outra mão oferece, em generosa gratuidade, um pão saboroso, como sinal do cuidado e da promoção da vida em todas as suas expressões, uma representação do serviço da caridade. Em síntese, o símbolo da Beatificação reflecte a beleza e a leveza do testemunho de vida de Maria Clara, através da encarnação da misericórdia.

Dia 21 de Maio de 2011, às 10h30 no Estádio do Restelo - Lisboa

Programa:

Tríduo de preparação
18 de Maio – 21h30 – Igreja S. Miguel – Queijas
19 de Maio – 21h30 – Igreja Nossa Senhora do Amparo – Benfica
20 de Maio – 21h30 – Solene Vigília, na Igreja Santa Maria de Belém, Jerónimos – Lisboa

Beatificação - 21 de Maio
09h00 – Abertura do Estádio do Restelo
10h30 – Início da Celebração
11h00 – Eucaristia da Beatificação
15h00 – Livre visita ao Túmulo da Beata Maria Clara do Menino Jesus (Rua Madre Maria Clara, nº 1 – Linda-a-Pastora – Queijas)

Acção de Graças - 22 de Maio
11h30 – Eucaristia de Acção de Graças – Sé de Lisboa

Os Sacerdotes que desejam concelebrar na Eucaristia da beatificação devem inscrever-se por correio, fax ou e-mail para o endereço que segue indicado e devem levar alva, cíngulo e estola branca. O mesmo se processa para Diáconos e Diáconos permanentes.
Vigararia Geral
Mosteiro de S. Vicente de Fora
Campo de Santa Clara
1100-472 LISBOA
Fax: 218810584
e-mail:
vigararia.geral@patriarcado-lisboa.pt
Os Acólitos devem inscrever-se na Secretaria do Serviço Diocesano de Acólitos através do e-mail:
sda@sda-lisboa.com
e devem levar alva e cíngulo.

Acreditações de jornalistas para a CelebraçãoEstá aberto o período para acreditação de jornalistas para o acompanhamento da celebração de beatificação no local. A acreditação pode ser feita através do site do Patriarcado de Lisboa, com acesso directo pelo link:
http://www.patriarcado-lisboa.pt/site/index.php?cont_=140&tem=219

Mais informações:Departamento da Comunicação do Patriarcado de Lisboa
info@patriarcado-lisboa.pt




Estádio portas
Acessos:


3 de maio de 2011

28 de Abril - Beatos Luquésio e Buonadonna


VIDA DOS BEATOS LUQUÉSIO E BUONADONNA

Decorria o ano de 1181, (ano de nascimento de S. Francisco) em Gaggiano, comuna da região da Lombardia, província de Milão, quando nasceu um menino, de nome Luquésio.
Como outros jovens da sua idade, sonhava com armas e glória militar;começou por militar no partido do Imperador; mais tarde, por interesses comerciais, passou para o partido da Papa.
Nestas suas andanças, conheceu uma jovem de Poggibonzi, Buonadonna, com a qual casou, tendo vindo a morar, na mesma terra.
Ambos eram apegados ao dinheiro, e aos bens materiais. Trabalhavam no comércio; emprestavam dinheiro aos ricos e nobres e fizeram fortuna. Mas esta ilusão do luxo, do conforto e dos bens temporais, resultou no afastamento das coisas de Deus, e nem sempre esses negócios eram honestos.
Aconteceu uma crise de víveres e Luquésio prevendo-a, comprou todo o stock de trigo, e como único possuidor do produto, elevou os preços e teve lucros extraordinários.
Por essa altura, S. Francisco, andava na zona de Arezzo a pregar; sendo filho de Pedro Bernardone, conhecido de Luquésio, do mundo dos negócios, e que como se falava na época, tinha abandonado a sua vida de burguesia, pregando e fazendo penitência, Luquésio decidiu ouvi-lo.
De tão eloquentes e santas palavras, tirou o rico e abastado Luquésio, uma lição de humildade, e fraternidade para com os pobres e desfavorecidos, mudando radicalmente a sua vida, devolvendo tudo, o que por meios menos próprios, foi conseguindo e dividindo, com os pobres a sua riqueza.
Nesta altura, sua esposa Buonadonna, ainda não tinha sido iluminada, pelo espírito de Francisco, pois questionava as opções do marido, duvidando até da sua capacidade mental, o qual, com muita paciência, rezava para a sua conversão.
Certo dia, estava discutindo com o esposo, a mania de dar pão a todos tinha esvaziado a arca do pão e não tinha sobrado nada e meigamente Luquésio lhe lembra Daquele que com 5 pães e 2 peixes matou a fome a cinco mil e ainda sobraram doze cestos: com estas palavras a esposa reflectiu. Quando ao abrir de novo a arca a encontrou cheia de pão fresco, a divina luz de Deus a iluminou a sua mente.
Tendo perdido os seus dois filhos, o casal dedicou a sua vida a Deus e ao próximo. Sabendo que S. Francisco, andava pelos campos ali próximo, muitos leigos, pedem a sua adesão á causa franciscana e entre eles estão, o casal (conhecidos como os Bem-Casados), Luquésio e Buonadonna, propondo Luquésio a S. Francisco a entrada no convento e a entrada de Buonadonna para o convento de S. Damião juntando-se a Santa Clara. De pronto Francisco contrariou estas ideias dizendo: “Vocês são casados e vão continuar a viver juntos, mas vou dar-lhes uma regra de vida para se tornarem perfeitos. “Eles vestiram a túnica de cor cinza e foram cingidos com um fio dizendo: “Vocês vivem no mundo de frades penitentes, mas pertencem ao mundo” para fazer boas obras, jejuar e pregar a paz.
S. Francisco, pensava,já havia tempo que numa instituição que agrupasse também pessoas leigas, homens e mulheres casados e trabalhadores, que devido ao seu estado não podiam sujeitar-se aos três clássicos votos, de castidade, pobreza e obediência; aproveitou esta altura e compôs e enviou ao casal a regra da chamada Ordem Terceira da Penitência considerada e definida como “medula do Evangelho” que foi aprovada pelo Papa Nicolau IV em 1221.
Seguindo as regras da nova vida, Luquésio vendeu a sua casa e todos os seus bens, entregou o dinheiro, para o hospital S. John e o casal, ficou a morar numa pequena casa, perto de um campo, onde Luquésio, cultivava produtos, para seu sustento e dos pobres.
Certa vez um padre, passando junto ao campo de Luquésio, vendo que havia cebolas, pediu algumas e Luquésio deu-lhe tantas, que poucas ficaram. Então Luquésio pediu ao padre para as abençoar e logo elas se multiplicaram.
Já na sua renovada vida de bem-fazer passando á oração e penitência, havia perto de sua casa o ermitério de S. Maria em Camaldo, onde Luquésio e a sua mulher se deslocavam muitas vezes para rezar; aí em contemplação o seu corpo se elevava no ar.
Luquésio recolhia muitas vezes doentes e levava-os para onde podiam ser tratados. Quando uma vez estava a levar um doente, um rapaz lembrou-se de o humilhar e Luquésio respondeu: “ Eu carrego comigo o sofrimento de Cristo”, e como punição divina, o jovem tornou-se mudo, mas Luquésio, intercedeu por ele em oração, e a palavra foi-lhe devolvida.
Em 26 de Abril de 1260 Luquésio e Buonadonna, unidos pelo amor na terra, foram também juntos chamados á casa do Senhor. Luquésio teve de ficar de cama, quando de repente Buonadonna, também febril e sentiu-se tão mal que pediu ao marido para chamar o seu confessor frei Hildebrando, para este lhe administrar o sacramento dos doentes. Então Luquésio, vendo a esposa muito mal, pegou-lhe delicadamente na mão e disse: “Querida, já que tanto nos amámos em vida, porque não vamos juntos para a pátria eterna? Por isso espera-me por favor”.
Tinha acabado, frei Hildebrando de lhes administrar, o sacramento dos doentes, Luquésio, vendo a esposa a morrer fez o sinal da cruz, pediu a intervenção da Virgem Maria e de S. Francisco, e os dois de mãos dadas, entregaram, com poucas horas de diferença, as suas almas a Deus.
O povo, que lhes nutria muito amor e admiração não regateou esforços, para louvar e bendizer, este casal abençoado por Deus e não demorou a narrar lendas piedosas e episódios prodigiosos e edificantes.
Na morte, como na vida, a sua santidade foi manifestada logo no seu funeral, quando, caindo um grande aguaceiro sobre a terra, a chuva não molhou nem os caixões nem o cortejo funerário.
Mais milagres lhe são atribuídos pelo povo, como por exemplo, o irmão de frei Hildebrando de nome Tebaldo, foi atingido com uma doença cancerosa no estômago: quando ao tocar no corpo de Luquésio ficou curado imediatamente.
Havia um pobre homem, a quem Luquésio tinha ajudado em vida, pois tinha muitos filhos e mal os podia sustentar; quis a má sorte que fosse preso, mas, ao pedir a intercessão de Luquésio para ajudar os seus filhos, sentiu imediatamente abrir-se-lhe as correntes e viu-se fora da prisão; caminhando, em poucas horas chegou a casa distando 50 km antes de sua esposa e filhos darem pela sua falta.
Algumas pessoas, pedindo a intervenção de Luquésio, viram os seus pedidos atendidos e converteram-se; um cego que se ajoelhou no seu túmulo, recuperou a vista.
Uma vez, uma criança caiu a um poço; as gentes aterrorizadas pediram a intervenção de Luquésio e de imediato viram a criança sentada na água segura pela mão invisível do santo. Também uma criança com um defeito de nascença viu a sua deficiência desaparecer, passando na igreja dos monges junto ao túmulo de Luquésio.
Em 1319, frei Bartolomeu de Tolomei, regressando de um capítulo em Marselha, encontrou-se num navio, que estava prestes a naufragar, mas evocando o nome de Luquésio, aplacou-se imediatamente, a fúria dos ventos e o mar acalmou.
Em 1274 o Papa Gregório X, ia a caminho de Lyons; parando em Poggibonsi e ouvindo as lendas de Luquésio resolveu fazer um teste radical para testar a sua veracidade: mandou atirar a cabeça de Luquésio, ás chamas de um braseiro. Conta o povo que a cabeça saltou para fora do braseiro e veio descansar em cima dos joelhos da Papa. Após este milagre foi autorizado o culto a Luquésio.
Todos os anos, a 28 de Abril em Poggibonsi, realiza-se uma grande procissão, em honra do beato, com as relíquias do padroeiro e sua esposa, que repousam numa grande Basílica, construída em sua honra nesta cidade.
BASÍLICA DE S. LUQUÉSIO Poggibonsi

Foi concedido o ofício e missa em sua honra em 1694 por Inocêncio XII
O casal Luquésio e Buonadonna revelam-nos os valores que devem ser observados e cultivados num lar franciscano secular, onde a caridade, a fraternidade, e o amor a Deus e aos homens e o cuidado com a família deverão ser o alicerce da nossa caminhada franciscana.


Algumas Fraternidades mais antigas conservam imagens suas, geralmente de roca, e que eram destinadas a procissões penitenciais, onde figuravam outros vultos da OFS que hoje estão nos altares. A primeira vez que soube da existência deste casal de Bem-aventurados foi em 1968, durante a grandiosa Procissão dos Terceiros, que se realiza em Ovar no 2º Domingo da Quaresma:

Irmão rui

Fontes:
Artigo de Gabriela Cast
Santos Franciscanos para cada dia
Ordem Franciscana Secular
Brasil Franciscano
Santi & Beati
Wikipédia a Enciclopédia livre






25 de abril de 2011

Páscoa Feliz - Louvado sejas, meu Senhor!








Espiritualidade Cristã, Natureza e Ecologia
Frei Daniel Teixeira
A globalização é uma realidade evidente em avanço imparável. O fenómeno da globalização oferece enormes possibilidades de comunicação e de encontros interpessoais, gerando, por um lado, um movimento de unificação, mas, por outro lado descaracterizando a humanidade. É um fenómeno que tem tanto de esperançoso quanto de preocupante. Porém, a globalização tem capacidade para incutir um novo impulso ao bem-estar, à consciência comunitária e à fraternidade universal.

A forma de viver das pessoas, o seu mútuo entendimento e o seu relacionamento com o mundo transformam-se. A interdependência entre indivíduos, povos, culturas e religiões vai ganhando terreno para mais humanamente caminharmos nesta Casa comum chamada planeta Terra e melhorarmos as relações com todo o Universo.

O problema ambiental é científico, técnico e político; mas é também cultural, ético e religioso, pois nos bastidores da crise ecológica está a questão da justiça, da igualdade de direitos humanos e do respeito pelo mundo natural. À ciência não compete prescrever o que é bom ou mau nem fixar critérios de valor. Impõe-se o recurso à ética, à criação de uma nova mentalidade e à influência da religião para dar às ciências a consciência de que devem orientar-se para o bem comum.

Na actualidade o homem está desiludido com as ideologias comunitárias. O individualismo militante dos anos sessenta diluiu-se num pragmatismo desencantado, mais preocupado com o seu dia-a-dia do que com grandes projectos de transformação do mundo. O idealismo social deu lugar ao cepticismo e retraimento intimista. Pouco se pensa em conseguir grandes objectivos comuns. Os valores comunitários foram substituídos por um individualismo hedonista e permissivo, sem ideais. Na sociedade actual pensa-se que a felicidade depende da auto-realização, e esta resulta de ser fiel a si mesmo. Para a maior parte dos mortais a autenticidade reduz-se a uma autonomia individualista, sem exageros e sem ideais, comodamente instalados e contentes com a sua mediocridade. O objectivo fundamental é sentirem-se satisfeitos consigo mesmos, evitando tudo quanto possa significar discordância, risco, sofrimento ou compromisso. Os grandes e nobre ideais de melhorar a sociedade são substituídos pelo intimismo redutor, envolvidos numa cultura de narcisismo, cedendo à tentação de se isolar, ao contacto meramente virtual que afecta menos o indivíduo, apresenta menos riscos e exige menos compromissos, às vezes nem sequer o de assumir a sua própria identidade.

O homem pós-moderno, de personalidade fragmentada, ainda não encontrou um sentido unificador para a própria vida, tem dificuldade em aceitar a sua fragilidade, os seus limites e fracassos. Trata o corpo como o que tem de mais importante para valorizar a sua identidade. Constrói uma vida ilusória e fragmentada, na busca ansiosa da felicidade momentânea, pretendendo obter tudo de imediato e sem esforço.

Esta filosofia de vida transforma a natureza, as outras pessoas e a própria divindade, em objectos a manipular. Urge uma cultura do limite e do compromisso que desenvolva uma personalidade em harmonia consigo mesmo, com os demais e com o cosmos.

Em geral, todas as formas de espiritualidade procuram uma relação pacífica do ser humano com o universo criado. A espiritualidade cristã introduz Deus neste cenário, como referência fundamental. Ele é o Criador do ser humano, mas também de todo o Universo. O Homem é criatura por excelência, a quem Deus confia todo o universo, para que em Seu nome o cuide, sempre em referência ao Criador.

A sensibilidade ecológica actual parte fundamentalmente da “ecologia do medo”: há que buscar o equilíbrio com a natureza porque o homem se sente ameaçado na sua existência. Para o Cristianismo a Natureza é um maravilhoso presente de Deus ao homem, o que gera uma relação de fraternidade e uma atitude de gratuidade. Para a espiritualidade cristã a referência a Deus é fundamental e geradora de uma nova atitude perante o universo a ser desfrutado de forma gozosa e pacífica e não a ser explorado e manipulado.

O expoente máximo de espiritualidade ecológica cristã é Francisco de Assis, patrono da ecologia, que ao reconhecer um único Pai-Criador de todos os seres de todos se sente irmão, a todos trata por «irmãos»: o irmão sol, a irmã lua, o irmão lobo, a irmã, água, a irmã pedra, a irmã abelha, o irmão falcão…

O seguinte texto do primeiro biógrafo de Francisco de Assis é síntese maravilhosa da postura cristã frente à Natureza.

«Olhando o sol, a lua e contemplando o firmamento com todas as estrelas enchia-se de inefável gozo. Quem poderá explicar a alegria que no seu espírito provocava a beleza das flores?... Quando encontrava muitas flores juntas pregava-lhes, convidando-as a louvar o Senhor como se tivessem o dom da razão. E o mesmo fazia com os trigais e as vinhas, as pedras e os bosques e tudo o que há de belo nos campos: as nascentes, a terra e o fogo, o ar e o vento, e tratava-os de modo eminente e não acessível aos outros» (1 Cel 80-81).

Em hino de universal fraternidade e gratidão ao Altíssimo Senhor cantemos com Francisco de Assis: «Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã, a mãe terra, que nos sustenta e governa, e produz variados frutos, com flores coloridas, e verduras…

Louvai e bendizei a meu Senhor, e dai-Ihe graças e servi-o com grande humildade».

Frei Daniel Teixeira, OFM
In Ecclesia

9 de março de 2011

A Misericórdia no regresso à Casa do Pai

Rembrandt, O Regresso do Filho Pródigo, 1669, Hermitage, Rússia
A misericórdia, a bondade e a generosidade da penitência
QUARTA-FEIRA DE CINZAS : Mt 6,1-6#Mt 6,16-18
Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Pedro Crisólogo (c. 406-450), Bispo de Ravena, Doutor da Igreja
Sermão 8; CCL 24, 59; PL 52, 208 (a partir da trad. Matthieu commenté, DDB 1985, p. 59 rev.)
Cristo Caminho
Os exercícios da Quaresma: a esmola, a oração, o jejum
Meus irmãos, começamos hoje a grande viagem da Quaresma. Levemos, pois, no navio todas as nossas provisões de alimento e bebida, colocando sobre elas a misericórdia abundante de que teremos necessidade. Porque o nosso jejum tem fome, o nosso jejum tem sede se não se alimentar de bondade, se não se dessedentar com misericórdia. O nosso jejum tem frio, o nosso jejum desfalece se o velo da esmola não o cobrir, se a capa da compaixão não o envolver.
Irmãos, a misericórdia está para o jejum como a Primavera está para os solos: o suave vento primaveril faz florescer todos os rebentos nas planícies; a misericórdia do jejum faz brotar todas as nossas sementes até à floração, fá-las encherem-se de frutos até à colheita celeste. A bondade está para o jejum como o óleo está para o candeeiro. Tal como a matéria gorda do óleo alimenta a luz do candeeiro e, com tão pouco alimento o faz brilhar para o conforto de toda a noite, assim a bondade faz o jejum resplandecer: lança raios até atingir o brilho pleno da continência. A esmola está para o jejum como o sol está para o dia: o esplendor do sol aumenta o brilho do dia, dissipa a obscuridade das nuvens; a esmola que acompanha o jejum santifica a santidade do mesmo e, graças à luz da bondade, remove dos nossos desejos tudo o que poderia ser mortífero. Em suma, a generosidade está para o jejum como o corpo está para a alma: quando a alma se retira do corpo, traz-lhe a morte; se a generosidade se afastar do jejum, é a morte deste.
http://www.evangelhoquotidiano.org/

8 de fevereiro de 2011

TERRA SANTA - PEREGRINAÇÕES



16 de janeiro de 2011

Espírito de Assis: Diálogo e Comunhão





À Luz do Espírito de Assis: Viver a Beleza do Diálogo e da Comunhão

O Decálogo de Assis
  • Para a paz, enviado aos chefes de Estado
    1. Comprometemo-nos a proclamar a nossa firme convicção de que a violência e o terrorismo estão em oposição com o verdadeiro espírito religioso e, ao condenar qualquer recurso à violência e à guerra em nome de Deus ou da religião, empenhamo-nos em fazer tudo o que for possível para desenraizar as causas do terrorismo.
    2. Comprometemo-nos a educar as pessoas no respeito e na estima recíprocos, a fim de poder alcançar uma coexistência pacífica e solidária entre os membros de etnias, culturas e religiões diferentes.
    3. Comprometemo-nos a promover a cultura do diálogo, para que se desenvolvam a compreensão e a confiança recíprocas entre indivíduos e entre os povos, pois são estas as condições para uma paz autêntica.
    4. Comprometemo-nos a defender o direito de todas as pessoas humanas de levar uma existência digna, conforme com a sua identidade cultural, e de fundar livremente uma família que lhe seja própria.
    5. Comprometemo-nos a dialogar com sinceridade e paciência, não considerando o que nos divide como muro insuperável, mas, ao contrário, reconhecendo que o confronto com a diversidade do próximo pode tornar-se uma ocasião de maior compreensão recíproca.
    6. Comprometemo-nos a perdoar-nos reciprocamente os erros e os preconceitos do passado e do presente, e a apoiar-nos no esforço comum para vencer o egoísmo e o abuso, o ódio e a violência, e para aprender do passado que a paz sem justiça não é uma paz verdadeira.
    7. Comprometemo-nos a estar da parte de quantos sofrem devido á miséria e do abandono, fazendo-nos a voz dos que não têm voz e empenhando-nos concretamente para sair de tais situações, convictos de que, sozinhos, ninguém pode ser feliz.
    8. Comprometemo-nos a fazer nosso o brado de todos os que não se resignam à violência e ao mal, e desejamos contribuir com todos os nossos esforços para dar à humanidade do nosso tempo uma real esperança de justiça e de paz.
    9. Comprometemo-nos a encorajar qualquer iniciativa que promova a amizade entre os povos, convictos de que, se não há um entendimento solidário entre os povos, o progresso tecnológico expõe o mundo a riscos crescentes de destruição e de morte.
    10. Comprometemo-nos a pedir aos responsáveis das nações que façam todos os esforços possíveis para que, quer a nível nacional quer internacional, seja edificado e consolidado um mundo de solidariedade e de paz fundado na justiça.

9 de janeiro de 2011

Semana da Vocação Franciscana - 9 a16 de Janeiro


23 de dezembro de 2010

NATAL DO SENHOR





FELIZ NATAL!


Jo 1, 1-18


No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio, Ele estava com Deus. Tudo se fez por meio d’Ele e sem Ele nada foi feito. N’Ele estava a vida e a vida era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas e as trevas não a receberam. Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João. Veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. O Verbo era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem. Estava no mundo e o mundo, que foi feito por Ele, não O conheceu. Veio para o que era seu e os seus não O receberam. Mas àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito, cheio de graça e de verdade. João dá testemunho d’Ele, exclamando: «É deste que eu dizia: ‘O que vem depois de mim passou à minha frente, porque existia antes de mim’». Na verdade, foi da sua plenitude que todos nós recebemos graça sobre graça. Porque, se a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. A Deus, nunca ninguém O viu. O Filho Unigénito, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer.


Palavra da salvação.

19 de dezembro de 2010

IV Domingo do Advento - Escutai


Gestos e atitudes:

Acender a vela do IV Domingo do Advento renovar o propósito de vida, meditar o Salmo 24 e ler Lucas 1, 39-45.

Sl 24 (23) CÂNTICO PROCESSIONAL (15; Is 33,14-16)
Salmo processional, pertencente ao género literário dos salmos do reino, próximos dos salmos reais, mas relativos à entronização simbólica de Javé como rei. Três temas aparecem bem frisados: a procissão, as portas do santuário e a chegada da glória de Deus. As festas apropriadas para exprimir esta solenidade podem ser várias. Há quem pense numa entronização da Arca da aliança ou então na liturgia da festa das Tendas. Contudo, muitos outros momentos litúrgicos poderiam servir de enquadramento para este salmo.


1Salmo de David.
Ao SENHOR pertence a terra e o que nela existe,
o mundo inteiro e os que nele habitam;
2*pois Ele a fundou sobre os mares
e a consolidou sobre os abismos.
3Quem poderá subir à montanha do SENHOR
e apresentar-se no seu santuário?
4*O que tem as mãos inocentes e o coração limpo,
o que não ergue o espírito para as coisas vãs,
nem jura pelo que é falso.
5Este há-de receber a bênção do SENHOR
e a recompensa de Deus, seu salvador.
6*Esta é a geração dos que o procuram,
dos que buscam a face do Deus de Jacob.
7Ó portas, levantai os vossos umbrais!
Alteai-vos, pórticos eternos,
que vai entrar o rei glorioso.
8Quem é esse rei glorioso?
É o SENHOR, poderoso herói,
o SENHOR, herói na batalha.
9Ó portas, levantai os vossos umbrais!
Alteai-vos, pórticos eternos,
que vai entrar o rei glorioso.
10*Quem é Ele, esse rei glorioso?
É o Senhor do universo!
É Ele o rei glorioso.

Lucas 1, 39-45
Visita de Maria a Isabel
- 39*Por aqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade da Judeia. 40Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. 41*Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42Então, erguendo a voz, exclamou: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. 43*E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor? 44Pois, logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio. 45Feliz de ti que acreditaste, porque se vai cumprir tudo o que te foi dito da parte do Senhor.»

13 de dezembro de 2010

III Semana do Advento - Esperai

Gestos e atitudes: Acender a terceira vela da coroa do Advento, repensar a atitude de vida que nos propusémos e ler ou cantar os segunites textos da Bíblia.

Sl 146 (145) HINO AO DEUS DE MISERICÓRDIA
Este salmo, como os quatro salmos seguintes, é um hino. Demonstração disso é o facto de todos eles começarem e concluírem com o refrão “Aleluia”, que significa “louvai o Senhor”. Este sublinha que qualquer humano é demasiado fraco para nele se colocarem esperanças de salvação. Só Deus pode responder cabalmente aos anseios humanos. Está igualmente recheado de referências a temas do pensamento e literatura bíblicos.


Refrão: "Vinde, Senhor, vinde salvar-nos"

1Aleluia!
Louva, ó minha alma, o SENHOR!
2Hei-de louvar o SENHOR, enquanto viver;
enquanto existir, hei-de cantar hinos ao meu Deus.
3Não ponhais a vossa confiança nos poderosos,
nem nos homens, pois eles não podem salvar.
4Mal deixam de respirar, regressam ao pó da terra;
nesse mesmo dia acabam os seus projectos.
5Feliz de quem tem por auxílio o Deus de Jacob,
de quem põe a sua esperança no SENHOR, seu Deus.
6Ele criou os céus, a terra e o mar
e tudo o que neles existe.
7Ele é eternamente fiel à sua palavra;
salva os oprimidos, dá pão aos que têm fome;
o SENHOR liberta os prisioneiros.
8O SENHOR dá vista aos cegos,
o SENHOR levanta os abatidos;
o SENHOR ama o homem justo.
9O SENHOR protege os que vivem em terra estranha
e ampara o órfão e a viúva,
mas entrava o caminho aos pecadores.
10O SENHOR reinará eternamente!
O teu Deus, ó Sião, reinará por todas as gerações!
Aleluia!

Ler ainda:

Is 35, 1-5
Regresso a Sião
1O deserto e a terra árida vão alegrar-se, a estepe exultará e dará flores belas como narcisos. 2Vai cobrir-se de flores e transbordar de júbilo e de ale­gria. Tem a glória do Líbano, a formosura do monte Carmelo e da planície de Saron. Verão a glória do Senhor e o esplendor do nosso Deus. 3Fortalecei as mãos débeis, robustecei os joelhos vacilantes. 4Dizei aos que têm o coração inde­ciso: «Tomai ânimo, não temais!» Eis o vosso Deus, que vem para vos vingar. Deus vem em pessoa retribuir-vos e salvar-vos. 5Então se abrirão os olhos do cego, os ouvidos do surdo ficarão a ouvir.

5 de dezembro de 2010

Semana II do Advento - Preparai



Acender a segunda vela da Coroa do Advento, reforçar a atitude de vida que nos propusémos e meditar o Salmo 77

77 (76) MEDITAÇÃO SOBRE O PASSADO DE ISRAEL Salmo colectivo de súplica. O tema está muito subtilmente elaborado. Enuncia-se, de início, como uma súplica e continua com queixas sobre o abandono a que Deus parece ter votado o seu povo. Lamenta-se que Deus pareça não tratar os israelitas como o fazia outrora, quando realizava prodígios sem conta.

1*Ao director do coro. Para Jedutun. Salmo de Asaf.
2Suba até Deus a minha voz e clame;
suba até Deus a minha voz: Ele há-de ouvir-me.
3*No dia da angústia, procuro o Senhor;
à noite, sem descanso, ergo as mãos em oração,
mas a minha alma não encontra conforto.
4Quando penso em Deus, suspiro;
quando medito, sinto o meu espírito desfalecer.

5Não deixei que as minhas pálpebras se fechassem;
fiquei perturbado, sem nada dizer!
6Recordo-me dos dias passados,
lembro-me dos tempos antigos.
7Passo a noite a reflectir em meu coração,
e o meu espírito medita e procura:
8*"Porventura, irá o Senhor abandonar-nos para sempre?
Não voltará mais a ser-nos favorável?
9Acaso se esgotou por completo o seu amor
e revogou a sua promessa às gerações?
10Ter-se-á Deus esquecido da sua compaixão,
ou terá fechado com ira o seu coração?"
11E eu respondo: "O que mais me faz sofrer
é que a mão do Altíssimo nos trate de modo diferente."

12*Tenho na memória os teus feitos, SENHOR,
lembro-me das tuas maravilhas de outrora.
13Penso em todas as tuas obras,
medito nos teus prodígios.

14*Ó Deus, os teus caminhos são santos.
Que Deus haverá tão grande como Tu?
15*Tu és o Deus que realiza maravilhas,
manifestaste entre as nações o teu poder.
16Com a força do teu braço resgataste o teu povo,
os descendentes de Jacob e de José.

17*Viram-te as águas, ó Deus,
viram-te as águas e tremeram,
e até os abismos se agitaram.
18*As nuvens transformaram-se em chuva;
os trovões fizeram ouvir a sua voz,
e as tuas setas surgiam de todos os lados.
19*O ruído do teu trovão ecoou nos ares
e os relâmpagos iluminaram o mundo;
a terra agitou-se e tremeu.
20*O mar foi para ti um caminho;
caminhaste por entre águas caudalosas
e ninguém descobriu as tuas pegadas.
21*Conduziste o teu povo como um rebanho,
pela mão de Moisés e de Aarão.

Ler Isaías 11, 1-9
O reino messiânico



11 1*Brotará um rebento do tronco de Jessé,
e um renovo brotará das suas raízes.
2*Sobre ele repousará o espírito do SENHOR:
espírito de sabedoria e de entendimento,
espírito de conselho e de fortaleza,
espírito de ciência e de temor do SENHOR.
3Não julgará pelas aparências
nem proferirá sentenças somente pelo que ouvir dizer;
4mas julgará os pobres com justiça,
e com equidade os humildes da terra;
ferirá os tiranos com os decretos da sua boca,
e os maus com o sopro dos seus lábios.
5A justiça será o cinto dos seus rins,
e a lealdade circundará os seus flancos.
6Então o lobo habitará com o cordeiro,
e o leopardo deitar-se-á ao lado do cabrito;
o novilho e o leão comerão juntos,
e um menino os conduzirá.
7A vaca pastará com o urso,
e as suas crias repousarão juntas;
o leão comerá palha como o boi.
8A criancinha brincará na toca da víbora
e o menino desmamado meterá a mão na toca da serpente.
9Não haverá dano nem destruição em todo o meu santo monte,
porque a terra está cheia de conhecimento do SENHOR,
tal como as águas que cobrem a vastidão do mar.

Semana I do Advento - Vigiai








Gestos e atitudes celebrativas do Advento - No 1º Domingo e ao longo da semana:
Ler ou cantar o salmo 122 (121) SAUDAÇÃO A JERUSALÉM (84)

O tema central deste Cântico de Sião é claramente enquadrado nos cânticos de peregrinação. Sião é aqui envolvida em toda a ternura que os peregrinos sentem pelo local, onde está o santuário.1*Cântico das peregrinações. De David.

Que alegria, quando me disseram:
"Vamos para a casa do SENHOR!"
2Os nossos pés detêm-se
às tuas portas, ó Jerusalém!
3*Jerusalém, cidade bem construída,
harmoniosamente edificada.
4*Para lá sobem as tribos, as tribos do SENHOR,
segundo o costume de Israel,
para louvar o nome do SENHOR.
5*Nela estão os tribunais da justiça,
os tribunais da casa de David.
6Fazei votos em favor de Jerusalém:
"Prosperem aqueles que te amam;
7haja paz dentro das tuas muralhas,
tranquilidade nos teus palácios."
8Por amor dos meus irmãos e amigos,
proclamarei: "A paz esteja contigo!"
9Por amor da casa do SENHOR, nosso Deus,
pedirei o bem-estar para ti.

Ler Isaías 2, 1-5:
Sião centro do reino final de Deus (66,18-24; Sl 87; Mq 4,1-3; Zc 8,20-23)
2 1Visão profética de Isaías, filho de Amós,
sobre Judá e Jerusalém:
2*No fim dos tempos
o monte do templo do SENHOR estará firme,
será o mais alto de todos,
e dominará sobre as colinas.
Acorrerão a ele todas as gentes,
3virão muitos povos e dirão:
«Vinde, subamos à montanha do SENHOR,
à casa do Deus de Jacob.
Ele nos ensinará os seus caminhos,
e nós andaremos pelas suas veredas;
porque de Sião sairá a lei,
e de Jerusalém, a palavra do SENHOR.
4*Ele julgará as nações,
e dará as suas leis a muitos povos,
os quais transformarão as suas espadas em relhas de arados,
e as suas lanças, em foices.
Uma nação não levantará a espada contra outra,
e não se adestrarão mais para a guerra.
5Vinde, Casa de Jacob!
Caminhemos à luz do SENHOR.»

16 de novembro de 2010

17 de Novembro - Festa de Santa Isabel da Hungria



Catequese do Papa: Isabel da Hungria, a princesa entre os pobres

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 20 de outubro de 2010 (ZENIT.org) - Apresentamos, a seguir, a catequese dirigida pelo Papa aos grupos de peregrinos do mundo inteiro, reunidos na Praça de São Pedro para a audiência geral.
* * *
Queridos irmãos e irmãs:
Hoje, eu gostaria de falar-vos sobre uma das mulheres da Idade Média que suscitou maior admiração: Santa Isabel da Hungria, chamada também de Isabel de Turíngia. Ela nasceu em 1207, na Hungria. Os historiadores discutem onde. Seu pai era André II, rico e poderoso rei da Hungria, o qual, para reforçar seus vínculos políticos, havia se casado com a condessa alemã Gertrudes de Andechs-Merania, irmã de Santa Edwirges, que era esposa do duque de Silésia. Isabel viveu na corte húngara somente nos primeiros quatro anos da sua infância, junto a uma irmã e três irmãos. Ela gostava de música, dança e jogos; recitava com fidelidade suas orações e mostrava atenção particular aos pobres, a quem ajudava com uma boa palavra ou com um gesto afetuoso.
Sua infância feliz foi bruscamente interrompida quando, da distante Turíngia, chegaram alguns cavaleiros para levá-la à sua nova sede na Alemanha central. Segundo os costumes daquele tempo, de fato, seu pai havia estabelecido que Isabel se convertesse em princesa de Turíngia. O landgrave ou conde daquela região era um dos soberanos mais ricos e influentes da Europa no começo do século XIII e seu castelo era centro de magnificência e de cultura. Mas, por trás das festas e da glória, escondiam-se as ambições dos príncipes feudais, geralmente em guerra entre eles e em conflito com as autoridades reais e imperiais. Neste contexto, o landgrave Hermann acolheu com boa vontade o noivado entre seu filho Ludovico e a princesa húngara. Isabel partiu de sua pátria com um rico dote e um grande séquito, incluindo suas donzelas pessoais, duas das quais permaneceriam amigas fiéis até o final. São elas que deixaram preciosas informações sobre a infância e sobre a vida da santa.
Após uma longa viagem, chegaram a Eisenach, para subir depois à fortaleza de Wartburg, o maciço castelo sobre a cidade. Lá se celebrou o compromisso entre Ludovico e Isabel. Nos anos seguintes, enquanto Ludovico aprendia o ofício de cavaleiro, Isabel e suas companheiras estudavam alemão, francês, latim, música, literatura e bordado. Apesar do fato do compromisso ter sido decidido por razões políticas, entre os dois jovens nasceu um amor sincero, motivado pela fé e pelo desejo de fazer a vontade de Deus. Aos 18 anos, Ludovico, após a morte do seu pai, começou a reinar sobre Turíngia. Mas Isabel se converteu em objeto de silenciosas críticas, porque seu comportamento não correspondia à vida da corte. Assim também a celebração do matrimônio não foi fastuosa e os gastos do banquete foram distribuídos em parte aos pobres. Em sua profunda sensibilidade, Isabel via as contradições entre a fé professada e a prática cristã. Não suportava os compromissos. Uma vez, entrando na igreja na festa da Assunção, ela tirou a coroa, colocou-a aos pés da cruz e permaneceu prostrada no chão, com o rosto coberto. Quando uma freira a desaprovou por este gesto, ela respondeu: "Como posso eu, criatura miserável, continuar usando uma coroa de dignidade terrena quando vejo o meu Rei Jesus Cristo coroado de espinhos?". Ela se comportava diante dos seus súditos da mesma forma que se comportava diante de Deus. Entre os escritos das quatro donzelas, encontramos este testemunho: "Não consumia alimentos sem antes estar certa de que procediam das propriedades e dos bens legítimos do seu marido. Enquanto se abstinha dos bens adquiridos ilicitamente, preocupava-se também por ressarcir àqueles que tivessem sofrido violência"(nn. 25 e 37). Um verdadeiro exemplo para todos aqueles que desempenham cargos: o exercício da autoridade, em todos os níveis, deve ser vivido como serviço à justiça e à caridade, na busca constante do bem comum.
Isabel praticava assiduamente as obras de misericórdia: dava de beber e de comer a quem batia à sua porta, distribuía roupas, pagava as dívidas, cuidava dos doentes e sepultava os mortos. Descendo do seu castelo, dirigia-se frequentemente com suas donzelas às casas dos pobres, levando pão, carne, farinha e outros alimentos. Entregava os alimentos pessoalmente e cuidava com atenção do vestuário e dos leitos dos pobres. Este comportamento foi informado ao seu marido, a quem isso não apenas não desagradou, senão que respondeu aos seus acusadores: "Enquanto ela não vender o castelo, estou feliz!". Neste contexto se coloca o milagre do pão transformado em rosas: enquanto Isabel ia pela rua com seu avental cheio de pão para os pobres, encontrou-se com o marido, que lhe perguntou o que estava carregando. Ela abriu o avental e, no lugar dos pães, apareceram magníficas rosas. Este símbolo de caridade está presente muitas vezes nas representações de Santa Isabel.
Seu casamento foi profundamente feliz: Isabel ajudava seu esposo a elevar suas qualidades humanas ao nível espiritual e ele, por outro lado, protegia sua esposa em sua generosidade com os pobres e em suas práticas religiosas. Cada vez mais admirado pela grande fé de sua esposa, Ludovico, referindo-se à sua atenção aos pobres, disse-lhe: "Querida Isabel, é Cristo quem você lavou, alimentou e cuidou" - um claro testemunho de como a fé e o amor a Deus e ao próximo reforçam e tornam ainda mais profunda a união matrimonial.
O jovem casal encontrou apoio espiritual nos Frades Menores, que, desde 1222, difundiram-se em Turíngia. Entre eles, Isabel escolheu o Frei Rüdiger como diretor espiritual. Quando ele lhe narrou as circunstâncias da conversão do jovem e rico comerciante Francisco de Assis, Isabel se entusiasmou ainda mais em seu caminho de vida cristã. Desde aquele momento, dedicou-se ainda mais a seguir Cristo pobre e crucificado, presente nos pobres. Inclusive quando nasceu seu primeiro filho, seguido de outros dois, nossa santa não descuidou jamais das suas obras de caridade. Além disso, ajudou os Frades Menores a construir um convento em Halberstadt, do qual o Frei Rüdiger se tornou superior. A direção espiritual de Isabel passou, assim, a Conrado de Marburgo.
Uma dura prova foi o adeus ao marido, no final de junho de 1227, quando Ludovico IV se associou à cruzada do imperador Frederico II, recordando à sua esposa que esta era uma tradição para os soberanos de Turíngia. Isabel respondeu: "Não o impedirei. Eu me entreguei totalmente a Deus e agora devo entregar você também". No entanto, a febre dizimou as tropas e o próprio Ludovico ficou doente e morreu em Otranto, antes de embarcar, em setembro de 1227, aos 26 anos. Isabel, ao saber da notícia, sentiu tal dor, que se retirou em solidão, mas depois, fortificada pela oração e consolada pela esperança de voltar a vê-lo no céu, interessou-se novamente pelos assuntos do reino. Outra prova, porém, a esperava: seu cunhado usurpou o governo de Turinga, declarando-se verdadeiro herdeiro de Ludovico e acusando Isabel de ser uma mulher piedosa incompetente para governar. A jovem viúva, com seus três filhos, foi expulsa do castelo de Wartburg e começou a procurar um lugar para refugiar-se. Somente duas de suas donzelas permaneceram junto dela, acompanharam-na e confiaram os três filhos aos cuidados de amigos de Ludovico. Peregrinando pelos povoados, Isabel trabalhava onde era acolhida, assistia os doentes, fiava e costurava. Durante este calvário, suportado com grande fé, paciência e dedicação a Deus, alguns parentes, que haviam permanecido fiéis a ela e consideravam ilegítimo o governo do seu cunhado, reabilitaram seu nome. Assim, Isabel, no início de 1228, pôde receber uma renda apropriada para retirar-se ao castelo familiar em Marburgo, onde vivia também seu diretor espiritual, Frei Conrado. Foi ele quem contou ao Papa Gregório IX o seguinte fato: "Na Sexta-Feira Santa de 1228, com as mãos sobre o altar da capela da sua cidade, Eisenach, onde havia acolhido os Frades Menores, na presença de alguns frades e familiares, Isabel renunciou à sua própria vontade e a todas as vaidades do mundo. Ela queria renunciar a todas as suas possessões, mas eu a dissuadi por amor aos pobres. Pouco depois, construiu um hospital, recolheu doentes e inválidos e serviu em sua própria mesa os mais miseráveis e abandonados. Tendo eu a repreendido por estas coisas, Isabel respondeu que dos pobres recebia uma especial graça e humildade" (Epistula magistri Conradi, 14-17).
Podemos ver nesta afirmação certa experiência mística parecida com a vivida por São Francisco: de fato, o Pobrezinho de Assis declarou em seu testamento que, servindo os leprosos, o que antes era amargo se transformou em doçura da alma e do corpo (Testamentum, 1-3). Isabel transcorreu seus últimos 3 anos no hospital fundado por ela, servindo os doentes, velando com os moribundos. Tentava sempre levar a cabo os serviços mais humildes e os trabalhos repugnantes. Ela se converteu no que poderíamos chamar de mulher consagrada no meio do mundo (soror in saeculo) e formou, com outras amigas suas, vestidas com um hábito cinza, uma comunidade religiosa. Não é por acaso que ela é padroeira da Terceira Ordem Regular de São Francisco e da Ordem Franciscana Secular.
Em novembro de 1231, foi vítima de fortes febres. Quando a notícia da sua doença se propagou, muitas pessoas foram visitá-la. Após cerca de 10 dias, ela pediu que fechassem as portas, para ficar a sós com Deus. Na noite de 17 de novembro, descansou docemente no Senhor. Os testemunhos sobre sua santidade foram tantos, que apenas quatro anos mais tarde, o Papa Gregório IX a proclamou santa e, no mesmo ano, consagrou-se a bela igreja construída em sua honra, em Marburgo.
Queridos irmãos e irmãs, na figura de Santa Isabel, vemos como a fé e a amizade com Cristo criam o sentido da justiça, da igualdade de todos, dos direitos dos demais e criam o amor, a caridade. E dessa caridade nasce a esperança, a certeza de que somos amados por Cristo e de que o amor de Cristo nos espera e nos torna, assim, capazes de imitá-lo e vê-lo nos demais. Santa Isabel nos convida a redescobrir Cristo, a amá-lo, a ter fé e, assim, encontrar a verdadeira justiça e o amor, como também a alegria de que um dia estaremos submersos no amor divino, no gozo da eternidade com Deus. Obrigado.
[No final da audiência, o Papa cumprimentou os peregrinos em vários idiomas. Em português, disse:]
Queridos irmãos e irmãs,

Santa Isabel da Hungria nasceu em mil duzentos e sete. Muito jovem ainda, foi dada em casamento a Luís IV da Turíngia, florescendo entre ambos um amor sincero, animado pela fé e pelo desejo de cumprir a vontade de Deus. Decidida a seguir Cristo pobre e crucificado, presente nos pobres, Isabel praticava assídua e pessoalmente as obras de misericórdia. Foram acusá-la ao marido de assim gastar os bens do condado; ele respondeu: «Desde que não me venda o castelo, não me importa!». Uma vez ela levava o avental cheio de pão para os pobres, quando se cruzou com o marido que lhe perguntou que levava. Isabel abriu o avental; mas, em vez de pão, apareceram magníficas rosas. É o conhecido milagre do pão transformado em rosas, que aparece muitas vezes reproduzido na imagem desta grande Santa da caridade. 

Amados fiéis brasileiros da paróquia São Pedro Apóstolo de Pato Branco e todos os peregrinos de língua portuguesa, agradeço a vossa visita e de coração vos saúdo, desejando que esta peregrinação a Roma deixe a vida de cada um iluminada pelo sentido e pelo amor de Deus e do próximo. Sobre as vossas famílias e comunidades cristãs, desçam abundantes favores divinos, que sobre todos invoco ao abençoar-vos em nome do Senhor.
[Tradução: Aline Banchieri.
©Libreria Editrice Vaticana]

28 de outubro de 2010

Testemunho do Irmão Rui Batalha


TESTEMUNHO:
Sou portador de esclerose múltipla, diagnosticada em 2004 no Funchal, onde trabalhava e, face a esta contrariedade, tive de regressar ao continente. Em finais de 2004 e inicio de 2005 iniciei surtos com muita frequência, o que me retirou a capacidade de andar e ser autónomo, pois até para comer precisava de ajuda. Com este quadro clínico o médico disse que eu iria fazer um tratamento, para não ficar pior mas não voltaria recuperar a marcha. Fiquei resignado, agradecendo a Deus todos os dias pela graça de mais um dia de vida, até que, um domingo ao sair da missa, os meus olhos bateram num cartaz, do Movimento da Mensagem de Fátima, anunciando um retiro para doentes em Fátima, e disse para a minha mulher:”Quero ir a esse retiro”. Entrámos em contacto com o Secretariado Diocesano e conseguimos ir a esse bendito retiro. Durante 6 meses era a minha mulher quem empurrava a cadeira de rodas, até chegar a participação no retiro de 11 a 14 de Junho de 2006. No dia 13, fomos à Missa no Santuário, onde recebemos a bênção dos doentes com o SSº Sacramento. Terminada a Missa, ao passar o andor de nossa Mãe Santíssima pedi-lhe que levasse os meus tormentos e as minhas dores para os colocar aos pés de Seu Filho, em desagravo das muitas ofensas que nós homens Lhe fazemos e para honra e glória do Seu Santo Nome. Nessa altura senti um peso ou uma força muito grande sair de cima de mim percorrendo todo o meu corpo dos pés à cabeça (algo verdadeiramente inexplicável). A partir daí no resto do retiro comecei a sentir vontade de me levantar e empurrar a cadeira; assim aconteceu primeiro, depois com a ajuda de muletas e hoje já nem delas preciso e vou continuando a andar até que Deus queira.
Acreditai que pela intercessão de Nossa Senhora de Fátima, muita coisa pode acontecer. “Rezai, rezai muito” recomendou o Anjo de Portugal aos Pastorinhos. É preciso rezar, rezar sempre, sem esmorecer.
Rui Batalha

24 de outubro de 2010

Irmã Graça Santos


A Fraternidade recorda com gratidão a Irmã Graça no 1º aniversário
da sua partida para a casa do Pai. Na comunhão da oração dedica-lhe
estas palavras.

A Ti, Senhor da Graça
A ti, Irmã Graça

Em acção de graça pelo dom da Irmã Graça
rendemos, a Ti, Senhor da Graça, toda a Graça.
A Irmã Graça era franca no riso, alegre no olhar, amiga no dar.
A Irmã Graça era de bons modos, airosa e fraterna.
Não era invejosa, mas gozosa do Teu olhar.
O ar da sua Graça eras Tu, nela.
E deu-se, a Ti, Senhor da Graça, por ti, por mim e por nós, de graça.
De todas as graças Tu, Senhor, foste a Graça.
A Ti, Senhor da Graça, obrigado pela Irmã Graça.
A ti, Irmã Graça, obrigado, pelo Senhor da Graça.

Em Fraternidade.

 
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