Retalhos Como Francisco e Clara de Assis, a Fraternidade a todos saúda em Paz e Bem!Retalhos

10 de março de 2012

A Correção Fraterna




A Correção Fraterna
O dever de correção fraterna. A sua eficácia sobrenatural. A correção fraterna era praticada com frequência entre os primeiros cristãos. Falsas desculpas para não fazê-la. Ajuda que prestamos. Virtudes que se devem viver ao fazer a correção fraterna. Modo de recebê-la.
I. JÁ NO ANTIGO TESTAMENTO a Sagrada escritura nos mostra como Deus se serve frequentemente de homens cheios de fortaleza e de caridade para fazer notar a outros o seu afastamento do caminho que conduz ao Senhor. O Livro de Samuel apresenta-nos o profeta Natã, enviado por Deus ao rei David para falar-lhe dos pecados gravíssimos que este havia cometido. Apesar da evidência desses pecados tão graves (adultério com a mulher do seu fiel servidor, cuja morte provocou) e de que o rei fosse um bom conhecedor da L, “o desejo havia-se apoderado de todos os seus pensamentos e a sua alma estava completamente adormecida, como que num torpor. Necessitou da luz e das palavras do profeta para tomar consciência do que tinha feito”. Naquelas semanas, David vivia com a consciência adormecida pelo pecado. Para fazê-lo perceber a gravidade do seu delito, Natã expôs-lhe uma parábola:
Havia numa cidade dois homens: um rico e outro pobre. O rico tinha muitos rebanhos de ovelhas e de bois; o pobre só tinha uma ovelhinha que havia comprado; ia criando-a e ela crescia com ele e com os seus filhos, comendo do seu pão e bebendo da sua taça, dormindo nos seus braços: era para ele como uma filha. Certo dia, chegou uma visita à casa do rico e este, não querendo perder uma ovelha ou um boi para dar de comer ao seu hóspede, subtraiu a ovelha do pobre e preparou-a para o seu hóspede. David pôs-se furioso contra aquele homem e disse a Natã: Pela vida de Deus! Aquele que fez isso é réu de morte!
Natã respondeu então ao rei: Tu és esse homem. E David tomou consciência dos seus pecados, arrependeu-se e dasafogou a sua dor num salmo que a Igreja nos propõe como modelo de contrição. Começa assim: Tem piedade de mim, ó Deus, segundo a tua bondade; e conforme a imensidão da tua misericórdia, apaga a minha iniquidade…
David fez penitência e foi grato a Deus. Tudo graças a uma advertência oportuna e cheia de fortaleza. Um dos maiores bens que podemos prestar àqueles a quem mais queremos e a todos, é a ajuda, muitas vezes heróica, da correção fraterna. No convívio diário, observamos que os nossos familiares, amigos ou conhecidos – como, aliás, nós mesmos – podem chegar a formar hábitos que destoam de um bom cristão e que os afastam de Deus. Podem ser faltas de laboriosidade habituais, de pontualidade, modos de falar que beiram a murmuração ou a difamação, brusquidões, impaciências… Podem ser também faltas de justiça nas relações de trabalho, atitudes pouco exemplares no modo de viver a sobriedade ou a temperança, gula embriaguez, gastos de pura ostentação, desperdícios de dinheiro no jogo ou nas lotarias, amizades ou familiaridades que põem em perigo a fidelidade conjugal ou a castidade… É fácil compreender que uma correção fraterna feita a tempo, oportuna, cheia de caridade e de compreensão, a sós com o interessado, pode evitar muitos males: um escândalo, um dano irreparável à família…; ou, simplesmente, pode ser um estímulo eficaz para que a pessoa em questão corrija um defeito e se aproxime mais de Deus. Esta ajuda espiritual nasce da caridade e é uma das suas principais manifestações. Por vezes, é também uma exigência da virtude da justiça, quando existe para com a pessoa que deve ser corrigida uma especial obrigação de prestar-lhe essa ajuda. Devemos pensar com frequência se não nos omitimos nesta matéria. “porque não te decides a fazer uma correção fraterna? – Sofre-se ao recebê-la, porque custa humilhar-se, pelo menos no começo. Mas, fazê-la, custa sempre. Bem o sabem todos. – O exercício da correção fraterna é a melhor maneira de ajudar, depois da oração e do bom exemplo.

II. A CORREÇÃO FRATERNA tem sabor evangélico; os primeiros cristãos praticavam-na frequentemente, tal como o Senhor a tinha estabelecido – Vai e corrige-o a sós -, e ocupava um lugar muito importante nas suas vidas, pois conheciam a sua eficácia. São Paulo escreve aos fiéis de Tessalónica: Se alguém não obedecer ao que dizemos nesta carta… não o olheis como inimigo, antes corrigi-o como a um irmão. Na epístola aos Gálatas, o apóstolo diz que a correção fraterna deve ser feita com espírito de mansidão. O Apóstolo São Tiago incentiva da mesma forma os primeiros cristãos a praticá-la, recordando-lhes a recompensa que o Senhor lhes dará: Se algum de vós se desviar da verdade e um outro conseguir reconduzi-lo, saiba que quem converte um pecador do seu extravio salvará a alma dele da morte e cobrirá a multidão dos seus próprios pecados. Não é uma recompensa pequena. Não podemos desculpar-nos a repetir e repetir as palavras de Caim: Por acaso sou eu o guardião do meu irmão? Entre as desculpas que podemos dar no nosso coração para não fazer ou para adiar a correção fraterna, está antes de mais nada o medo de entristecer aquele que a deve receber. É paradoxal que o médico não deixe de ao paciente que, se quer ser curado, deve sofrer uma dolorosa operação, e que nós, cristãos e franciscanos, tenhamos relutância às vezes em dizer àqueles que nos rodeiam que está em jogo a saúde da sua alma. “É grande o número dos que, para não desagradarem ou para não impressionarem uma pessoa que tenha entrado nos últimos dias e nos momentos extremos da sua existência terrena, lhe silenciam o seu estado real, causando-lhe desse modo um mal de dimensões incalculáveis. Mas é mais elevado o número daqueles que vêem os seus amigos no erro ou no pecado, ou prestes a cair num ou noutro, e permanecem mudos, e não mexem um dedo para lhes evitar esses males. Poderíamos considerar amigo a quem se comportasse connosco desse modo? Certamente que não. E, no entanto, as pessoas à nossa volta adoptam frequentemente essa atitude para não nos magoarem”. Com a prática da correção fraterna, cumpre-se verdadeiramente o que nos diz a Sagrada escritura: o irmão ajudado pelo seu irmão é como uma cidade amuralhada. Nada nem ninguém pode derrotar uma caridade bem vivida. Com essa demonstração de amor cristão, não são só as pessoas que melhoram, mas toda a sociedade. Evitam-se ao mesmo tempo críticas e murmurações que tiram a paz da alma e conturbam as relações entre homens. A amizade, se for verdadeira, torna-se mais profunda e autêntica com a correção fraterna; e e cresce também a amizade com Cristo.

III QUANDO SE PRATICA a correção fraterna, deve-se viver uma série de virtudes sem as quais não estaríamos diante de uma autêntica manifestação de caridade. “Quando tiveres de corrigir, fá-lo com caridade, no momento oportuno, sem humilhar…e com ânimo de aprender e de melhorares tu mesmo naquilo que corriges”, tal como Cristo a praticaria se estivesse no nosso lugar, com a mesma delicadeza, com a mesma firmeza. Às vezes, uma certa irritabilidade e falta de paz interior pode levar-nos a ver nos outros defeitos que na realidade são nossos. “Devemos corrigir, pois, por amor; não com o desejo de ferir, mas com a intenção carinhosa de conseguir que a pessoa se emende […]. Porque a corriges? Porque te irrita teres sido ofendido por ela? Queira Deus que não. Se o fazes por amor-próprio, nada fazes. Se é o amor que te move, atuas bem”. A humildade ensina-nos, mais talvez do que qualquer outra virtude, a encontrar as palavras certas e o modo de falar que não ofende, ao recordar-nos que nós também precisamos de muitas ajudas semelhantes. A prudência leva-nos a fazer a advertência com prontidão e no momento mais adequado; esta virtude é-nos necessária para levarmos em conta o modo de ser da pessoa e as circunstâncias por que está passando: “como bons médicos, que não curam de uma só maneira”, não dão a mesma receita a todos os pacientes. Depois de corrigirem alguém, não devemos deixar-nos impressionar se parece que não reage, antes é preciso ajudá-lo ainda um pouco mais com o exemplo, com a oração e a mortificação por ele, e com uma maior compreensão. Quando somos nós que recebemos uma correção, devemos aceitá-la com humildade e em silêncio, sem nos desculparmos, reconhecendo a mão do Senhor nesse bom amigo, que o é pelo menos a partir daquele momento; comum sentimento de gratidão viva, porque alguém se interessou de verdade por nós; com a alegria de pensar que não estamos sós no esforço por dirigir sempre os nossos passos para Deus. “Depois de teres recebido com provas de carinho e de reconhecimento as advertências que te fazem, procura segui-las como um dever, não só pelo benefício que representa corrigir-se, mas também para fazeres ver à pessoa que te advertiu que não foram em vão os seus esforços e que tens muito em conta a sua benevolência. O soberbo, ainda que se corrija, não quer aparentar que seguiu os conselhos que lhe deram, porque os despreza; quem é verdadeiramente humilde tem por ponto de honra submeter-se a todos por amor de Deus, e vive os sábios conselhos que recebe como vindos do próprio Deus, seja qual for o instrumento de que Ele se tenha servido”. Ao terminarmos a nossa oração, recorramos à santíssima Virgem, Mater boni consilii, Mãe do bom conselho, para que nos ajude a viver sempre que for necessário essa prova de amizade verdadeira, de apreço sincero por aqueles com quem temos um contacto mais frequente, que é a correção fraterna.
Pe. Paulo Ferreira, OFM
Assistente da Região Sul da Ordem Franciscana Secular de P
ortugal
Fontes: 2 Sam 12. 1-17; São João Crisóstomo, Homilias sobre São Mateus, 60, 1; Sl 50; São Josemaría Escrivá, Forja, n. 455 e 641; Mt 18, 15; Didaqué, 15, 13; 2Tess 3, 14-15; gál 6, 1; Ti 5, 19-20; Gen 4, 9; S. Canals, Reflexões Espirituais, pág. 133; Prov 18, 19; São João Crisóstomo, op. Cit., 29; Leão XIII, Prática da humildade, 41.

27 de fevereiro de 2012

Retiro Quaresmal da Fraternidade



“Deixa a tua terra … e parte” (de Abraão a Francisco de Assis) foi o tema do retiro quaresmal orientado pelo Padre João Lourenço, OFM e organizado pela Fraternidade Franciscana Secular de S. Francisco à Luz, que se realizou, no dia 25 de fevereiro, no Espaço Pastoral dos Santos Mártires de Marrocos, do Convento da Fraternidade da Imaculada Conceição e que contou com a participação de inúmeros irmãos e simpatizantes de S. Francisco.
Após o acolhimento, rezámos Laudes, escutámos uma reflexão introdutória sobre o tema do retiro, a partir do Testamento de S. Francisco e partimos em reflexão pessoal, por breves minutos, pelos jardins do Convento.
Regressados ao Espaço Pastoral, iniciou-se a primeira conferência do retiro subordinada ao tema: “Abraão: parte e vai para a terra que eu te indicar…”, depois da proclamação da Palavra alusiva à vocação de Abraão e à imolação de seu filho Isaac. Seguiu-se, até à hora do almoço, um tempo de reflexão pessoal e em pequeno grupo sobre pequenos textos, previamente distribuídos, com parágrafos da Regra da OFS.
O almoço decorreu em alegre e ameno convívio nos jardins belíssimos e primorosamente cuidados do Convento da Luz.
Iniciámos a segunda parte do retiro em silêncio e adoração Eucarística, naquela que foi a primitiva capela do Palácio e do Convento e que terá dado o nome à Fraternidade, da 1ª Ordem Franciscana, aqui sediada.
Terminada a adoração encaminhámo-nos para o Espaço Pastoral dos Santos Mártires de Marrocos, onde assistimos à segunda conferência, sob o tema: “Francisco: Vai e repara a minha Igreja…”, seguindo-se, tal como ocorreu no período da manhã, um tempo de reflexão pessoal e em pequeno grupo.
O dia lindo de retiro terminou com a celebração da Eucaristia na Capela da Imaculada Conceição.
À Glória de Cristo. Ámen.

Maria Francisca Rebordão Topa

18 de fevereiro de 2012

Retiro da Quaresma - 25 de fevereiro









Fraternidade de S. Francisco à Luz
Ordem Franciscana Secular
Retiro Quaresmal
Deixa a tua Terra… e parte.”
(… de Abraão a Francisco de Assis)
Orientado pelo Pe. João Lourenço





Local: Sala dos Santos Mártires de Marrocos/Centro Cultural Franciscano
Sábado 25 de Fevereiro de 2012
09:30 – 18:00
09:30 – Acolhimento
10:00 – Tempo de Oração (Laudes + Texto sobre S. Francisco); Exortação após a leitura
10:30 – Breve tempo de silêncio (continuando a reflexão de Laudes)
11:00 – Conferência (Abraão: “Parte e vai para a terra que eu te indicar…”)
12.00 - Tempo de Reflexão (Pessoal ou pequeno grupo sobre um texto proposto)
13:00 – Almoço (partilhado)
14:30 – Tempo de Adoração (Silêncio, c. 45 min)
15:30 – Conferência (Francisco: “Vai e rapara a minha Igreja…”)
16:30 – Tempo de reflexão pessoal
17:00 – Eucaristia
18:00 – Despedida

10 de fevereiro de 2012

O SANTO "maluquinho" de Assis - Testemunho













O SANTO “maluquinho” de Assis
Eu sou uma apaixonada de Francisco de Assis. E, se o não fosse, seria de admirar. O meu pai pertencia à ordem terceira franciscana e, desde pequenina, em casa, o nome de Francisco era muito familiar. Eu própria, se tivesse nascido rapaz ter-me-iam posto o seu nome. Assim, de qualquer modo, fiquei na família. Baptizaram-me de “Clara”. E, segundo os meus pais contavam, a minha mãe deu entrada na maternidade depois de ter terminado a reunião mensal dos Terceiros, na Igreja de Santo António à Sé, em Lisboa.

Francisco de Assis é um modelo. Um modelo de amor a Cristo, aos irmãos e a tudo o que Deus criou. Aprendi a amá-lo pelo fascínio que tinha para mim a sua vida errante, alegre, despojado de tudo, pela poesia que lhe brotava da alma e que o fazia cantar louvores ao Criador. Quando eu era adolescente, duma maneira um tanto irreverente, chamava-lhe “o santo maluquinho de Assis”. O meu pai, homem bom e sensível, não gostava muito desta minha maneira de falar acerca do Poverello… Mas eram de carinho essas palavras.

Longe já vai essa época. Muita coisa mudou na minha vida. Mas o espírito franciscano continua mais vivo do que nunca. Um dos meus filhos chama-se Francisco. E o nosso Santo tem tido sempre também um cantinho na minha casa, na nova vida que construí.

Tive, há pouco tempo, o ensejo de visitar em Itália os lugares franciscanos. E foi maravilhoso!

O Senhor deu-me esta oportunidade e São Francisco e Santa Clara
[a], lá estavam à minha espera. Tudo o que senti em Assis, Greccio, Rivotorto ou no Monte Alverne, é impossível de descrever. Mas tive consciência de que por ali passou o meu Santo.

O mundo hoje é muito diferente… Francisco, se andasse agora por aqui, certamente não iria beijar as chagas do leproso, mas não viraria a cara para o lado quando passasse por um-sem-abrigo, desgrenhado e mal cheiroso. Não deixaria de repartir o pouco que teria, com algum pedinte que o abordasse. Da sua boca sairia sempre uma palavra de conforto para o seu semelhante e a sua oração de louvor a Deus seria tão fervorosa e intensa como o foi na época em que cá andou.

A sua simplicidade derrubaria as barreiras que hoje nós construímos como defesa da nossa integridade, porque há tanta maldade por aí. O comodismo, a intolerância, a falta de tempo para amar o próximo, que hoje fazem parte do dia a dia, não se instalariam no seu modo de vida. Francisco, hoje, como ontem, teria o seu campo de acção, ouviria a palavra de Jesus e seguiria as suas pegadas.

Querido Santo, não deixes que se apague em mim a chama e a emoção que eu vivi no Monte Alverne. Que não tenha subido, em vão, lá acima. Que no íntimo do meu coração, com a simplicidade com que tu viveste, eu possa chamar de irmãos, não só o sol, a lua e as estrelas, mas todo aquele que precisar da minha ajuda. Que eu encontre sempre o modo certo para confortar, que eu saiba dar amor e que encontre o verdadeiro significado da palavra humildade que tu tanto amaste.

Meu bom Santo! O Santo mais “maluquinho” que eu conheço! Louvado seja Deus pela admirável criatura que tu foste e por me ter sido dada a felicidade de Te conhecer desde que nasci.

PAZ e BEM, Pai São Francisco!
Maria Clara
(escrito em 2005)
Hoje, em 2011, sou
Maria Clara, ofs

[a] Clara de Assis, discípula de S. Francisco. Com ela começou a segunda ordem franciscana: as Irmãs Clarissas.

2 de fevereiro de 2012

Um abraço apertadinho



AQUI VAI AQUELE ABRAÇO



Com a crise que o país atravessa, vamos investir naquilo que temos depositivo: *a amizade*!




*Abraço...****





É demonstração de afecto

Carinho e muito amor

É saudade e lágrima

Mas também o calor



Abraço é amar

É querer aconchego

É sentir um amigo

Com todo o seu apego



Podemos abraçar

Uma causa uma pessoa

Abraço é abraço

É cingir e cercar

É não sentir espaço



Abraçar uma causa**

É o que nos faz sentir

Que quem luta acredita

E nunca deve desistir



Abraçar uma criança

Transmitir-lhe carinho

É dizer-lhe com os braços

Que nunca estará sozinho



Abraçar um amigo

Com toda a fraternidade

E como dizer estou aqui!

Para a toda a eternidade



Abraçar um amor

Com toda a compreensão

É desatar todos os nós

E fazer um laço de união



Vamos assim abraçar

Uma criança, uma causa

Um amigo e o nosso amor?

Custa tão pouco abraçar...Acreditem não dá dor!* *




"Se pudéssemos ter consciência do quanto nossa vida é passageira, talvez pensássemos duas vezes antes de deitar fora as oportunidades que temos de ser e de fazer os outros felizes!"



*
**

*Mantenha o** **Abraçódromo** **vivo!***


Teresa Canto e Castro

31 de janeiro de 2012

Franciscanos Seculares-OFS-Leigos Consagrados








"A nossa Profissão permanece sempre como um ato consecratório que nos constitui de todas as maneiras em leigos consagrados pelo Reino (cf. ... consagro-me ao serviço do seu Reino... Fórmula da Profissão da OFS)." - CIOFS, Ir. Benedetto Lino, OFS e Pe. Paulo Ferreira, OFM, Assistente da Região Sul da OFS de Portugal

Rezar para fazer crescer o amor pela Terra Santa



Rezar para fazer crescer o amor pela Terra Santa
Mensagem do Custódio da Terra Santa por ocasião da Jornada Internacional de intercessão pela Paz na Terra Santa
ROMA, sexta-feira, 27 de janeiro, 2012 (
ZENIT.org) .- Publicamos a mensagem do Custódio da Terra Santa, Padre Pierbattista Pizzaballa, OFM, para a IV Jornada Internacional de intercessão pela paz na Terra Santa, agendada para domingo, 29 de janeiro.
***
Na Gruta da Natividade em Belém, justo antes do altar da estrela, está a “chaminé do cometa”. A antiga devoção dos belemitas recorda ainda hoje o valioso serviço da estrela, que indicou o caminho para os pastores e os sábios, e – terminada a sua tarefa única e irrepetível - "apagou-se" numa “chaminé”. Os meses que se seguiram ao nascimento de nosso Senhor Jesus Cristo deve ter sido um período muito agitado. Também o janeiro atual é um mês que continua a se referir ao Natal, num crescimento de iniciativas que testemunham o quanto ainda há para ser feito para receber dignamente o Príncipe da Paz. A "chaminé do cometa" nos diz que ele terminou sua tarefa, não devemos esperar outro, é o Filho de Deus que devemos olhar para encontrar Aquele que é a justiça e a paz. Mas não há paz... Invocada, proclamada, procurada, proposta, indicada, também premiada: todos falam de paz, mas não há paz. Talvez porque a paz seja algo que esteja além das palavras dos homens?
"Diante do difícil desafio de percorrer as vias da justiça e da paz podemos ser tentados a perguntar-nos, como o Salmista: levanto meus olhos para o monte, de onde me virá o auxílio? (Sl 121, 1).
A paz não é apenas um dom a ser recebido, mas também obra para ser construída. Para realmente sermos operadores de paz, devemos educar-nos na compaixão, na solidariedade, na colaboração, na fraternidade, ser ativos dentro da comunidade e vigilantes para estimular as consciências sobre questões nacionais e internacionais e sobre a importância de buscar adequadas modalidades de redistribuição da riqueza, de promoção do crescimento, da cooperação para o desenvolvimento e da resolução de conflitos (Bento XVI, Mensagem de Paz, 2012). Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus ", diz Jesus no Sermão da Montanha (Mateus 5,9). Para mudar o coração é necessário a oração: isto sim. E sem mudar o coração não se conseguirá nem sequer dirigir o olhar para a direção certa. A nossa oração deverá, portanto, pedir a determinação e a coerência para abraçar esse compromisso, educando-nos à compaixão ... A lista que o Papa nos oferece é muito abrangente sobre o que deve ser feito para alcançar a bem-aventurança dos que trabalham para a paz na verdade. Ele reitera: a paz para todos nasce da justiça de cada um e ninguém pode fugir deste compromisso essencial de promover a justiça, de acordo com as próprias competências e responsabilidades. Convido em especial os jovens, que sempre têm viva a luta pelos ideais, de terem a paciência e a tenacidade para buscar a justiça e a paz, para cultivar o gosto pelo que é certo e verdadeiro, mesmo quando isso implica sacrifícios e vai contra a corrente.
Bem-vindos, portanto, à quarta Jornada Internacional de intercessão pela paz na Terra Santa. Um evento que enriquece este mês de reflexão partilhada sobre o Dom recebido recentemente, e nos convida a superar todas as divisões, para dar graças a Deus que nos dá a vitória por meio de Nosso Senhor Jesus Cristo (tema da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos ). Também a jornada de diálogo com o judaísmo, cujo tema é a Sexta Palabra: Não Matar, nos lembra a urgência da justiça e da paz. A oração específica para crescer, nos corações e nas vontades, o amor pela Terra Santa e o compromisso pela justiça e pela paz, das quais sofremos a falta, é o primeiro e principal dever de todas as Igrejas que aqui convivem e que devem ainda mais e melhor testemunhar a reconciliação, a unidade e a paz, começando por Jerusalém. É tarefa de todos, dever de cada um, dos Pastores aos pais, dos professores aos jovens: rezar para ser capazes de acolher este dom é uma urgência que afeta a todos.
Este non-stop de oração, de tantas Igrejas em tantos lugares do mundo, é um dom importante para a Terra Santa. É consolo, ajuda, sustento à esperança pelos nossos cristãos que vivem cada dia o desconforto, o sofrimento, a frustração por uma situação social a que eles não vêem melhorias. Saber que no 29 de janeiro tantas pessoas vão querer unir vontade e corações para pedir a Deus a paz para a Terra Santa, pela Terra deles, é um orvalho do céu, é solidariedade dos irmãos desconhecidos, mas infinitamente queridos. Disto têm necessidade, disto temos necessidade.
[Tradução TS]

27 de janeiro de 2012

29 de janeiro - Oração pela paz na Terra Santa

29 de janeiro: oração pela paz na Terra Santa
Comunicado de imprensa da IV Jornada Internacional de intercessão pela paz na Terra Santa
ROMA, terça-feira, 24 janeiro de 2012 (ZENIT.org) .- Oferecemos aos nossos leitores o comunicado de imprensa da IV Jornada Internacional de intercessão pela paz na Terra Santa, agendada para domingo, 29 de janeiro.
2.500 cidades de todo o mundo rezarão pela paz na terra de Jesus no próximo 29 de Janeiro. Se realizará nesta data a IV Jornada internacional de intercessão pela paz na Terra Santa, uma iniciativa de oração nascida pelo desejo de algumas associações católicas juvenís, que há alguns anos também o Santo Padre e toda a Igreja celebram em comunhão com o Patriarcado Latino de Jerusalém e com a custódia da Terra Santa. A Jornada – numa ideal passagem de testemunho - será precedida pela Semana de oração Extra
ordinária de todas as Igrejas pela Reconciliação, a Unidade e a Paz, que se realizará junto à igreja Copta-Ortodoxa de Jerusalém na tarde do 28 de janeiro.
Desde a sua primeira edição, a Jornada tem envolvido muitos jovens nos momentos de adoração eucarística nas Igrejas dos 5 continentes; a eles, em particular, dirigiu-se o Cardeal Peter Turkson, Presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz. "Os jovens - escreve o cardeal na sua mensagem para a ocasião - são e podem ser um recurso para a paz se eles vivem a sua liberdade em conexão com a verdade, com o bem e com Deus. Só assim colocam profundas raízes ao seu compromisso pela justiça e pela paz. (...) O período da juventude é aquela estação da vida na qual se olha para os grandes valores que hoje, infelizmente, parecem estar muito fracos: a verdade, a liberdade, a justiça, o amor, a fraternidade". "Agradeço-vos – conclui o cardeal Turkson - porque mostrais ao mundo o rosto jovem, ativo e bonito da Igreja de Cristo".
A Jornada é promovida por diversas realidades juvenis: da Associação Nacional Papaboys (
http://www.papaboys.it/), pelo Apostolado “Jovens pela Vida” (http://www.youthfl.org/), pelas Capelas de Adoração Perpétua em toda a Itália e em todo o mundo , por grupos de adorações eucarísticas (http://www.adorazione.org/), pelas Associações para a Promoção da oração Extraordinária de todas as igrejas pela reconciliação, a unidade e a paz, começando por Jerusalém. Uma representação destas realidades associativas estará presente no domingo, às 12hs, na Praça de São Pedro para o Angelus do Santo Padre Bento XVI, para também participar da festa da paz dos jovens da Ação Católica.
Para aderir à iniciativa, é necessário inserir na celebração eucarística do domingo 29 de janeiro, uma oração especial pela Terra Santa, ou um momento de adoração eucarística no final da Santa Missa. O horário da celebração, o nome da Igreja ou o grupo de oração e a cidade devem ser comunicados pelo e-mail para
ufficiostampa@papaboys.it
Nesta quarta edição também será possível acompanhar o evento pela Telepace, que cobrirá ao vivo no dia 29 de janeiro das 9hs às 13hs. Depois da santa missa e de um breve momento de adoração, muitos convidados se revezarão no estúdio. Vários serviços e aprofundamentos da Itália e de Jerusalém apresentarão os melhores momentos desta Jornada de oração, antes de colocar no ar o Angelus do Santo Padre. Depois se terão os testemunhos da praça de São Pedro e as reflexões conclusivas sobre a Jornada.
A Jornada, a nível internacional será inaugurada por uma celebração que se terá no dia 29 de janeiro às 5 horas, hora italiana, no Calvário de Jerusalém. Também o Custódio da Terra Santa, padre Pierbattista Pizzaballa, interveio com a sua saudação: "Bem-vindo, então, à IV Jornada Internacional de intercessão pela paz na Terra Santa. Um evento que enriquece este mês de reflexão comum sobre o Dom apenas recebido, e nos convida a superar toda divisão para dar graças a Deus que nos dá a vitória por meio de Nosso Senhor Jesus Cristo ( tema da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos )."
Anexo ao presente comunicado de imprensa:
Promoção da IV Jornada Internacional de Intercessão pela Paz na Terra Santa
Mensagem do Pontifício Conselho Justiça e Paz
O vídeo comercial do dia (em italiano)
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O link da transmissão da Tv Telepace (em italiano)
Clique aqui
O vídeo comercial da Jornada (em espanhol)
Clique aqui
Para solicitar mais informações:
Sala de Prensa Papaboys
ufficiostampa@papaboys.it
Informações Tel 0039 328 8188028
[Tradução TS]

9 de janeiro de 2012

CCF - Ciclo de Conferências sobre a Família 2012




Bagão Félix abre ciclo de conferências sobre a Família

“Da Família que Temos – à Família que Queremos”

Ciclo de Conferências no Centro Cultural Franciscano

“Políticas da Família numa Nação com Futuro”, é o tema da conferência com que Bagão Félix abrirá, a 20 de Janeiro, um ciclo sobre a Família, a ter lugar Centro Cultural Franciscano em Lisboa. O ex-ministro do Trabalho e Solidariedade Social e da Comissão Nacional ‘Justiça e Paz’, Bagão Félix tem vindo a debruçar-se, desde há muito, sobre temáticas relacionadas com Família e as ‘Políticas Públicas’ em Portugal, o que faz dele um dos nossos melhores interlocutores nesta área social. Por isso, a sua presença no CCF constitui um momento muito importante na abertura deste ciclo de conferências no Ano Internacional da Juventude e da Família.

“A Família que Temos – à Família que Queremos” constitui o mote para um atractivo programa de conferências que decorre ao longo três meses, juntando intervenientes das áreas sociais, educativas, da saúde e pastorais, juntando aqui outros especialistas que vão debruçar-se sobre todas estas problemáticas. Estas Conferências destinam-se a um público alargado que se interessa por esta temática, designadamente todos aqueles que na actual crise social podem e devem olhar a ‘Família’ como um pilar fundamental da sociedade, desde pais, assistentes sociais, psicólogos, pedagogos, agente da acção pastoral e formativa da Igreja e de obras sociais.

PROGRAMA DAS CONFERÊNCIAS:

1. Políticas da Família numa Nação com Futuro
20 de Janeiro
Dr. Bagão Félix

2. Novos Paradigmas de Família
03 de Fevereiro
Doutora Teresa L. Monteiro

3. Dinâmica Familiar: os Filhos, continuidade e inovação
24 de Fevereiro
Dra. Cristina Sá Carvalho

4. Projetos de Vida e Envelhecimento no Seio da Família
09 de Março
Profª Dra. Helena R. Pinto

5. Família: esteio de Amor incondicional
23 de Março
Luísa e Eng. A. Marques de Carvalho

6. A Família e a Saúde Mental
13 de Abril
Prof. Pedro Afonso

7. Que futuro para a Família
20 de
(painel)

As Conferências decorrem nas datas indicadas, às 21.15h.
Em anexo, enviamos Cartaz e outros elementos que ilustram este Ciclo Temático de Conferências e que constituem o contributo do CCF para este Ano Internacional sobre a Juventude e a Família.

Centro Cultural Franciscano – Lg. da Luz, 11 – 1600-498 LISBOA - ( 217140515 ccf.admin@portugalmail.pt

CCF - Ciclo de Conferências sobre a Família











1 de janeiro de 2012

AVISO - CONVITE




Aviso - CONVITE

Irmãs e irmãos não esqueçamos a vocação que o Senhor nos deu”, dizia Santa Clara de Assis.
Durante este ano pastoral 2011/2012 celebramos 800 anos que Santa Clara de Assis, ao jeito de Francisco de Assis, deixa tudo para seguir Jesus Cristo. A Família Franciscana celebra, por este motivo, o ano vocacional “Clareano”, louvando ao Senhor pelo dom da vida e vocação de Santa Clara em união com as Irmãs Clarissas, que são hoje a continuidade e o rosto visível do carisma de Santa Clara.
Nos próximos dias 14 e 15 de Janeiro de 2012, no Mosteiro das Irmãs Clarissas em Montalvo, haverá um momento de Vigília de Oração às 21:00h de Sábado, dia 14, e Celebração solene da Eucarística no dia 15, Domingo, às 11:00h.
Convidamos todos a tomarem parte nestes momentos de celebração com as Irmãs e os Irmãos franciscanos (frades Menores). Participarão jovens franciscanos oriundos de diversas partes do país.
Os jovens poderão pernoitar de Sábado para Domingo.
Para organização das dormidas e pequeno-almoço, pedimos que confirmem a presença às irmãs de Montalvo; Irmã Maria:
clarissas.montalvo@gmail.com , 965235085; ou à Dina: https://mail.google.com/mail/h/p5x8m9kdcy9g/?&v=b&cs=wh&to=simoesdina@sapo.pt , 966657645; ou à equipa de Pastoral Juvenil Vocacional – Leiria,
A comunicação deve ser feita até ao dia 06 de Janeiro.
Para os que pernoitam pedimos que tragam saco-cama e alguma coisa para partilhar no pequeno-almoço .
Da equipa de Pastoral Juvenil Vocacional dos Frades Menores de Portugal
e Irmãs Clarissas de Montalvo

29 de dezembro de 2011

NATAL-COM-CRISE = NATAL-COM-ESPERANÇA




Nós não somos anti-Sistema.
O Sistema é que é anti-nós”
(Indignad@s, 15-M, Espanha).


“NATAL-COM-CRISE = NATAL-COM-ESPERANÇA”

(Quase um poema des-construtivista,
que explica a Matemática
de Jesus de Nazaré).


Con-sum-ismo
Con-som-isto
Con-som-isso
Con-some-te
Con-sub-mete-te.

No entanto,
Dizem-nos eles
Que também Jesus recebeu
uns quantos presentes de Natal:
Ouro,
Inscenso,
Mirra.

Porém,
Afirmam-nos agora,
@s Exegetas
(espécie sempre perigosa),
Que trata-se apenas
De um “género literário”.
Ora, vejamos:
Ouro = Realeza
Incenso = Divindade
Mirra = Humanidade Sofredora (Paixão) de Cristo.

Oh!
Portanto,
Jesus não fez real-mente
Acumulação Primitiva de Capital,
Nem de Poder,
Nem de Cultura,
E por isso
Nunca triunfou,
Neste Mundo,
Neste Sistema.
Magní-fico!

Acumulou Sabedoria,
Que distribiu sempre a mãos cheias.
Acumulou Liberdade,
Que con-dividiu.
Acumulou Esperança,
Que espalhou.
Acumulou Amor,
Que ofereceu.
Acumulou Ser,
Que expandiu.

Ou seja,
Se,
Dada a hipótese:
“Con-sum-ismo
Con-som-isto
Con-som-isso
Con-some-te
Con-sub-mete-te”,
Eis então,
Mutatis mutandis,
A contrario,
Per reductium ad absurdum,
Que fica demonstrada apodictica-mente
A pedagogia matemática de Jesus de Nazaré:
“Se Con-some é igual a Con-subtrai,
Então,
Necessaria-mente,
Con-divide é igual a Con-multiplica”.
Perfeito!
Máxima Nota!
(Está claro?).
É porque Jesus de Nazaré
Nunca estudou
Na escola dos Escribas,
Nem aprendeu com os Fariseus,
Mas doutorou-se
Na Universidade da Vida.

Ah!,
Quer dizer,
Con-sidera
Con-sulta
Con-hece
Con-cebe
Con-sequente
Con-solida
Con-forta
Con-cretiza
Con-catena
Con-cilia
Con-cordata
(Ai, não!
Perdão,
Aqui é que me enganei mesmo!)
Con-figura
Con-firma
Con-grega
Con-juga
Con-strói:
Con-tigo
Com-igo
Con-nosco
Con-vosco.
E assim,
Con-templa
Con-verte (-te)
Con-tacta
Con-(muita)vida
Com-bina
Con-tagia
Con-serta,
Con-tinua:
Con-tigo
Con-nosco
Con-vosco.

E feliz re-nascimento natalício!

(Ass-ass-inado:
Jesus de Nazaré,
O Politica-mente Incorrecto).



Rui Manuel Grácio
(Pela transcrição,
E se ninguém a reclama como sua...)
lisboa
natal’2011.

22 de dezembro de 2011

Natal de 2011 - Santo e Feliz Natal! Boas Festas!



Comentário ao Evangelho do dia 20 de Dezembro feito por Prudêncio (348-após 405), poeta em Espanha «Emerge, dulcis pusio», extracto do hino de Natal «Quid est quod artum circulum»
«Vai chamar-Se Filho do Altíssimo [...] e reinará eternamente»

Mostra-Te, doce criança,

Trazida ao mundo por mãe tão casta,

Que deu à luz sem ter conhecido homem;

Mostra-Te, Mediador, em ambas as Tuas naturezas.



Ainda que nascido no tempo, da boca do Pai,

Engendrado pela Sua palavra (Lc 1,38),

Já habitavas no seio do Pai (Jo 1,2)

Ó Sabedoria eterna (1Co 1,24).



Tu és a Sabedoria que tudo criou (Pr 8,27),

Os céus, a luz e todas as coisas.

Tu és o Verbo poderoso que fez o universo (Heb 1,3)

Porque o Verbo é Deus (Jo 1,2).



Tendo ordenado o curso dos séculos

E fixado as leis do universo,

Este artesão do mundo, este construtor,

Permaneceu no seio do Pai.



Mas, quando se cumpriu o tempo,

Passados milhões de anos,

Desceste a visitar

Este mundo há muito pecador.



[...]Cristo não suportava a queda

Dos povos que se perdiam;

Não podia aceitar que a obra do Pai

Se dissolvesse em nada.



Revestiu-Se de um corpo mortal

A fim de que a ressurreição da nossa carne

Quebrasse as cadeias da morte

E nos conduzisse ao Pai.



[...]Não sentes, ó nobre Virgem,

Apesar dos dolorosos pressentimentos,

Que esse glorioso nascimento

Faz aumentar o brilho da tua virgindade?



Teu seio puríssimo contém o fruto bendito

Que encherá de alegria toda a criatura.

Por ti nascerá um mundo novo,

Aurora de um dia brilhante como o ouro.


©Evangelizo.org 2001-2010

8 de dezembro de 2011

Imaculada Conceição da Santa Virgem Maria - Profissões na OFS







No dia da Festa da Imaculada Conceição da Santa Virgem Maria, na Celebração Eucarística, que se realizou na Igreja do Convento Franciscano da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, professaram a vida evangélica, na Ordem Franciscana Secular ou Ordem Terceira de S. Francisco (OFS) cinco irmãos, na presença da Irmã Ministra do Conselho Regional Sul da OFS e dos irmãos da Fraternidade de S. Francisco à Luz.
A celebração foi presidida pelo Padre Frei Domingos Casal Martins, Guardião do Convento e Assistente Espiritual da Fraternidade da OFS, solenizada pelo coro da Igreja, orientado pelo Padre Frei Albertino Rodrigues e vivenciada por numeroso Povo, que, em ação de graças, se uniu à Família Franciscana, particularmente aos irmãos da Primeira Ordem ou Ordem dos Frades Menores (OFM), no dia da ordenação sacerdotal de Frei Nicolás Almeida (OFM), na Apúlia e da Imaculada Conceição da Santa Virgem Maria, Padroeira do Convento, da Fraternidade e de Portugal. Seguiu-se um almoço festivo no refeitório conventual findo o qual os convivas regressaram a suas casas louvando o Senhor pelo Dom do Irmão Francisco à Igreja e à Fraternidade Universal.

25 de novembro de 2011

1º Domingo do Advento - Vigiai! - IL Risorto

16 de novembro de 2011

17 de Novembro - Festa de Santa Isabel da Hungria



Catequese do Papa: Isabel da Hungria, a princesa entre os pobres
CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 20 de outubro de 2010 (ZENIT.org) - Apresentamos, a seguir, a catequese dirigida pelo Papa aos grupos de peregrinos do mundo inteiro, reunidos na Praça de São Pedro para a audiência geral.
* * *
Queridos irmãos e irmãs:
Hoje, eu gostaria de falar-vos sobre uma das mulheres da Idade Média que suscitou maior admiração: Santa Isabel da Hungria, chamada também de Isabel de Turíngia. Ela nasceu em 1207, na Hungria. Os historiadores discutem onde. Seu pai era André II, rico e poderoso rei da Hungria, o qual, para reforçar seus vínculos políticos, havia se casado com a condessa alemã Gertrudes de Andechs-Merania, irmã de Santa Edwirges, que era esposa do duque de Silésia. Isabel viveu na corte húngara somente nos primeiros quatro anos da sua infância, junto a uma irmã e três irmãos. Ela gostava de música, dança e jogos; recitava com fidelidade suas orações e mostrava atenção particular aos pobres, a quem ajudava com uma boa palavra ou com um gesto afetuoso.
Sua infância feliz foi bruscamente interrompida quando, da distante Turíngia, chegaram alguns cavaleiros para levá-la à sua nova sede na Alemanha central. Segundo os costumes daquele tempo, de fato, seu pai havia estabelecido que Isabel se convertesse em princesa de Turíngia. O landgrave ou conde daquela região era um dos soberanos mais ricos e influentes da Europa no começo do século XIII e seu castelo era centro de magnificência e de cultura. Mas, por trás das festas e da glória, escondiam-se as ambições dos príncipes feudais, geralmente em guerra entre eles e em conflito com as autoridades reais e imperiais. Neste contexto, o landgrave Hermann acolheu com boa vontade o noivado entre seu filho Ludovico e a princesa húngara. Isabel partiu de sua pátria com um rico dote e um grande séquito, incluindo suas donzelas pessoais, duas das quais permaneceriam amigas fiéis até o final. São elas que deixaram preciosas informações sobre a infância e sobre a vida da santa.
Após uma longa viagem, chegaram a Eisenach, para subir depois à fortaleza de Wartburg, o maciço castelo sobre a cidade. Lá se celebrou o compromisso entre Ludovico e Isabel. Nos anos seguintes, enquanto Ludovico aprendia o ofício de cavaleiro, Isabel e suas companheiras estudavam alemão, francês, latim, música, literatura e bordado. Apesar do fato do compromisso ter sido decidido por razões políticas, entre os dois jovens nasceu um amor sincero, motivado pela fé e pelo desejo de fazer a vontade de Deus. Aos 18 anos, Ludovico, após a morte do seu pai, começou a reinar sobre Turíngia. Mas Isabel se converteu em objeto de silenciosas críticas, porque seu comportamento não correspondia à vida da corte. Assim também a celebração do matrimônio não foi fastuosa e os gastos do banquete foram distribuídos em parte aos pobres. Em sua profunda sensibilidade, Isabel via as contradições entre a fé professada e a prática cristã. Não suportava os compromissos. Uma vez, entrando na igreja na festa da Assunção, ela tirou a coroa, colocou-a aos pés da cruz e permaneceu prostrada no chão, com o rosto coberto. Quando uma freira a desaprovou por este gesto, ela respondeu: "Como posso eu, criatura miserável, continuar usando uma coroa de dignidade terrena quando vejo o meu Rei Jesus Cristo coroado de espinhos?". Ela se comportava diante dos seus súditos da mesma forma que se comportava diante de Deus. Entre os escritos das quatro donzelas, encontramos este testemunho: "Não consumia alimentos sem antes estar certa de que procediam das propriedades e dos bens legítimos do seu marido. Enquanto se abstinha dos bens adquiridos ilicitamente, preocupava-se também por ressarcir àqueles que tivessem sofrido violência"(nn. 25 e 37). Um verdadeiro exemplo para todos aqueles que desempenham cargos: o exercício da autoridade, em todos os níveis, deve ser vivido como serviço à justiça e à caridade, na busca constante do bem comum.
Isabel praticava assiduamente as obras de misericórdia: dava de beber e de comer a quem batia à sua porta, distribuía roupas, pagava as dívidas, cuidava dos doentes e sepultava os mortos. Descendo do seu castelo, dirigia-se frequentemente com suas donzelas às casas dos pobres, levando pão, carne, farinha e outros alimentos. Entregava os alimentos pessoalmente e cuidava com atenção do vestuário e dos leitos dos pobres. Este comportamento foi informado ao seu marido, a quem isso não apenas não desagradou, senão que respondeu aos seus acusadores: "Enquanto ela não vender o castelo, estou feliz!". Neste contexto se coloca o milagre do pão transformado em rosas: enquanto Isabel ia pela rua com seu avental cheio de pão para os pobres, encontrou-se com o marido, que lhe perguntou o que estava carregando. Ela abriu o avental e, no lugar dos pães, apareceram magníficas rosas. Este símbolo de caridade está presente muitas vezes nas representações de Santa Isabel.
Seu casamento foi profundamente feliz: Isabel ajudava seu esposo a elevar suas qualidades humanas ao nível espiritual e ele, por outro lado, protegia sua esposa em sua generosidade com os pobres e em suas práticas religiosas. Cada vez mais admirado pela grande fé de sua esposa, Ludovico, referindo-se à sua atenção aos pobres, disse-lhe: "Querida Isabel, é Cristo quem você lavou, alimentou e cuidou" - um claro testemunho de como a fé e o amor a Deus e ao próximo reforçam e tornam ainda mais profunda a união matrimonial.
O jovem casal encontrou apoio espiritual nos Frades Menores, que, desde 1222, difundiram-se em Turíngia. Entre eles, Isabel escolheu o Frei Rüdiger como diretor espiritual. Quando ele lhe narrou as circunstâncias da conversão do jovem e rico comerciante Francisco de Assis, Isabel se entusiasmou ainda mais em seu caminho de vida cristã. Desde aquele momento, dedicou-se ainda mais a seguir Cristo pobre e crucificado, presente nos pobres. Inclusive quando nasceu seu primeiro filho, seguido de outros dois, nossa santa não descuidou jamais das suas obras de caridade. Além disso, ajudou os Frades Menores a construir um convento em Halberstadt, do qual o Frei Rüdiger se tornou superior. A direção espiritual de Isabel passou, assim, a Conrado de Marburgo.
Uma dura prova foi o adeus ao marido, no final de junho de 1227, quando Ludovico IV se associou à cruzada do imperador Frederico II, recordando à sua esposa que esta era uma tradição para os soberanos de Turíngia. Isabel respondeu: "Não o impedirei. Eu me entreguei totalmente a Deus e agora devo entregar você também". No entanto, a febre dizimou as tropas e o próprio Ludovico ficou doente e morreu em Otranto, antes de embarcar, em setembro de 1227, aos 26 anos. Isabel, ao saber da notícia, sentiu tal dor, que se retirou em solidão, mas depois, fortificada pela oração e consolada pela esperança de voltar a vê-lo no céu, interessou-se novamente pelos assuntos do reino. Outra prova, porém, a esperava: seu cunhado usurpou o governo de Turinga, declarando-se verdadeiro herdeiro de Ludovico e acusando Isabel de ser uma mulher piedosa incompetente para governar. A jovem viúva, com seus três filhos, foi expulsa do castelo de Wartburg e começou a procurar um lugar para refugiar-se. Somente duas de suas donzelas permaneceram junto dela, acompanharam-na e confiaram os três filhos aos cuidados de amigos de Ludovico. Peregrinando pelos povoados, Isabel trabalhava onde era acolhida, assistia os doentes, fiava e costurava. Durante este calvário, suportado com grande fé, paciência e dedicação a Deus, alguns parentes, que haviam permanecido fiéis a ela e consideravam ilegítimo o governo do seu cunhado, reabilitaram seu nome. Assim, Isabel, no início de 1228, pôde receber uma renda apropriada para retirar-se ao castelo familiar em Marburgo, onde vivia também seu diretor espiritual, Frei Conrado. Foi ele quem contou ao Papa Gregório IX o seguinte fato: "Na Sexta-Feira Santa de 1228, com as mãos sobre o altar da capela da sua cidade, Eisenach, onde havia acolhido os Frades Menores, na presença de alguns frades e familiares, Isabel renunciou à sua própria vontade e a todas as vaidades do mundo. Ela queria renunciar a todas as suas possessões, mas eu a dissuadi por amor aos pobres. Pouco depois, construiu um hospital, recolheu doentes e inválidos e serviu em sua própria mesa os mais miseráveis e abandonados. Tendo eu a repreendido por estas coisas, Isabel respondeu que dos pobres recebia uma especial graça e humildade" (Epistula magistri Conradi, 14-17).
Podemos ver nesta afirmação certa experiência mística parecida com a vivida por São Francisco: de fato, o Pobrezinho de Assis declarou em seu testamento que, servindo os leprosos, o que antes era amargo se transformou em doçura da alma e do corpo (Testamentum, 1-3). Isabel transcorreu seus últimos 3 anos no hospital fundado por ela, servindo os doentes, velando com os moribundos. Tentava sempre levar a cabo os serviços mais humildes e os trabalhos repugnantes. Ela se converteu no que poderíamos chamar de mulher consagrada no meio do mundo (soror in saeculo) e formou, com outras amigas suas, vestidas com um hábito cinza, uma comunidade religiosa. Não é por acaso que ela é padroeira da Terceira Ordem Regular de São Francisco e da Ordem Franciscana Secular.
Em novembro de 1231, foi vítima de fortes febres. Quando a notícia da sua doença se propagou, muitas pessoas foram visitá-la. Após cerca de 10 dias, ela pediu que fechassem as portas, para ficar a sós com Deus. Na noite de 17 de novembro, descansou docemente no Senhor. Os testemunhos sobre sua santidade foram tantos, que apenas quatro anos mais tarde, o Papa Gregório IX a proclamou santa e, no mesmo ano, consagrou-se a bela igreja construída em sua honra, em Marburgo.
Queridos irmãos e irmãs, na figura de Santa Isabel, vemos como a fé e a amizade com Cristo criam o sentido da justiça, da igualdade de todos, dos direitos dos demais e criam o amor, a caridade. E dessa caridade nasce a esperança, a certeza de que somos amados por Cristo e de que o amor de Cristo nos espera e nos torna, assim, capazes de imitá-lo e vê-lo nos demais. Santa Isabel nos convida a redescobrir Cristo, a amá-lo, a ter fé e, assim, encontrar a verdadeira justiça e o amor, como também a alegria de que um dia estaremos submersos no amor divino, no gozo da eternidade com Deus. Obrigado.
[No final da audiência, o Papa cumprimentou os peregrinos em vários idiomas. Em português, disse:]
Queridos irmãos e irmãs,
Santa Isabel da Hungria nasceu em mil duzentos e sete. Muito jovem ainda, foi dada em casamento a Luís IV da Turíngia, florescendo entre ambos um amor sincero, animado pela fé e pelo desejo de cumprir a vontade de Deus. Decidida a seguir Cristo pobre e crucificado, presente nos pobres, Isabel praticava assídua e pessoalmente as obras de misericórdia. Foram acusá-la ao marido de assim gastar os bens do condado; ele respondeu: «Desde que não me venda o castelo, não me importa!». Uma vez ela levava o avental cheio de pão para os pobres, quando se cruzou com o marido que lhe perguntou que levava. Isabel abriu o avental; mas, em vez de pão, apareceram magníficas rosas. É o conhecido milagre do pão transformado em rosas, que aparece muitas vezes reproduzido na imagem desta grande Santa da caridade. 

Amados fiéis brasileiros da paróquia São Pedro Apóstolo de Pato Branco e todos os peregrinos de língua portuguesa, agradeço a vossa visita e de coração vos saúdo, desejando que esta peregrinação a Roma deixe a vida de cada um iluminada pelo sentido e pelo amor de Deus e do próximo. Sobre as vossas famílias e comunidades cristãs, desçam abundantes favores divinos, que sobre todos invoco ao abençoar-vos em nome do Senhor.
[Tradução: Aline Banchieri.
©Libreria Editrice Vaticana]

7 de novembro de 2011

25º Aniversário do «Espírito de Assis» - 1986-2011



Assis, Caminho de Paz

Em 27 de Outubro de 1986 realizou-se o primeiro Encontro Inter-Religioso de Oração pela Paz querido por João Paulo II na cidade de Assis que juntou dezenas de representantes das diversas igrejas e tradições religiosas: 124 participantes oficiais de 62 igrejas cristãs e 62 membros de outras tradições (religiões tradicionais da Ásia, da África e da América). Mais de 200 lideres religiosos de todo o mundo…

Porquê Assis e não Jerusalém, Roma, Constantinopla, Meca?
Só Assis tinha, tem a capacidade de se transformar em «parábola de Paz»

Ai viveu S. Francisco, aí aprendeu e ensinou que só temos um Pai e somos todos irmãos. Em Assis viveu e está presente o «irmão universal», o «profeta da paz».
Em 1219, quando os cristãos combatiam os muçulmanos com as Cruzadas, Francisco vai ao encontro destes irmãos: «sou cristão; levai-me ao vosso chefe».

1 - A singularidade do evento

A importância e novidade do evento de Assis foi expressa tanto pelos participantes como pelos observadores e analistas. Representou, de fato, uma novidade e uma iniciativa histórica de grande alcance. e ultrapassando o seu invólucro empírico, O evento de Assis, superando a intenção de seus protagonistas representa um "gesto sem precedente", um acontecimento extraordinário e único, que carrega consigo um explosivo poder simbólico. A jornada de Assis significou para o Cardeal Willebrands, então presidente do Secretariado para a Unidade dos Cristãos, "o evento ecuménico mais marcante depois do Concílio Vaticano II". Inaugurava-se um "ecumenismo planetário", expressão cunhada pelo teólogo dominicano Marie-Dominique Chenu, em sua reflexão sobre o encontro. (O Paradigma de Assis, in revista Concilium 3/2001 do Prof. Faustino Teixeira - PPCIR-UFJF / Iser-Assesoria).
O Encontro de Assis de 1986 constitui um marco fundamental no campo do diálogo inter-religioso. O encontro de Assis significou um avanço ainda maior do que aquele expresso no Vaticano II, no Decreto sobre a liberdade religiosa. Pela primeira vez na história, inúmeras lideranças religiosas mundiais encontram-se para juntos rezar e testemunhar a natureza transcendente da paz.
Houve a preocupação dos organizadores de evitar qualquer forma de sincretismo religioso manifesto na forma "juntos para rezar" e não "rezar juntos".

2 - As religiões no "Espírito de Assis"

A vida habitual de uma sociedade, no passado, decorria dentro da própria cultura e religião, embora se soubesse da existência de outras culturas e religiões. Hoje temos não apenas a convivência física – pacífica ou conflituosa – entre pessoas de diferentes religiões, mas também a convivência ao nível de conhecimento. As tecnologias da informação e da comunicação, a globalização e a emigração criaram a possibilidade de um encontro inter-religioso universal.
Somos a primeira geração em toda a história da humanidade que se encontra num ambiente cultural e religioso realmente plural. O contacto vivo entre as diversas religiões torna-nos mais conscientes de que a vivência religiosa se encontra em uma situação nova e, em alguns aspectos, radicalmente nova.

3 - Um fenómeno novo (desafios)

Esta situação coloca profundos desafios, sobretudo à geração nascida numa época de sociedades de uma só religião. Hoje entramos todos facilmente em contacto com outras perspectivas, outra escala de valores e outras normas. A filosofia ocidental converte-se numa corrente de pensamento entre outras, como a muçulmana, a hindu, a chinesa, etc.
A realidade da qual temos de partir é esta: estamos diante de um fenómeno novo, de uma mudança substancial. Somos suas testemunhas e não podemos fechar-nos à mudança.
Hoje todos temos uma certa noção de pluralismo e tolerância mas a história da qual viemos é de séculos e até milénios de atitudes contrárias ao pluralismo, na tradição católica e noutras religiões.

A religião só pode ser portadora de paz.
Peregrinos da verdade, peregrinos da paz.

«O Senhor vos dê a sua paz».
Daniel Teixeira, OFM




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Vejamos alguns momentos simbolicamente importantes da experiência cristã.
1 - Antigo Testamento

Os textos do AT referentes às divindades dos povos vizinhos de Israel qualificam-nos depreciativamente como ídolos: obras de mãos humanas, coisas mortas (Sab 13, 10), nada (Is 44, 9), vazio (Jr 2, 5; 16, 19), mentira (Jr 10, 14; Am 2, 4; Br 6, 50), demónios (Dt 32, 17; Br 4, 7). Só Javé seria um Deus verdadeiro (Jr 10, 10). Em contrapartida, o povo hebreu tinha a convicção de ser um povo diferente, o povo de Deus, o eleito, que deveria viver separado dos gentios e não misturado com eles (Dt 7, 1-2a). Israel devia destruir sem compaixão os altares e imagens dos povos derrotados e expulsos, e não fazer aliança nem aparentar-se com eles. O Israel do Deuteronómio tem a convicção de ser o povo eleito, o santo diante dos demais povos que adorariam ídolos vãos.

2 - O Concílio de Florença (1452)

No séc. XV outro ponto culminante dessa mentalidade é o Concílio de Florença que declarou firmemente crer, professar e ensinar que nenhum daqueles que se encontram fora da Igreja Católica – não somente os pagãos, mas também os judeus, os hereges e os cismáticos – poderão participar da vida eterna. Irão ao fogo eterno que foi preparado para o diabo e seus anjos, a menos que antes do término da sua vida sejam incorporados na Igreja… Ninguém, por grandes que sejam suas esmolas, ou ainda que derrame o sangue por Cristo, poderá salvar-se se não permanecer no seio e na unidade da Igreja Católica (DS 1351).
Durante séculos se pregou e viveu a convicção de que «fora da Igreja não há salvação». Todos os que morressem fora da comunhão da Igreja Católica não poderiam participar da vida eterna e iriam para o fogo eterno.

3 - No século XIX

Gregório IX, na Encíclica Mirari Vos de (1832) afirmou: Outra coisa que tem produzido muitos dos males que afligem a Igreja é o indiferentismo, ou seja, aquela perversa teoria apresentada em toda a parte, tão favorável ao engano dos ímpios, que ensina que se pode conseguir a vida eterna em qualquer religião, contanto que haja rectidão e honradez nos costumes… Desta barrenta fonte do indiferentismo mana aquela absurda e errónea sentença ou, melhor dizendo, loucura, que afirma e defende a todo o custo e para todos a liberdade de consciência (nn. 9-10).
Esta é apenas uma das rejeições que os Papas daquele tempo lançaram solenemente contra os «erros da época»: o pensamento moderno, as liberdades sociais, a democracia, o que hoje reconhecemos como direitos humanos… Neste texto, que ainda não tem dois séculos, nega-se frontalmente e com ostensivo desprezo a liberdade de consciência, a liberdade religiosa e o pluralismo religioso, com toda a solenidade do magistério pontifício.

4 - Concilio Vaticano II (1962-1965)

Este Concílio declara que a pessoa humana tem direito há liberdade religiosa. Esta liberdade consiste em que todos os seres humanos devem estar imunes de coacção, tanto por parte de pessoas particulares como de grupos sociais e de qualquer poder humano, e isso de tal maneira que em matéria religiosa nem se obrigue a ninguém a agir contra a sua consciência, nem se lhe impeça que aja conforme a ela em âmbito privado ou público, só ou associado com outros, dentro dos devidos limites. Declara, ademais, que o direito à liberdade religiosa se funda realmente na dignidade própria à pessoa humana, tal como é conhecida pela palavra revelada de Deus e pela própria razão (DH 2).

A Igreja Católica nada rejeita daquilo que nas religiões não cristãs há de verdadeiro e santo. Considera com sincero respeito os modos de agir e viver, os preceitos e doutrinas, que, ainda que discrepem em muitos pontos do que ela confessa e ensina, não poucas vezes reflectem um lampejo daquela Verdade que ilumina a todos os seres humanos (NAe 2).

Foram praticamente vinte séculos de exclusivismo cristão, quase dois mil anos em que o cristianismo pensou ser a única religião verdadeira, enquanto todas as outras religiões seriam falsas, invenções humanas ou simples preparação para o Evangelho; ou, na melhor das hipóteses, teriam participação na revelação cristã.
A mudança de mentalidade, no mundo católico, deu-se há uns 60 anos, pelo Vaticano II, o que significa que começou na actual geração e ainda não terá tido tempo para se difundir e criar raízes. A posição teológica de que Deus se revela em todas as religiões, sem descriminação por parte de Deus, ainda suscita surpresa e incompreensão, embora sempre tenha havido no cristianismo outra face, uma atitude mais tolerante e pluralista, mas foram sempre uma excepção.
O Concílio Vaticano II foi para a Igreja Católica uma aceitação de boa parte da crítica da cultura moderna às atitudes integristas da Igreja nos últimos séculos. Foi também uma actualização e uma reconciliação com o mundo moderno. Mas logo se tornou evidente que essa renovação não bastava e em seguida aconteceu na Igreja Católica uma involução, e a doutrina oficial ficou para trás em relação á teologia.

5 - As religiões e a Paz

As perguntas em relação à Salvação partem da suposição de que a salvação está reservada apenas ao «povo eleito», ao Povo de Israel. Este sente-se o único povo eleito por Deus. Convém clarificar que uma coisa é ser o povo eleito e outra o único povo eleito.
Na mente e coração de Jesus, Aquele que nos revela o coração e o projecto do nosso Deus para a humanidade, está subentendida a ideia da salvação universal (Mt 22, 1-14).
Coloquemos algumas perguntas:
Senhor, são poucos os que se salvam? (Lc 13, 23).
Todos são chamados a salvar-se, mas salvam-se realmente todos?
Deus pode chamar uns à salvação e outros não? Ler Lc 13, 22-30; Is 13, 22-30

Deus quer que todos os homens se salvem, sem excepção. Todos recebem o chamamento por igual. Onde está então a diferença? Há diferença nos meios e nos caminhos que Deus oferece a seus filhos para a salvação que é sempre iniciativa de Deus e tarefa do homem. Ao homem é impossível salvar-se por si mesmo. É Deus quem salva. Porém, Deus não impõe a salvação mas oferece-a: é dom absolutamente gratuito.
As religiões são diferentes caminhos através dos quais o homem procura chegar a Deus. Mas esses caminhos-religiões não são todos iguais, não possuem todos a verdade nem o mesmo grau de verdade. Por isso a porta para entrar no Reino é estreita mas Ele abre-a a todos. A porta da resposta depende da liberdade humana, e nem todos estão dispostos a entrar por ela porque tentam entrar com muita coisa, “gordos”, cheios de auto-suficiência, da sua verdade.
Porém, importa ter em conta que as religiões são pessoas crentes e não teorias. Todos o Homem busca a verdade e cada religião é possuidora de parte de verdade (todas são verdadeiras) mas nenhuma possui a verdade total já que há nelas também uma dimensão humana e, portanto, imperfeita (todas são falsas-imperfeitas). Se falámos então de pessoas em busca da Verdade falámos de toda a humanidade que Deus quer em comunhão com ele e que busca Deus.
Celebrar 25 anos do "Espírito de Assis" é tomar consciência desta caminhada comum, no respeito pelos diversos caminhos, ou seja pelos crentes todos, o que não é o mesmo que dizer que todas as religiões são iguais ou igualmente boas. Mas o reconhecimento da diferença não pode significar nunca exclusão dos que vivem uma fé diferente da nossa. Somos irmãos em busca do Pai comum e por isso todos empenhados na construção da Paz que nenhuma barreira religiosa deve impedir.

Daniel Teixeira, OFM

1 de novembro de 2011

XIII Capítulo Geral da OFS - 22 a 29/10/2011 - Brasil

http://www.ciofs.org/en.htm

16 de outubro de 2011

Ano Jubilar do "Espírito de Assis"



27 de setembro de 2011

O Irmão Bom Pastor - O Padre Filipe









O Irmão Bom Pastor - Padre Filipe Carreira do Rosário
Eu e o Luís conhecemos o Padre Filipe no casamento da minha melhor amiga de curso, a Ana Barros, na Igreja de Nossa Senhora da Luz. Foi no ano de 1985. Desde então, guardamos a imagem de um homem novo, diferente, ao contrário, como se andasse a fazer o pino, de cabeça para baixo e pés no ar. Ele foi um homem desconcertante, simples e alegre que soube transpor as barreiras das cerimónias e as alturas dos monumentos nacionais, concretamente do retábulo e do altar-mor da Igreja da Luz, no dia daquele casamento. A vida do Padre Filipe foi marcante para nós nestes últimos 25 anos de vida e, nesta hora, reconhecemos que ele foi o nosso Irmão Bom Pastor, o Irmão Bom Pastor da nossa família.
Nesta hora, por graça de Deus, reconhecemos a sua presença na preparação do nosso Matrimónio, nesse longínquo ano de 1985, e na nossa família, imediatamente após o regresso da nossa lua-de-mel, num Domingo do mês de Setembro, depois da Eucaristia das 19:00, quando o cumprimentámos e nos apresentamos como seus paroquianos e ele aceitou tomar um café em nossa casa. Ele abençoava as casas das famílias. Ele abençoou-nos e guardou-nos, desde então.
Na catequese e nos grupos de jovens ensinava a cantar: “A minha meta é Cristo, o meu troféu és Tu meu Senhor Sou jovem e não desisto de espalhar a Paz e o Amor.”
Ele rezou pelo nascimento das nossas filhas, a Francisquinha e a Sarinha, depois de uma intervenção cirúrgica bem sucedida. Alegrou-se com toda a família e baptizou-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
No Centro Social e Paroquial de Carnide, no jardim de infância das nossas meninas, ele foi um Sacerdote e um Pai atento e acolhedor. A sua presença nas festas de Natal e no final dos anos escolares é inesquecível, tal como a sua boa disposição nas celebrações lindas na Igreja de S. Lourenço, que reconstruiu. As crianças corriam ao seu encontro e ele muito sorridente pedia-lhes beijinhos, especialmente às mais pequeninas.
Na Igreja da Luz ele foi o Vigário de Cristo, ele deu a vida pelas suas ovelhas, salvou-as de lobos ferozes e reconduziu-as, com sacrifício da própria vida, a pastagens verdejantes. Ele nunca nos deixou só. Acompanhou-nos sempre.
No Externato da Luz, o Padre Filipe foi o nosso Director. Pelo exemplo ensinou-nos a ser pais e educadores responsáveis; ensinou-nos a disciplina e o prémio do estudo, o trabalho árduo por amor; ensinou-nos a construir uma sociedade mais justa e pacífica, onde todos são irmãos. O Padre Filipe viveu o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, o serviço a Deus e ao próximo. O Padre Filipe foi santo nesta terra. Por Ele queremos ser membros da sua família e irmãos de todos os homens. Ele viveu a Fraternidade Universal. Por ele queremos ser dignos de pertencer à Família Franciscana, à família de S. Francisco e de Santa Clara de Assis e de inúmeros santos da Igreja.
Em Lisboa, nesta nossa cidade das sete colinas, reconhecemos que o Padre Filipe criou uma nova paisagem urbana: nas igrejas, nos adros, nos largos, nas rotundas, nas praças, nos jardins, nos centros culturais e nos homens e nas mulheres do nosso tempo que o amaram, uma paisagem linda que permanece, porque ele amou primeiro, tudo e todos, à maneira de Jesus, terna e profundamente. Ele é um outro Bom Pastor. O Padre Filipe partiu para a casa do Pai mas na comunhão dos santos permanece nesta obra que foi ruínas e reconstruída por ele. Nesta hora, agradecemos ao Senhor o dom da vida do Padre Filipe. Sentimos que não foi só para nós mas para todos. O Padre Filipe foi, é e será sempre o nosso Irmão Bom Pastor.
Obrigado Padre Filipe. Até logo.
Beijinhos da Francisca, Luís, Francisquinha e da Sara Rebordão Topa

 
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