Orações
Oração a São Francisco
Papa João Paulo II
Ó São
Francisco, estigmatizado do Monte Alverne,
o mundo tem saudades de ti como
imagem de Jesus Crucificado.
Tem necessidade do teu coração aberto para Deus
e para o homem,
dos teus pés descalços e feridos,
das tuas mãos
trespassadas e implorantes.
Tem saudades da tua voz fraca, mas forte pelo
Evangelho.
Ajuda, Francisco, os homens de hoje a reconhecerem
o mal do
pecado e a procurarem a purificação da penitência.
Ajuda-os a libertarem-se
das próprias estruturas de pecado,
que oprimem a sociedade hodierna.
Reaviva na consciência dos governantes a urgência da paz
nas Nações e
entre os povos.
Infunde nos jovens o teu vigor de vida, capaz de fazer
frente
às insídias das múltiplas culturas da morte.
Aos ofendidos por toda espécie de maldade,
comunica, Francisco, a tua
alegria de saber perdoar.
A todos os crucificados pelo sofrimento, pela fome
e
pela guerra, reabre as portas da esperança. Amém.
(Em 17.09.1983, na Capela dos Estigmas – Alverne)
Do Prefácio – Missa das Chagas
Vós exaltastes a mais
sublime perfeição do Evangelho
o vosso servo Francisco,
pelos caminhos da
altíssima pobreza e humildade.
Inflamado de amor seráfico,
vós os fizestes
exultar de inefável alegria
com todas as obras de vossas mãos,
e adornado
dos sagrados estigmas,
nos apresentastes a imagem do Crucificado,
Jesus
Cristo, Senhor Nosso.
Hino – Salve, ó São Francisco
Salve, ó São Francisco, que
do pé das fragas,
Vens assinalado de sagradas chagas.
Cheio de amor, cheio
de amor,
as chagas trazes do nosso Salvador.
Eis-te na presença, de
Deus-Redentor,
Serafim alado, de claro fulgor.
Meigo, a ti olhando,
Cristo, o Verbo eterno,
enche tua alma de amor supremo.
E então suas
chagas, lúcidos sinais,
em ti, Pai, formaram outras cinco iguais.
De tuas
grandezas, tens agora o selo,
igual ao de Cristo; és nosso modelo.
Oração Coleta – Missa das Chagas
Ó Deus, que para
inflamar os nossos corações
no fogo do vosso amor, renovastes de modo
admirável
os sinais da paixão do vosso Filho,
na carne do bem-aventurado
Pai Francisco,
concedei que, por sua intercessão,
configurados à morte do
mesmo Filho,
participemos igualmente de sua Ressurreição.
Da Sequëncia de São Francisco
Busca o ermo e, comovido,
chora amargo, até o gemido,
todo o tempo já perdido, quanto ao mundo
consagrou.
Na montanha, retirado, chora, reza, ao chão prostrado.
Quando
enfim, já serenado, vai a um antro repousar.
Por rochedos protegido, do
divino é possuído;
todo mundo é preterido pelo céu que ele escolheu.
Freia
a carne, quando impura; penitência o desfigura
Toma alento da Escritura, e do
mundo se desfaz.
Eis do céu, varão hierarca, surge o Divinal
Monarca!
Treme o Santo Patriarca, com pavor, ante a visão.
Com as chagas
adornado, as transfere ao Santo amado,
que medita consternado o mistério da
Paixão.
Todo o corpo é assinalado, mãos e pés; ferido o lado;
todo a
Cristo conformado, chaga viva se tornou.
Num colóquio misterioso, vê o futuro
radioso,
desfrutando divo gozo de celeste inspiração.
Maravilha! Surgem
cravos, fora negros, dentro flavos.
Com seus membros cruciados sofre dura,
ingente dor.
Não foi arte da natura dos seus membros a abertura,
nem de
ferros a tortura que, implacável o feriu.
Pelas chagas que portaste e do
mundo triunfaste
e da carne te livraste, em vitória sem igual.
São
Francisco, te imploramos, nos perigos, te invocamos;
Que no céu, gozar
possamos a celeste glória.