Retalhos Como Francisco e Clara de Assis, a Fraternidade a todos saúda em Paz e Bem!Retalhos

7 de outubro de 2020

SAUDAÇÃO DOS ASSISTENTES ESPIRITUAIS NACIONAIS - Dia de S. Francisco de Assis

 

SAUDAÇÃO DOS ASSISTENTES ESPIRITUAIS NACIONAIS

 Dia de S. Francisco de Assis

Caríssimos irmãos e irmãs,

Na proximidade da festa do seráfico pai S. Francisco, dirigimo-nos a todos e cada um de vós, para vos manifestar o nosso apreço e o desejo sincero de que possais continuar a viver no mundo a alegria de construir juntos a paz e o bem. No tempo que nos é dado viver, pensamos não apenas nas dificuldades provocadas pela pandemia, mas também noutras situações mais positivas que vão acontecendo um pouco por todo o lado. Não podemos esquecer, por exemplo, que “os destinos da Igreja” não estão confiados apenas ao Papa, aos cardeais, bispos ou padres. Na verdade, cada um de nós é chamado a amar a Igreja como Mãe, gastar-se por ela, dar-se, lutar e dar testemunho.

Começamos a viver um novo ano pastoral marcado pela proposta do Santo Padre: um ano especial dedicado ao estudo da Laudato Si, para que nos formemos sempre mais e melhor no cuidado da nossa casa comum. Várias vezes o Papa nos tem lembrado que “é necessário voltar a sentir que precisamos uns dos outros, que temos uma responsabilidade para com os outros e o mundo, que vale a pena ser bons e honestos”.

Caríssimos irmãos e irmãs, convidamo-vos a reler a encíclica Laudato Si, e a deixar que nasçam nas vossas fraternidades iniciativas que “incentivem uma cultura do cuidado na vida de cada um, pelos outros, mas também pela criação inteira e pela sociedade que habitamos”.

O ano de 2021, ver-nos-á ocupados no PVA com a celebração do VIII centenário do início da Ordem Terceira de S. Francisco, hoje OFS. As Fontes referem o entusiasmo popular que a pessoa de Francisco de Assis suscitava em tanta gente. Muitos queriam segui-lo, isto é, desejavam comportar-se como ele, na generosa fidelidade ao Evangelho, a Cristo e à sua palavra de vida. Francisco acolhia a todos como dom de Deus: muitos homens e mulheres, inspiram-se em Francisco sem entrar no convento, mas permanecendo no mundo e continuando as próprias atividades.

Convosco louvamos o Senhor pelo dom da vossa vocação franciscana, e rezamos: que o Senhor vos dê a paz!

 Nesta saudação desejamos ainda recordar o evento extraordinário que Assis viverá, e pelo qual vos convidamos a rezar. De facto, o Papa Francisco voltará a Assis para ali assinar e tornar pública a sua nova encíclica com o nome: “Todos irmãos”. O documento tem o subtítulo "Sobre a fraternidade e a amizade social" e será assinado após a missa que o Papa celebrará na Basílica Inferior, sem a presença de fiéis no respeito da atual situação sanitária.

Depois da “Lumen fidei” (2013) e “Laudato si'” (2015) - que faz eco do Cântico das Criaturas - desta vez será em Assis, junto do túmulo de S. Francisco, que o Papa assinará, na tarde do dia 3 de outubro, a nova encíclica.

Fátima, outubro 2020

Os vossos assistentes,

frei José Augusto, ofmconv

frei Álvaro, ofm

frei Luís, ofmcap

Celebração do Trânsito de S. Francisco

 


Celebração do Trânsito de S. Francisco

 Francisco de Assis viveu segundo o Evangelho, com alegria baseada no amor a Cristo pobre e crucificado, amando os pobres e últimos, fazendo-se menor entre os menores, espalhando a Paz e o Bem; por tudo, louvava o Criador, e em todas as criaturas via o próprio Deus.

 Ao celebrarmos o Trânsito de São Francisco, mais do que recordar os seus últimos momentos de vida, celebramos a sua partida para junto do seu, e nosso, querido Pai do Céu.

Na nossa Fraternidade, a celebração, dirigida por Frei Fernando Mota, terá lugar na Igreja do Seminário, no próximo dia 3 de outubro, sábado, às 17 h.

Peço-vos que façais o possível para estardes presentes, será mais uma oportunidade de aproximar à espiritualidade de S. Francisco. E como há urgência nesta aproximação face aos mitos de derrotismo em termos de sentido de vida que hoje abundam!

 Vosso irmão

Pedro

26º Domingo do Tempo Comum


 (27.09.2020)

Introdução à Liturgia:

A liturgia de hoje convida-nos a olhar para algo que é fundamental na nossa fé: ‘Deus tem uma proposta a fazer-nos’. A sua mensagem não é vã nem vazia; pelo contrário, ela está carregada de sentido e constitui um desafio para cada um de nós. É perante esta proposta que nós podemos escolher, dizer sim ou dizer não, fazê-la nossa ou ignorá-la. Ser cristão é, tal como Jesus, dizer sim e assumir o compromisso da fidelidade à proposta que nos é feita.

 Introdução às Leituras:

A experiência do exílio na Babilónia foi o grande desafio que Deus fez ao Seu povo. O profeta Ezequiel, na 1ª leitura, convida os israelitas a comprometerem-se de forma séria e consequente com Deus, sem rodeios, sem evasivas, sem subterfúgios. Cada crente deve tomar consciência das consequências do seu compromisso com Deus e viver, com coerência, as implicações práticas da sua adesão à Aliança.

A 2ª leitura, Paulo, com um dos textos mais ricos de toda a sua teologia e de todas as suas Cartas, exorta os cristãos de Filipos a seguir o exemplo de Cristo: apesar de ser Filho de Deus, Cristo assumiu a realidade da fragilidade humana, fazendo-se servidor dos homens para nos ensinar a suprema lição do amor, do serviço, da entrega total da vida por amor.

 Na parábola do Evangelho, Mateus apresenta-nos a forma e o modo como se concretiza a proposta que Deus nos faz: pelas obras e compromissos e não pelas palavras e pelas boas intenções. Um desafio sempre presente na Igreja e dirigido a cada um de nós. O ‘sim’ que Deus nos pede não é uma declaração teórica de boas intenções, mas antes um compromisso firme, coerente, sério e exigente com o Reino, com os seus valores.

Padre João Lourenço, OFM

6 de outubro de 2020

SOLENIDADE DE S. FRANCISCO



 (04.10.2020)

Introdução à Liturgia:

          Celebramos hoje a solenidade de S. Francisco, nosso fundador e inspirador do nosso carisma de vida. S. Francisco foi uma luz num tempo de dúvidas e de inquietações, razão pela qual a sua mensagem continua hoje a ser acolhida e vivida por tantos seguidores. Muitas das suas intuições espirituais continuam atuais, mormente o amor e o respeito pela natureza e a fraternidade universal.

         Introdução às Leituras:

          A liturgia da palavra que hoje acolhemos na nossa celebração é própria e tem como referência a pessoa e a experiência vivida e partilhada por Francisco de Assis. Ele é aquele que cuidou da casa de Deus, a Igreja, a reparou e a fortaleceu. Tal como Paulo, ele tornou-se um apaixonado do Cristo crucificado que na cruz testemunha a plenitude do amor do Pai. A simplicidade da sua vida é o melhor eco das palavras de Jesus no Evangelho: ‘vinde a mim, todos vós que andais sobrecarregados’. Cristo é a nossa paz e a nossa esperança. Num tempo marcado por tantas inquietações e desafios, Francisco aponta-nos a plenitude de Deus – meu Deus e meu Tudo – convidando-nos a seguir o caminho da fraternidade, da harmonia com a natureza e da paz com todos os homens.  

Padre João Lourenço, OFM

21 de setembro de 2020

Laudato Si - Padre Joaquim Cerqueira Gonçalves

 


25º Domingo do Tempo Comum

 


Parable of the Labourers in the Vineyard, 1637, Rembrandt van Rijn (Dutch Baroque Era Painter and Engraver, 1606-1669), Oil on panel, 31 x 42 cm, The Hermitage, St. Petersburg, Russia. Large size here.


Introdução à Liturgia:

A liturgia deste domingo convida-nos a descobrir um Deus cujos caminhos e cujos pensamentos estão acima dos caminhos e dos pensamentos dos homens. Será isto uma frase feita ou uma realidade a descobrir? De facto, o projeto de Deus assenta em algo que está para além do nosso horizonte moderno e da nossa lógica moderna. Os homens de hoje têm dificuldade em compreender a gratuidade e o dom. São estes os fundamentos radicais de novidade que Deus é para nós.

 Introdução às Leituras:

A primeira leitura é um apelo de Isaías a cada um de nós para que procure o Senhor. Procurá-l’O é o desejo que deve animar a nossa caminhada espiritual e isso faz-se por um processo de conversão permanente. Sem esta abertura total, podemos correr muito para a Igreja, mas isso não significa que O encontremos.

Na segunda leitura, Paulo, partindo da sua própria experiência, diz-nos o que é a vida cristã: Cristo é a nossa vida. É uma vida em plenitude que não se limita a isto ou àquilo, mas que comporta toda a nossa caminhada, seguindo as propostas que Cristo nos faz.

.O Evangelho diz-nos que Deus chama à salvação todos os homens, sem considerar a antiguidade na fé, sem prazos nem créditos, sem olhar às qualidades ou aos comportamentos anteriormente assumidos. A Deus interessa apenas a forma como se acolhe o Seu convite e nos disponibilizamos para o Seu Reino. Pede-nos uma transformação da nossa mentalidade, de forma que a nossa relação com Deus não seja marcada pelo interesse, mas pelo amor e pela gratuidade.

Padre João Lourenço, OFM

12 de setembro de 2020

24º Domingo do Tempo Comum


 (13/09/2020– Ano A)

           Introdução à Liturgia:    

Ser cristão, discípulo de Jesus, pressupõe que a nossa vida, em cada um dos seus momentos, está marcada pela mensagem, pelos gestos e pelo testemunho do Mestre. Um dos sinais que define a identidade do nosso seguimento de Jesus está no perdão, aquilo que mais e melhor o distinguiu do judaísmo do seu tempo e que ele assumiu como núcleo central da sua mensagem. É do perdão que a palavra de Deus hoje nos fala e nos convida a pôr em prática.

Hoje, as nossas ofertas destinam-se à Terra Santa. Como na sexta-feira santa não foi possível realizar a Coleta Pontifícia para esse fim, a Santa Sé transferiu para o dia de hoje, em toda a Igreja.

           Introdução às Leituras 

A 1ª leitura, tomado do livro de Ben Sirah, relaciona a cólera e o ódio com o pecado, convidando o crente a saber perdoar. O perdão de que a Palavra de Deus nos fala tem o seu fundamento no próprio Deus; não se trata de um esquecimento cómodo nem de um procedimento de boas maneiras. Pelo contrário, ele é expressão da nossa fé e da nossa vontade em seguir Jesus. 

Na 2ª leitura, da carta aos Romanos, S. Paulo, num texto muito breve, diz-nos algo que é fundamental para a nossa vida. Ela pertence a Cristo, em todos os seus momentos. Somos do Senhor e para o Senhor, o que nos fortalece na comunhão fraterna, já que também somos da Igreja e para a Igreja.

 Hoje, Jesus, como é tão próprio de S. Mateus, apresenta-nos uma parábola sobre o perdão e os procedimentos que isso implica. Para o cristão, o perdão deve ser incondicional, assumido plenamente na nossa vida e nas nossas relações. Não se trata apenas e só de uma atitude pessoal; o perdão é também uma questão social, com implicações importantes na construção da nossa sociedade. Não podemos agir de uma forma, e esperar que Deus proceda connosco de outra. Sobre o perdão, a oração e o agir têm de estar em harmonia total.

Padre João Lourenço, OFM

 

9 de setembro de 2020

Mensagem do Irmão Ministro

 Caras Irmãs e Caros Irmãos,

 No dia Festa da Natividade da Santíssima Virgem Maria, permiti-me uma saudação muito especial.

Maria está no centro da devoção franciscana. A vida espiritual de S. Francisco foi acentuadamente marcada por Nossa Senhora, pelo que a devoção mariana influencia profundamente a Família Franciscana; segundo S. Boaventura, por Maria, tálamo onde Deus se uniu à natureza humana,  é-nos dada a graça divina.

Maria, ou seja Estrela do Mar, quantas vezes nos terá livrado de sucumbir nos períodos procelosos do mar da nossa existência, quando nos sentíamos perdidos sem leme e quantas vezes, nas acalmias, a sentimos como luz refulgente iluminando de graça divina os nossos corações…

Saudemos Maria, invocando a sua proteção!

 Com um abraço fraterno em Cristo e S. Francisco,

 Pedro

 


7 de setembro de 2020

23º Domingo do Tempo Comum

6 de Setembro 2020


Introdução à Liturgia:

O sentido de responsabilidade é hoje algo bastante raro naquilo que diz respeito à vida social e comunitária. O mesmo acontece na vida espiritual e na vivência cristã. A liturgia de hoje reforça em nós este apelo à responsabilidade pessoal e também naquilo que diz respeito ao bem e à salvação dos irmãos, mostrando que todos somos responsáveis uns pelos outros.
Introdução às Leituras:
A primeira leitura mostra-nos como Deus, através dos profetas e dos seus mensageiros, cuida daqueles a quem ama, fazendo deles “sentinelas” que nos podem ajudar a encontrar os caminhos do bem. Atento aos projetos de Deus e à realidade do mundo, o profeta apercebe-se daquilo que está a subverter os planos de Deus e a impedir a felicidade dos homens e das próprias comunidades cristãs.
Na segunda leitura, Paulo convida os cristãos de Roma, e também a nós próprios, a colocarmos o mandamento do amor no centro da nossa experiência de vida cristã. Trata-se de uma “dívida” que temos para com todos os nossos irmãos, e que nunca estará completamente saldada.

O Evangelho exorta-nos à responsabilidade na ajuda fraterna aos irmãos, a fim de os ajudar na advertência dos seus próprios erros. Trata-se de um dever que resulta do mandamento do amor. Jesus ensina, no entanto, que o caminho para atingir esse objetivo não passa pela humilhação ou pela condenação de quem falhou, mas antes pelo diálogo fraterno, leal, amigo, que revela ao irmão que a nossa intervenção resulta do amor.
Padre João Lourenço, OFM

22º Domingo do Tempo Comum

30 de agosto de 2020

O profeta Jeremias - Marc Chagall 1980
Saint-Paul-de-Vence, França

Introdução à Eucaristia:
A liturgia de hoje pode constituir uma ótima oportunidade para refletir sobra a forma como nos situarmos no ambiente que estamos a viver. Muitos de nós sentem que os seus projetos e, porventura, os seus sonhos foram abalados pela ‘pandemia’ que temos vindo a viver. As nossas esperanças precisam hoje de ser recentradas e de fazermos uma espécie de ‘regresso’ aos fundamentos da nossa experiência existencial, à procura do essencial da nossa vida. O Senhor Jesus, no Evangelho de hoje, diz-nos exatamente isso.
Introdução às Leituras:
A primeira leitura, do livro de Jeremias, apresenta-nos um dos textos mais marcantes deste profeta, onde ele nos confessa o seu encanto por Deus, apesar das circunstâncias que o envolvem e da hostilidade dos seus contemporâneos. Essa paixão por Deus leva-o a superar tudo. Um belo testemunho para nós.
Na segunda leitura, na continuação dos domingos anteriores, S. Paulo exorta os crentes da comunidade de Roma a não se conformarem nem se deixarem cativar pelo ambiente mundano que os rodeia. Ser crente, para Paulo, é ser capaz de fazer opções e estas são aquelas que Jesus nos propõe.
No Evangelho, numa sequência imediata com o do domingo passado, Jesus diz a Pedro e aos Discípulos que Ele não é o messias com que eles estão a contar, nem a missão que recebeu do Pai é compatível com os planos deles. Ele é o messias de Deus e não o messias dos homens e, por isso, há que perder a vida para a poder ganhar em Deus.
Padre João Lourenço, OFM

21º Domingo do Tempo Comum

Banias - Cesareia de Filipe - Terra Santa
 Introdução à Eucaristia:

A liturgia dominical, para além da celebração da fé comunitária, elemento fundamental da nossa identidade eclesial, ajuda-nos também a formular perguntas e questões sobre a forma como cada um de nós se confronta com Jesus e a encontrar respostas para essas mesmas questões. Neste domingo, através da Palavra de Deus, escutamos o convite pessoal que nos é feita para que respondamos com a nossa vida e o nosso testemunho.
Introdução às leituras:
Na 1ª leitura, Isaías apresenta-nos dois paradigmas, dois modelos de pessoas para que cada um de nós possa também descobrir a forma como se coloca ao serviço do Reino de Deus: a pensar em si ou disponibilizando-se para servir os Irmãos?
Na segunda leitura, da Carta aos Romanos, e já em jeito de conclusão, Paulo fala-nos da sua admiração, do seu espanto sobre a sabedoria e a generosidade de Deus. Nisso, está todo o mistério da gratuidade da salvação que nos é concedida.
No texto do Evangelho, Jesus coloca perguntas, interroga os seus discípulos. As perguntas assumem dois âmbitos: os que dizem as pessoas, o que escutas por aí acerca da pessoa de Jesus? Depois, Jesus faz uma pergunta pessoal, dirigida a cada um de nós que não tem a ver com o que se diz, mas sim com a minha afirmação pessoal de fé: E tu, quem dizes que Eu sou? É a pergunta desafiante da fé e para a qual só cada cristão pode responder, pois a resposta é pessoal.
Padre João Lourenço, OFM

20º Domingo do Tempo Comum

 

Tiro, Líbano

Sidon, Líbano

A sociedade de hoje está marcada pela questão do acolhimento e da inclusão. De inúmeras formas, sentimos diariamente esta questão que assume por vezes contornos religiosos. Jesus sentiu também este problema, já que o judaísmo do seu tempo vivia uma realidade fechada em si mesmo, mormente nas questões das práticas rituais e da relação com aqueles que não eram judeus. Ontem, como hoje, encontramos em Jesus respostas para questões que são eternas: como acolher o outro.

Introdução às leituras:
Na 1ª leitura, Isaías fala-nos do acolhimento que o povo de Israel devia dispensar àqueles que, mesmo não pertencendo ao povo eleito, eram também amados e sinais do amor universal de Deus. Para o profeta, esse era um dever imposto a Israel.
A segunda leitura, da Carta aos Romanos, Paulo fala-nos da salvação universal que Deus oferece a todos os povos que através de Cristo chegam à plena comunhão com Deus. É por Ele que todos alcançam a misericórdia divina.
No texto do Evangelho, tomando as palavras de Jesus, S. Mateus faz uma aplicação dessas palavras em 1ª pessoa; ele, que fora também uma das ovelhas desgarradas do povo eleito, tornou-se beneficiário da misericórdia divina que em Jesus se estende e alarga a todos, incluindo a própria mulher cananeia que implora a sua salvação.
Padre João Lourenço, OFM

Solenidade da Assunção da Virgem Santa Maria

Visitação - Rogier van der Weyden - c. 1435 - Museum der bildenden Künste - Leipzig
15 de Agosto de 2020

 Hoje, é um dia solene para a Igreja; a festa que celebramos – a Assunção de Nossa Senhora – é a solenidade da plenitude de Maria, elevada à glória da Trindade, e é também a solenidade da plenitude da Igreja, de que Maria é imagem e primícias. N’Ela se cumprem as palavras do Magnificat: Deus a enalteceu, porque Ele eleva os humildes e os cumula de bens. A glória da Virgem Maria faz-nos também participantes da esperança que anima a nossa caminhada: chegar um dia à plenitude da glória do Pai.

Introdução às Leituras
Na primeira leitura, o livro do Apocalipse recorre a uma visão para nos descrever, de forma simbólica, Maria como símbolo da Igreja que luta para testemunhar a salvação que brota do Menino gerado pela Mãe. Da mãe Maria, surge a mãe Igreja que anuncia e testemunha no tempo a esperança da salvação.
Na segunda leitura, da 1ª Carta aos Coríntios, Paulo fala-nos da vitória de Cristo, o novo Adão. Na sua ressurreição todos renascemos para a vida nova e é nessa vida nova que chegamos à plenitude da comunhão com Deus.
No Evangelho, temos a visitação de Maria a Isabel, completada depois pelo hino do Magnificat. Ela é a mensageira da nova-aliança, Aquela que Deus escolheu para morada do Seu Filho. Por isso, ela canta, agradecida, todos os dons com que Deus beneficiou o Seu povo.
Padre João Lourenço, OFM

11 de agosto de 2020

11 de agosto - Santa Clara de Assis




 

10 de agosto de 2020

19º Domingo do Tempo Comum

Jesus Cristo é o Senhor

9 de Agosto de 2020  - Ano A

Introdução à Liturgia:

A liturgia deste Domingo convida-nos a olhar para Jesus como Aquele que nos revela o rosto sereno de Deus, de um Deus que está próximo e que se dá a conhecer nas coisas simples que constituem o nosso espaço existencial. É por elas que Deus chega até nós e se aproxima para nos ajudar a superar as tormentas da vida.

Introdução às Leituras:

A peregrinação interior é uma condição fundamental para a nossa experiência cristã. A primeira leitura convida-nos, à semelhança de Elias, a fazer essa peregrinação ao encontro de Deus, a subir ao Monte e a descobrí-l’O na humildade, na simplicidade, na interioridade, na brisa suave que chega até nós. 

Na segunda leitura, Paulo convida os seus concidadãos da Comunidade de Roma a aceitar Jesus como Messias, como Salvador, partindo das próprias instituições do Antigo Testamento que já apontavam para Cristo. Elas eram um caminho; Jesus Cristo é a meta da plena comunhão com o Pai.

O Evangelho apresenta-nos uma reflexão sobre a caminhada histórica dos discípulos, enviados à “outra margem” a propor aos homens o anúncio do Reino. Nessa missão, a comunidade do Reino não está sozinha, à mercê das forças do mal. Em Jesus, o Deus do amor e da comunhão, vem ao encontro dos discípulos, estende-lhes a mão, dá-lhes a força para vencer a adversidade, a desilusão, a hostilidade do mundo. Os discípulos são convidados a reconhecê-l’O, a acolhêl’O e a aceitá-l’O como “o Senhor”.

Padre João Lourenço, OFM

30 de julho de 2020

18º Domingo do Tempo Comum

 
2 de Agosto de 2020
Ano A
Introdução à Liturgia:
A liturgia de hoje fala-nos nas “fomes” do Homem que são insaciáveis quando queremos encontrar alimento para elas longe de Deus. Por isso, Ele mesmo nos faz o convite para nos sentarmos à mesa que Ele próprio preparou, e onde nos oferece gratuitamente o alimento que sacia a nossa fome de vida, de felicidade, de eternidade. O tema do “banquete”, recorrente na Escritura para traduzir a proximidade e a aliança de Deus com o homem, foi sempre usado na Igreja e aplicado à Eucaristia para expressar esta relação de comunhão que Ele quer construir com cada um de nós.

Introdução às Leituras:
Na primeira leitura, Isaías diz-nos que o alimento que vem de Deus sacia o homem, a sua fome e sede de vida plena, contrapondo-o ao alimento que a sociedade de consumo nos quer vender e impor todos os dias. Um, o de Deus, é dom gratuito, enquanto o outro, cada dia nos deixa mais vazios e insatisfeitos.

A segunda leitura é um hino ao amor de Deus pelos homens. É esse amor – do qual nenhum poder hostil nos pode afastar – que explica porque é que Deus enviou ao mundo o seu próprio Filho, a fim de nos convidar para o banquete da vida eterna.

O Evangelho apresenta-nos Jesus, o novo Moisés, cuja missão é realizar a libertação do seu Povo. No contexto de uma refeição, Jesus mostra aos seus discípulos que é preciso acolher o pão que Deus oferece e reparti-lo com todos os homens. Ele é a resposta para as três grandes fomes do nosso tempo: a fome de sentido; a pobreza interior sem horizonte de vida; a falta de vitalidade e de gratuidade em comunhão. É para responder a estas três fomes que Isaías nos convida: “Vinde e saciai-vos com os manjares da Palavra de Deus.”
Padre João Lourenço, OFM

29 de julho de 2020

2 de agosto - Perdão de Assis




O próximo domingo, 02 de agosto, celebramos a Festa do Perdão de Assis. Fica aqui a motivação para a celebração desta indulgência alcançada por São Francisco e que reflecte o seu desejo mais profundo de tornar presente, na vida de cada irmão, o Filho de Deus Altíssimo, Jesus Cristo, que por nós se entregou na cruz, alcançando-nos o perdão e a vida eterna. Santo António, pregador do Amor de Deus, que há oitocentos anos ingressou na Ordem Franciscana, é para nós um modelo de vida evangélica. Ao longo do dia, poderás viver, com jovens de vários movimentos de cariz franciscano, a alegria de ser assim amado. Liga-te...https://www.youtube.com/watch?v=NWNDx9CGETI 15h00 - "Santo António: o homem, o frade, o santo", por Frei Fabrizio Bordin ofm conv. 18h30 - Transmissão da Eucaristia a partir de Santa Cruz de Coimbra






27 de julho de 2020

17º Domingo do Tempo Comum

(26.07.2020)

Introdução à Liturgia:

A liturgia deste domingo é um desafio a reformular as nossas prioridades, os valores sobre os quais fundamentamos a nossa vida e as nossas opções, desafio que se faz ainda mais urgente nas circunstâncias em vivemos. Mais que nunca, hoje impõe-se saber escolher, já que nos vemos confrontados com tantas e tão diversificadas propostas. Encontrar o ‘tesouro’ é acertar na vida, é ter a certeza que não caminhamos em vão. É também esta a proposta que Jesus nos faz no Evangelho.

 Introdução às Leituras:

A primeira leitura apresenta-nos o exemplo de Salomão, rei de Israel. Ele é apresentado como protótipo do homem “sábio”, que consegue perceber e escolher o que é importante e que não se deixa seduzir nem alienar por valores efémeros. Por isso, ele pede a sabedoria para saber escolher, já que é aí que está o fundamental da nossa vida: saber escolher.

 Na segunda leitura, Paulo recorda-nos que, antes de sermos nós a escolher, foi já Deus que nos escolheu. Agora, seguí-l’O, é disponibilizar-se para aceitar essa escolha e assumi-la como nossa. Esse é o valor mais alto, que deve sobrepor-se a todos os outros valores e propostas.

 No Evangelho, recorrendo à linguagem das parábolas, Jesus recomenda aos seus seguidores que façam do Reino de Deus a sua prioridade fundamental. Todos os outros valores e interesses devem passar para segundo plano, face a esse “tesouro” supremo que é o Reino. Esse, é o tesouro dos tesouros, aquele que dá e confere valor a todas as demais opções.

Padre João Lourenço, OFM


22 de julho de 2020

16º Domingo do Tempo Comum



(19.07.2020)
Introdução
A liturgia de hoje convida-nos a descobrir o Deus paciente e cheio de misericórdia que sempre aguarda e espera que a semente da sua palavra germine no coração de cada crente. Para Ele, o tempo conta pouco; o que importa é que cada um abra o seu coração, acolha a Palavra e deixe que ela germine na sua vida. A lógica de Deus não é a nossa, nem a nossa é a d’Ele. Nisto consiste a fé.

Introdução às Leituras:
A primeira leitura, do livro da Sabedoria, fala-nos da justiça como o grande princípio da ação de Deus na sua relação com o homem. Mas não se trata da justiça dos homens, mas da justiça de Deus que consiste no amor e na bondade para connosco. A sua indulgência é o grande suporte da vida crente. A sua Palavra é a fonte desta justiça que nos humaniza e nos leva à comunhão com Ele.

A segunda leitura realça que a nossa caminhada é fruto do Espírito; é Ele que nos conduz e intercede por nós, para que saibamos acolher os grandes desafios que nos coloca.

O Evangelho fala-nos deste mistério do tempo, em que cada um de nós se confronta com o projeto de Deus. Saber acolher e deixar que a Palavra, o Reino de Deus cresça nas nossas vidas é o grande desígnio da nossa vivência cristã. Saber dar ‘tempo ao tempo’ é uma das grandes dimensões da sabedoria cristã, aceitando os ritmos do Senhor e não querendo impor os nossos.
Padre João Lourenço, OFM

13 de julho de 2020

15º Domingo do Tempo Comum

Sangue de mártires, semente de cristãos

(12/07/2020)

         Introdução à Liturgia:

A liturgia deste domingo apresenta-nos uma das imagens mais belas para significar a Palavra de Deus: a do semeador e da semente. Sendo uma imagem que emerge da cultura própria do tempo de Jesus, de um mundo agrícola com as suas raízes nomádicas, esta Parábola diz muito daquilo que é o processo da fé, daquilo que é o processo da evangelização e daquilo que foi a prática e a atividade de Jesus: Ele foi um Semeador da Palavra. A nós compete deixar crescer a semente, procurando ser terreno acolhedor.

Introdução às Leituras:

No pequeno texto da 1ª leitura encontramos tudo aquilo que é a força e o dinamismo da PALAVRA, tudo aquilo que ela é e aquilo que ela produz. Parece que não seria possível ‘dizer’ a PALAVRA de outra forma, de modo mais denso e mais simples do que aquilo que o texto de Isaías nos diz. Ela é a autêntica semente que entra no coração, quando este se faz terra de acolhimento.

           Na 2ª leitura, Paulo associa os sofrimentos e a morte de Cristo ao seu próprio percurso de acolhimento e de configuração da sua vida à do Mestre. Marcado pela sua experiência pessoal, Paulo descobre em Cristo um sentido de plenitude, sem o qual o mundo perde o seu centro e o homem o sentido da sua vida.

         Do Evangelho recolhemos a imagem rica e significativa da Palavra como semente. Deste texto retiramos duas dimensões: aquela que diz respeito ao Semeador e a que se refere à semente. Do semeador, que é Cristo e aqueles que anunciam o Evangelho, destaca-se a confiança na missão de semear e na força da semente que deve ser lançada à terra. Para a semente frutificar, importa que o terreno que nós somos seja acolhedor e hospitaleiro da Palavra.

Padre João Lourenço, OFM

Sangue de mártires, semente de cristãos



 
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