(13/09/2020– Ano A)
Ser cristão, discípulo de Jesus, pressupõe que a nossa
vida, em cada um dos seus momentos, está marcada pela mensagem, pelos gestos e
pelo testemunho do Mestre. Um dos sinais que define a identidade do nosso
seguimento de Jesus está no perdão, aquilo que mais e melhor o distinguiu do
judaísmo do seu tempo e que ele assumiu como núcleo central da sua mensagem. É
do perdão que a palavra de Deus hoje nos fala e nos convida a pôr em prática.
Hoje, as nossas ofertas destinam-se à Terra Santa.
Como na sexta-feira santa não foi possível realizar a Coleta Pontifícia para
esse fim, a Santa Sé transferiu para o dia de hoje, em toda a Igreja.
A 1ª leitura, tomado do livro de Ben Sirah, relaciona
a cólera e o ódio com o pecado, convidando o crente a saber perdoar. O perdão
de que a Palavra de Deus nos fala tem o seu fundamento no próprio Deus; não se
trata de um esquecimento cómodo nem de um procedimento de boas maneiras. Pelo
contrário, ele é expressão da nossa fé e da nossa vontade em seguir Jesus.
Na 2ª leitura, da carta aos Romanos, S. Paulo, num texto muito breve, diz-nos algo que é fundamental para a nossa vida. Ela pertence a Cristo, em todos os seus momentos. Somos do Senhor e para o Senhor, o que nos fortalece na comunhão fraterna, já que também somos da Igreja e para a Igreja.
Hoje, Jesus, como é tão próprio de S. Mateus, apresenta-nos uma parábola sobre o perdão e os procedimentos que isso implica. Para o cristão, o perdão deve ser incondicional, assumido plenamente na nossa vida e nas nossas relações. Não se trata apenas e só de uma atitude pessoal; o perdão é também uma questão social, com implicações importantes na construção da nossa sociedade. Não podemos agir de uma forma, e esperar que Deus proceda connosco de outra. Sobre o perdão, a oração e o agir têm de estar em harmonia total.
Padre João Lourenço, OFM
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