Retalhos Como Francisco e Clara de Assis, a Fraternidade a todos saúda em Paz e Bem!Retalhos

25 de agosto de 2023

XX Domingo do Tempo Comum


(20/08/2023) 

 

     Introdução à Liturgia 

Um dos grandes contributos que a Igreja tem vindo a oferecer à nossa sociedade de hoje é a questão do acolhimento e da inclusão. De inúmeras formas, sentimos diariamente esta questão que, por vezes, assume também contornos religiosos. Ao seu tempo, Jesus sentiu igualmente este problema, já que o judaísmo contemporâneo vivia uma realidade fechada em si mesmo, mormente nas questões das práticas rituais e da relação com aqueles que não eram judeus. Ontem, como hoje, encontramos em Jesus respostas para questões que são eternas: como acolher o outro.  

 

Introdução às leituras:         

Na 1ª leitura, Isaías fala-nos do acolhimento que o povo de Israel devia dispensar àqueles que, mesmo não pertencendo ao povo eleito, eram também amados e sinais do amor universal de Deus. Para o profeta, esse era um dever imposto a Israel.  


 A segunda leitura, da Carta aos Romanos, Paulo fala-nos da salvação universal que Deus oferece a todos os povos que através de Cristo chegam à plena comunhão com Deus. É por Ele que todos alcançam a misericórdia divina.  

 

         No texto do Evangelho, tomando as palavras de Jesus, S. Mateus faz uma aplicação dessas palavras em 1ª pessoa; ele, que fora também uma das ovelhas desgarradas do povo eleito, tornou-se beneficiário da misericórdia divina que em Jesus se estande e alarga a todos, incluindo a própria mulher cananeia que implora a sua salvação. 

 

Padre João Lourenço, OFM

16 de agosto de 2023

SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA



 

(15.08. 2020)

Introdução à Eucaristia

 Hoje, é um dia solene para a Igreja; a festa que celebramos – a Assunção de Nossa Senhora – é a solenidade da plenitude de Maria, elevada à glória da Trindade, e é também a solenidade da plenitude da Igreja, de que Maria é imagem e primícias. N’Ela se cumprem as palavras do Magnificat: Deus a enalteceu, porque Ele eleva os humildes e os cumula de bens. A glória da Virgem Maria faz-nos também participantes da esperança que anima a nossa caminhada: chegar um dia à plenitude da glória do Pai.

 Introdução às Leituras

 Na primeira leitura, o livro do Apocalipse recorre a uma visão para nos descrever, de forma simbólica, Maria como símbolo da Igreja que luta para testemunhar a salvação que brota do Menino gerado pela Mãe. Da mãe Maria, surge a mãe Igreja que anuncia e testemunha no tempo a esperança da salvação.

 Na segunda leitura, da 1ª Carta aos Coríntios, Paulo fala-nos da vitória de Cristo, o novo Adão. Na sua ressurreição todos renascemos para a vida nova e é nessa vida nova que chegamos à plenitude da comunhão com Deus.

No Evangelho, temos a visitação de Maria a Isabel, completada depois pelo hino do Magnificat. Ela é a mensageira da nova-aliança, Aquela que Deus escolheu para morada do Seu Filho. Por isso, ela canta, agradecida, todos os dons com que Deus beneficiou o Seu povo.

Padre João Lourenço, OFM

19º Domingo do Tempo Comum

 

(13.08.2023)

Introdução à Liturgia:

A liturgia deste Domingo convida-nos a olhar para Jesus como Aquele que nos revela o rosto sereno de Deus, de um Deus que está próximo e que se dá a conhecer nas coisas simples que constituem o nosso espaço existencial. É por elas que Deus chega até nós e se aproxima para nos ajudar a superar as tormentas da nossa caminhada. Esta proximidade, como bem recordamos, foi realçada e destacada pelo Papa Francisco na Jornada Mundial na semana passada.

Introdução às Leituras:

A peregrinação interior é uma condição fundamental para a nossa experiência cristã. A primeira leitura convida-nos, à semelhança de Elias, a fazer essa peregrinação ao encontro de Deus, a subir ao Monte e a descobrí-l’O na humildade, na simplicidade, na interioridade, na brisa suave de que Ele se serve para chegar até nós.

 Na segunda leitura, Paulo convida os seus concidadãos da Comunidade de Roma a aceitar Jesus como Messias, como Salvador, partindo das próprias instituições do Antigo Testamento que já apontavam para Cristo. Elas eram um caminho; Jesus Cristo é a meta da plena comunhão com o Pai. 

O Evangelho apresenta-nos uma reflexão sobre a caminhada histórica dos discípulos, enviados à “outra margem” a propor aos homens o anúncio do Reino. Nessa missão, a comunidade do Reino não está sozinha, à mercê das forças do mal. Em Jesus, o Deus do amor e da comunhão, vem ao encontro dos discípulos, estende-lhes a mão, dá-lhes a força para vencer a adversidade, a desilusão, a hostilidade do mundo. Os discípulos são convidados a reconhecê-l’O, a acolhê-l’O e a aceitá-l’O como “o Senhor”.

Padre João Lourenço, OFM

9 de agosto de 2023

18º Domingo do Tempo Comum


(06.08.2023)

Introdução à Liturgia:


Hoje, apesar de ser domingo, a Igreja celebra a festa da transfiguração do Senhor, convidando-nos a descobrir n’Ele a plenitude da revelação, que congrega a palavra de Moisés e a profecia de Elias. Vivemos na cultura da imagem; esta festa oferece-nos a imagem da Luz plena que é Cristo, a quem somos convidados a escutar e a contemplar.

Introdução às Leituras:

A primeira leitura, tomada do livro de Daniel, fala-nos dessa figura misteriosa do ‘Filho do Homem’ que Jesus aplica a si mesmo e com a qual nos quer dizer que Ele é a plenitude da humanidade. No entanto, essa humanidade plena só se alcança através da vivência do mistério pascal. É para esse momento que este texto nos aponta, abrindo-nos a uma nova vivência da sua missão messiânica. 

Na segunda leitura, São Pedro fala-nos da sua experiência no monte santo, perante a descoberta do verdadeiro rosto de Jesus e diz-nos que esse momento marcou a sua fé e a sua caminhada com o Senhor.


No Evangelho, pela palavra de Mateus, é nos narrada, de uma forma muito bela, a experiência vivida no monte Tabor. Mesmo sem saber o que dizia, tal como refere o texto, Pedro dá voz à sua fé e ao desejo de encontrar o verdadeiro rosto de Jesus, de fazer a experiência da sua plenitude, percorrendo os caminhos abertos por Moisés e por Elias. Ele é o Filho amado a quem somos convidados a escutar.

Padre João Lourenço, OFM

17º Domingo do Tempo Comum

 



Introdução à Liturgia:

A liturgia deste domingo é um desafio a reformular as nossas prioridades, os valores sobre os quais fundamentamos o nosso projeto de vida e as nossas opções, desafio que se faz ainda mais urgente nas circunstâncias em que vivemos. Mais que nunca, hoje impõe-se saber escolher, já que nos vemos confrontados com tantas e tão diversificadas propostas. Encontrar o ‘tesouro’ é acertar na vida, é ter a certeza que não caminhamos sem horizonte. É também esta a proposta que Jesus nos faz no Evangelho. Além disso, vivemos esta próxima semana a Jornada Mundial da Juventude, um momento importante para revigorar a nossa fé e o nosso empenho cristão.

 Introdução às Leituras:

A primeira leitura apresenta-nos o exemplo de Salomão, rei de Israel. Ele é apresentado como protótipo do homem “sábio”, que consegue perceber e escolher o que é importante e que não se deixa seduzir nem alienar por valores efémeros. Por isso, ele pede a sabedoria para saber escolher, já que é aí que está o fundamental da nossa vida.

 Na segunda leitura, Paulo recorda-nos que, antes de sermos nós a escolher, foi Deus que nos escolheu. Agora, seguí-l’O, é disponibilizar-se para aceitar essa escolha e assumi-la como nossa. Esse é o valor mais alto, que deve sobrepor-se a todos os outros valores e propostas.

 No Evangelho, recorrendo à linguagem das parábolas, Jesus recomenda aos seus seguidores que façam do Reino de Deus a sua prioridade fundamental. Todos os outros valores e interesses devem situar-se face a esta prioridade, face a esse “tesouro” supremo que é o Reino. Esse, é o tesouro dos tesouros, aquele que dá e confere valor a todas as demais opções.

Padre João Lourenço, OFM

16º Domingo do Tempo Comum

 
(23.07.2023)

Introdução

A liturgia de hoje convida-nos a descobrir o Deus paciente e cheio de misericórdia que sempre aguarda e espera que a semente da sua palavra germine no coração de cada crente. Para Ele, o tempo conta pouco; o que importa é que cada um abra o seu coração, acolha a Palavra e deixe que ela germine na sua vida. A lógica de Deus não é a nossa, nem a nossa é a d’Ele. Nisto consiste a fé.

Introdução às Leituras:

A primeira leitura, do livro da Sabedoria, fala-nos da justiça como o grande princípio da ação de Deus na sua relação com o homem. Mas não se trata da justiça dos homens, mas da justiça de Deus que consiste no amor e na bondade para connosco. A sua indulgência é o grande suporte da vida crente. A sua Palavra é a fonte desta justiça que nos humaniza e nos leva à comunhão com Ele.

 A segunda leitura realça que a nossa caminhada é fruto do Espírito; é Ele que nos conduz e intercede por nós, para que saibamos acolher os grandes desafios que nos coloca.

O Evangelho fala-nos deste mistério do tempo, em que cada um de nós se confronta com o projeto de Deus. Saber acolher e deixar que a Palavra, o Reino de Deus cresça nas nossas vidas é o grande desígnio da nossa vivência cristã. Saber dar ‘tempo ao tempo’ é uma das grandes dimensões da sabedoria cristã, aceitando os ritmos do Senhor e não querendo impor os nossos.

Padre João Lourenço, OFM

15º Domingo do Tempo Comum

(16/07/2023)

 Introdução à Liturgia:

A liturgia deste domingo apresenta-nos uma das imagens mais belas para significar a Palavra de Deus: a do semeador e da semente. Sendo uma imagem que emerge da cultura própria do tempo de Jesus, de um mundo agrícola com as suas raízes nomádicas, esta Parábola diz muito daquilo que é o processo da fé, daquilo que é o processo da evangelização e daquilo que foi a prática e a atividade de Jesus: Ele foi um Semeador da Palavra. A nós compete deixar crescer a semente, procurando ser terreno acolhedor.

Introdução às Leituras:

No pequeno texto da 1ª leitura encontramos tudo aquilo que é a força e o dinamismo da PALAVRA, tudo aquilo que ela é e aquilo que ela produz. Parece que não seria possível ‘dizer’ a PALAVRA de outra forma, de modo mais denso e mais simples do que aquilo que o texto de Isaías nos diz. Ela é a autêntica semente que entra no coração, quando este se faz terra de acolhimento.

           Na 2ª leitura, Paulo associa os sofrimentos e a morte de Cristo ao seu próprio percurso de acolhimento e de configuração da sua vida à do Mestre. Marcado pela sua experiência pessoal, Paulo descobre em Cristo um sentido de plenitude, sem o qual o mundo perde o seu centro e o homem o sentido da sua vida.

    Do Evangelho recolhemos a imagem rica e significativa da Palavra como semente. Deste texto retiramos duas dimensões: aquela que diz respeito ao Semeador e a que se refere à semente. Do semeador, que é Cristo e aqueles que anunciam o Evangelho, destaca-se a confiança na missão de semear e na força da semente que deve ser lançada à terra. Para a semente frutificar, importa que o terreno que nós somos seja acolhedor e hospitaleiro da Palavra.

Padre João Lourenço, OFM

10 de julho de 2023

14º Domingo do Tempo Comum

 

9 de julho de 2023 - Ano A

Introdução à Eucaristia:

Celebramos, hoje, o Décimo Quarto Domingo do Tempo Comum. A liturgia deste domingo enquadra-se muito bem no contexto social e humano que estamos a viver. A sociedade moderna vive num ritmo que dificilmente nos concede algum tempo para poder pensar a nossa vida, vivê-la com alguma serenidade e, acima de tudo, enriquecer-nos com a nossa reflexão pessoal. Construímos um sistema que agora nos impõe que o alimentemos, roubando-nos muito daquilo que é a nossa singularidade e o uso do tempo. Acolher, hoje, a palavra de Deus é aceitar parar um pouco e abrir o nosso coração ao convite de Jesus para estar com Ele que é “manso e humilde de coração”.

 Introdução às Leituras:

 A primeira leitura, do livro de Zacarias, fala-nos do messias futuro que vem para servir, manifestando-se de forma simples e humilde, não se impondo, mas propondo-se como testemunho de serviço e de acolhimento. Ele é um sinal de paz e de harmonia para todos os povos.  

Na Carta aos Romanos, dando continuidade às leituras dos domingos anteriores, fala-nos da nossa relação de comunhão com Cristo que tem por fundamento o seu mistério pascal. É d’Ele que nos vem a vida nova de ressuscitados, não vivendo segundo as nossas tendências carnais, mas sim segundo a força do Espírito.

No Evangelho, Jesus propõe aos seus discípulos uma vivência interior que saiba saborear a liberdade de espírito e a gratuidade da paternidade divina. Há aqui um nítido distanciamento daquilo que era o ritmo de vida que o judaísmo propunha. Nem sempre uma vida intensa é uma agitada, em permanente correria. Para Jesus, há que saber parar, comtemplar, saborear e partilhar. É este o ritmo novo que os seus discípulos devem seguir.

Pe. João Lourenço OFM

13º Domingo do Tempo Comum

 

(02.07.2023)

Introdução à Eucaristia:

Por vezes, a nossa caminhada de fé é entendida e vivida numa certa passividade e estagnação. Neste domingo, a palavra de Deus convida-nos a uma dinâmica de vida, de seguimento. Como nos diz o Papa Francisco, ser igreja e ser discípulo de Jesus implica sempre estar numa atitude de partida, de saída ao encontro dos outros para os ganhar para Cristo.


Introdução às Leituras:

A Escritura apresenta-nos, em muitas situações, pessoas que são chamadas por Deus para nos mostrar como Ele precisa de nós para se fazer presente na história e imprimir nela o selo do seu amor e da sua misericórdia. Elias é uma destas personagens que nos abre a este absoluto de Deus, antecipando neste profetas muitos traços daquela que viria a ser mensagem do próprio.

 Dando continuação à leitura da Carta aos Romanos, que vimos fazendo nos últimos domingos, Paulo diz-nos que é no batismo em Cristo que se fundamenta a nossa esperança. É n’Ele que temos a plenitude da nossa vida; é na gratuidade do mistério pascal de Cristo que radica a nossa verdadeira liberdade.

 No Evangelho, S. Mateus fala-nos a nossa opção radical pelo seguimento, à semelhança da proposta que Ele deixa aos discípulos. Mateus diz-nos que a opção por Jesus é a grande opção da nossa vida, pois é a partir dela e com fundamento nela que tudo ganha sentido, incluindo mesmo os gestos mais simples e mais humildes.

Padre João Lourenço, OFM

28 de junho de 2023

XII Domingo do Tempo Comum

25 de Junho de 2023

 Ano A

Introdução à Eucaristia:

 Neste 12º Domingo do Tempo Comum, a Palavra de Deus que nos é proposta deixa-nos um desafio importante para a nossa autenticidade de vida: vencer o medo, não se deixar amedrontar pela injustiça e ser capaz de denunciar a falsidade. São exigências árduas e que só conseguimos realizar com a graça de Deus e a força da oração. Mas, apesar da dificuldade não nos devemos dispensar do empenho que o Senhor nos propõe.

      Introdução às Leituras:

 A primeira leitura apresenta-nos o exemplo de um profeta do Antigo Testamento – Jeremias. É o paradigma do profeta sofredor, vítima da perseguição, da solidão e do abandono. Tudo isto tem como motivo a retidão da sua vida e o testemunho corajoso que faz da Palavra. Apesar de tudo, nada demove a sua confiança em Deus, anunciando – com coerência e fidelidade – as propostas de Deus para os homens.

Na segunda leitura, Paulo demonstra aos cristãos de Roma como a fidelidade, aos projetos de Deus, gera vida e como uma vida, organizada numa dinâmica de egoísmo e de auto suficiência, gera a morte.

 O Evangelho traz até nós as advertências de Jesus aos seus discípulos quando os envia em missão, avisando-os para a inevitabilidade das perseguições e das incompreensões; mas acrescenta: “não temais”. Jesus garante aos seus a presença contínua, a solicitude e o amor de Deus, ao longo de toda a sua caminhada pelo mundo. Os tempos que vivemos exigem também de nós esta coragem de olhar em frente sem temor.

Padre João Lourenço, OFM 


HOMILIA DE FREI NICOLÁS HIPÓLITO ALMEIDA   

Domingo XII do Tempo Comum

“O Espírito da verdade dará testemunho de mim, diz o Senhor, e vós também dareis testemunho de mim!”

Foi com estas Palavras que introduzimos a aclamação ao Evangelho de Hoje, um Evangelho que se se recordam, é a sequência e consequência do Evangelho de domingo passado. No Evangelho do domingo passado fomos escolhidos por Deus para irmos trabalhar na sua messe; chegou agora a hora de darmos testemunho: “O Espírito da verdade dará testemunho de mim… e vós também dareis testemunho… esta palavra “testemunho é uma palavra poderosa, porque os mártires da igreja são aqueles que dão testemunho… e a primeira leitura de hoje falava-nos de Jeremias - chamado ao serviço de Deus desde o seio materno da sua mãe, como ouvíamos nos textos relativos à festa de S. João Baptista, é morto de uma forma horrível apedrejado por membros do seu próprio povo durante o exilio na Egipto. Ser discípulo de Jesus significa estar exposto a uma serie de tribulações…Jesus sabe disso e por isso fala abertamente aos doze - e hoje a cada um de nós - dizendo, “não tenhais medo dos homens…” sempre que na Sagrada Escritura alguém é chamado a uma missão especial, esta frase aparece, como uma garantia de que não estaremos sozinhos nessa luta… não tenhais medo… esta frase hoje no Evangelho parece por três vezes… Não tenhais medo dos homens…não temais os que matam o corpo… não temais porque valeis mais que todos os passarinhos… Nestas frases fica claro, por um lado a pequenez do ser humano diante das tribulações da vida e por outro a sua grandeza aos olhos de Deus, que nos cuida e nos ama mais que todos os passarinhos do céu e nos conhece de tal forma que tem contados todos os cabelos da nossa cabeça. Jesus quer dizer-nos que, por mais insignificante que possa parecer a nossa vida, ela é valiosa aos olhos de Deus… A liturgia deste domingo coloca-nos diante da pequenez e da grandeza do ser humano…

Foi com palavras semelhantes às da liturgia de hoje que o Papa Francisco publicou no dia 19 de Junho uma carta dedicada ao sábio Blaise Pascal, por altura do quarto centenário do seu nascimento. O Papa Francisco começa assim: Grandeza e miséria do homem é o paradoxo que está no centro da reflexão e mensagem de Blaise Pascal. BLAISE pascal de facto, foi um homem tocado por esta grandeza e miséria do ser humano, e na sua oração muitas vezes refletia sobre o salmo 8. Neste salmo o salmista, ao contemplar a obra da criação perguntava «Que é o homem para Te lembrares dele, o filho do homem para com ele Te preocupares? E através desta inquietação procurava a verdade da condição humana. Resumidamente, com esta carta o Papa Francisco dá a entender que este sábio merece ser visto mais do que um cientista, mas alguém que merece o nosso reconhecimento, como um dos que deu testemunho de Cristo, e é isso que hoje nos interessa ver. Blaise Pascal, no contexto em que viveu, foi sem dúvida um dos discípulos de Jesus. Ao ser guiado, desde criança, pelo Espírito de Deus - o Tal Espirito da Verdade que dá testemunho de Jesus, como ouvíamos no aleluia- deu testemunho de Cristo ao Mundo, de modo especial na sua obra mais conhecida, os Pensamentos…E um dos momentos mais belos da sua vida foi quando a sua busca pela verdade o conduziu a uma experiência mística que ele chamou de Noite de Fogo, Ele deixou escrito que nesse momento chorou lágrimas de Alegria, porque tornou-se evidente para ele que Jesus é de facto a Verdade do mundo que merece ser anunciada… Reparemos por isso no que diz Jesus hoje no Evangelho… não tenhais medo dos homens pois nada há encoberto que não venha a descobrir-se, nada há oculto que não venha a conhecer-se, o que vos digo às escuras dizei o à luz do dia, e o que escutais ao ouvido proclamai o sobre os telhados… Como poderemos interpretar estas palavra de Jesus senão que os seus discípulos devem ser pessoas inquietas por buscar a verdade, viver na verdade e anunciar a verdade! E que verdade é esta senão o próprio Jesus!? Como seria diferente a catequese se conseguíssemos passar este desejo, esta curiosidade de conhecerem Jesus… a espiritualidade só avançou quando homens e mulheres comuns como nós não se contentaram com as respostas, mas colocavam perguntas…Já o Papa Bento XVI dizia que quem busca a verdade encontrará Deus…

O Evangelho termina com estas palavras… todo aquele que se tiver declarado por mim diante dos homens também eu me declararei por ele diante do meu pai que está nos céus… A carta que o Papa escreveu é a expressão dessa declaração de Jesus sobre a vida e obra de Blaise Pascal. Cabe-nos agora a nós fazer o nosso percurso como discípulos, sem medo dos homens, porque a verdade  - que é Cristo - vale mais do que tudo na vida.

PADRE FREI NICOLÁS HIPÓLITO ALMEIDA , OFM

11º Domingo do Tempo Comum

 

(18/06/2023)

           Introdução à Liturgia:

A liturgia deste domingo convida-nos a olhar para a dimensão vivencial da nossa fé que nos recorda que somos caminhantes, peregrinos. É enquanto peregrinos e itinerantes que experimentamos a necessidade da presença do Senhor, de ser ajudados a encontrar o verdadeiro caminho que nos leva ao Pai. Foi esta a missão que Jesus propôs e confiou aos seus discípulos para a anunciar por toda a parte.

         Introdução às leituras:        

A primeira leitura, do livro do Êxodo, fala-nos da caminhada do povo de Israel, após a saída libertadora da terra do Egito, em que Deus se compromete com o Seu povo numa aliança eterna que faz desse povo uma nação eleita para testemunhar as maravilhas do Senhor.

 A segunda leitura, da Carta de S. Paulo aos Romanos, diz-nos que essa aliança foi agora reforçada em Cristo e por Ele assumida como prova do pleno amor de Deus. É por Ele que passamos da condição de pecadores para a de homens novos, regenerados em Cristo, de inimigos para filhos; foi pela Sua morte que todos fomos reconciliados com Deus.

          No texto do Evangelho, S. Mateus fala-nos a misericórdia, da compaixão que Jesus tem por todos aqueles que o seguem. Ele é o Pastor que congrega à sua volta todos aqueles que procuram reencontrar o verdadeiro rosto de Deus. A cada um de nós é confiada também essa missão. 

Padre João Lourenço, OFM

10º Domingo do Tempo Comum

Ano A (11.6.2023)


Introdução à Eucaristia:

A liturgia deste domingo, através da Palavra de Deus que nos é proposta nas leituras, traz até nós um desafio muito importante: em que consiste a verdadeira prática da fé? Como concretizamos a nossa relação com Deus? Que expressões a nossa fé deve assumir no quotidiano da nossa experiência crente? Acolhamos esta Palavra e deixemo-nos interpelar por ela, pois é na fidelidade à Palavra que se consolida o nosso testemunho.

Introdução às Leituras:

Oseias é um dos profetas que marca mais profundamente a mensagem do Antigo Testamento. Melhor que ninguém ele define a essência de Deus como sendo misericórdia e amor. Nisso, o Deus de Israel distingue-se de todos os deuses antigos e dos ídolos dos pagãos. Os ecos de Oseias perduram em toda a tradição bíblica e fazem parte da essência da nossa vivência cristã.

 Na segunda leitura, da Carta aos Romanos, S. Paulo exorta os cristãos de Roma a fortalecerem a sua esperança, tomando como testemunho a figura de Abraão, o pai dos crentes. Para nós, o fundamento da nossa esperança está em Cristo ressuscitado, pois é ele a fonte da nossa justificação.   

 O texto do Evangelho de hoje traz até nós o momento em que Jesus chamou Mateus, o publicano, que deixou o seu posto de cobrança e seguiu Jesus. Perante a incompreensão dos presentes, Jesus recorre a Oseias e faz ver aos fariseus e aos outros que o seguiam que a verdadeira vivência de comunhão passa pela prática da misericórdia e do amor. Aqui está o centro da sua mensagem.

Padre João Lourenço, OFM


SOLENIDADE DO CORPO DE DEUS

2023

       Introdução à liturgia:

            A Igreja nasce da Eucaristia e a Eucaristia consolida a Igreja na sua experiência histórica ao longo dos séculos. Há cerca de dois mil anos que a ‘Igreja celebra a Eucaristia como ‘memória" do Senhor, pois sabemos que é Ele connosco, presente na Sua Igreja, que se faz Eucaristia e dom para o mundo. Celebrar hoje a Solenidade do Corpo de Deus, é festejar a sua presença sacramental no coração da Igreja e em comunhão connosco.

        Introdução às leituras:

            A primeira leitura recorda-nos um elemento fundamental da história da salvação: Deus alimenta o Seu povo na caminhada do deserto, acompanhando-o e oferecendo-lhe o ‘maná’. Jesus é o novo Maná que Deus oferece ao seu povo para ser o alimento da vida eterna.    

             Pela 2ª leitura, Paulo mostra-nos o verdadeiro sentido da Eucaristia: todos comemos do mesmo pão e participamos do mesmo cálice, formando assim um só corpo, em Cristo. Sacramento de comunhão, a Eucaristia é também o sacramento da unidade e da presença de Jesus no coração da sua Igreja.

             O texto do Evangelho, tomado do longo discurso do capítulo 6º de S. João sobre o ‘pão da vida’, fala-nos do verdadeiro alimento, do pão que desceu do céu para dar a nova vida ao mundo. Esse pão é Jesus. Hoje, celebrar a sua presença no meio de nós é um convite à adoração e à comunhão, procurando superar ‘o medo e o isolamento social que se apossou de nós’. Que a Eucaristia – Corpo Santo de Deus no mundo – fortaleça a nossa esperança e nos alimenta na nossa caminhada.

Padre João Lourenço, OFM  

16 de junho de 2023

DOMINGO DA SANTÍSSIMA TRINDADE

 

(Ano A - 2023)

Introdução à Liturgia:

A Solenidade da Santíssima Trindade que hoje celebramos não é um convite a decifrar o mistério que se esconde num “Deus único em três pessoas”; Pelo contrário, é um convite a contemplar o Deus que é amor, que é família, que é comunidade e que criou os homens para os fazer participar desse mistério de amor, revelando-se no mistério do Seu silêncio e da Sua misericórdia. Como Deus é amor, também nós somos criados e chamados a uma comunhão de amor que tem em Deus a sua plenitude.

Introdução às Leituras:

A primeira leitura do livro do Êxodo, fala-nos da revelação de Deus a Moisés, como um deus ‘clemente, compassivo e cheio de misericórdia’. Perante tal novidade, Moisés mais não faz do que contemplar esse mistério que se apresenta e não se impõe nem pela força nem pelo medo. É assim que Deus quer estar connosco e caminhar no meio de nós.

Na segunda leitura, Paulo, na Carta aos Coríntios, faz-nos um convite à alegria e à comunhão. Se a Trindade é o mistério da comunhão de Deus, nós somos chamados também a viver esse mesmo mistério de comunhão, traduzindo-o através da nossa presença no mundo.

O  Evangelho mostra-nos, através do diálogo de Jesus com Nicodemos, que o mistério da Trindade não é só a forma de Deus ser na sua comunhão de amor. Essa comunhão é também a forma d’Ele ser para connosco, tal como Jesus no-lo diz e o viveu. Passa por aqui uma das dimensões fundamentais da nosso fé: Acreditar no amor de Deus para connosco. Por isso, podemos dizer que a Trindade é o mistério do amor silencioso de Deus que Ele vive a partilha connosco.

Padre João Lourenço, OFM   

SOLENIDADE DO PENTECOSTES

 

(28.05.2023)


Introdução à Liturgia:

O Espírito Santo é o grande dom que Deus faz à sua Igreja. É por Ele que somos congregados na Comunhão e podemos testemunhar no mundo o Cristo Ressuscitado. Celebrar o Pentecostes é celebrar as origens da Igreja, do novo povo de Deus que o Espírito renova e congrega na comunhão.

 Introdução à Leituras:

A primeira leitura mostra-nos como a Comunidade reunida em nome do Senhor Jesus recebe o dom do Espírito Santo, a nova Lei do ressuscitado que é a fonte dessa vida nova. É pela ação do Espírito Santo que a vida dos fiéis ganha um novo sentido e faz deles testemunhas vivas de Cristo.

Na segunda leitura, Paulo ajuda os crentes de Corinto a reconhecerem a ação do Espírito Santo em cada um dos batizados. A diversidade de ministérios e de dons é uma riqueza grande para a Igreja. A finalidade de todos esses carismas é o contributo para que a comunidade cresça na comunhão e no serviço fraterno. 

O Evangelho apresenta-nos a comunidade cristã, reunida à volta de Jesus ressuscitado. Para S. João, esta comunidade passa a ser uma comunidade viva, recriada a partir do dom do Espírito. É pelo Espírito que a Comunidade vence o medo, se torna testemunho vivo da força de Deus no mundo e construtora da harmonia e da paz.

Padre João Lourenço, OFM

 
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