Retalhos Como Francisco e Clara de Assis, a Fraternidade a todos saúda em Paz e Bem!Retalhos

2 de agosto de 2013

2 de agosto - Santa Maria dos Anjos

Solenidade do "Perdão de Assis"



Assis (RV) – Nesta quinta e sexta-feira, celebra-se, na Basílica de Santa Maria dos Anjos, em Assis, a cidade de São Francisco, a Abertura da Solenidade do “Perdão de Assis”, com uma Santa Missa presidida, de manhã, pelo Ministro Geral da Ordem dos Franciscanos Menores, Padre Michael Perry. À noite, o bispo de Assis, Dom Domenico Sorrentino, preside à Peregrinação da Diocese de Assis e às Primeiras Vésperas da Solenidade do “Perdão de Assis”. Assim, neste mês de agosto, a família Franciscana celebra, portanto, duas importantes festas: o Perdão de Assis, 02 de agosto, e o dia de Santa Clara de Assis, no dia 11. Mas, qual é o verdadeiro significado desta festa franciscana, conhecida no mundo inteiro?
O Perdão de Assis é a máxima expressão da Misericórdia de Deus. Segundo relatos de fontes franciscanas, em certa noite do ano de 1216, Francisco encontrava-se em profunda oração na igrejinha da Porciúncula, que ficava nos arredores de Assis, quando, de repente, todo o local ficou iluminado e Francisco viu sobre o altar o Cristo e a sua direita sua Santíssima Mãe e ao redor deles uma multidão de anjos. Perguntaram-lhe o que desejava para a salvação das almas ao que de imediato respondeu: “Santíssimo Pai, mesmo que eu seja um mísero pecador, te peço que, a todos quantos arrependidos e confessados, vierem a visitar esta igreja, lhes conceda amplo e generoso perdão, com uma completa remissão de todas as culpas”. O Senhor lhe disse: “Ó irmão Francisco, aquilo que pedes é grande, de coisas maiores és digno e coisas maiores tereis: acolho portanto o teu pedido, mas com a condição de que tu peças esta indulgência, da parte minha, ao meu Vigário na terra (Papa)”. No dia seguinte Francisco apresenta-se diante do Papa Honório III e partilha a visão que teve, e o Papa lhe concede a aprovação da indulgência plenária. Logo após, o Santo Padre pergunta se não quer nenhum documento que comprove a autorização, no que Francisco responde: “Santo Pai, se é de Deus, Ele cuidará de manifestar a obra sua; eu não tenho necessidade de algum documento. Esta carta deve ser a Santíssima Virgem Maria, Cristo o Escrivão e os Anjos as testemunhas”. Com o passar dos séculos a indulgência concedida às pessoas que visitassem a igrejinha de Santa Maria dos Anjos (Porciúncula) se estendeu também a todos que, no dia 02 de agosto, visitarem uma igreja paroquial. Essas pessoas devem se confessar, rezar o credo, um Pai Nosso, participar da Eucaristia e comungar e rezar uma oração na intenção do Santo Padre. (RV)

A Indulgência da Porciúncula
No ano de 1216, numa silenciosa noite do mês de Julho, São Francisco, ajoelhado sobre a terra nua, estava profundamente mergulhado nas suas orações, na silenciosa solidão da pequena Igreja da Porciúncula. Quando de súbito, uma luz vivíssima e fulgurante encheu todo o recinto e no meio dela, apareceu a doce figura de Jesus ao lado da Virgem Maria sorridente, sentados num trono e circundados por diversos Anjos. Jesus perguntou-lhe: “Qual o melhor auxílio que desejarias receber, para conseguir a salvação eterna da Humanidade?”
Sem hesitar Francisco respondeu: “Senhor Jesus, conquanto eu seja miserável e pecador, rogo-te que a todos quantos, arrependidos e confessados, vierem visitar esta Igreja, lhes concedas amplo e generoso perdão, com completa remissão de todas as suas culpas."
- “O que tu pedes, ó Frei Francisco, é um benefício muito grande,” disse-lhe o Senhor, “mas de maiores coisas és digno, e maiores coisas terás. Acolho, pois a tua prece, mas com a condição de que, de minha parte, peças ao meu Vigário na terra essa indulgência”.
No dia seguinte, bem cedinho, Francisco acompanhado de Frei Masseu, seguiu para Perusa, a fim de se encontrar com o Papa Honório III.
Chegando disse-lhe:
“Santo Padre, há algum tempo, com o auxílio de Deus, restaurei uma Igreja em honra a Santa Maria dos Anjos. Agora suplico a Vossa Santidade ponhais nesta Igreja uma indulgência, sem obrigação nenhuma de ofertas, no dia da dedicação dela.”
O Papa ficou surpreso e comoveu-se com o tal pedido. Depois perguntou: “Por quantos anos pedes esta indulgência?”
“Santo Padre”, respondeu Francisco, “não peço anos, mas almas.”
“Que queres dizer com isto?” retorquiu o Papa.
“Eu queria, se a vós assim apraz, que todos aqueles que forem à Porciúncula, contritos dos seus pecados, e depois de se confessarem e de receberem a absolvição, obtenham a remissão de todos os seus pecados, na pena e na culpa, no céu e na terra, desde o dia do seu batismo até o dia e a hora em que entrarem nessa Igreja de Maria.”
Respondeu o Papa: “Não sabes que não é costume da Cúria Romana conceder tal indulgência?"
“Senhor”, redargüiu o “Poverello”, “não sou eu que peço isto, mas vo-lo pede Aquele da parte de quem eu venho: Jesus Cristo.”
Ouvindo isto, o Papa cheio de amor respondeu, repetindo por três vezes: “Em nome de Deus, Francisco, concedo-te a indulgência que em nome de Cristo me pedes.”
Tendo alguns Cardeais, ali presentes, manifestado algum desacordo, o Papa reafirmou: “Já concedi a indulgência. Todo aquele que entrar na Igreja de Santa Maria dos Anjos da Porciúncula, sinceramente arrependido das suas faltas e confessado, seja absolvido de toda pena e de toda culpa. Esta indulgência valerá somente durante um dia, em cada ano, “in perpetuo”, desde as primeiras vésperas, incluída a noite, até às vésperas do dia seguinte.”
Logo que o Pontífice terminou de falar, Francisco inclinou-se respeitosamente e fez menção de partir. Mas o Papa, chamando-o, lhe disse: “Ó simplório, aonde vais, sem um documento que ateste a nossa concessão?”
Respondeu o "Poverello": “Padre santo, a mim basta a vossa palavra. Se esta indulgência é obra de Deus, Ele cuidará de manifestar a sua obra; eu não preciso de nenhum instrumento: esse documento deve ser a Virgem Maria, Cristo o tabelião, e os Anjos as testemunhas.”
Após isto, Francisco partiu retornando para Santa Maria dos Anjos. Sentiu necessidade de repousar e, ao adormecer, lhe foi revelado por Deus que a indulgência a ele concedida na terra pelo Vigário tinha sido confirmada no Céu.
A “consagração” da Igrejinha aconteceu no dia 2 de Agosto do mesmo ano de 1216. Francisco assim falou, à imensa multidão de povo que o escutava, anunciando a Indulgência:
“Quero mandar-vos todos para o Paraíso. Nosso Senhor o Papa Honório concedeu de voz esta indulgência. Pela qual tanto vós que estais aqui presentes, como aqueles que neste dia, nos anos subseqüentes, vierem a esta igreja, com o coração bem disposto, e estiverem verdadeiramente arrependidos, terão o perdão de todos os seus pecados.”
A Indulgência da Porciúncula somente era concedida a quem visitasse a Igreja de Santa Maria dos Anjos, entre a tarde do dia 1 de agosto e o pôr-do-sol do dia 2 de agosto. (Texto - baseado nas palavras de Johannes Joergensen, biógrafo de São Francisco)












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