O
Decálogo de Assis
Para a paz, enviado aos chefes de Estado
Comprometemo-nos a proclamar a
nossa firme convicção de que a violência e o terrorismo estão em oposição com o
verdadeiro espírito religioso e, ao condenar qualquer recurso à violência e à
guerra em nome de Deus ou da religião, empenhamo-nos em fazer tudo o que for
possível para desenraizar as causas do terrorismo.
Comprometemo-nos a educar as
pessoas no respeito e na estima recíprocos, a fim de poder alcançar uma
coexistência pacífica e solidária entre os membros de etnias, culturas e
religiões diferentes.
Comprometemo-nos a promover a
cultura do diálogo, para que se desenvolvam a compreensão e a confiança
recíprocas entre indivíduos e entre os povos, pois são estas as condições para
uma paz autêntica.
Comprometemo-nos a defender o direito de todas
as pessoas humanas de levar uma existência digna, conforme com a sua identidade
cultural, e de fundar livremente uma família que lhe seja própria.
Comprometemo-nos a dialogar com
sinceridade e paciência, não considerando o que nos divide como muro
insuperável, mas, ao contrário, reconhecendo que o confronto com a diversidade
do próximo pode tornar-se uma ocasião de maior compreensão recíproca.
Comprometemo-nos a perdoar-nos
reciprocamente os erros e os preconceitos do passado e do presente, e a
apoiar-nos no esforço comum para vencer o egoísmo e o abuso, o ódio e a
violência, e para aprender do passado que a paz sem justiça não é uma paz
verdadeira.
Comprometemo-nos a estar da parte
de quantos sofrem devido á miséria e do abandono, fazendo-nos a voz dos que não
têm voz e empenhando-nos concretamente para sair de tais situações, convictos
de que, sozinhos, ninguém pode ser feliz.
Comprometemo-nos a fazer nosso o
brado de todos os que não se resignam à violência e ao mal, e desejamos
contribuir com todos os nossos esforços para dar à humanidade do nosso tempo
uma real esperança de justiça e de paz.
Comprometemo-nos a encorajar
qualquer iniciativa que promova a amizade entre os povos, convictos de que, se
não há um entendimento solidário entre os povos, o progresso tecnológico expõe
o mundo a riscos crescentes de destruição e de morte.
Comprometemo-nos a pedir aos
responsáveis das nações que façam todos os esforços possíveis para que, quer a
nível nacional quer internacional, seja edificado e consolidado um mundo de
solidariedade e de paz fundado na justiça.
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