Não aspiramos à unidade do ser. As divisões do templo que habitamos são muitas e os apelos dos sentidos e interesses que pretensamente garantem o espírito de sobrevivência espartilha-nos e aprisiona-nos no círculo restrito do espaço que nos rodeia.
Não vemos e saboreamos a partir do centro o horizonte que desponta incessante e incansavelmente para nós e não escutamos o odor da palavra que nos faz filhos da mesma terra e irmãos na parentalidade única que nos precede e espera como um todo em marcha para a eterna eternidade.
A resposta ao apelo a sair de nós e a fazer festa no belíssimo parque do encontro do ser com o amor, a dor, a doença, o trabalho, a injustiça, a fadiga e a morte é um sentido de vida credível para a nossa humanidade sedente de repouso, alegria e unidade. É saciedade no Ser pessoa, único, intransmissível e incomunicável, na Trindade e na Igreja.
Fazemos memória que somos, vivemos, trabalhamos e oramos como povo ao serviço do povo. E que para lá das divisões há um outro, um outro eu, um outro nós que é presença viva e nos chama e espera e ama misericordiosamente na plenitude do Ser criação, encarnação e redenção. Celebramos que somos comunhão no sangue e corpo de Jesus Cristo e na unidade do Ser amor de Deus para sempre. E acreditamos, no Espírito de liberdade, que somos a Igreja de Cristo, as pedras vivas do templo do Senhor.
Chicabanica, OFS
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