Retalhos Como Francisco e Clara de Assis, a Fraternidade a todos saúda em Paz e Bem!Retalhos

9 de maio de 2020

5º DOMINGO DA PÁSCOA - 2020



Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6)

Os textos de S. João que meditamos nos Evangelhos das eucaristias desta quadra pascal são de uma riqueza única e singular, dando a este tempo um sentido pleno de esperança que nos abre para um horizonte de eternidade, como sucede em todo o Evangelho de S. João. Do texto deste domingo podemos retirar esta afirmação de Jesus em que, mediante 3 palavras, Ele afirma a sua missão ‘Eu sou o caminho’, a sua identidade ‘Eu sou a verdade’ e a sua pessoa ‘Eu sou a vida’. Três palavras-chave que definem o sentido do mistério de Cristo e, ao mesmo tempo, marcam as configurações da vida cristã como sendo uma caminhada na busca e na procura de Deus. Já assim o era no Antigo Testamento como no-lo mostra a pessoa de Abraão: ‘deixa a tua terra e parte’. E Abraão partiu; toma o teu filho e vai… E Abraão tomou o filho e foi…, mesmo ainda sem conhecer o caminho, nem a meta.
Ele partiu porque, sendo Homem de fé, sabia que mesmo na noite da dúvida, da incerteza, Deus era o caminho, do qual recebeu o maior dom – ‘o filho que tanto amas’ – e também era a certeza que os seus sonhos não morreriam no caminho, porque estava pronto a dar a Deus o que d’Ele tinha recebido, o seu grande amor: Isaac. Agora, é Jesus, o filho único, que o Pai deu aos homens que se faz nosso caminho; Ele não nos mostra o caminho; Ele é o caminho e o caminho consiste em ‘acreditar na possibilidade impossível de Deus’ que, apesar do Seu silêncio (como o sentimos hoje, nesta noite de procura e de penumbra) e das Suas exigências impossíveis, nós sabemos que Ele está presente. Com o caminho que é Jesus nós superamos a própria noite de Deus na história, a noite do Seu amor por nós que só Jesus nos permite compreender e caminhar.

Enquanto ‘caminho’, Jesus mostra-nos que a meta é o Pai e é por Ele e n’Ele que alcançamos a plenitude. Ele é o ‘caminho’ que trouxe até nós a glória do Pai e pelo qual subimos também para a mesma glória. Jesus não ousa apresentar-se como um modelo de procedimentos éticos ou de valores morais. Pelo contrário, a sua proposta é uma caminhada que se faz seguindo o seu testemunho de vida. Ele não se faz meta, mas apenas a estrada que até ela nos conduz. A palavra de Jesus é clara; Israel tinha um caminho que era a Lei; foi por ela que Abraão chegou ao Monte Moriá; é nela que Deus abriu um caminho no deserto para que o Seu povo chegasse à Terra prometida, aquando do êxodo; foi ainda por ela que Deus aplanou os montes e outeiros para que, no regresso da Babilónia, o povo alcançasse de novo a sua meta, a nova Sião. Habituados às distâncias e à aridez do deserto, bem como às encruzilhadas dos vales e à sinuosidade das montanhas, Israel sabia, por experiência própria, como é difícil percorrer a Terra e alcançar o termo de uma qualquer viagem, mesmo quando programada. Na Palestina, as incertezas dos caminhos, as miragens do deserto e os perigos que lhes estão associados, acarretam consigo muitos obstáculos e fazem com que qualquer viagem seja sempre um risco. Agora, o ‘caminho’ já não é uma construção exterior, nem uma distância a percorrer, mas sim a pessoa do Filho que, enviado ao mundo para o salvar (Jo 3,17), identifica o Pai e nos introduz na comunhão com Ele. Nós não fazemos o caminho; apenas o percorremos. O nosso itinerário está feito; Jesus é Ele o caminho e a nós compete entrar nele e com Ele seguir estrada fora, ao encontro do Pai. É porque Ele é o caminho que ninguém ‘vai ao Pai se não por Ele’ (Jo 14,6). Mas para isso, há que O conhecer, pois só conhecendo-O é que podemos chegar ao Pai e conhecer também o Pai (Jo 14,9). A beleza da fé está aqui; ela é o caminho que em Cristo nos conduz ao Pai. E esse caminho faz-se e perfaz-se em Cristo e com Ele.   
O tempo pascal é esta caminhada em busca da plenitude: caminhada na vida e caminhada na descoberta de Cristo ressuscitado. O evangelho mostra a nossa identidade ‘peregrina’ de crentes que vão descobrindo a presença do Senhor ressuscitado nos sinais da vida e muitos são esses sinais, incluindo o do silêncio de Deus. O sentido do nosso peregrinar não está apenas no ‘fazer caminho’; está essencialmente na busca do Sentido que nos conduz ao Pai. Só por Ele e com Ele podemos lá chegar, pois só n’Ele é que cada homem se faz ‘peregrino da Eternidade.
Padre João Lourenço, OFM

1 de maio de 2020

4º Domingo de Páscoa – 2020


Jesus As The Good Shepherd In Caesarea's National Park, Israel
DOMINGO DO BOM PASTOR
Introdução à liturgia:
     O 4º Domingo da Páscoa, de todos conhecido como o “Domingo do Bom Pastor”, colhe esta designação a partir do cap. 10º do Evangelho de S. João que sempre se lê, repartido em três unidades, neste 4º domingo. Trata-se de um tema – o Pastor – e de um texto, o capítulo de S. João que são marcantes da tradição bíblica, da vida e da pastoral da Igreja, e também da espiritualidade cristã. No entanto, importa ter presente que este tema – o Pastor – tem já as suas raízes no Antigo Testamento, designadamente nos Salmos (que toda a gente conhece e canta) e também em Ezequiel (cap. 34), um texto que serve de fundo e enquadra muito bem a mensagem que é transmitida por S. João. É aqui que o evangelista coloca toda a força e a centralidade dessa imagem única e singular – Jesus, ‘o Bom Pastor’ – que dá a vida pelas ovelhas e se entrega à missão que o Pai lhe confiou. O texto de S. João não é um texto fechado sobre si mesmo; não se trata de uma contemplação passiva. É uma imagem aberta e dinâmica que se prolonga naqueles que seguem o testemunho de Jesus e se dedicam ao Povo de Deus, pois sem Pastor não há Comunidades e, por isso, somos desafiados a rezar e promover, cada um com a sua capacidade, a causa do serviço pastoral: ser pastores conforme as nossas capacidades e os ministérios que nos são confiados. Também é tempo de rezar e pedir ao Bom Pastor que nos envie bons pastores para o serviço da Sua Igreja.

A Figura do Bom Pastor:
      Quem já visitou Cesareia Marítima teve a oportunidade de ver uma das mais antigas estátuas de Jesus (apesar de um pouco mutilada) como o ‘Bom Pastor’, carregando uma ovelha aos ombros. Isto mostra-nos que desde cedo os cristãos sentiram que o ‘ser pastor’ não era apenas uma figura de estilo nem uma mera categoria simbólica; muito mais que isso. A mensagem bíblica sempre se apresentou como um serviço e na figura do ‘Bom Pastor’ Jesus concretiza aquilo que Ele mesmo tinha dito: ‘Não vim para ser servido, mas para servir’; ou ainda: ‘Eu estou no meio de vós como quem serve’. De facto, a imagem do pastor é uma das mais expressivas, e simples ao mesmo tempo, para traduzir a ideia de serviço. Por isso, ela é uma ideia profundamente revolucionária. Deus sempre foi acreditado como fonte de poder e de mando; é a Escritura que nos diz que Ele é Pastor e que cuida do Seu rebanho, das suas ovelhas (Ez 34). A figura de pastor, como todos sabemos, nem era grata aos judeus, pois os pastores eram considerados como gente impura, gente que andava entre os gados e não cultivava as normas da pureza ritual. É a estes ‘marginais’ que Ele é anunciado na noite de Belém, os primeiros contemplados com a feliz notícia de que ‘nos nasceu um Salvador, fonte de alegria’ e de esperança para todo o povo. Jesus apresenta-se como o ‘Bom Pastor’ (o ‘Belo Pastor, no dizer do texto grego que com esta designação quer expressar a beleza e a ternura de Deus pelo Seu povo). Sendo o Bom Pastor, o evangelho (Jo 10) oferece-nos um conjunto de atitudes que definem a ‘bondade do Pastor’: Ele liberta, abre portas, mostra o caminho, conduz às pastagens, chama pelo nome, recolhesse todas e cada uma das suas ovelhas, recolhe-as no aprisco do seu ‘coração misericordioso’, vai buscar a que anda perdida e cuida da que está ferida pelo pecado, faz frente ao salteador e, finalmente, dá a vida por cada uma e por todas. A Sua missão é libertar o rebanho de Deus do domínio da escravidão e levá-lo ao encontro das pastagens verdejantes onde há vida em plenitude. Jesus cumpre com amor essa missão, no respeito absoluto pela identidade, individualidade e liberdade das ovelhas, aceitando cada uma como é para que venha a ser aquilo que Deus quer que sejamos. Na segunda leitura, Pedro reforça esta mesma atitude, convidando-nos a seguir o Pastor para não sermos ovelhas tresmalhadas. Hoje, o empenho na Igreja convida-nos a ser verdadeiras ovelhas que se aconchegam ao Bom Pastor e d’Ele recebem a força e a esperança de um amanhã de luz. Que o nosso confinamento nos ajude a sentir mais fortemente a presença do Bom Pastor que nos guia na esperança de um amanhã melhor.
      Rezemos ao Bom Pastor: ‘Não Te esqueças que somos as tuas ovelhas e nos colocamos nas Tuas mãos. Conduz-nos aos pastos da vida eterna’. Um santo e feliz domingo do ‘Bom Pastor’.

      Fr. João Lourenço

29 de abril de 2020

Beato Luquésio de Bonadone


Beato LUQUÉSIO DE POGGIBONSI



É hoje o seu dia.
Luquésio era um comerciante bem-sucedido nos seus negócios. Buonadona, sua mulher, governava a casa com método, contendo gastos, contribuindo assim para o crescimento da fortuna do casal. A generosidade não era propriamente uma virtude que os distinguisse. Viviam centrados na sua vida, virados mais para as coisas terrenas do que para as do espírito.
Mas o Pai do céu, que dá liberdade aos seus filhos, tem também o Seu tempo e o seu modo, para se manifestar. Vai moldando os corações. Murmura palavras que fazem despertar para uma nova realidade.
E Luquésio, sem saber bem como, começou a achar que algo faltava na sua vida. Havia um vazio.
Por essa altura ouvia-se falar de Francisco de Assis, que pregava o amor, vivia pobremente e irradiava felicidade. Era filho do rico comerciante Bernardone, que ele bem conhecia dos negócios. Porque trocara este jovem uma vida dourada, confortável, para ser agora um pedinte, trabalhando com os leprosos e tendo por casa os bosques das colinas de Assis?  Luquésio gostava do que ouvia. Queria mesmo conhecer esse Francisco de que tanto se falava.
Luquésio e sua mulher, passada a juventude, foram-se tornando mais afeiçoados aos assuntos de Deus e a olhar o próximo com bondade. O Senhor começou a trabalhar aqueles corações.
Um dia decidiram procurar Francisco. Estavam dispostos a renunciar aos seus bens, a distribuir o dinheiro pelos pobres, para poderem ficar com ele. Queriam, como tantos, seguir o seu exemplo.
Francisco, bondoso e sensato, achou que nem todos poderiam abraçar a radicalidade evangélica. A família não podia ser descurada. Poderiam servir a Deus, no mundo, nas suas casas, na sociedade.
Então Francisco redigiu uma Regra. Criou, assim, a Ordem Terceira da Penitência.
Pensa-se que Luquésio e Buonadona, foram os primeiros franciscanos da Terceira Ordem. Mas não se sabe ao certo. A verdade é que se santificaram e viveram com rigor as normas que Francisco lhes deu. Outros, ainda em vida do nosso Santo, professaram.
Em Poggibonsi, cidade italiana onde viveu, na Basílica a ele dedicada, repousa Luquésio e sua esposa. Morreu com 80 anos e foi beatificado em 1694, pelo Papa Inocêncio XII.
Luquésio é um dos padroeiros da Ordem Franciscana Secular. É hoje o dia da sua festa.
A Ordem Franciscana Secular ou Ordem Terceira da Penitência como no princípio foi chamada, não é uma piedosa associação de pessoas agregada a uma família religiosa.
Foi fundada pelo próprio S. Francisco. É uma Ordem Franciscana. A Terceira. Tendo como alicerce aquilo que ele mesmo escreveu por inspiração do Senhor: viver segundo o Santo Evangelho.
Irmão que hoje recordamos, Paz e Bem!
“Altíssimo, Omnipotente e Bom Senhor, a Ti toda a Honra e toda a Glória…”
maria clara, ofs
28ABRIL2020

Luquésio de Poggibonsi (Clique aqui)


Bem-aventurado Luquésio de Poggibonsi

Da Terceira Ordem (1181-1260). Inocêncio XII em 1694 concedeu ofício e missa em sua honra.

O Val d’Elsa, então território florentino, foi a terra natal de Luquésio ou Lúcio, o primeiro terceiro franciscano. Passou a sua juventude mergulhado em interesses mundanos, especialmente na política e na procura de riquezas. Tornou-se tão impopular com seu violento partidarismo em prol da causa dos guelfos, que achou mais prudente sair de Gaggiano, sua terra natal, e estabelecer-se em Poggibonsi, onde continuou seus negócios como fornecedor de mantimentos e prestamista. Entre 30 e 40 anos de idade, sobreveio uma mudança em sua vida, em parte como conseqüência da morte de seus filhos. Seu coração foi tocado pela graça divina, e ele começou a ter interesse pelas obras de caridade, como a assistência e o cuidado dos enfermos e a visita às prisões. Renunciou inclusive a todos os seus bens em favor dos pobres, com exceção de um pedaço de terra que resolveu cultivar com suas próprias mãos.
Pouco tempo depois São Francisco de Assis foi a Poggibonsi. O santo vinha considerando já algum tempo a necessidade de criar uma associação para pessoas que desejassem viver a vida religiosa no mundo, mas, como se narra, Luquésio e sua mulher Bonadonna foram, na verdade, o primeiro homem e a primeira mulher a receber das mãos do Seráfico Pai o hábito e o cordão da Ordem Terceira. A partir daquele momento os dois se entregaram a uma vida de penitência e de caridade. Algumas vezes Luquésio chegava ao ponto de dar aos pobres até mesmo qualquer resto de comida que houvesse em casa. No começo Bonadonna reclamava, porque ela não se alçara de imediato a uma confiança tão perfeita na Providência divina como o marido, mas a experiência depois lhe ensinou que Deus não deixa faltar o pão quotidiano a seus servos fiéis.
Seu marido alcançou um alto grau de santidade e foi favorecido com êxtases e com o dom de curar. Quando se tornou evidente que ele já não tinha muito tempo para viver, sua mulher lhe suplicou que ele esperasse um pouquinho por ela, para que ela, que tinha partilhado de seus sofrimentos aqui na terra, pudesse também tomar parte em sua felicidade no céu. Seu desejo foi atendido, e ela morreu pouco antes de seu marido ir receber sua recompensa eterna. O culto do Beato Luquésio foi confirmado em 1694.
Embora, ao que parece, a vida do Beato Luquésio tenha sido escrita por um contemporâneo, infelizmente não chegou até nós, e nós dependemos daquela que foi compilada por Frei Bartolomeu Tolomeí, um século depois, e publicada em “Acta Sanctorum”, abril, voI. lII. Note-se que esse texto jamais afirma claramente que Luquésio e sua mulher tenham sido os primeiros a receber o hábito como terceiros; ele sugere, antes, o contrário. Vejam-se também F. van den Borne, Die Anfiinge des Franziskanischen Dritten Ordens (1925), e Léon, Auréole séraphique (trad. para o inglês), vol. II, p. 131·137.

27 de abril de 2020

57.º Semana das Vocações




25 de abril de 2020

3º DOMINGO DA PÁSCOA



(26.04.2020)
Todos somos ‘Peregrinos de Emaús’
        Introdução á Liturgia
         A liturgia deste domingo está centrada na manifestação de Jesus aos dois discípulos, companheiros a caminho de Emaús. Trata-se da 1ª parte do cap. 24 de S. Lucas, com o qual se conclui este Evangelho, retirando depois o evangelista algumas conclusões a partir desta manifestação do Senhor. É um texto único, uma memória inesquecível que nos é oferecida por esta evangelista, um homem com uma sensibilidade única e um humanismo que supera todos os nossos parâmetros racionais. Lucas é aquele evangelista que contempla o mistério de Cristo e a partir dessa contemplação encontra uma nova luz e uma nova compreensão para toda a sua vida. Como dizia Pavel Evdokimov, algo que bem se pode comprovar neste episódio de Emaús, ‘não é o conhecimento que ilumina o mistério (de Cristo, subentendido), mas é o mistério que ilumina o conhecimento’. Emaús está no centro deste mistério, em que Cristo se faz presente e peregrino, colocando-se ao nosso lado e, na penumbra da tarde, se deixa conhecer através do ‘partir do pão’ e nos envia a levar a Boa-Nova da ressurreição.
          As Leituras deste Domingo
           As três leituras, que nos são propostas pela liturgia deste domingo, são um Credo vivencial feito em termos de testemunho da Comunidade das origens, em três perspetivas diferentes (Atos, Pedro e Lucas), mas as 3 são unânimes na afirmação do Senhor Ressuscitado como companheiro de viagem. É uma dimensão importante da vida cristã: a nossa fé, vive-se como uma viagem, uma caminhada que tem penumbras da ‘tarde’ e tem encontros que decorrem no percurso, mesmo quando não estamos à espera nem somos capazes de atingir o seu alcance, como os dois que regressavam a casa, após uma bela experiência de partilha com Jesus. No entanto, tanto eles como nós, nem sempre somos capazes de reconhecer Aquele que faz caminho ao nosso lado; precisamos de Lhe abrir a porta e sentarmo-nos com Ele à mesa. Precisamos de Lhe dizer:
        ‘Senhor, a noite vem caindo e faz-se tarde’. Fica connosco para que possamos saborear a Tua presença, sentir o ‘calor das Tuas Palavras’; precisamos que Tu nos expliques as Escrituras, pois só a Tua Palavra dá calor às Escrituras, só a Tua forma de explicar e de nos mostrar que Elas (as Escrituras) têm um sentido, nos ajuda a compreender o sentido que Elas têm para nós. Só por nós, sem a luz do Teu rosto, sem o ardor da Tua presença sempre será difícil compreender as Escrituras, mas também sem Elas dificilmente compreenderemos o Teu Mistério.
          Senhor, Companheiro de Emaús, precisamos que Tu fiques connosco neste tempo de tantos mistérios, ainda sem luz nem claridade da manhã, sem horizonte claro e, por vezes, para muitos dos nossos Irmãos, também sem esperança. Precisamos que Te coloques ao nosso lado, que nos ensines que é pela Escritura que chagamos a Ti e é Contigo que experimentamos aquilo que João diz no capítulo 3º do seu Evangelho: ‘Deus enviou o Seu Filho ao mundo para o Salvar e não para o condenar’. Só na Tua caminhada connosco é que nós descobrimos e experimentamos o sentido do Caminho e só Contigo à nossa mesa sentimos o encanto e o ardor do coração. Não queremos que fiques só connosco; mas queremos ser enviados aos Irmãos a partir da partilha Contigo e da escuta da Palavra que alimenta e fortalece a nossa vida.
          Senhor, Companheiro de Emaús, não deixes que o entardecer do nosso hoje nos paralise na caminhada; faz-nos teus enviados aos Irmãos para anunciar-lhes que só Tu és capaz de fazer com que o nosso coração sinta aquele encanto de sempre e possa testemunhar a Tua presença em cada dia da nossa caminhada.

       Um santo domingo,
          Fr. João Lourenço

NB: Quem desejar, poderá ver e ouvir as reflexões que faço sobre a Liturgia deste Domingo no Programa ‘A FÉ DOS HOMENS’, na RTP2, no dia 24, sexta feira, às. 15.30h.  


20 de abril de 2020

Feliz Tempo Pascal

O Tempo Pascal é o tempo da mistagogia, isto é, da catequese dos sacramentos da Igreja, particularmente dos sacramentos da iniciação cristã, que seria normal terem sido celebrados na Vigília pascal. Não obstante, 
Feliz Tempo Pascal.
Iniciação Cristã - Hyde Park, Londres, 19 de abril de 2020 
Recomecemos....


Do Conselho Nacional


Páscoa - Cartas do Ministro Geral e Nacional da OFS













18 de abril de 2020

2º domingo da Páscoa - 2020



(19.04.2020)
Reflexão e partilha pascal
      Introdução:
      Os ecos da experiência pascal dos discípulos prolongam-se na história e emprestam sentido à vida e à missão que eles anunciam a partir do seu encontro com o Ressuscitado. Este encontro não só marcou a vida dos discípulos e dos seguidores de Jesus, mas define também um tempo novo, que o judaísmo anunciava e esperava que acontecesse com o messias, mas que para nós acontece como experiência permanente. Por isso, esta ‘semana’ dita pascal, que se conclui com o ‘domingo in albis’, como foi e é chamado na tradição cristã, significa a ‘semana eterna’ dos novos tempos a que Jesus dá início; é a plenitude dos tempos. Para os crentes do Antigo Testamento, o messias havia de implementar o 7º milénio, o milénio eterno do repouso sabático. Cristo, não veio inaugurar um milénio de repouso sabático, mas sim um tempo de eterna comunhão com Deus, de reconciliação plena da humanidade com Deus e, como profetizara Isaías, uma comunhão universal com todas as criaturas. Para que isso possa acontecer, há que descobrir e reconhecer a humanidade de Jesus e anunciar a sua divindade, tal como no-lo propõe o Evangelho de hoje.
      
O ‘Espírito’ das Leituras de hoje: 
         As leituras da Eucaristia de hoje centram-se, como sucede nestes dias, no encontro com o Ressuscitado. No entanto, olhando para estes textos, logo percebemos que eles incorporam uma dinâmica crente que vai para além do acontecimento em si e traduzem-se por uma nova forma de ser e estar: Nós já não ficamos à espera do acontecer, agora é o tempo novo de viver e testemunhar. Por isso, na 1ª leitura temos o testemunho da comunidade que se constrói a partir de Jesus, já não são os ‘feitos de outrora’, mas é o encontro com Jesus que nos leva ao encontro com o Outro, seja ele quem for. Olhar o outro e descobrir nele, na sua humanidade e, porventura na fragilidade, que ele é o sinal de Deus. Por isso, este domingo, dito também da ‘Misericórdia’ que é a expressão mais sublime da Escritura para nos falar de Deus, como o fez Oseias, é, acima de tudo, o ‘domingo de Tomé’. Temos no evangelho de hoje um dos textos fundamentais do Novo Testamento: o reconhecimento da humanidade de Jesus. Embora todos nós, e cada um, sejamos um ‘Tomé’ que procura encontrar-se com Deus em Jesus, fugimos muitas vezes ao encontro com a sua humanidade, com as marcas da sua existencialidade; preferimos um Jesus que não traga em si esses sinais. Por isso, precisamos de Tomé, do seu testemunho, do seu encontro e do seu reconhecimento, da sua fé: ‘Meu Senhor e meu Deus’! Por isso, Tomé abre-nos um caminho novo, a nós e a todos os que procuram os sinais de Deus na história, sabendo que essa presença tem as marcas e os traços da Sua paixão em Jesus Cristo. É aí que se encontram todos ‘aqueles que, mesmo sem verem, acreditam’. É nesta experiência que estejamos todos incluídos. É que só chegamos à divindade de Cristo se passarmos pela sua paixão e aí descobrimos os traços da sua humanidade na história de cada um de nós.
      A todas e a todos desejo uma feliz continuação de vivência pascal.
       Que os traços da dor e do sofrimento da história atual nos ajudem
       também descobrir que Ele é o Salvador: ‘Meu Senhor e meu Deus’!

        Fr. João Lourenço

Dia da Família Franciscana - 16 de abril


UMA NOVA LUZ NASCEU EM ASSIS



Era o dia 16 de abril do ano de 1208. A primavera em todo o seu esplendor, fazia brilhar montanhas e vales e a natureza mostrava toda a sua beleza.
Francisco de Assis, com o coração em festa recebia, nesse dia, o seu primeiro companheiro. O senhor Bernardo de Quintavale, homem distinto, não só pela sua posição social como pelos seus títulos académicos.
E Francisco, cheio de alegria, agradeceu ao Senhor que assim se manifestava na sua vida, com a chegada deste primeiro Irmão.
Passado pouco tempo, a eles se juntou Pedro Câtanio, cónego de S. Rufino. E outros vieram. Eram já doze.
Francisco, sempre escutando a voz do Senhor e vendo que o número de Irmãos crescia, escreveu uma norma de vida (Regra), baseada no santo Evangelho. E, dessa Regra, ele mesmo quis que constasse: Irmãos Menores”.
Assim, um ano depois, em 16 de abril de 1209, Francisco e os seus irmãos foram a Roma apresentarem-se ao Papa. Inocêncio III era o seu nome.
Admirado e emocionado com a austeridade da Regra que tinham escolhido viver, o Papa abençoou-os e, de viva voz*, aprovou a nova Ordem dos Frades Menores.
Por isso, hoje, 16 de abril de 2020, lembramos S. Francisco e comemoramos o nascimento da ORDEM FRANCISCANA. E aqui se incluem a primeira Ordem – Frades Menores; a segunda Ordem – Irmãs Clarissas e a terceira Ordem Franciscanos Seculares.
Por ser dia de festa na Família Franciscana, demos graças ao Senhor por nos ter dado tantos Irmãos. Agradeçamos, também, a vida do nosso S. Francisco. Por ele ter correspondido generosamente ao chamamento que o Deus Altíssimo lhe fez. Por ele ter compreendido que a verdadeira felicidade está no amor, na compreensão, na compaixão por aquele que sofre.
Mostremos-Lhe que, apesar das nossas fragilidades, dos nossos altos e baixos perante os desafios que se nos apresentam; que nos sentimos orgulhosos por podermos trazer ao peito o TAU, símbolo da Ordem que professamos.
Lembremos hoje o compromisso que assumimos. Jesus sabe a grande emoção que sentimos no dia da nossa Profissão. Que essa emoção não esmoreça. Que continue viva. Que nos leve a seguir Francisco todos os Dias, com tolerância e confiança, não desviando o olhar dos leprosos que encontramos no nosso caminho.
Recordando a nossa entrada na Ordem Franciscana Secular, renovemos, mentalmente, os compromissos que assumimos e procuremos viver fraternamente com os Irmãos, sentindo as suas alegrias, as suas angústias e as suas dificuldades, com amor e carinho.
16 de abril – aniversário do nascimento da ORDEM FRANCISCANA.
Que esta nova luz que nasceu em Assis, num dia como o de hoje, continue a iluminar o mundo. Que todos possam compreender e sentir a saudação PAZ e BEM. O que cada um de nós poderá fazer para que isso aconteça?
·        A aprovação por escrito e oficial, só foi dada pelo Papa Honório III, em novembro de 1223.
 maria clara
16abril2020


 
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