11 de outubro de 2022
28º DOMINGO DO TEMPO COMUM
(09.10.2022)
A liturgia deste domingo abre-nos a uma dimensão que vai para além das nossas fronteiras pessoais, de raça ou de nacionalidade. Para o judaísmo do Antigo Testamento, esta dimensão universalista foi, durante muito tempo, impensável e só tornada possível pela ação da palavra dos profetas. Jesus fez dela uma prioridade, tal como hoje nos propõe o Papa Francisco.
Na primeira leitura, o profeta Eliseu, pela força da Palavra de Deus, cura o sírio Naaman, mostrando que esta palavra não conhece fronteiras nem é propriedade de ninguém. É ela que nos restabelece na verdadeira harmonia e numa saudável relação com Deus e com os irmãos.
A segunda leitura, dando continuidade às exortações que S. Paulo dirige a Timóteo, convida-o à fidelidade e a identificar-se com o seu próprio testemunho. É por aqui que passa a sua adesão ao Evangelho de Jesus.
O Evangelho narra-nos o encontro de Jesus com um grupo de leprosos a quem curou. S. Lucas, recorre com muita frequência às narrativas dos encontros de Jesus com aqueles que o procuram na esperança de serem curados. Jesus, usa de misericórdia com eles. É esta a marca da missão de Jesus: curar e reconciliar; deve ser também este o testemunho da nossa identidade cristã.
Padre João Lourenço, OFM
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27º DOMINGO DO TEMPO COMUM
Na liturgia deste domingo sobressai o pedido feito pelos discípulos a Jesus: ‘’Senhor, aumenta a nossa fé. A fé é a condição fundamental para que possamos assumir uma relação correta e verdadeira com Deus. A disponibilidade para construir o Reino de Deus em nós e a partir de nós, pressupõe uma fé autêntica, verdadeira e confiante. É este o desafio que hoje o Senhor nos faz.
Na
nossa forma de ser e estar, nem sempre os nossos tempos se conjugam com os de Deus.
Na primeira leitura, o profeta Habacuc como que desafia Deus a fazer-se
presente no tempo e na história. Deus faz-se presente, mas a sua presença passa
também por nós e é pela nossa fé que essa presença se torna atuante.
Na segunda leitura, S. Paulo convida o seu discípulo e colaborador Timóteo – é a 2ª carta que lhe dirige – a renovar em si o ardor e o empenho da vivência cristã. Por isso, convida-o a dar, sem medo nem cobardia, testemunho de Jesus, um convite que é também dirigido a cada um de nós.
Evangelho
deixa-nos o convite a crescer na fé, pois é pela fé que nos tornamos
construtores do “Reino” de Deus no mundo. Ser discípulo e seguidor de Jesus
implica esta adesão sem reserva, capaz de superar montanhas e obstáculos,
olhando sempre em frente e caminhando com esperança.
Padre João Lourenço, OFM
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23 de setembro de 2022
26º DOMINGO DO TEMPO COMUM
(25.09.2022)
Introdução à
Liturgia:
A
liturgia de hoje deixa-nos um forte apelo na luta contra a indiferença e o
comodismo. Uma das grandes preocupações dos Profetas foi exatamente esta de
abrir a vivência da fé às inquietações sociais que, ontem como hoje, devem
traduzir a nossa identidade crente, ajudando-nos a transformar o mundo num
espaço de comunhão e de fraternidade
Introdução às Leituras:
A primeira leitura, do livro de Amós, mostra como o profeta é um homem atento que não usa uma linguagem de meias-tintas; bem pelo contrário; deixa fortes interpelações que mantêm a sua atualidade no nosso tempo. A luta pela justiça social foi o seu lema, que viria a ser assumido também por Jesus com grande empenho e vigor.
Dando continuidade à leitura da Carta a Timóteo, Paulo exorta o seu discípulo e colaborador a manter-se fiel à doutrina que lhe ensinou e a fundamentar toda a sua vida em Cristo Jesus e no seu corajoso testemunho, dado perante Pilatos, na afirmação da verdade.
No Evangelho, S. Lucas, o grande mestre das Parábolas, apresenta-nos mais uma daquelas que marcam e definem a identidade da mensagem de Jesus. Na Parábola do rico avarento e do pobre Lázaro temos dois personagens que tipificam os dois caminhos da relação do homem com Deus: abrir-se ao outro ou fechar-se em si mesmo; a indiferença ou o acolhimento. Uma bela parábola para traduzir a misericórdia partilhada.
Padre João Lourenço, OFM
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17 de setembro de 2022
25º Domingo do Tempo Comum
Tão pobre, tão pobre, tão pobre...que só tinha dinheiro! |
(18/09/2022)
Introdução à Liturgia:
O uso dos bens temporais e a luta pela justiça são
dois temas centrais da nossa fé, sempre presentes na vida social. Talvez, nunca
como hoje, sintamos a urgência em olhar de frente para esta temática. A palavra
de Deus que hoje nos é proposta enfrenta este dilema da radicalidade das nossas
opções: ‘fazer do dinheiro uma divindade’, como sucede na sociedade atual, traz
consigo todas as consequências nefastas que vamos experimentando no nosso
dia-a-dia.
A 1ª leitura, do livro de Amós, fala-nos das
injustiças do tempo do profeta e do empenho de Amós em construir um sistema
social justo e autêntico, que seja a expressão de uma verdadeira vivência de
fé. O vigor das suas palavras e da sua denúncia fazem com que Amós seja um
exemplo para todos os tempos na luta pela justiça e pela fraternidade.
Na carta ao seu discípulo Timóteo, Paulo recorda-lhe quais são as suas obrigações enquanto testemunha do Evangelho que anuncia. Em primeiro lugar, temos a oração por todos, pois esse é o desígnio de Deus: que todos se salvem.
Na sequência das parábolas da misericórdia do domingo passado, hoje Lucas apresenta-nos uma outra parábola sobre o uso dos bens temporais e a gestão dos mesmos. Trata-se de um texto de difícil compreensão, pois pressupõe o conhecimento das tradições próprias do período do Novo Testamento. No entanto, a conclusão da parábola é uma mensagem para todos os tempos: não podemos servir a Deus e ao dinheiro. Com esta mensagem, Jesus quer-nos advertir que a 1ª opção da nossa vida tem de ser por Ele.
Padre João Lourenço, OFM
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24º Domingo do Tempo Comum
(11/09/2022)
Introdução à Liturgia:
A liturgia de hoje, através das leituras que nos são
propostas, conduz-nos ao núcleo central daquilo que é a misericórdia de Deus que
somos convidados a viver na nossa experiência cristã. Acolher as ‘Parábolas’ da
misericórdia que S. Lucas nos propõe no capítulo 15 do deu Evangelho, é a
expressão suprema desta vivência que a Eucaristia de hoje nos convida a
celebrar.
A 1ª leitura, tomado do livro do Êxodo, Moisés põe à
prova a misericórdia de Deus, estabelecendo o contraste entre a fragilidade do
povo, a bondade de Deus e o testemunho dos antepassados. É um episódio
estranho, marcando a caminhada do deserto, onde Deus se deixa provocar pela
insistência de Moisés. A vivência da misericórdia é um contínuo desafio a Deus
para que nos aceite como filhos na nossa fragilidade.
Na 2ª leitura, da carta a Timóteo, Paulo diz-nos que Cristo veio ao mundo para nos dizer, a nós pecadores que andávamos longe de Deus, que estamos salvos pela fé e pela graça que Cristo nos concedeu. Esta é a expressão mais sublime da misericórdia de Deus para connosco.
Acolher as 3 parábolas da misericórdia – a ovelha tresmalhada, a moeda perdida e o regresso do Filho Pródigo – é um momento único na vivência da nossa fé, deixando-nos tocar por elas. O que pretendem estas parábolas transmitir-nos? Apenas uma coisa: Deus é sempre Pai, e isso não depende do nosso comportamento de filhos. Ele sempre nos aguarda e espero o nosso regresso ao seio da sua comunhão.
Padre João Lourenço, OFM
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2 de setembro de 2022
23º Domingo do Tempo Comum
(Ano C – 04.9.2022)
Introdução à Liturgia:
Um dos traços mais sensíveis que Jesus propõe na sua mensagem é a radicalidade; Jesus é profundamente radical naquilo que são os princípios de vida para o seguir, embora seja totalmente humano e compreensível nas formas de seguimento. Ele é o fundamento de toda e qualquer opção e, isso, Ele, exigi-o em absoluto. Escolher por Ele é renunciar a todos os ídolos: materiais, familiares, sociais. A primazia está sempre n’Ele.
Introdução às Leituras:
A primeira leitura, tomada do livro da Sabedoria, fala-nos dos desígnios de Deus e diz-nos que eles são diferentes dos nossos. Precisamos desse dom admirável, da sabedoria de Deus, para podermos conhecer os Seus desígnios. A sabedoria é um dom do Espírito e, por isso, temos de a pedir e estar abertos à sua inspiração.
Na segunda leitura, tomada da Carta de Paulo a Filémon, um dos seus discípulos mais próximos, Paulo mostra-nos uma vez mais a faceta da sua pessoa: o carinho e a atenção que dispensa àqueles que lhe estão próximos na missão. Tudo isto, como ele mesmo o diz, fá-lo por causa do Evangelho.
O Evangelho
fala-nos das renúncias que devemos fazer para poder seguir Jesus. Ele define
prioridades e exige que cada um as defina também. Tais prioridades têm sempre a
ver com as opções que fazemos. Ele deixa um convite que tem uma marca de grande
exigência e um tom algo provocatório; é um desafio de grande exigência, mas é o
único que nos conduz à liberdade plena.
Padre João Lourenço, OFM
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27 de agosto de 2022
22.º Domingo do Tempo Comum
(Ano C – 28.8.2022)
Vivemos numa sociedade cada vez mais condicionada pelo consumo,
em que tudo se compra e se vende, resultando daí uma forma de viver
profundamente egocêntrica e sem horizontes de partilha e comunhão. A atual
situação social é bem a prova disto mesmo. São raros os gestos de gratuidade e
de doação. Mesmos estes, muitas vezes, são de tal forma mediatizados que se
transformam mais em aparato do que em testemunho de verdadeira partilha. Por
isso, é importante escutar a palavra que o Senhor hoje nos dirige.
Introdução às Leituras:
A primeira leitura, do livro
de Ben-Sirá, deixa-nos uma forte interpelação à humildade, dizendo que a
grandeza de cada se mede pela sua bondade e generosidade. Pelo contrário, a
soberba e a ambição não têm cura e afastam-nos da comunhão com o Senhor.
Padre João Lourenço, OFM
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22 de agosto de 2022
21º Domingo do Tempo Comum
(21/08/2022)
A liturgia dominical, para além da celebração da fé comunitária, elemento fundamental da nossa identidade eclesial, ajuda-nos também a tomar consciência que a salvação é um dom de Deus, embora implique sempre uma opção pessoal. Essa opção não é apenas um sentimento teórico nem se traduz em atitudes de caráter afetivo, mas implica uma prática corrente de vida de acordo com aquilo que o Evangelho nos propõe.
Introdução
às leituras:
Na 1ª leitura, Isaías anuncia que a salvação de Deus é para todos os povos, não tem que ver com a raça nem com a identidade cultural. Todos são chamados, todos podem subir à montanha e contemplar a glória de Deus. Com isto, o profeta diz-nos que é necessário fazer um caminho e esse caminho pressupõe a comunhão com todos.
Continuando a leitura da Carta aos Hebreus, o texto que hoje nos é apresentado exorta-nos a aceitar a correção. É a pedagogia da salvação que tem como referência o amor de Deus. Trata-se daquela ascese que todos temos de empreender na vida para crescer na comunhão com Deus e com os irmãos.
No texto do Evangelho, mediante a
parábola da ‘porta estreita’, Jesus reforça o convite à escolha, à opção
pessoal que cada um tem de realizar. Dessa opção ninguém está dispensado e não
bastará invocar os atributos que nos acompanham ou que herdamos daqueles que
nos precederam.
Padre João Lourenço, OFM
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13 de agosto de 2022
SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA
(15.08.2022)
Introdução à Eucaristia
Hoje, é um dia solene para a Igreja; a festa que celebramos – a Assunção de Nossa Senhora – é a solenidade da plenitude da missão de Maria, elevada à glória da Trindade, e é também a solenidade da plenitude da Igreja, de que Maria é imagem e primícias. N’Ela se cumprem as palavras do Magnificat: Deus a enalteceu, porque Ele eleva os humildes e os cumula de bens. A glória da Virgem Maria faz-nos também participantes da esperança que anima a nossa caminhada: chegar um dia à plenitude da glória do Pai.
Introdução às Leituras
Na primeira leitura, o livro do Apocalipse recorre a uma visão para nos descrever, de forma simbólica, Maria como símbolo da Igreja que luta para testemunhar a salvação que brota do Menino gerado pela Mãe. Da mãe Maria, surge a mãe Igreja que anuncia e testemunha no tempo a esperança da salvação.
Na segunda leitura, da 1ª
Carta aos Coríntios, Paulo fala-nos da vitória de Cristo, o novo Adão. Na sua
ressurreição todos renascemos para a vida nova e é nessa vida nova que chegamos
à plenitude da comunhão com Deus.
No Evangelho, temos a visitação de Maria a Isabel, completada
depois pelo hino do Magnificat. Ela é a mensageira da nova-aliança, Aquela que
Deus escolheu para morada do Seu Filho. Por isso, ela canta, agradecida, todos
os dons com que Deus beneficiou o Seu povo.
Padre João Lourenço, OFM
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20º Domingo do Tempo Comum
(Ano C - 14/08/2022)
Dando continuidade ao tema da fé de que nos falava a
liturgia do passado domingo, hoje a palavra de Deus diz-nos que a fé exige
resposta, pressupõe opções de vida, implica discernimento e compromisso. A
fidelidade é a maior exigência que nos é feita e é também o melhor testemunho
que podemos dar da esperança cristã que anima a nossa vida.
Na 1ª leitura, é-nos narrado um momento marcante da
vida do profeta Jeremias, testemunhando que a fidelidade a Deus implica, muitas
vezes, ficarmos ‘nas mãos dos outros’ e entregues aos seus caprichos, sendo
vítimas da sua maldade. Jeremias é, de facto, o testemunho único de alguém que
viveu a sua entrega à Palavra de Deus sem recuos, mesmo quando tinha de
enfrentar os seus adversários, que não eram os seus inimigos, mas sim os
inimigos da Palavra.
A segunda leitura, da Carta aos Hebreus, diz-nos que o centro e o guia da nossa fé é o Ressuscitado que nos congrega na comunhão com o Pai. O testemunho da sua entrega por nós, tal como nos é referido na 1ª leitura a respeito de Jeremias, abre-nos o caminho da fidelidade e reforça a nossa esperança.
Padre João Lourenço, OFM
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5 de agosto de 2022
19º Domingo do Tempo Comum
(07.08.2022)
Introdução à Liturgia:
Um dos riscos grande da nossa vivência cristã é entrar numa
espécie de adormecimento acerca da forma como vivemos a nossa fé. Este risco,
sempre presente, mais se sente neste período de férias, já que muitas vezes
subalternizamos tudo a este desejo legítimo de descanso e de paragem. No
entanto, não devemos com isso esquecer que a nossa fé em Jesus e o testemunho que
devemos dar não conhecem férias. A palavra de Deus interpela-nos hoje para a
vigilância que deve estar sempre presente na nossa caminhada.
Introdução às Leituras:
A 1ª leitura, tomada do
livro da Sabedoria, fala-nos da libertação do Egito, convidando os israelitas
da comunidade de Alexandria a estar atentos e vigilantes como outrora o tinham
estado os hebreus para deixarem a terra da escravidão e partirem para a terra
da liberdade.
Na segunda leitura, a Carta aos Hebreus fala-nos da fé como sendo a ‘garantia dos bens futuros’. Neste contexto, são apresentados muitos personagens bíblicos que servem de testemunhos e de fundamento da verdadeira fé que anima e motiva os crentes na sua caminhada.
O Evangelho é um verdadeiro convite à vigilância cristã. É uma espécie de estado, de forma de vida que nos incentiva a não nos conformarmos com o mundo presente, ou seja, com os valores ou contravalores que nos são apresentados, tais como o consumo, a banalidade. Importa estar despertos para aceitarmos a passagem do Senhor nas nossas vidas.
Padre João Lourenço, OFM
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31 de julho de 2022
18º Domingo do Tempo Comum
(31.07.2022)
Introdução à Liturgia:
A liturgia de hoje vem
recordar-nos que a nossa fé exige profundidade de vida. Por isso, não nos
podemos limitar às coisas temporais que, por mais preciosas que sejam, não
realizam a plenitude a que Deus nos chama. Neste tempo de férias e de algum
descanso, importa não esquecer nem por de parte o fundamental. Este é,
certamente, um grande desafio que não devemos relativizar.
A
primeira leitura coloca-nos a pergunta: Qual é o grande sentido da vida? Porque
nos preocupamos tanto de coisas que não são importantes para a nossa vida nem
fundamentais para a nossa felicidade? Será isto uma tragédia para nós ou,
antes, um desafio para procurar o fundamental?
Na
segunda leitura, dando continuidade à palavra de Paulo na Carta aos Colossenses,
temos a resposta para algumas das questões que o texto da 1ª leitura nos deixa:
despojar-se do homem velho para sermos novas criaturas em Cristo.
No
Evangelho, partindo do pedido de alguém que pretende fazer de Jesus um juiz
entre heranças fraternas, Ele diz-nos que as riquezas não vão acrescentar nada
à nossa vida, mesmo que possam contribuir, como hoje se diz, para ‘uma melhor
qualidade de vida’. No entanto, importa ter presente que a verdadeira qualidade
de vida se faz de dentro para fora e não de fora para dentro; nasce e tem o seu
fundamento no coração.
Padre João Lourenço, OFM
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17º Domingo do Tempo Comum
(24.07.2022)
Introdução à Liturgia:
A liturgia deste domingo tem
no centro da sua temática a ‘Oração’. Vendo Jesus a rezar, os discípulos
pedem-lhe que os ensine a rezar. Hoje, quando tanta gente deseja aprender
coisas novas e todos querem estar capazes de acompanhar os tempos e as
situações que vivem, aprender a rezar é também um imperativo da nossa vida e da
nossa identidade cristã. Jesus é o grande Mestre da oração: Senhor, ensina-nos
a rezar!
A
primeira leitura apresenta-nos Abraão, o pai dos crentes, a insistir com Deus
para que atenda a sua prece e considere a fragilidade humana como digna de
compaixão. Insistindo, Abraão diz-nos já aquilo que o Senhor Jesus mais tarde
ensinará aos seus discípulos: a quem pede sempre se dará e a quem bate à porta
sempre esta será aberta.
Na
segunda leitura, Paulo recorda-nos, na Carta aos Colossenses, que fomos
sepultados em Cristo pelo batismo. Por isso, sepultados em Cristo, tal como
Ele havemos de ressurgir para uma vida nova, na plenitude da comunhão com o
Pai, devendo testemunhar com o nosso agir essa vida nova que d’Ele recebemos.
No
Evangelho, Jesus, para além de ensinar os discípulos a rezar, diz-nos como deve
ser a nossa oração; ela não pode ser feita a partir de nós, mas sim a partir de
Deus. A forma como rezamos marcará a nossa forma de vida e a nossa relação com
o Senhor. Por isso, a vida é sempre a expressão da nossa oração.
Padre João Lourenço, OFM
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15º Domingo do Tempo Comum
(10/07/2022)
A liturgia deste domingo está marcada pelo tema da proximidade,
deixando-nos um convite: ‘Vai e faz o mesmo’. Para que sejamos verdadeiros
discípulos e seguidores de Jesus, impõe-se aprender d’Ele a viver a Lei no
serviço e na caridade fraterna. A verdadeira sabedoria cristã consiste em
passar da ortodoxia teórica, mesmo que ela seja oportuna, à prática da caridade
para com todos.
A 1ª leitura, tomado do livro do Deuteronómio, diz-nos
que a verdadeira Lei do Senhor deve morar no nosso coração. Não se encontra
longe nem fora de nós. Habita nos nossos corações e é pela força da Palavra de
Deus que ela encontra a sua expressão suprema no amor e na misericórdia.
No Carta aos Colossenses, S. Paulo diz-nos que é a
partir de Cristo que devemos pensar e organizar o nosso plano de vida e o nosso
agir. Ele é a referência fundamental que sempre devemos ter presente nos
momentos das nossas opções, já que é por Ele que tudo ganha sentido na nossa
caminhada.
Qual é o mandamento maior, perguntaremos nós, muitas
vezes, tal como o fez o mestre da Lei de que nos fala o Evangelho de hoje. A
resposta nunca será teórica, não consiste num discurso nem na recitação de um
elenco de preceitos e de normas. Pelo contrário, o mandamento maior é o do amor
que consiste em criar proximidade e agir com misericórdia.
Padre João Lourenço, OFM
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16º Domingo do Tempo Comum
(17/07/2022)
Celebrar a eucaristia é sempre um momento de
acolhimento que dispensamos a Deus e aos Irmãos. Celebrar, é dar uma dimensão
fraterna à nossa fé, partilhá-la com os Irmãos. Para além das interpelações que
a Palavra de Deus nos coloca, vamos também fazer desta Eucaristia um momento de
ação de graças pelo trabalho realizado pela Ordem Franciscana Secular que hoje
vai encerrar as suas atividades deste ano pastoral 2021-2022. Para além deste
momento de louvor, vamos também refletir sobre a Sinodalidade como momento que
nos interpela na nossa forma de ser igreja.
A 1ª leitura, do livro dos Génesis, fala-nos da visita
que os três personagens fizeram a Abraão e que os Padres da Igreja
identificaram como sendo a imagem da Trindade. É uma visita que testemunha a
gratuidade de Deus para com todos aqueles que acolhem e se abrem à Sua presença
e à Sua passagem.
Continuando a ler a Carta aos Colossenses, S. Paulo
fala-nos da universalidade da salvação de que ele é testemunho e também
mensageiro. Por isso, ele sente esta profunda comunhão com Cristo que o leva a
proclamar: completo na minha carne a dores de Cristo em prol da Igreja, dos
Irmãos.
Na Sagrada Escritura, tanto no Antigo como no Novo
Testamento, encontramos muitas vezes a mensagem dos dois caminhos, ou também,
como sucede hoje, dos dois modelos: o serviço e a escuta; o trabalho e a
adoração; a partilha e a contemplação. A resposta de Jesus diz-nos que tudo
nasce da escuta da Palavra. São Francisco viveu intensamente essa escuta e
convida os seus Irmãos a escutarem sempre o Senhor.
Padre João Lourenço, OFM
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4 de julho de 2022
14º Domingo do Tempo Comum
(03.7.2022)
Introdução à
Eucaristia:
Aceitar o desafio e o
chamamento de Deus é algo que faz parte da nossa experiência de vida cristã. O
crente não pode olhar o mundo à sua volta e manter-se inativo, alheio aos
dramas da história e da sociedade que o envolvem. Mas isso não basta; cada um
de nós tem de deixar-se enviar, de aceitar o apelo e pôr-se a caminho, um
caminho de missão e de testemunho.
Introdução às Leituras:
A primeira leitura é um hino
de alegria e de esperança para Jerusalém que está a ser reconstruía após o
regresso do exílio da Babilónia. Numa época ainda carregada de incertezas, o
profeta Isaías exorta à confiança, para que o povo não esmoreça no seu empenho
para refazer a sua vida e renovar a sua fidelidade a Deus.
Padre João Lourenço, OFM
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22 de junho de 2022
13º Domingo do Tempo Comum
(26.6.2022)
Introdução à
Eucaristia:
Por vezes, a nossa caminhada
de fé é entendida e vivida numa certa passividade e estagnação. Neste domingo,
a palavra de Deus convida-nos a uma dinâmica de vida, de seguimento. Como nos
diz o Papa Francisco, ser igreja e ser discípulo de Jesus implica sempre estar
numa atitude de partida, de saída ao encontro dos outros para os ganhar para
Cristo.
Introdução às Leituras:
A Escritura apresenta-nos,
em muitas situações, pessoas que são chamadas por Deus para nos mostrar como
Ele precisa de nós para intervir na história e fazer com que esta tenha o selo
do seu amor e da sua misericórdia. Elias é uma destas personagens que nos abre
a este absoluto de Deus, deixando o seu testemunho àquele que há-de dar
continuidade à sua missão: Eliseu.
Dando continuação à leitura da Carta aos Gálatas que vimos fazendo nos últimos domingos, Paulo diz-nos que o cumprimento da Lei como um absoluto vale pouco perante a gratuidade do mistério pascal de Cristo. Essa gratuidade é o fundamento da verdadeira liberdade que dá sentido à vida nova em Cristo.
No Evangelho, S. Lucas começa a narrar-nos a subida de Jesus em direção a Jerusalém, onde vai consumar a sua missão. Essa subida é também um chamamento para que os discípulos O sigam, sem condições nem exigências, numa verdadeira atitude de entrega e de fidelidade.
Padre João Lourenço, OFM
Publicada por OFS LUZ à(s) 11:04:00 0 comentários