Retalhos Como Francisco e Clara de Assis, a Fraternidade a todos saúda em Paz e Bem!Retalhos

4 de outubro de 2016

4 de outubro - S. Francisco de Assis

Cântico das Criaturas

Altíssimo, omnipotente, bom Senhor,
a ti o louvor, a glória, a honra e toda a bênção.

A ti só, Altíssimo, se hão-de prestar
e nenhum homem é digno de te nomear.


Louvado sejas, ó meu Senhor, com todas as tuas criaturas,
especialmente o meu senhor irmão Sol,
o qual faz o dia e por ele nos alumias.
E ele é belo e radiante, com grande esplendor:
de ti, Altíssimo, nos dá ele a imagem.

Louvado sejas, ó meu Senhor, pela irmã Lua e as Estrelas:
no céu as acendeste, claras, e preciosas e belas.

Louvado sejas, ó meu Senhor, pelo irmão Vento
e pelo Ar, e Nuvens, e Sereno, e todo o tempo,
por quem dás às tuas criaturas o sustento.

Louvado sejas, ó meu Senhor, pela irmã Água,
que é tão útil e humilde, e preciosa e casta.

Louvado sejas, ó meu Senhor, pelo irmão Fogo,
pelo qual alumias a noite:
e ele é belo, e jucundo, e robusto e forte.

Louvado sejas, ó meu Senhor, pela nossa irmã a mãe Terra,
que nos sustenta e governa, e produz variados frutos,
com flores coloridas, e verduras.

Louvado sejas, ó meu Senhor, por aqueles que perdoam por teu amor
e suportam enfermidades e tribulações.
Bem-aventurados aqueles que as suportam em paz,
pois por ti, Altíssimo, serão coroados.

Louvado sejas, ó meu Senhor, por nossa irmã a Morte corporal,
à qual nenhum homem vivente pode escapar:
Ai daqueles que morrem em pecado mortal!
Bem-aventurados aqueles que cumpriram a tua santíssima vontade,
porque a segunda morte não lhes fará mal.

Louvai e bendizei a meu Senhor, e dai-lhe graças
e servi-o com grande humildade…

S. Francisco de Assis



https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2ntico_das_Criaturas

Cântico das Criaturas (em italiano: Cantico delle creature; em latim: Laudes Creaturarum), também conhecido como Cântico do Irmão Sol[1](italiano: Cantico di Frate Sole) é uma canção religiosa cristã composta por Francisco de Assis. Escrita no dialeto úmbrio do italiano, acredita-se que esteja entre as primeiras obras escritas no idioma.
Ao contrário de outras canções religiosas da época, o Cântico das Criaturas é quase infantil na maneira em que louva Deus agradecendo-o por criações como o "Irmão Fogo" e a "Irmã Água". A letra é uma afirmação da teologia pessoal de Francisco de Assis. Ele frequentemente se referia aos animais como irmãos e irmãs da Humanidade, rejeitava qualquer tipo de acúmulo material e confortos sensuais, em troca da "Senhora Pobreza".
Francisco teria composto a maior parte do cântico no fim de 1224, enquanto se recuperava de uma doença em San Damiano, em uma pequena cabana construída para ele por Clara de Assis e outras mulheres pertencentes à sua ordem. De acordo com a tradição, ela teria sido cantada pela primeira vez por São Francisco e pelos irmãos Angelo e Leo, dois de seus companheiros originais, no leito de morte de Francisco, com o verso final que louva a "Irmã Morte" tendo sido acrescentado apenas alguns minutos anteriormente.
Historicamente, o Cântico das Criaturas foi mencionado pela primeira vez na Vita Prima de Tommaso da Celano, em 1228.
No século XX, a peça foi musicada pela compositora russa Sofia Gubaidulina, e dedicada ao violoncelista Mstislav Rostropovich.

29 de setembro de 2016

27º Domingo do Tempo Comum

27º DOMINGO DO TEMPO COMUM
(02 de outubro)


Introdução à Liturgia:
Na liturgia deste Domingo sobressai o pedido feito pelos discípulos a Jesus: ‘Senhor, aumenta a nossa fé’. A fé é a condição fundamental para que possamos assumir uma relação correta e verdadeira com Deus. A disponibilidade para construir o Reino de Deus em nós e a partir de nós, pressupõe uma fé autêntica, verdadeira e confiante. É este o desafio que o Senhor hoje nos deixa.

Introdução às Leituras:
Na nossa forma de ser e estar, nem sempre os nossos tempos se conjugam com o plano de Deus. Na primeira leitura, o profeta Habacuc como que desafia Deus a fazer-se presente no tempo e na história. Deus faz-se presente, mas a sua presença passa também por nós e é pela nossa fé que essa presença se torna actuante.

Na segunda leitura, S. Paulo convida o seu discípulo e colaborador Timóteo – é a 2ª carta que lhe dirige – a renovar em si o ardor e o empenho da vivência cristã. Por isso o convida a dar, sem medo nem cobardia, testemunho de Jesus, um convite que é também dirigido a cada um de nós.     


Evangelho deixa-nos o convite a crescer na fé, pois é pela fé que nos tornamos construtores do “Reino” de Deus no mundo. Ser discípulo e seguidor de Jesus implica esta adesão sem reserva, capaz de superar montanhas e obstáculos, olhando sempre em frente e caminhando com esperança.

Padre João Lourenço, OFM

Regra da OFS


Ser, 
Senhor,
Nas tuas mãos,
Vaso de salvação
Eterna!!
A Regra da Ordem Franciscana Secular: estrada de conversão e caminho de santidade.
1. Nós, cristãos leigos, religiosos e sacerdotes, somos chamados à santidade de vida. Não somos convocados a sermos apenas “pessoas religiosas”, “corretas”, pessoas mais ou menos correctamente religiosas. A Constituição Dogmática do Concílio Lumen Gentium afirma: “Assim, é evidente que todos os fieis cristãos de qualquer estado ou ordem são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. Por esta santidade se promove também na sociedade terrestre um modo mais humano de viver. Com o fim de conseguir esta perfeição façam os fiéis uso das forças recebidas segundo a medida da doação de Cristo, para que, seguindo seus vestígios e feitos conformes à sua imagem, cumprindo em tudo a vontade do Pai, se dediquem inteiramente à glória de Deus e ao serviço do próximo” (n. 101). O Documento lembra que a santidade consiste na glória do Pai e no amor do próximo. Não podemos fazer por menos. Os que pretendem ingressar na vida franciscana secular querem ser santos, à maneira evangélica de Francisco.
2. João Paulo II, na Exortação Apostólica sobre a Vocação e Missão dos Leigos: “Hoje, como nunca, urge que todos os cristãos retomem o caminho da renovação evangélica, acolhendo com generosidade o convite apostólico de ser santo em todas a acções…Todos na Igreja, precisamente porque são seus membros, recebem, e por conseguinte partilham a comum vocação à santidade” (n.16). O assunto está claro. Somos convidados à santidade.
3. Pio XII havia definido a Ordem Franciscana Secular como “escola de perfeição, de genuíno espírito franciscano, de acções ardorosas e imediatas. Mais ainda: a Ordem(terceira) quer pessoas que, no seu estado, busquem a perfeição”. Ora, a Regra da OFS, diz claramente: nas fraternidades “os irmãos e irmãs, impulsionados pelo Espírito e atingir a perfeição da caridade, no próprio estado secular, são empenhados pela Profissão a viver o Evangelho à maneira de São Francisco mediante esta Regra aprovada pela Igreja” (n.5).
4. Nunca é demais afirmar que os franciscanos seculares podem contar com um texto espiritual inspiracional cheio de vigor para orientar sua vida na Igreja e no mundo. Trata-se da Regra aprovada pelo Papa Paulo VI a 24 de junho de 1978 e professada pelos seculares franciscanos. A elaboração da Regra da OFS foi um retorno às fontes franciscanas primitivas. O Prólogo da actual Regra é constituído pela Exortação de São Francisco aos irmãos e irmãs da penitência, título dado ao texto por K. Esser. Há dois caminhos básicos na vida: o caminho do bem e o caminho do mal, como já aparece na Didaqué. Há o caminho dos que fazem penitência e daqueles não fazem. Os que fazem penitência vivem. Morrem os que não fazem. Os franciscanos eram conhecidos primitivamente como os penitentes de Assis. Percorrendo o caminho da penitência chega-se à santidade. Entramos para a OFS porque queremos um espaço que nos ajude na conversão.
5. A Regra se apresenta como uma proposta vocacional na qual Cristo é o centro do projecto de vida. De maneira simples, mas profunda, lemos: “A Regra e a vida dos franciscanos seculares é esta: observar o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo o exemplo de São Francisco de Assis que fez de Cristo o inspirador e o centro de sua vida com Deus e com os homens” ( n.4). Francisco nada mais queria saber a não ser de Cristo. Um Documento antigo dos franciscanos seculares franceses, anterior à Regra, dizia: Francisco queria … “o Cristo optando pela pobreza e pela humildade para ser assim homem entre os homens; o Cristo amando os homens todos os dias chegando ao extremo de dar a vida por eles no alto da cruz; o Cristo realizando a vontade do Pai e cantando sua glória; o Cristo ressuscitando para a vida eterna e assim passando desta vida ao Pai… Cada dia Francisco contempla os mistérios da vida de Cristo e descobre assim seu caminho. Quer seguir os traços de Cristo. Deixa-se transformar por ele. Esta é, pois, sua vida”.
6. Há aqueles que fazem penitência e os que não fazem… “Como irmãos e irmãs da penitência, em virtude de sua vocação, impulsionados pela dinâmica do Evangelho (os franciscanos seculares) conformem seu modo de pensar e de agir ao de Cristo, mediante uma radical transformação interior que o próprio Evangelho designa pelo nome de “conversão”, a qual, devido à fragilidade humana, deve ser realizada todos os dias” (Regra n. 7).
7. Converter-se é passar a viver a vida nova do Evangelho. Essa conversão se dá no quotidiano da existência. Os franciscanos seculares vivem no mundo e é nesse mundo que se convertem. Voltando a citar o Documento francês: “ Todo homem está num estado de vida: casamento, celibato ou viuvez. Todo homem exerce uma profissão, reserva um tempo para o lazer, faz parte de agrupamentos da sociedade. Todo homem está inserido num tecido de relacionamentos familiares, sociais, profissionais, culturais, religiosos, económicas, políticas, nacionais e internacionais. É chamado a assumir responsabilidades nestes diversos domínios ou campos. É precisamente esta realidade terrestre que o franciscano secular é chamado viver e a transformar segundo o Evangelho”. Assim, ele transforma o mundo e caminha rumo à santidade no coração das realidades.
8. Os franciscanos seculares estão bem conscientes de tudo o que acaba de ser lembrado. Sabem que para Francisco o começar a fazer penitência tem um dado preciso. Ele começou a se transformar quando se aproximou dos leprosos. Em nossos dias a conversão acontece quando se presta uma atenção toda especial às relações humanas e sobretudo com os mais pobres. Aprendemos a admirar o trabalho da Dra. Zilda Arns Neuman, criadora da pastoral da criança, que atinge milhares e milhares de mulheres mães e de crianças. Amando os pobres e também aqueles que nos rejeitam é o Cristo que encontramos e vemos se operar nossa conversão. Como a de Francisco, nossa conversão passa pelo amor dos homens.
9. Não podemos ser cristãos medíocres. A Regra da OFS é um convite à santidade de vida. As fraternidades seculares são lugares de busca da perfeição evangélica. Os retiros anuais ou mais frequentes, os exames de consciência, as visitas fraterno-pastorais, a recepção regular do sacramento da confissão, a disponibilidade, mesmo com sacrifício para assumir serviços na Igreja e na Ordem são sinais de que estamos num caminho bom.
10. A intensa vida eucarística dos franciscanos seculares será de fundamental importância. Ali morremos a nós mesmos, com Cristo, e renascemos. A Eucaristia é lugar de santidade e de santificação.
(*) Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM

Texto de reflexão enviado pelo Irmão Luís Miguel Ramos, responsável pela formação do CERS,  para o fim de semana, sobre a Ordem Franciscana Secular que, segundo o mesmo, nos interpela e lança questões para as quais devemos ter uma atitude proactiva.




26 de setembro de 2016

26º Domingo do Tempo Comum


26º DOMINGO DO TEMPO COMUM
(25 de Setembro)

Introdução à Liturgia:
A liturgia de hoje deixa-nos um forte apelo na luta contra a indiferença e o comodismo. Uma das grandes preocupações dos Profetas foi exactamente esta de abrir a vivência da fé às inquietações sociais que, ontem como hoje, devem traduzir a nossa identidade crente, ajudando-nos a transformar o mundo num espaço de comunhão e de fraternidade

Introdução às Leituras:
A primeira leitura, do livro de Amós, mostra como o profeta é um homem atento que não usa uma linguagem de meias-tintas; bem pelo contrário, deixa fortes interpelações que mantêm a sua actualidade no nosso tempo. A luta pela justiça social foi o seu lema, assumido também por Jesus com grande empenho e vigor.

       Dando continuidade à leitura da Carta a Timóteo, Paulo exorta o seu discípulo e colaborador a manter-se fiel à doutrina que lhe ensinou e a fundamentar toda a sua vida em Cristo Jesus e no seu corajoso testemunho dado perante Pilatos, na afirmação da verdade.


No Evangelho, S. Lucas, o grande mestre das Parábolas, oferece-nos mais uma daquelas que marcam e definem a identidade da mensagem de Jesus: a Parábola do rico avarento e do pobre Lázaro, dois personagens que tipificam os dois caminhos da relação do homem com Deus: abrir-se ao outro ou fechar-se em si mesmo; a indiferença ou o acolhimento. Uma bela parábola para traduzir a misericórdia partilhada.

 Padre João Lourenço, OFM

16 de setembro de 2016

25º Domingo do Tempo Comum

25º Domingo do Tempo Comum
(18/09/2016)


          Introdução à Liturgia:                
O uso dos bens temporais e a luta pela justiça são dois temas centrais da nossa fé e sempre presente na vida social. Talvez, nunca como hoje, sintamos a urgência em olhar de frente para esta temática. A palavra de Deus que hoje nos é proposta enfrenta este dilema da radicalidade das nossas opções: ‘fazer do dinheiro uma divindade’, como sucede na nossa sociedade, trás consigo todas as consequência nefastas que vamos experimentando no dia-a-dia das nossas vidas.

            Introdução às Leituras 
A 1ª leitura, do livro de Amós, fala-nos das injustiças do tempo do profeta e do empenho que Amós em construir um sistema social justo e autêntico, que seja a expressão de uma verdadeira vivência de fé. O vigor das suas palavras e da sua denúncia fazem com que Amós seja um exemplo para todos os tempos na luta pela justiça e pela fraternidade.

Na carta ao seu discípulo Timóteo, Paulo recorda-lhe quais são as suas obrigações enquanto testemunha do Evangelho que anuncia. Em primeiro lugar, temos a oração por todos, pois esse é o desígnio de Deus: que todos se salvem.

Na sequência das parábolas da misericórdia do domingo passado, hoje Lucas apresenta-nos uma outra parábola sobre o uso dos bens temporais e a gestão dos mesmos. Trata-se de um texto de difícil compreensão, pois pressupõe o conhecimento das tradições próprias do tempo. No entanto, a conclusão da parábola é uma mensagem para todos os tempos: não podemos servir a Deus e ao dinheiro. Com esta mensagem, Jesus quer-nos advertir que a 1ª opção da nossa vida tem de ser por Ele.

Padre João Lourenço, OFM


9 de setembro de 2016

24º Domingo do Tempo Comum

24º Domingo do Tempo Comum
(11/09/2016)

As Três Parábolas da Misericórdia 
        
          Introdução à Liturgia:                
Celebramos ao longo deste ano, como todos sabemos, e por proposta do Papa Francisco, o Ano da Misericórdia. Hoje, a liturgia, através das leituras que nos são propostas, conduz-nos ao núcleo central daquilo que é a misericórdia que somos convidados a viver na nossa experiência cristã. Acolher as ‘Parábolas’ da misericórdia que S. Lucas nos propõe no capítulo 15 do deu Evangelho, é a expressão suprema desta vivência que nos leva a celebrar a nossa fé na Eucaristia.

            Introdução às Leituras 
A 1ª leitura, tomado do livro do Êxodo, Moisés põe à prova a misericórdia de Deus, estabelecendo o contraste entre a fragilidade do povo, a bondade de Deus e o testemunho dos antepassados. É um episódio estranho, marcante da caminhada do deserto, onde Deus se deixa provocar pela insistência de Moisés. A vivência da misericórdia é um contínuo desafio a Deus para que nos aceite como filhos.

Na 2ª leitura, da carta a Timóteo, Paulo diz-nos que Cristo veio ao mundo para nos dizer, a nós pecadores que andávamos longe de Deus, que estamos salvos pela fé e pela graça que Cristo nos concedeu. Esta é a expressão mais sublime da misericórdia de Deus para connosco.

Acolher as 3 parábolas da misericórdia – a ovelha tresmalhada, a moeda perdida e o regresso do Filho Pródigo – é um momento único neste ano da misericórdia. O que pretendem estas parábolas transmitir-nos? Apenas uma coisa: Deus é sempre Pai, e isso não depende do nosso comportamento de filhos.

Padre João Lourenço, OFM

5 de setembro de 2016

44ª Peregrinação Franciscana 2016





A Peregrinação Franciscana a Fátima 2016 terá vários motivos a animar a nossa caminhada de cristãos e franciscanos:
-  O Jubileu da Misericórdia
-  Os 800 Anos da chegada dos Franciscanos a Portugal
-  Os 800 Anos do Perdão de Assis
-  O centenário da morte da Irmã Mary Wilson
-  O centenário das Aparições do Anjo em Fátima

Programa – Horário

Sábado, 1 de Outubro:

 14:00 – Hora de Reparação ao Imaculado Coração de Maria (Capelinha das Aparições)
 15:00 – Meditação e Adoração Eucarística (Basílica da Santíssima Trindade)
 Tempo para os Peregrinos que quiserem se confessarem (Capela da Reconciliação)
 17:00 - Saudação a Nossa Senhora (Capelinha das Aparições)
 Peregrinação até à Basílica da Santíssima Trindade e passagem pela «Porta Santa»
 18:00 – 19:30 – Eucaristia (Basílica da Santíssima Trindade)
 21:30 – Terço e Procissão de velas (Capelinha das Aparições).
 23:00 – 00:30 - Vigília (Basílica de Nossa Senhora do Rosário)

Domingo, 4 de Outubro:

 10:00 – Terço (Capelinha das Aparições)
 11:00 – Eucaristia Internacional


Domingo XXIII do Tempo Comum

EVANGELHO Lc 14, 25-33
Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não pode ser meu discípulo.


28 de agosto de 2016

Domingo XXII do Tempo Comum

EVANGELHO Lc 14, 1.7-14 
"Amigo, sobe mais para cima".

Altar no interior da Basílica do Monte Alverne, com um relevo de Della Robbia

18 de agosto de 2016

Munificentissimus Deus (1-11-1950) | PIO XII


Munificentissimus Deus (1° de novembro de 1950) | PIO XII

11 de agosto de 2016

11 de agosto - Santa Clara de Assis

Clara põe a correr os inimigos mostrando um ostensório de marfim contendo o Corpo do Senhor,  
(Mosteiro de Santa Clara, Cortona, Itália), 2013.

ANUNCIAR A VERDADE
DA RESSURREIÇÃO



Queridas Irmãs,

o Senhor lhes dê a sua paz!

A cada ano, ao aproximar-se o mês de agosto me pergunto o que nosso Pai São Francisco quer que eu diga a vocês, que ele amava chamar “Damas Pobres”. Ele nunca cobiçou pregar a vocês, como sabem, pois confiava no empenho de vocês com o Evangelho como também na capacidade de guia de Santa Clara e quer unir-se a vocês para honrar esta grande mulher. Gostaria de iniciar com a carta que o Santo Padre Francisco, nosso Papa jesuíta-franciscano, escreveu para a abertura do Jubileu extraordinário da misericórdia. Nesta carta ele nos recorda o chamado contínuo à conversão feito pelo Pai das Misericórdias. Este chamado ressoa para nós na descrição que Santa Clara nos deixou de sua vocação como iluminação a fazer penitência seguindo o exemplo e os ensinamentos de nosso seráfico pai São Francisco (cf RgCl 6,1). Ela foi tão fiel à sua vocação que mesmo na hora da morte pode dizer a Frei Rinaldo: “Irmão querido, desde que conheci a graça de meu Senhor Jesus Cristo por meio do seu servo Francisco, nunca mais pena alguma me foi molesta, nenhuma penitência foi pesada, doença alguma foi dura” (LSCl 44); ainda hoje a fonte dinâmica da nossa vida, como seguidores de Francisco e Clara, é a consciência da graça e da misericórdia de Deus.

Este Ano da Misericórdia tem outra ressonância especial para nós, pois cai no VIII centenário do Perdão de Assis, que o pai São Francisco obteve do Papa Honório III em 1216. Ele o pediu porque a Virgem Maria lhe tinha sugerido – não por nada – mas porque partilhava o imenso desejo de Deus de reunir a todos com Ele na sua alegria. O desejo de partilhar a misericórdia de Deus ainda está vivo no coração da Igreja, como este Ano jubilar nos demonstra. E não mudou nada do nosso empenho desdobrado em realizar o desejo de Francisco que todos possam ir ao paraíso. O Papa Francisco nos solicita para sermos missionários da misericórdia aprofundando a nossa vocação e colocando a serviço de todos os dons recebidos do Pai das Misericórdias.

Neste contexto, não será inútil recordar a relação entre justiça e misericórdia. Não são dois aspectos em contraste entre si, mas duas dimensões duma única realidade que se desenvolve gradualmente até atingir o seu clímax na plenitude do amor... Seria preciso lembrar que, na Sagrada Escritura, a justiça é concebida essencialmente como um abandonar-se confiante à vontade de Deus”. (MV 20)

Francisco entendeu completamente esta concepção da justiça como entrega de si e na Regra não Bulada chega inclusive a afirmar que “a esmola é a herança e o justo direito devido aos pobres” (RnB IX,8). Clara também compreendeu isto e, em sua busca pela justiça, não só deu a sua herança (e uma parte da herança de sua irmã) aos pobres, mas também deu passos radicais para seguir Cristo indo viver em São Damião e partilhando a pobreza, a vulnerabilidade e a fragilidade dos pobres. Se estivesse ainda viva, estamos certos, teria plena consciência da situação do mundo e uma escuta corajosa da palavra do Senhor.

Queridas irmãs, como estamos vivendo hoje a justiça desta entrega de si mesmo à vontade de Deus em um mundo onde os custos do poder e da riqueza são levados nas costas sobretudo pelos pobres? O que diria Clara a vocês, suas filhas amadas, às quais confiou o carisma da vida evangélica em fraternidade sine proprio? Como se poderia conduzir pelo caminho uma vida de minoridade sempre mais radical, tendo em vista a realidade de nossos tempos? Como poderíamos conduzir todos nós àquele lugar do coração humano e do mundo onde permanece escondido o tesouro (3CtIn 7)? O nosso mundo está atravessando uma profunda crise, seja espiritual que material. Os cristãos ainda são perseguidos em muitos países, o extremismo e o fanatismo estão emação, milhões de pessoas precisam fugir por causa da guerra, do terrorismo e da opressão. A necessidade de contemplação é mais urgente que nunca; e eis porque Clara continua a dizer-nos: “Medita e contempla e deseja imitá-lo” (2CtIn 20). Sem a graça da contemplação que nutre o nosso mundo, seria fácil cair no desespero enquanto os problemas são de fato imensos e fora do nosso alcance.

Há ainda uma outra dor. O nosso belíssimo planeta está sofrendo incomensuravelmente. Nos últimos cinquenta anos foram extintos um grande número de espécies, outras foram reduzidas em número devido à perda do seu habitat. O nosso clima perdeu o seu tradicional equilíbrio e isto causa inundação ou seca, enquanto globalmente se registra uma falta de água, realidade essencial para todas as formas de vida sobre o planeta. Todos estes fatores têm efeitos intensos sobre as plantas, sobre os pássaros, sobre os insetos, sobre os animais assim como sobre os seres humanos. A necessidade de mostrar misericórdia à “nossa Irmã Mãe Terra” nunca esteve tão urgente. Há pouco mais e um ano o Papa Francisco escreveu ao mundo a encíclica Laudato si’, sublinhando e enfatizando o fato de que a nossa mãe terra também deve ser considerada entre os pobres a quem se deve justiça. Ele afirma:

 “Esta irmã clama contra o mal que lhe provocamos por causa do uso irresponsável e do abuso dos bens que Deus nela colocou. Crescemos a pensar que éramos seus proprietários e dominadores, autorizados a saqueá-la. A violência, que está no coração humano ferido pelo pecado, vislumbrase nos sintomas de doença que notamos no solo, na água, no ar e nos seres vivos. Por isso, entre os pobres mais abandonados e maltratados, conta-se a nossa terra oprimida e devastada, que ‘geme e sofre as dores do parto’ (Rm 8, 22). Esquecemo-nos de que nós mesmos somos terra (cf. Gn 2, 7). O nosso corpo é constituído pelos elementos do planeta; o seu ar permite-nos respirar, e a sua água vivifica-nos e restaura-nos” (LS 2).

Diante deste cenário, o Papa Francisco nos mostra que “a crise ecológica é um apelo a uma profunda conversão interior” (LS 217) e nos mostra o caminho simples através do qual se pode responder a ambas crises:

 “Este é o momento favorável para mudar de vida!... Basta acolher o convite à conversão e submeter-se à justiça, enquanto a Igreja oferece a misericórdia” (MV 19).

Como modelo de conversão ele nos ofereceu a santa amada por todos os franciscanos, Santa Maria Madalena, elevando a celebração de sua memória a festa. Sabemos que em muitas fraternidades franciscanas das origens existia uma capela dedicada a Maria Madalena, pois a reconheciam como um paradigma da conversão, um verdadeiro speculum, o espelho de uma pessoa que doou-se inteiramente no amor, como o Senhor mesmo testemunha.

Nos é dito que Madalena, porque recebeu misericórdia, amou muito. Ela teve “a honra de ser a primeira ‘testemunha’ da ressurreição do Senhor” e tornou-se “ ‘apostolorum apostola’, pois anuncia aos apóstolos aquilo que por sua vez, eles anunciarão ao mundo inteiro”. Por isso, pode-se considerá-la de fato como primeira testemunha da Misericórdia divina. Mulher do coração grande, às vezes também imprudente, “mostrou um grande amor a Cristo e foi tão amada por Ele” (cf Apostolorum apostola – Artigo de S.E. Dom Arthur Roche, Secretário da Congregação para o Culto Divino). A misericórdia que ela recebeu deu fruto quando ela testemunhou a ressurreição e tornou-se apóstola dos apóstolos.

Aliás, o amor nunca poderia ser uma palavra abstrata. Por sua própria natureza, é vida concreta: intenções, atitudes, comportamentos que se verificam na atividade de todos os dias” (MV 9).

Podemos dizer que Maria Madalena acompanhou Clara na noite do Domingo de Ramos na qual ela decidiu unir-se aos frades. Eles tinham já recitado as laudes da segunda-feira da Semana Santa, lendo o texto relativo a Maria de Betânia que unge os pés de Jesus e enxuga-os com os seus cabelos – preanunciando assim, como diz Jesus, a unção para a sepultura (cf Jo 12,1-8). Deve-se dizer também que Maria de Betânia, mesmo não sendo, na época era muitas vezes identificada com Maria Madalena. Com as velas daquela liturgia ainda acesas, os frades cortam os cabelos de Clara e consagram-na ao Senhor. Parafraseando a Carta aos hebreus, em um certo sentido, Clara “saiu – de casa – para unir-se a ele fora do acampamento e partilhar o seu opróbrio” (cf Hb 13,13; LSC 7). “Veja que Ele por ti se fez objeto de desprezo, e segue o seu exemplo tornando-se, por amor a Ele, desprezível neste mundo” (2CtIn 19), diz Clara a Inês de Praga alguns anos depois. Desde o início, a vocação de Clara foi marcada pelo amor àquele “cuja beleza todos os batalhões bem-aventurados dos céus admiram sem cessar, cuja afeição apaixona, cuja contemplação restaura, cuja bondade nos sacia, cuja suavidade preenche, cuja lembrança ilumina suavemente, cujo perfume dará vida aos mortos” (4CtIn 10-13).

A influência de Maria Madalena se pode notar no belíssimo crucifixo conservado na basílica dedicada a Santa Clara, comissionado pela Irmã Benedita, a abadessa sucessora de Santa Clara. Nele, Clara, Benedita e Francisco choram aos pés de Jesus, como a mulher que lavou-lhe os pés com suas lágrimas e ajudou a prepará-lo para a sepultura. Clara e a Igreja esperam de nós que nos doemos ao serviço do Senhor, fiéis até o fim e capazes de anunciar a verdade da ressurreição. Clara solicita a vocês de serem cheias “de coragem no santo serviço que iniciaram pelo ardente desejo do Crucificado pobre” (1CtIn 13) para serem “modelo, exemplo e espelho” (Test 19).

Em nosso mundo sob pressão, onde inclusive a Mãe terra sofre, como nós, Frades Menores e Irmãs Menores, podemos viver os valores do Evangelho em um contexto onde uma pessoa a cada cento e treze é um refugiado e onde “os desertos exteriores se multiplicam no mundo, porque os desertos interiores tornaram-se tão amplos” (LS 217)? Este é o desafio sério para nós hoje. A humanidade sofredora, o nosso planeta que combate e a Família Franciscana inteira estão pedindo às filhas de Santa Clara para ajudar-nos a abrir o coração para poder submeter-nos à justiça neste tempo de misericórdia. “É o momento de ouvir o pranto das pessoas inocentes espoliadas dos bens, da dignidade, dos afetos, da própria vida” (MV 19). Precisamos do coração compassivo e contemplativo do movimento franciscano que nos ajuda a escutar o grito dos pobres e aquele da Mãe Terra. Maria Madalena encontrou o Senhor ressuscitado em um jardim. Muitos de nós temos um jardim, grande ou pequeno, e como irmão solicito vivamente a continuar no empenho de trabalhar pela criação, a fim de que cada ser vivo que tem uma casa sobre este jardim partilhado seja acolhido com respeito como irmão e irmã, mesmo tendo a consciência de que depois da queda original o trabalho para os jardineiros tornou-se cada vez mais difícil!

A criação não está à nossa disposição, mas existe para a glória de Deus e nós seres humanos somos apenas os seus guardas. Ajudem-nos a não ser como aquele tal da parábola que teve sua grande dívida perdoada mas que não mostrou misericórdia alguma para com o outro. Precisamos que vocês continuem a mostrar-nos como vive quem ama de fato o Senhor, dando-nos um exemplo de respeito à Mãe Terra, diante de tantas ações que exploram-na e ferem-na para ganhar dinheiro ou para a própria conveniência. Somos todos chamados a mudar, e falo em nome de todos os franciscanos quando digo que nós olhamos para vocês, Irmãs Pobres, e lhes pedimos para ajudar-nos. Clara não temeu “nenhuma pobreza, fatiga, tribulação, humilhação e desprezo do mundo” (RgC 6,2), tudo coisa que, ao contrário, o mundo hoje teme muito. As palavras ditas a propósito de Maria Madalena aplicam-se de fato também a Clara: pertencia ao grupo dos seguidores de Jesus, acompanhou-o até os pés da cruz e, no jardim onde o encontrou perto do túmulo, foi a primeira testemunha da misericórdia divina (cf Apostolorum apostola – Artigo de S.E. Dom Arthur Roche, Secretário da Congregação para o Culto Divino).

Nós olhamos para vocês que nos testemunham “centelhas ardentes da fornalha do fervoroso coração (LSC 45).

Em nome de todos os Irmãos, desejo a vocês todas as bênçãos e graças e partilho o sábio desejo do Papa Francisco dirigido às nossas Irmãs do Protomosteiro:

O Senhor lhes conceda uma grande humanidade para serem pessoas que saibam reconhecer os problemas humanos, que saibam como perdoar, que saibam como pedir ao Senhor em nome do povo”.

Desejo-lhes uma grande alegria para a celebração da festa da santa Mãe Clara. Como todos os irmãos, sempre recordo-me de vocês na oração e peço que se recordem de mim e de toda a Ordem na oração de vocês.


Roma, 15 de julho de 2016 Festa de São Boaventura, Doutor da Igreja
Frei Michael Anthony Perry, ofm
Ministro Geral e Servo

1 de agosto de 2016

Centenário do Perdão de Assis

Carta dos Ministros Gerais pelo VIII Centenário do Perdão de Assis

A INDULGENCIA DA PORCIÚNCULA E O JUBILEU DA MISERICÓRDIA



En 2016 coinciden dos fechas: el aniversario de la indulgencia de la Porciúncula, querida por san Francisco para “mandar al paraíso a todos”, y el jubileo de la misericordia, querido por un Papa que de Francisco lleva el nombre. Dejando a los historiadores la profundización de su debate sobre la indulgencia de la Porciúncula, queremos aprovechar la ocasión de esta coincidencia de fechas que nos invita a profundizar el gran tema de la misericordia y del perdón en relación con nuestra tradición espiritual franciscana.
Misericordia es una palabra cara a san Francisco, que la usa a menudo en sus Escritos y que la utiliza igualmente en dos direcciones que remiten al actuar de Dios misericordioso y a nuestro actuar hacia los hermanos con misericordia. Esto nos recuerda la frase evangélica que ha propuesto el Papa como “lema” de este año jubilar: “Sed misericordiosos como es misericordioso vuestro Padre” (Lc 6,36). La misericordia que podemos tener en nuestras relaciones con los demás está estrechamente ligada con la misericordia que tiene Dios para con nosotros: el amor de Dios es la fuente inagotable de la cual podemos sacar la misericordia que hemos de usar para con nuestro prójimo. Todos sabemos que logramos amar en la medida en que descubramos que somos amados por Aquel que es la fuente de todo bien.
Lo que generalmente decimos del amor es igualmente verdadero para aquella forma especial de misericordia que es el perdón. La parábola que narra Jesús para responder a la pregunta de Pedro “¿Cuántas veces debo perdonar?”, condena el comportamiento del siervo que no condona la pequeña deuda a su compañero, después de que el patrón le ha perdonado a él una deuda grandísima. También en este caso la razón para perdonar a los demás es que nosotros mismos hemos sido perdonados por Dios, como decimos en el Padre nuestro, en donde pedimos “perdónanos nuestras deudas (ofensas) como también nosotros perdonamos a nuestros deudores (quienes nos ofenden)”. Aquel “como” más que indicar una igualdad, indica la motivación profunda por la cual hay que perdonar a los demás: a partir de la certeza de que Dios me perdona, nace la exigencia de perdonar “como” él. Es otra manera de decir que debemos ser misericordiosos “como” el Padre celestial.
Si todo esto es cierto, descubrimos que se nos indica un camino para hacernos más capaces de misericordia: crecer en nuestra conciencia de ser nosotros mismos amados por Dios. Se trata de la relación que hay entre el don recibido de Dios y el don ofrecido a los hermanos que es tan característico de la experiencia espiritual franciscana. En la medida en que nosotros, como Francisco, descubrimos que Dios “es el bien, todo bien, y que él es el solo bueno”, se hace fuerte en nosotros la exigencia de corresponder a este bien que recibimos, dando el bien de que somos capaces.
Y ya que para llegar a ser más consciente del amor que Dios me tiene debo detenerme un momento a reflexionar, nos damos cuenta de que una vez más, somos invitados a cultivar el espíritu de oración y devoción, para unir contemplación y acción, si queremos encontrar la verdadera fuente de nuestro compromiso y del amor para con el prójimo, para encontrar la fuerza y la energía para gastar toda nuestra vida al servicio de los hermanos y para generar a nuestro alrededor paz y reconciliación, que son los frutos del amor contemplado.
Con su petición al Papa de una indulgencia extraordinaria para la pequeña iglesita de la porciúncula, Francisco inventó una nueva manera de celebrar la sobreabundancia de perdón y de misericordia por parte de Dios para con nosotros. Podemos retomar y profundizar la bella definición de indulgencia que el Papa Francisco nos ha ofrecido en la Misericordiae vultus, definiéndola como “indulgencia del Padre que a través de la Esposa de Cristo alcanza al pecador perdonado y lo libra de todo resto de las consecuencias del pecado, habilitándolo para actuar con caridad, a crecer en el amor en vez de recaer en el pecado” (MV 22). Cada vez que recibimos esta indulgencia extraordinaria del Padre a través de la Iglesia, también nosotros experimentamos la abundancia de misericordia sobre nosotros para hacernos capaces de misericordia y de reconciliación para con los demás en las situaciones concretas de la vida.
San Francisco nos muestra ejemplos espléndidos de esta capacidad creativa de promover paz y reconciliación. Pensemos simplemente en el episodio del final de su vida, cuando él reconcilia al podestá con el Obispo de Asís haciendo cantar su Cántico del hermano Sol con la adición de la estrofa del perdón.
El antiguo biógrafo, al comienzo de esta narración, nos dice que Francisco dijo a sus compañeros: “Grande vergüenza es para nosotros, siervos de Dios, que el obispo y el podestá se odien tanto el uno al otro, y nadie se ponga en el trabajo de ponerlos en paz y concordia” (Compilatio Assisiensis 84). Francisco no piensa que se trate de una cuestión que no tiene que ver con él y siente vergüenza por el hecho de que nadie se preocupe por devolverles la paz. Me pregunto ¿Cuánta vergüenza sentimos nosotros cuando nadie interviene para sanar los conflictos de nuestro tiempo? ¿Qué tan responsables nos sentimos, como Francisco, de devolver la paz y la reconciliación, ante todo en nuestras mismas fraternidades, cuando hay divisiones, como también en las luchas políticas, religiosas, económicas, sociales de nuestro tiempo?
Semejante compromiso tan activo y militante, nace de la profundidad de la contemplación del amor de Dios para conmigo. Precisamente porque me siento tocado personalmente por la indulgencia del Padre, nace en mí la fuerza, el valor, la espléndida “locura” de intervenir, como puede hacerlo un enamorado de Dios con el canto, no con un solemne discurso y tanto menos con la fuerza. Francisco, con su inteligente simplicidad, no convoca al Obispo y al Podestá para tratar de resolver sus disputas. Francisco bien sabe que este no es su camino: él en cambio los convoca para escuchar un canto, porque solo apuntando la mirada más arriba, hacia la belleza de Dios, sobre las alas de la música, los dos contendientes podrán encontrar las razones más altas para la paz. Nosotros franciscanos, en el mundo de hoy probablemente a menudo no estamos llamados a enfrentar y resolver los complejos problemas del mundo ofreciendo soluciones técnicas o entrando en el campo de difíciles cuestiones, que a menudo nos quedan grandes; pero sí estamos llamados a encontrar los caminos para animar a los hombres a la reconciliación y a la paz tocándoles el corazón con el testimonio de la simplicidad, de la belleza y del canto, de la verdad de relaciones fraternas e inmediatas que llevan a lo esencial, que hacen comprender a los hombres de hoy, como al Podestá y al Obispo de Asís, que vale la pena vivir en la paz, relativizando los problemas concretos y optando por el camino del perdón.
Hablando de indulgencia y misericordia hemos partido de una mirada a la indulgencia del Padre y a su misericordia para con nosotros y hemos llegado a hablar de la intervención en la realidad conflictiva del mundo de hoy. Podría también hacerse el recorrido inverso: comenzando a hablar del perdón y la reconciliación con los hermanos para llegar a hablar de la misericordia de Dios, como hace Francisco en el Testamento. Lo que importa es que no separemos nunca estos dos elementos, porque Jesús en el evangelio enseña que el primer mandamiento habla al mismo tiempo del amor de Dios y del prójimo, que no pueden ser separados.
Que este centenario nos ayude a sentir una saludable vergüenza porque nadie parece preocuparse por poner paz y concordia en la realidad conflictiva en que vivimos y nos haga crecer en la capacidad creativa de encontrar maneras nuevas para cantar un canto comprensible a los hombres y a las mujeres de nuestro tiempo. Sea nuestra vida ese canto que en la medida en que es alabanza viviente a aquel Dios de quien proviene todo amor, se hace provocación eficaz para construir paz y reconciliación.

Roma, 23 de julio de 2016, fiesta de S. Brígida, patrona de Europa


Fr. Michael Anthony Perry, OFM

Ministro General


Fr. Marco Tasca, OFMConv

Ministro General


Fr. Mauro Jöhri, OFMCap

Ministro General


Fr. Nicholas Polichnowski, TOR

Ministro General

Presidente CFF


Tibor Kauser, OFS

Ministro Generale


Sr. Deborah Lockwood, OSF

Ministra Generale

29 de julho de 2016

18º Domingo do Tempo Comum

18º Domingo do Tempo Comum
(31.07.2016)


Introdução à Liturgia:
A liturgia de hoje vem recordar-nos que a nossa fé exige profundidade de vida. Por isso, não nos podemos limitar às coisas temporais que, por mais preciosas que sejam, não realizam a plenitude a que Deus nos chama. Neste tempo de férias e de algum descanso, importa não esquecer nem por de parte o fundamental. Este é, certamente, um grande desafio que não devemos relativizar.  

Introdução às Leituras:
A primeira leitura coloca-nos a pergunta: Qual é o grande sentido da vida? Porque nos preocupamos tanto de coisas que não são importantes para a nossa vida nem fundamentais para a nossa felicidade? Será isto uma tragédia para nós ou, antes, um desafio para procurar o fundamental?
Na segunda leitura, dando continuidade à palavra de Paulo na Carta aos Colossenses, temos a resposta para algumas das questões que o texto da 1ª leitura nos deixa: despojar-se do homem velho para sermos novas criaturas em Cristo.
No Evangelho, partindo do pedido de alguém que pretende fazer de Jesus um juiz entre heranças fraternas, Ele diz-nos que as riquezas não vão acrescentar nada à nossa vida, mesmo que possam contribuir, como hoje se diz, para ‘uma melhor qualidade de vida’. No entanto, importa ter presente que a verdadeira qualidade de vida se faz de dentro para fora e não de fora para dentro; nasce e tem o seu fundamento no coração.

 Padre João Lourenço, OFM

26 de julho de 2016

24 de julho de 2016 - Bodas de Ouro Sacerdotais

BODAS DE OURO DE CINCO SACERDOTES FRANCISCANOS 

No passado Domingo, dia 24 de julho de 2016, celebrámos as Bodas de Ouro Sacerdotais de cinco Sacerdotes Franciscanos, na Eucaristia Dominical, das 11H00, na Igreja do Seminário da Luz.  Entre os sacerdotes que celebraram as bodas de ouro sacerdotais, contava-se o Senhor Padre Domingos Casal Martins, OFM, que foi Assistente Espiritual da Fraternidade Franciscana Secular de S. Francisco à Luz e da OFS. Ao Padre Domingos Casal Martins queremos desejar, no Senhor Jesus Cristo e no seu Espírito,  as maiores felicidades e, muito reconhecidos pelo seu testemunho de Padre Franciscano, a continuação de uma vida plena de santidade ao serviço do Povo de Deus.  

Transcrevemos a notícia e as fotografias publicadas in http://www.ofm.org.pt/noticia/item/355-bodas-de-ouro-de-cinco-sacerdotes-franciscanos.html

BODAS DE OURO DE CINCO SACERDOTES FRANCISCANOS 


Na Comunicação à Província, a nº 3, de 16 de junho de 2016, partilhámos com os irmãos da Família Província a celebração programada  para 24 de julho de 2016, na qual 5 irmãos nossos celebram as suas Bodas de Ouro Sacerdotais. Como previsto e informado, a  celebração ocorreu na igreja da Comunidade da Imaculada Conceição à Luz, no dia e hora previstos. Revestiu-se de grande simbolismo e  solenidade, tornando-se um hino solene que toda a Província Franciscana elevou ao Céu, por Cristo Sacerdote, pelo dom destes irmãos  que servem a Sua Igreja e a Família Franciscana no ministério sacerdotal, em fidelidade, há 50 anos! Por opção dos jubilados a celebração  ocorreu neste dia por ser o mesmo em que, há 50 anos, eles receberam a ordenação Sacerdotal na Igreja Paroquial de Carnide, sendo  ordenante D. António Castro Xavier Monteiro, então Bispo Auxiliar do Patriarcado de Lisboa. Como Deus é Bom!

 Os irmãos jubilados são estes: Frei Domingos do Casal Martins, Frei Henrique Rosa Ribeiro Marcelino, Frei José Maria Moreira Pereira de  Faria, Frei Rafael de Jesus Rodrigues e Frei Henrique de Oliveira Campos. Vindos cada uma das suas comunidades de vida, juntaram-se em celebração partilhada, cantando a alegria do dom de Deus nas suas vidas e a graça da fidelidade.
A celebração foi presidida, a pedido dos jubilados, pelo Ministro Provincial, Frei Armindo de Jesus Ferreira Carvalho e, além dos festejados, concelebraram outros irmãos vindos das comunidades de Lisboa e Faro.

Participaram ainda dois irmãos que com eles foram ordenados (o grupo foi de sete sacerdotes) mas que há anos vivem a sua fé noutra dimensão, como leigos. Um no Brasil (deslocou-se propositadamente) e outro em Leiria. Com eles um bom número dos colegas de curso que ao longo dos estudos deles se separaram e seguiram outros caminhos, mas que os recordam com amizade e fé. A Eucaristia, às 11 horas, foi vivida e solenizada, com a participação alegre de uma grande assembleia de fiéis.
Após a Eucaristia, foi servido, no Centro Cultural Franciscano, um “porto de honra” aos participantes. Constituiu um aperitivo para o almoço que, de imediato, se seguiu no refeitório da Comunidade, em ambiente de fraterna convivência. A pedido de um dos antigos companheiros de estudo, a refeição terminou com o já tradicional cântico franciscano: “Mui alto, Omnipotente e Bom Senhor!”



22 de julho de 2016

17º Domingo do Tempo Comum

"São Francisco em Oração"
El Greco

17º Domingo do Tempo Comum
(24.07.2016)

Introdução à Liturgia:
A liturgia deste domingo tem no centro da sua temática a ‘Oração’. Vendo Jesus a rezar, os discípulos pedem-lhe que os ensine a rezar. Hoje, quando tanta gente deseja aprender coisas novas e todos querem estar capazes de acompanhar os tempos e as situações que vivem, aprender a rezar é também um imperativo da nossa vida e da nossa identidade cristã. Jesus é o grande Mestre da oração: Senhor, ensina-nos a rezar!

Introdução às Leituras:
A primeira leitura apresenta-nos Abraão, o pai dos crentes, a insistir com Deus para que atenda a sua prece e considere a fragilidade humana como digna de compaixão. Insistindo, Abraão diz-nos já aquilo que o Senhor Jesus mais tarde ensinará aos seus discípulos: a quem pede sempre se dará e a quem bate à porta sempre esta será aberta.
Na segunda leitura, Paulo recorda-nos, na Carta aos Colossenses, que fomos sepultados em Cristo pelo baptismo. Por isso, sepultados em Cristo, tal como Ele havemos de ressurgir para uma vida nova, na plenitude da comunhão com o Pai, devendo testemunhar com o nosso agir essa vida nova que d’Ele recebemos.
No Evangelho, Jesus, para além de ensinar os discípulos a rezar, diz-nos como deve ser a nossa oração; ela não pode ser feita a partir de nós, mas sim a partir de Deus. A forma como rezamos marcará a nossa forma de vida e a nossa relação com o Senhor. Por isso, a vida é sempre a expressão da nossa oração.
Padre João Lourenço, OFM

 
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