Retalhos Como Francisco e Clara de Assis, a Fraternidade a todos saúda em Paz e Bem!Retalhos

9 de agosto de 2023

15º Domingo do Tempo Comum

(16/07/2023)

 Introdução à Liturgia:

A liturgia deste domingo apresenta-nos uma das imagens mais belas para significar a Palavra de Deus: a do semeador e da semente. Sendo uma imagem que emerge da cultura própria do tempo de Jesus, de um mundo agrícola com as suas raízes nomádicas, esta Parábola diz muito daquilo que é o processo da fé, daquilo que é o processo da evangelização e daquilo que foi a prática e a atividade de Jesus: Ele foi um Semeador da Palavra. A nós compete deixar crescer a semente, procurando ser terreno acolhedor.

Introdução às Leituras:

No pequeno texto da 1ª leitura encontramos tudo aquilo que é a força e o dinamismo da PALAVRA, tudo aquilo que ela é e aquilo que ela produz. Parece que não seria possível ‘dizer’ a PALAVRA de outra forma, de modo mais denso e mais simples do que aquilo que o texto de Isaías nos diz. Ela é a autêntica semente que entra no coração, quando este se faz terra de acolhimento.

           Na 2ª leitura, Paulo associa os sofrimentos e a morte de Cristo ao seu próprio percurso de acolhimento e de configuração da sua vida à do Mestre. Marcado pela sua experiência pessoal, Paulo descobre em Cristo um sentido de plenitude, sem o qual o mundo perde o seu centro e o homem o sentido da sua vida.

    Do Evangelho recolhemos a imagem rica e significativa da Palavra como semente. Deste texto retiramos duas dimensões: aquela que diz respeito ao Semeador e a que se refere à semente. Do semeador, que é Cristo e aqueles que anunciam o Evangelho, destaca-se a confiança na missão de semear e na força da semente que deve ser lançada à terra. Para a semente frutificar, importa que o terreno que nós somos seja acolhedor e hospitaleiro da Palavra.

Padre João Lourenço, OFM

10 de julho de 2023

14º Domingo do Tempo Comum

 

9 de julho de 2023 - Ano A

Introdução à Eucaristia:

Celebramos, hoje, o Décimo Quarto Domingo do Tempo Comum. A liturgia deste domingo enquadra-se muito bem no contexto social e humano que estamos a viver. A sociedade moderna vive num ritmo que dificilmente nos concede algum tempo para poder pensar a nossa vida, vivê-la com alguma serenidade e, acima de tudo, enriquecer-nos com a nossa reflexão pessoal. Construímos um sistema que agora nos impõe que o alimentemos, roubando-nos muito daquilo que é a nossa singularidade e o uso do tempo. Acolher, hoje, a palavra de Deus é aceitar parar um pouco e abrir o nosso coração ao convite de Jesus para estar com Ele que é “manso e humilde de coração”.

 Introdução às Leituras:

 A primeira leitura, do livro de Zacarias, fala-nos do messias futuro que vem para servir, manifestando-se de forma simples e humilde, não se impondo, mas propondo-se como testemunho de serviço e de acolhimento. Ele é um sinal de paz e de harmonia para todos os povos.  

Na Carta aos Romanos, dando continuidade às leituras dos domingos anteriores, fala-nos da nossa relação de comunhão com Cristo que tem por fundamento o seu mistério pascal. É d’Ele que nos vem a vida nova de ressuscitados, não vivendo segundo as nossas tendências carnais, mas sim segundo a força do Espírito.

No Evangelho, Jesus propõe aos seus discípulos uma vivência interior que saiba saborear a liberdade de espírito e a gratuidade da paternidade divina. Há aqui um nítido distanciamento daquilo que era o ritmo de vida que o judaísmo propunha. Nem sempre uma vida intensa é uma agitada, em permanente correria. Para Jesus, há que saber parar, comtemplar, saborear e partilhar. É este o ritmo novo que os seus discípulos devem seguir.

Pe. João Lourenço OFM

13º Domingo do Tempo Comum

 

(02.07.2023)

Introdução à Eucaristia:

Por vezes, a nossa caminhada de fé é entendida e vivida numa certa passividade e estagnação. Neste domingo, a palavra de Deus convida-nos a uma dinâmica de vida, de seguimento. Como nos diz o Papa Francisco, ser igreja e ser discípulo de Jesus implica sempre estar numa atitude de partida, de saída ao encontro dos outros para os ganhar para Cristo.


Introdução às Leituras:

A Escritura apresenta-nos, em muitas situações, pessoas que são chamadas por Deus para nos mostrar como Ele precisa de nós para se fazer presente na história e imprimir nela o selo do seu amor e da sua misericórdia. Elias é uma destas personagens que nos abre a este absoluto de Deus, antecipando neste profetas muitos traços daquela que viria a ser mensagem do próprio.

 Dando continuação à leitura da Carta aos Romanos, que vimos fazendo nos últimos domingos, Paulo diz-nos que é no batismo em Cristo que se fundamenta a nossa esperança. É n’Ele que temos a plenitude da nossa vida; é na gratuidade do mistério pascal de Cristo que radica a nossa verdadeira liberdade.

 No Evangelho, S. Mateus fala-nos a nossa opção radical pelo seguimento, à semelhança da proposta que Ele deixa aos discípulos. Mateus diz-nos que a opção por Jesus é a grande opção da nossa vida, pois é a partir dela e com fundamento nela que tudo ganha sentido, incluindo mesmo os gestos mais simples e mais humildes.

Padre João Lourenço, OFM

28 de junho de 2023

XII Domingo do Tempo Comum

25 de Junho de 2023

 Ano A

Introdução à Eucaristia:

 Neste 12º Domingo do Tempo Comum, a Palavra de Deus que nos é proposta deixa-nos um desafio importante para a nossa autenticidade de vida: vencer o medo, não se deixar amedrontar pela injustiça e ser capaz de denunciar a falsidade. São exigências árduas e que só conseguimos realizar com a graça de Deus e a força da oração. Mas, apesar da dificuldade não nos devemos dispensar do empenho que o Senhor nos propõe.

      Introdução às Leituras:

 A primeira leitura apresenta-nos o exemplo de um profeta do Antigo Testamento – Jeremias. É o paradigma do profeta sofredor, vítima da perseguição, da solidão e do abandono. Tudo isto tem como motivo a retidão da sua vida e o testemunho corajoso que faz da Palavra. Apesar de tudo, nada demove a sua confiança em Deus, anunciando – com coerência e fidelidade – as propostas de Deus para os homens.

Na segunda leitura, Paulo demonstra aos cristãos de Roma como a fidelidade, aos projetos de Deus, gera vida e como uma vida, organizada numa dinâmica de egoísmo e de auto suficiência, gera a morte.

 O Evangelho traz até nós as advertências de Jesus aos seus discípulos quando os envia em missão, avisando-os para a inevitabilidade das perseguições e das incompreensões; mas acrescenta: “não temais”. Jesus garante aos seus a presença contínua, a solicitude e o amor de Deus, ao longo de toda a sua caminhada pelo mundo. Os tempos que vivemos exigem também de nós esta coragem de olhar em frente sem temor.

Padre João Lourenço, OFM 


HOMILIA DE FREI NICOLÁS HIPÓLITO ALMEIDA   

Domingo XII do Tempo Comum

“O Espírito da verdade dará testemunho de mim, diz o Senhor, e vós também dareis testemunho de mim!”

Foi com estas Palavras que introduzimos a aclamação ao Evangelho de Hoje, um Evangelho que se se recordam, é a sequência e consequência do Evangelho de domingo passado. No Evangelho do domingo passado fomos escolhidos por Deus para irmos trabalhar na sua messe; chegou agora a hora de darmos testemunho: “O Espírito da verdade dará testemunho de mim… e vós também dareis testemunho… esta palavra “testemunho é uma palavra poderosa, porque os mártires da igreja são aqueles que dão testemunho… e a primeira leitura de hoje falava-nos de Jeremias - chamado ao serviço de Deus desde o seio materno da sua mãe, como ouvíamos nos textos relativos à festa de S. João Baptista, é morto de uma forma horrível apedrejado por membros do seu próprio povo durante o exilio na Egipto. Ser discípulo de Jesus significa estar exposto a uma serie de tribulações…Jesus sabe disso e por isso fala abertamente aos doze - e hoje a cada um de nós - dizendo, “não tenhais medo dos homens…” sempre que na Sagrada Escritura alguém é chamado a uma missão especial, esta frase aparece, como uma garantia de que não estaremos sozinhos nessa luta… não tenhais medo… esta frase hoje no Evangelho parece por três vezes… Não tenhais medo dos homens…não temais os que matam o corpo… não temais porque valeis mais que todos os passarinhos… Nestas frases fica claro, por um lado a pequenez do ser humano diante das tribulações da vida e por outro a sua grandeza aos olhos de Deus, que nos cuida e nos ama mais que todos os passarinhos do céu e nos conhece de tal forma que tem contados todos os cabelos da nossa cabeça. Jesus quer dizer-nos que, por mais insignificante que possa parecer a nossa vida, ela é valiosa aos olhos de Deus… A liturgia deste domingo coloca-nos diante da pequenez e da grandeza do ser humano…

Foi com palavras semelhantes às da liturgia de hoje que o Papa Francisco publicou no dia 19 de Junho uma carta dedicada ao sábio Blaise Pascal, por altura do quarto centenário do seu nascimento. O Papa Francisco começa assim: Grandeza e miséria do homem é o paradoxo que está no centro da reflexão e mensagem de Blaise Pascal. BLAISE pascal de facto, foi um homem tocado por esta grandeza e miséria do ser humano, e na sua oração muitas vezes refletia sobre o salmo 8. Neste salmo o salmista, ao contemplar a obra da criação perguntava «Que é o homem para Te lembrares dele, o filho do homem para com ele Te preocupares? E através desta inquietação procurava a verdade da condição humana. Resumidamente, com esta carta o Papa Francisco dá a entender que este sábio merece ser visto mais do que um cientista, mas alguém que merece o nosso reconhecimento, como um dos que deu testemunho de Cristo, e é isso que hoje nos interessa ver. Blaise Pascal, no contexto em que viveu, foi sem dúvida um dos discípulos de Jesus. Ao ser guiado, desde criança, pelo Espírito de Deus - o Tal Espirito da Verdade que dá testemunho de Jesus, como ouvíamos no aleluia- deu testemunho de Cristo ao Mundo, de modo especial na sua obra mais conhecida, os Pensamentos…E um dos momentos mais belos da sua vida foi quando a sua busca pela verdade o conduziu a uma experiência mística que ele chamou de Noite de Fogo, Ele deixou escrito que nesse momento chorou lágrimas de Alegria, porque tornou-se evidente para ele que Jesus é de facto a Verdade do mundo que merece ser anunciada… Reparemos por isso no que diz Jesus hoje no Evangelho… não tenhais medo dos homens pois nada há encoberto que não venha a descobrir-se, nada há oculto que não venha a conhecer-se, o que vos digo às escuras dizei o à luz do dia, e o que escutais ao ouvido proclamai o sobre os telhados… Como poderemos interpretar estas palavra de Jesus senão que os seus discípulos devem ser pessoas inquietas por buscar a verdade, viver na verdade e anunciar a verdade! E que verdade é esta senão o próprio Jesus!? Como seria diferente a catequese se conseguíssemos passar este desejo, esta curiosidade de conhecerem Jesus… a espiritualidade só avançou quando homens e mulheres comuns como nós não se contentaram com as respostas, mas colocavam perguntas…Já o Papa Bento XVI dizia que quem busca a verdade encontrará Deus…

O Evangelho termina com estas palavras… todo aquele que se tiver declarado por mim diante dos homens também eu me declararei por ele diante do meu pai que está nos céus… A carta que o Papa escreveu é a expressão dessa declaração de Jesus sobre a vida e obra de Blaise Pascal. Cabe-nos agora a nós fazer o nosso percurso como discípulos, sem medo dos homens, porque a verdade  - que é Cristo - vale mais do que tudo na vida.

PADRE FREI NICOLÁS HIPÓLITO ALMEIDA , OFM

11º Domingo do Tempo Comum

 

(18/06/2023)

           Introdução à Liturgia:

A liturgia deste domingo convida-nos a olhar para a dimensão vivencial da nossa fé que nos recorda que somos caminhantes, peregrinos. É enquanto peregrinos e itinerantes que experimentamos a necessidade da presença do Senhor, de ser ajudados a encontrar o verdadeiro caminho que nos leva ao Pai. Foi esta a missão que Jesus propôs e confiou aos seus discípulos para a anunciar por toda a parte.

         Introdução às leituras:        

A primeira leitura, do livro do Êxodo, fala-nos da caminhada do povo de Israel, após a saída libertadora da terra do Egito, em que Deus se compromete com o Seu povo numa aliança eterna que faz desse povo uma nação eleita para testemunhar as maravilhas do Senhor.

 A segunda leitura, da Carta de S. Paulo aos Romanos, diz-nos que essa aliança foi agora reforçada em Cristo e por Ele assumida como prova do pleno amor de Deus. É por Ele que passamos da condição de pecadores para a de homens novos, regenerados em Cristo, de inimigos para filhos; foi pela Sua morte que todos fomos reconciliados com Deus.

          No texto do Evangelho, S. Mateus fala-nos a misericórdia, da compaixão que Jesus tem por todos aqueles que o seguem. Ele é o Pastor que congrega à sua volta todos aqueles que procuram reencontrar o verdadeiro rosto de Deus. A cada um de nós é confiada também essa missão. 

Padre João Lourenço, OFM

10º Domingo do Tempo Comum

Ano A (11.6.2023)


Introdução à Eucaristia:

A liturgia deste domingo, através da Palavra de Deus que nos é proposta nas leituras, traz até nós um desafio muito importante: em que consiste a verdadeira prática da fé? Como concretizamos a nossa relação com Deus? Que expressões a nossa fé deve assumir no quotidiano da nossa experiência crente? Acolhamos esta Palavra e deixemo-nos interpelar por ela, pois é na fidelidade à Palavra que se consolida o nosso testemunho.

Introdução às Leituras:

Oseias é um dos profetas que marca mais profundamente a mensagem do Antigo Testamento. Melhor que ninguém ele define a essência de Deus como sendo misericórdia e amor. Nisso, o Deus de Israel distingue-se de todos os deuses antigos e dos ídolos dos pagãos. Os ecos de Oseias perduram em toda a tradição bíblica e fazem parte da essência da nossa vivência cristã.

 Na segunda leitura, da Carta aos Romanos, S. Paulo exorta os cristãos de Roma a fortalecerem a sua esperança, tomando como testemunho a figura de Abraão, o pai dos crentes. Para nós, o fundamento da nossa esperança está em Cristo ressuscitado, pois é ele a fonte da nossa justificação.   

 O texto do Evangelho de hoje traz até nós o momento em que Jesus chamou Mateus, o publicano, que deixou o seu posto de cobrança e seguiu Jesus. Perante a incompreensão dos presentes, Jesus recorre a Oseias e faz ver aos fariseus e aos outros que o seguiam que a verdadeira vivência de comunhão passa pela prática da misericórdia e do amor. Aqui está o centro da sua mensagem.

Padre João Lourenço, OFM


SOLENIDADE DO CORPO DE DEUS

2023

       Introdução à liturgia:

            A Igreja nasce da Eucaristia e a Eucaristia consolida a Igreja na sua experiência histórica ao longo dos séculos. Há cerca de dois mil anos que a ‘Igreja celebra a Eucaristia como ‘memória" do Senhor, pois sabemos que é Ele connosco, presente na Sua Igreja, que se faz Eucaristia e dom para o mundo. Celebrar hoje a Solenidade do Corpo de Deus, é festejar a sua presença sacramental no coração da Igreja e em comunhão connosco.

        Introdução às leituras:

            A primeira leitura recorda-nos um elemento fundamental da história da salvação: Deus alimenta o Seu povo na caminhada do deserto, acompanhando-o e oferecendo-lhe o ‘maná’. Jesus é o novo Maná que Deus oferece ao seu povo para ser o alimento da vida eterna.    

             Pela 2ª leitura, Paulo mostra-nos o verdadeiro sentido da Eucaristia: todos comemos do mesmo pão e participamos do mesmo cálice, formando assim um só corpo, em Cristo. Sacramento de comunhão, a Eucaristia é também o sacramento da unidade e da presença de Jesus no coração da sua Igreja.

             O texto do Evangelho, tomado do longo discurso do capítulo 6º de S. João sobre o ‘pão da vida’, fala-nos do verdadeiro alimento, do pão que desceu do céu para dar a nova vida ao mundo. Esse pão é Jesus. Hoje, celebrar a sua presença no meio de nós é um convite à adoração e à comunhão, procurando superar ‘o medo e o isolamento social que se apossou de nós’. Que a Eucaristia – Corpo Santo de Deus no mundo – fortaleça a nossa esperança e nos alimenta na nossa caminhada.

Padre João Lourenço, OFM  

16 de junho de 2023

DOMINGO DA SANTÍSSIMA TRINDADE

 

(Ano A - 2023)

Introdução à Liturgia:

A Solenidade da Santíssima Trindade que hoje celebramos não é um convite a decifrar o mistério que se esconde num “Deus único em três pessoas”; Pelo contrário, é um convite a contemplar o Deus que é amor, que é família, que é comunidade e que criou os homens para os fazer participar desse mistério de amor, revelando-se no mistério do Seu silêncio e da Sua misericórdia. Como Deus é amor, também nós somos criados e chamados a uma comunhão de amor que tem em Deus a sua plenitude.

Introdução às Leituras:

A primeira leitura do livro do Êxodo, fala-nos da revelação de Deus a Moisés, como um deus ‘clemente, compassivo e cheio de misericórdia’. Perante tal novidade, Moisés mais não faz do que contemplar esse mistério que se apresenta e não se impõe nem pela força nem pelo medo. É assim que Deus quer estar connosco e caminhar no meio de nós.

Na segunda leitura, Paulo, na Carta aos Coríntios, faz-nos um convite à alegria e à comunhão. Se a Trindade é o mistério da comunhão de Deus, nós somos chamados também a viver esse mesmo mistério de comunhão, traduzindo-o através da nossa presença no mundo.

O  Evangelho mostra-nos, através do diálogo de Jesus com Nicodemos, que o mistério da Trindade não é só a forma de Deus ser na sua comunhão de amor. Essa comunhão é também a forma d’Ele ser para connosco, tal como Jesus no-lo diz e o viveu. Passa por aqui uma das dimensões fundamentais da nosso fé: Acreditar no amor de Deus para connosco. Por isso, podemos dizer que a Trindade é o mistério do amor silencioso de Deus que Ele vive a partilha connosco.

Padre João Lourenço, OFM   

SOLENIDADE DO PENTECOSTES

 

(28.05.2023)


Introdução à Liturgia:

O Espírito Santo é o grande dom que Deus faz à sua Igreja. É por Ele que somos congregados na Comunhão e podemos testemunhar no mundo o Cristo Ressuscitado. Celebrar o Pentecostes é celebrar as origens da Igreja, do novo povo de Deus que o Espírito renova e congrega na comunhão.

 Introdução à Leituras:

A primeira leitura mostra-nos como a Comunidade reunida em nome do Senhor Jesus recebe o dom do Espírito Santo, a nova Lei do ressuscitado que é a fonte dessa vida nova. É pela ação do Espírito Santo que a vida dos fiéis ganha um novo sentido e faz deles testemunhas vivas de Cristo.

Na segunda leitura, Paulo ajuda os crentes de Corinto a reconhecerem a ação do Espírito Santo em cada um dos batizados. A diversidade de ministérios e de dons é uma riqueza grande para a Igreja. A finalidade de todos esses carismas é o contributo para que a comunidade cresça na comunhão e no serviço fraterno. 

O Evangelho apresenta-nos a comunidade cristã, reunida à volta de Jesus ressuscitado. Para S. João, esta comunidade passa a ser uma comunidade viva, recriada a partir do dom do Espírito. É pelo Espírito que a Comunidade vence o medo, se torna testemunho vivo da força de Deus no mundo e construtora da harmonia e da paz.

Padre João Lourenço, OFM

21 de maio de 2023

SOLENIDADE DA ASCENSÃO DO SENHOR

 

(21.05.2023)

Introdução à Liturgia:

Fazendo seu o calendário de S. Lucas que nos é narrado nos Atos dos Apóstolos, a Igreja celebra neste domingo a Solenidade da Ascensão do Senhor. Trata-se do momento em que Cristo leva à plenitude o seu mistério pascal, concluindo a sua missão no tempo histórico e entregando ao Pai o futuro da humanidade por Ele redimida. Recorrendo a essa simbólica bíblica dos 40 dias, foi após quarenta dias da Páscoa que Jesus é elevado para Deus; foi durante 40 dias que Ele se preparou para a missão; é por 40 dias que Ele confia a sua missão aos seus discípulos. Estamos perante uma perspectiva de grande sentido teológico que marca o ritmo da história da salvação.

 Introdução às Leituras:

A primeira leitura apresenta-nos a cena e deixa-nos a teologia da mensagem essencial desta festa: Jesus, depois de ter apresentado ao mundo o projeto do Pai, entrou na vida definitiva da comunhão com o Pai. É esta vida que Ele anunciou e promete a todos os que percorrem o mesmo "caminho" que Ele percorreu. Os discípulos não podem ficar a olhar para o céu, esperando que de lá venha a transformação do mundo. Isso acontece pelo empenho e pelo vigor do nosso testemunho.

 A segunda leitura convida os discípulos a terem consciência da esperança a que foram chamados; eles devem fazer com que essa esperança seja para eles a força dinamizadora das suas vidas, capaz de transformar o mundo para que este cresça até à plenitude de Deus.

 No Evangelho, Jesus ressuscitado manifesta-se aos discípulos na Galileia, ali onde tudo começou, agora recomeça a Igreja através do anúncio universal que os discípulos devem anunciar ao mundo. Eles são as testemunhas do projeto de salvação de Deus. Agora, junto do Pai, Ele continuará a acompanhar os discípulos e, através deles, a oferecer aos homens a vida nova e definitiva.

Padre João Lourenço, OFM

6º DOMINGO DA PÁSCOA – Ano A

 

(14.05.2023)

      Introdução à Liturgia

      Aproximando-se o fim do tempo pascal, as leituras da eucaristia orientam-nos para o tema do Espírito Santo e também para o testemunho que os discípulos devem dar acerca do Mestre. Este testemunho passa, essencialmente, pelo anúncio da mensagem e pela manifestação da fé. É na ação missionária que a comunidade apostólica, tanto no espaço da Palestina como nas diversas paragens do Império, dá o sinal da sua fé e da força do Espírito que os envia a anunciar.

     Introdução às Leituras

        A 1ª Leitura, tomada dos Atos dos Apóstolos, fala-nos da evangelização da Samaria. Todos sabemos como a situação entre judeus e samaritanos, ao tempo de Jesus, era tensa. Jesus abre a porta aos Samaritanos, através do Evangelho de S. João e da Parábola do Bom Samaritano no Evangelho de S. Lucas, mostrando que ele vem para congregar a todos no amor do Pai. Os apóstolos, conscientes disso mesmo, lançam a 1ª semente da Boa-Nova. 

          A 2ª leitura, da 1ª Carta de Pedro, mostra-nos que o anúncio do Evangelho deve ser acompanhado por uma nova prática de vida, por novas formas e atitudes da parte daqueles que aderem à fé. Esta Carta de S. Pedro que temos vindo a ler ao longo destes domingos pascais é toda ela uma espécie de nova ordem vivencial, de uma nova identidade cristã.

           O Evangelho, texto que faz parte do longo discurso da Última Ceia, confirma os discípulos na certeza de que o Senhor continua junto deles e que a força do Espírito os acompanha no testemunho que eles são chamados a dar ao mundo. Esse testemunho ganhará autenticidade na prática do amor.

Padre João Lourenço, OFM

6º DOMINGO DO TEMPO PASCAL

(14 de Maio de 2023)

 

          Com o aproximar do fim do tempo pascal, as leituras das nossas eucaristias orientam-nos agora para o tema do Espírito Santo, para a festa do Pentecostes e da ação do Espírito no coração dos crentes. Além disso, ao longo destes domingos pascais fomos acompanhando a ação missionária da comunidade apostólica, tanto no espaço da Palestina como nas diversas paragens do Império. São textos que nos mostram como a expansão da Igreja aconteceu pela ação do Espírito Santo, mas também pelo grande dinamismo dos apóstolos, tocando realidades que por vezes nos parecem até estranhas. Por outro lado, sentimos que estas leituras prolongam o ‘eco’ da Páscoa que se estende ao longo de todos estes domingos e que nós celebramos através do livro dos Atos dos Apóstolos e pelas narrativas do Evangelho, a vida da comunidade cristã que se fortalece e se afirma a partir desta certeza: Deus ressuscitou Jesus Cristo; esta era a certeza dos Apóstolos, o fundamento da sua fé e é também a nossa certeza. É nessa certeza que se fundamenta a nova Comunidade, nascida da intimidade profunda com Cristo e também do testemunho do Ressuscitado. Trata-se de uma Comunidade de fé e de vida. Para os primeiros crentes, tal como sucedia no judaísmo do tempo, Fé e Vida faziam um todo, não havendo por isso qualquer dicotomia entre o que se acredita e o que se vive.

     Vejamos então os textos:

           1ª Leitura: Atos – A evangelização da Samaria

          Sabemos qual era a situação ao tempo do Novo Testamento entre Judeus e Samaritanos. O Evangelho de S. João alude a isso, no célebre encontro entre Jesus e a Samaritana; a Parábola do Bom Samaritano é também um eco dessa relação tensa no seio do povo Eleito, já que as tribos dos Norte, base do povo e do credo samaritano, também eram uma porção do povo eleito. Há muitos outros acontecimentos históricos que marcam o período intertestamentário e que nos mostram como a rutura era total. Por isso, o acolhimento dispensado pela região da Samaria foi certamente um estímulo e um sinal encorajador para a Igreja da Palestina, mormente para a Igreja de Jerusalém que conheceu, como todos sabemos momentos muito difíceis e dolorosos. Neste sentido, creio que é importante valorizar esta dimensão do anúncio da Palavra de Deus: em Cristo ela é capaz de levar à superação dos ódios e criar uma nova relação com Deus, de reconciliar os homens e de abrir horizontes para além daquilo que por vezes nos pode parecer quase impossível. Temos aqui um bom exemplo disso e creio que devemos aceitar este texto como expressão dessa realidade. Aliás, a importância de S. Justino, Mártir e grande apologista da Fé cristã é disso um belo eco e testemunho.

           2ª leitura: 1 Pd 3,15-18

          O anúncio do Evangelho é acompanhado também por uma prática nova de vida, por novas formas e atitudes por partes daqueles que aderem à fé. Esta Carta de S. Pedro que temos vindo a ler ao longo destes domingos pascais é toda ela uma espécie de nova ordem vivencial, de nova identidade cristã. Não se trata de um código de comportamentos, nem de uma espécie de nova ordem ‘educacional’. Nada disso; trata-se sim de tomar o exemplo de Jesus e apresentá-lo aos crentes como o grande modelo de vida. De Jesus, Pedro realça a sua entrega, o seu mistério pascal. Também aqui, nas nossas atitudes vivenciais, Cristo é o grande exemplo e pena é que por vezes pensemos que a exemplaridade de Cristo se fica apenas pelas dimensões teológicas, esquecendo os aspetos práticos e existenciais que o texto desta leitura realça.

           Evangelho: Jo 14,15-21:

          Temos um texto que é já parte do longo discurso da Última Ceia. O tema central é a unidade, a intimidade entre Jesus e os discípulos. Estes não ficaram órfãos, pois Jesus Cristo e o Espírito consolador permanecem para sempre na sua Igreja. É interessante verificar como através deste texto Jesus procura mostrar aos discípulos que eles, ao contrário de Israel que se lamentava que Deus o tinha abandonado, que o deixara ‘orfão’ entre as nações, aos discípulos Jesus promete estar presente, numa relação de comunhão e de intimidade, tal como eles já tinham experimentado ao longo da sua caminhada pelas terras da Palestina. Partindo de uma situação vivida, Jesus aponta para o tempo pós-pascal, para o tempo da vivência da Igreja. Tudo isto de fundamenta numa relação mais profunda e que S. João coloca em realce ao longo do seu evangelho: a identidade entre o Pai e o Filho, entre Deus e Jesus que é o seu rosto humano, o seu rosto presente no mundo. A vivência da fé não é uma especulação abstrata, mas sim uma experiência concreta, uma experiência a partir de Jesus e em comunhão com os Irmão. É assim que se prepara a festa do Pentecostes e com ela se dá início à Igreja enquanto comunhão de crentes.

          Creio que o tempo que estamos a viver precisa de sentir esta proximidade de Jesus, esta partilha e esta intimidade com Deus, pois só assim seremos capazes de poder dar resposta a tantas situações trágicas que vão explodindo um pouco por toda a parte. Para além da fé, o nosso tempo carece desta experiência, desta proximidade de que Jesus se faz eco ao dirigir-se aos discípulos.

Padre João Lourenço, OFM


 

5º Domingo da Páscoa

 

(07.05.2023)

Introdução à liturgia:

    A liturgia deste domingo convida-nos a refletir sobre a Igreja – a comunidade que nasce de Jesus e cujos membros continuam o “caminho” de Jesus, dando testemunho do projeto de Deus no mundo, na entrega a Deus e no amor aos homens. Como Jesus nos diz no Evangelho que vamos escutar, “quem O vê, vê o Pai”; quem está com Jesus, está com o Pai, e é esse estar com Ele que hoje nos é pedido como forma de vida.

 Introdução às leituras:

O Evangelho apresenta-nos a Igreja como a comunidade dos discípulos que seguem o “caminho” de Jesus – “caminho” de dom de vida aos irmãos. Aqueles que acolhem esta proposta e aceitam viver nesta dinâmica tornam-se Homens Novos, que possuem a vida em plenitude e que integram a nova família dos filhos de Deus.

A primeira leitura apresenta-nos alguns traços que caracterizam a “família de Deus”, a Igreja: é uma comunidade santa, embora formada por homens pecadores; é uma comunidade estruturada hierarquicamente, mas onde deve prevalecer o serviço aos irmãos que é exercido no diálogo e na partilha. Os dons recebidos devem ser partilhados, mas sempre com uma simplicidade que seja testemunho do Espírito Santo que nos fortalece.


A segunda leitura também se refere à Igreja; Pedro chama-lhe “edifício espiritual em construção”, do qual Cristo é a “pedra angular” e os cristãos as “pedras vivas”. Essa Igreja é formada por um “povo sacerdotal”, cuja missão é oferecer a Deus o verdadeiro culto: uma vida vivida na comunhão com o Pai e no amor incondicional aos irmãos.

Padre João Lourenço, OFM

5º DOMINGO DA PÁSCOA - 2023

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6)

 Os textos de S. João que meditamos nos Evangelhos das eucaristias desta quadra pascal são de uma riqueza única e singular, dando a este tempo um sentido pleno de esperança que nos abre para um horizonte de eternidade, como sucede em todo o Evangelho de S. João. Do texto deste domingo podemos retirar esta afirmação de Jesus em que, mediante 3 palavras, Ele afirma a sua missão ‘Eu sou o caminho’, a sua identidade ‘Eu sou a verdade’ e a sua pessoa ‘Eu sou a vida’. Três palavras-chave que definem o sentido do mistério de Cristo e, ao mesmo tempo, marcam as configurações da vida cristã como sendo uma caminhada na busca e na procura de Deus. Já assim o era no Antigo Testamento como no-lo mostra a pessoa de Abraão: ‘deixa a tua terra e parte’. E Abraão partiu; toma o teu filho e vai… E Abraão tomou o filho e foi…, mesmo ainda sem conhecer o caminho, nem a meta.

Ele partiu porque, sendo Homem de fé, sabia que mesmo na noite da dúvida, da incerteza, Deus era o caminho, do qual recebeu o maior dom – ‘o filho que tanto amas’ – e também era a certeza que os seus sonhos não morreriam no caminho, porque estava pronto a dar a Deus o que d’Ele tinha recebido, o seu grande amor: Isaac. Agora, é Jesus, o filho único, que o Pai deu aos homens que se faz nosso caminho; Ele não nos mostra o caminho; Ele é o caminho e o caminho consiste em ‘acreditar na possibilidade impossível de Deus’ que, apesar do Seu silêncio (como o sentimos hoje, nesta noite de procura e de penumbra) e das Suas exigências impossíveis, nós sabemos que Ele está presente. Com o caminho que é Jesus nós superamos a própria noite de Deus na história, a noite do Seu amor por nós que só Jesus nos permite compreender e caminhar.

Enquanto ‘caminho’, Jesus mostra-nos que a meta é o Pai e é por Ele e n’Ele que alcançamos a plenitude. Ele é o ‘caminho’ que trouxe até nós a glória do Pai e pelo qual subimos também para a mesma glória. Jesus não ousa apresentar-se como um modelo de procedimentos éticos ou de valores morais. Pelo contrário, a sua proposta é uma caminhada que se faz seguindo o seu testemunho de vida. Ele não se faz meta, mas apenas a estrada que até ela nos conduz. A palavra de Jesus é clara; Israel tinha um caminho que era a Lei; foi por ela que Abraão chegou ao Monte Moriah; é nela que Deus abriu um caminho no deserto para que o Seu povo chegasse à Terra prometida, aquando do êxodo; foi ainda por ela que Deus aplanou os montes e outeiros para que, no regresso da Babilónia, o povo alcançasse de novo a sua meta, a nova Sião. Habituados às distâncias e à aridez do deserto, bem como às encruzilhadas dos vales e à sinuosidade das montanhas, Israel sabia, por experiência própria, como é difícil percorrer a Terra e alcançar o termo de uma qualquer viagem, mesmo quando programada. Na Palestina, as incertezas dos caminhos, as miragens do deserto e os perigos que lhes estão associados, acarretam consigo muitos obstáculos e fazem com que qualquer viagem seja sempre um risco. Agora, o ‘caminho’ já não é uma construção exterior, nem uma distância a percorrer, mas sim a pessoa do Filho que, enviado ao mundo para o salvar (Jo 3,17), identifica o Pai e nos introduz na comunhão com Ele. Nós não fazemos o caminho; apenas o percorremos. O nosso itinerário está feito; Jesus é Ele o caminho e a nós compete entrar nele e com Ele seguir estrada fora, ao encontro do Pai. Tal como Jesus afirma só Ele é o caminho e ninguém ‘vai ao Pai se não por Ele’ (Jo 14,6). Mas para isso, há que O conhecer, pois só conhecendo O é que podemos chegar ao Pai e conhecer também o Pai (Jo 14,9). A beleza da fé está aqui; ela é o caminho que em Cristo nos conduz ao Pai. E esse caminho faz-se e perfaz-se em Cristo e com Ele.   

O tempo pascal é esta caminhada em busca da plenitude: caminhada na vida e caminhada na descoberta de Cristo ressuscitado. O evangelho mostra a nossa identidade ‘peregrina’ de crentes que vão descobrindo a presença do Senhor ressuscitado nos sinais da vida e muitos são esses sinais, incluindo o do silêncio de Deus. O sentido do nosso peregrinar não está apenas no ‘fazer caminho’; está essencialmente na busca do Sentido que nos conduz ao Pai. Só por Ele e com Ele podemos lá chegar, pois só n’Ele é que cada homem se faz ‘peregrino da Eternidade.

Padre João Lourenço, OFM

2 de maio de 2023

4º Domingo da Páscoa

 

Introdução à liturgia:

    O 4º Domingo da Páscoa, chamado “Domingo do Bom Pastor”, convida-nos a celebrar as vocações ministeriais na Igreja, apresentando-nos essa imagem de Jesus - ‘o Bom Pastor’ – que dá a vida pelas ovelhas e se entrega à missão que o Pai lhe confiou. Sem Pastores não há Comunidades e, por isso, somos desafiados a rezar e promover, cada um com a sua capacidade, a causa das vocações ministeriais. Que o Bom Pastor nos envie bons pastores para o serviço da sua Igreja.

 Introdução às leituras:

O Evangelho apresenta Cristo como “o Pastor”, cuja missão é libertar o rebanho de Deus do domínio da escravidão e levá-lo ao encontro das pastagens verdejantes onde há vida em plenitude. Jesus cumpre com amor essa missão, no respeito absoluto pela identidade, individualidade e liberdade das ovelhas, aceitando cada uma como é para que venha a ser aquilo que Deus quer que sejamos.

A segunda leitura apresenta-nos também Cristo como “o Pastor” que guarda e conduz as suas ovelhas. Pedro, ao escrever este texto convida-nos a seguir esse “Pastor”. No contexto concreto em que a leitura nos coloca, seguir “o Pastor” é responder à injustiça com o amor, ao mal com o bem.

A primeira leitura traça, de forma bastante completa, o percurso que Cristo, “o Pastor”, desafia os homens a percorrer: é preciso converter-se, isto é, deixar os esquemas do pecado, ser baptizado, aderindo plenamente a Jesus e seguí-l’O e receber o Espírito Santo, acolhendo a vida nova que por ele é derramada em nossos corações.

Padre João Lourenço, OFM

3º Domingo da Páscoa

 


Introdução à Liturgia:

A liturgia de hoje faz-nos o convite para descobrir o Cristo vivo que acompanha os homens pelos caminhos do mundo, que com a sua Palavra anima os corações magoados e desolados, que se revela sempre que a comunidade dos discípulos se reúne para “partir o pão”; apela, ainda, a que os discípulos sejam as testemunhas da ressurreição diante dos homens. É este o testemunho pascal que somos convidados a dar e a tornar presente neste tempo que é o nosso.

Introdução à Liturgia:

A primeira leitura, através da exemplaridade de Jesus e da palavra de Pedro, mostra-nos como do amor que se faz dom a Deus e aos irmãos, brota sempre ressurreição e vida nova. Esta há-de ser a forma como a comunidade de Jesus pode e deve testemunhar essa realidade diante dos homens, fazendo sua a forma como Jesus viveu e testemunhou o amor do Pai.

Pela segunda leitura somos convidados a contemplar, com olhos de ver, o projeto salvador de Deus, o amor de Deus pelos homens (expresso na cruz de Jesus e na sua ressurreição). Constatando a grandeza do amor de Deus, aceitamos o seu apelo para que o nosso projeto de vida seja também grande na doação de nós mesmos.

É no Evangelho, sobretudo, que esta mensagem aparece de forma nítida. O texto que nos é proposto apresenta-nos Cristo, vivo e ressuscitado, a caminhar ao lado dos discípulos, a explicar-lhes as Escrituras, a encher-lhes o coração de esperança e a sentar-Se com eles à mesa para “partir o pão”. É aí que os discípulos O reconhecem. É nestas formas de vida que os outros O podem reconhecer em nós.

Padre João Lourenço, OFM

20 de abril de 2023

2º Domingo de Páscoa


(16 de abril)

 Introdução à Liturgia:

A liturgia tem como objetivo mostrar-nos o testemunho daqueles que acreditam na ressurreição do Senhor. Este domingo vemos como a 1ª a comunidade cristã dava testemunho da sua fé e se tornou para todos um sinal vivo da vida nova que brota da fé na ressurreição. Celebramos também o Domingo da Misericórdia que é a dimensão do rosto de Deus para nós.

 Introdução às Leituras:

Na primeira leitura dos Atos dos Apóstolos, S. Lucas, o autor desta obra, deixa-nos uma espécie de “fotografia” da comunidade cristã de Jerusalém, salientando os traços dessa comunidade ideal: formada na diversidade, toda a comunidade vive a mesma fé num só coração e numa só alma; é uma comunidade que manifesta o seu amor fraterno em gestos concretos de partilha e de dom, dando assim testemunho Jesus ressuscitado.

 A 2ª leitura, por sua vez, recorda-nos os critérios que definem a vida cristã autêntica: o crente verdadeiro é aquele a quem Deus prova e pelo testemunho da sua vida também ele prova o seu amor a Jesus Cristo.  

 O Evangelho mostra-nos que Jesus vivo e ressuscitado é o centro da comunidade cristã; é à volta d’Ele que a comunidade se estrutura e é d’Ele que ela recebe a vida que a anima e que lhe permite enfrentar as dificuldades e as perseguições.

Padre João Lourenço, OFM

14 de abril de 2023

2.ª Conferência Ecologia Integral

 


12 de abril de 2023

Domingo de Páscoa

Introdução à Liturgia:

O domingo de Páscoa é a festa das festas, a festa da ressurreição e da vitória de Cristo sobre o poder da morte. Na Sua ressurreição afirma-se a plenitude da vida, tal como nos recorda a liturgia de hoje: Deus o ressuscitou, libertando-o do poder da morte e mostrando-nos que é por Ele que vencemos o poder do mal e do pecado.

 Introdução às Leituras:

A primeira leitura, dos Atos dos Apóstolos, apresenta o exemplo de Cristo que “passou pelo mundo fazendo o bem” e que, por amor, se entregou à morte. Deus o ressuscitou. Este é o primeiro credo da comunidade cristã das origens: Ele foi suspenso na Cruz, mas Deus ressuscitou-O e fez d’Ele o nosso Salvador. A vida triunfa da morte e, por isso, Ele é a nossa esperança.

 Na 2ª leitura, Paulo convida os cristãos, revestidos de Cristo pelo baptismo, a continuarem a sua caminhada de vida nova, até à plena transformação plena. É assim que Cristo se torna a nossa vida e é por Ele que todos chegamos à sua plenitude.

 O Evangelho mostra-nos os discípulos correndo ao encontro do ressuscitado. João e Pedro descobrem que o sepulcro está vazio porque o Crucificado ressuscitou. Por isso, não há que procurar entre os mortos Aquele que está vivo. Agora somos nós que, ressuscitados pelo batismo, testemunhamos essa vida nova e plena que d’Ele recebemos.

Padre João Lourenço, OFM

3 de abril de 2023

Via-Sacra - Sexta-feira Santa - Carnide


 

Semana Santa-Programa-Carnide

 



Domingo de Ramos

 

Introdução à Liturgia:

Com a liturgia deste domingo damos início à celebração da ‘grande semana’ da nossa redenção, acompanhando Jesus nos últimos passos da sua vida e nos momentos mais significativos da sua entrega total por nós. A cruz, que a liturgia deste domingo coloca no horizonte próximo de Jesus, apresenta-nos a lição suprema do seu amor, o último passo desse caminho de vida nova que, em Jesus, Deus nos propõe: a doação da vida por amor.

 Introdução às Leituras:

A primeira leitura apresenta-nos um profeta anónimo que, à maneira de Isaías, é chamado por Deus a testemunhar no meio das nações a Palavra da salvação. Apesar do sofrimento e da perseguição, o profeta confiou em Deus e concretizou, com plena fidelidade, o projeto que Deus lhe havia confiado. Os primeiros cristãos viram neste “servo” a figura de Jesus.

A segunda leitura apresenta-nos o exemplo de Cristo. Ele prescindiu da  vanglória da sua divindade, escolhendo pautar a sua vida na obediência ao Pai e no serviço aos homens, até ao dom total de si mesmo. É esse mesmo caminho de vida que a Palavra de Deus nos propõe.

O Evangelho narra-nos a paixão de S. Mateus: é o momento supremo de uma vida feita dom e serviço, a fim de libertar os homens de tudo aquilo que gera egoísmo e escravidão. Na cruz, revela-se o amor de Deus – esse amor que não guarda nada para si, mas que se faz dom total.

Padre João Lourenço, OFM

 
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