Retalhos Como Francisco e Clara de Assis, a Fraternidade a todos saúda em Paz e Bem!Retalhos

28 de novembro de 2017

50 Anos da Igreja do Seminário Franciscano da Luz


27 de novembro de 2017

Solenidade de Cristo Rei do Universo

O serviço é a expressão da realeza de Cristo
Introdução à Liturgia
Celebramos hoje, neste último domingo do ano litúrgico, a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. As leituras deste domingo falam-nos do Reino de Deus, desse reino que Jesus veio anunciar e apresentar-nos como sendo a grande proposta que Deus nos faz. Esse reino que é como uma semente, a semente da verdade e do bem que deve crescer no coração de cada crente.

Introdução às Leituras
A primeira leitura, do livro de Ezequiel, recorre à imagem do Bom Pastor para apresentar Deus e para definir a sua relação com os homens. Realçando a autoridade de Deus, a imagem sublinha o carinho, a preocupação e a ternura que Deus dispensa àqueles a quem ama, orientando-os nos caminhos da história e estando ao seu lado para lhes apontar metas e horizontes.

Na segunda leitura, Paulo diz-nos que este reino tem os gérmenes de vida na ressurreição de Jesus e é nessa vida nova que tudo encontra sentido. Tudo nasce daí e tudo converge para a plenitude Deus, ‘até que Ele seja tudo em todos’. É Cristo que nos conduz a este Reino definitivo.

O Evangelho apresenta-nos, numa espécie de síntese dramática, a soberania de Jesus que se manifesta num quadro de julgamento, mostrando que o Reino se concretiza nas boas obras, mormente naquelas que parecendo insignificantes são o testemunho da verdadeira grandeza de Deus. É aqui que estão as autênticas sementes do Reino.
Padre João Lourenço, OFM

I DIA MUNDIAL DOS POBRES

MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO
PARA O I DIA MUNDIAL DOS POBRES
XXXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM
(19 DE NOVEMBRO DE 2017)


O Pobrezinho, Francisco de Assis – verdadeira imagem do Santo, pintada por Cimabue.
OFM - Letter of the Minister General for the First World Day for the Poor

«Não amemos com palavras, mas com obras»

1. «Meus filhinhos, não amemos com palavras nem com a boca, mas com obras e com verdade» (1 Jo 3, 18). Estas palavras do apóstolo João exprimem um imperativo de que nenhum cristão pode prescindir. A importância do mandamento de Jesus, transmitido pelo «discípulo amado» até aos nossos dias, aparece ainda mais acentuada ao contrapor as palavras vazias, que frequentemente se encontram na nossa boca, às obras concretas, as únicas capazes de medir verdadeiramente o que valemos. O amor não admite álibis: quem pretende amar como Jesus amou, deve assumir o seu exemplo, sobretudo quando somos chamados a amar os pobres. Aliás, é bem conhecida a forma de amar do Filho de Deus, e João recorda-a com clareza. Assenta sobre duas colunas mestras: o primeiro a amar foi Deus (cf. 1 Jo 4, 10.19); e amou dando-Se totalmente, incluindo a própria vida (cf. 1 Jo 3, 16).Um amor assim não pode ficar sem resposta. Apesar de ser dado de maneira unilateral, isto é, sem pedir nada em troca, ele abrasa de tal forma o coração, que toda e qualquer pessoa se sente levada a retribuí-lo não obstante as suas limitações e pecados. Isto é possível, se a graça de Deus, a sua caridade misericordiosa, for acolhida no nosso coração a pontos de mover a nossa vontade e os nossos afetos para o amor ao próprio Deus e ao próximo. Deste modo a misericórdia, que brota por assim dizer do coração da Trindade, pode chegar a pôr em movimento a nossa vida e gerar compaixão e obras de misericórdia em prol dos irmãos e irmãs que se encontram em necessidade.
2. «Quando um pobre invoca o Senhor, Ele atende-o» (Sl 34/33, 7). A Igreja compreendeu, desde sempre, a importância de tal invocação. Possuímos um grande testemunho já nas primeiras páginas do Atos dos Apóstolos, quando Pedro pede para se escolher sete homens «cheios do Espírito e de sabedoria» (6, 3), que assumam o serviço de assistência aos pobres. Este é, sem dúvida, um dos primeiros sinais com que a comunidade cristã se apresentou no palco do mundo: o serviço aos mais pobres. Tudo isto foi possível, por ela ter compreendido que a vida dos discípulos de Jesus se devia exprimir numa fraternidade e numa solidariedade tais, que correspondesse ao ensinamento principal do Mestre que tinha proclamado os pobres bem-aventurados e herdeiros do Reino dos céus (cf. Mt 5, 3).
«Vendiam terras e outros bens e distribuíam o dinheiro por todos, de acordo com as necessidades de cada um» (At 2, 45). Esta frase mostra, com clareza, como estava viva nos primeiros cristãos tal preocupação. O evangelista Lucas – o autor sagrado que deu mais espaço à misericórdia do que qualquer outro – não está a fazer retórica, quando descreve a prática da partilha na primeira comunidade. Antes pelo contrário, com a sua narração, pretende falar aos fiéis de todas as gerações (e, por conseguinte, também à nossa), procurando sustentá-los no seu testemunho e incentivá-los à ação concreta a favor dos mais necessitados. E o mesmo ensinamento é dado, com igual convicção, pelo apóstolo Tiago, usando expressões fortes e incisivas na sua Carta: «Ouvi, meus amados irmãos: porventura não escolheu Deus os pobres segundo o mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que O amam? Mas vós desonrais o pobre. Porventura não são os ricos que vos oprimem e vos arrastam aos tribunais? (…) De que aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé? Acaso essa fé poderá salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem de alimento quotidiano, e um de vós lhes disser: “Ide em paz, tratai de vos aquecer e matar a fome”, mas não lhes dais o que é necessário ao corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta» (2, 5-6.14-17).
3. Contudo, houve momentos em que os cristãos não escutaram profundamente este apelo, deixando-se contagiar pela mentalidade mundana. Mas o Espírito Santo não deixou de os chamar a manterem o olhar fixo no essencial. Com efeito, fez surgir homens e mulheres que, de vários modos, ofereceram a sua vida ao serviço dos pobres. Nestes dois mil anos, quantas páginas de história foram escritas por cristãos que, com toda a simplicidade e humildade, serviram os seus irmãos mais pobres, animados por uma generosa fantasia da caridade!
Dentre todos, destaca-se o exemplo de Francisco de Assis, que foi seguido por tantos outros homens e mulheres santos, ao longo dos séculos. Não se contentou com abraçar e dar esmola aos leprosos, mas decidiu ir a Gúbio para estar junto com eles. Ele mesmo identificou neste encontro a viragem da sua conversão: «Quando estava nos meus pecados, parecia-me deveras insuportável ver os leprosos. E o próprio Senhor levou-me para o meio deles e usei de misericórdia para com eles. E, ao afastar-me deles, aquilo que antes me parecia amargo converteu-se para mim em doçura da alma e do corpo» (Test 1-3: FF 110). Este testemunho mostra a força transformadora da caridade e o estilo de vida dos cristãos.
Não pensemos nos pobres apenas como destinatários duma boa obra de voluntariado, que se pratica uma vez por semana, ou, menos ainda, de gestos improvisados de boa vontade para pôr a consciência em paz. Estas experiências, embora válidas e úteis a fim de sensibilizar para as necessidades de tantos irmãos e para as injustiças que frequentemente são a sua causa, deveriam abrir a um verdadeiro encontro com os pobres e dar lugar a uma partilha que se torne estilo de vida. Na verdade, a oração, o caminho do discipulado e a conversão encontram, na caridade que se torna partilha, a prova da sua autenticidade evangélica. E deste modo de viver derivam alegria e serenidade de espírito, porque se toca com as mãos a carne de Cristo. Se realmente queremos encontrar Cristo, é preciso que toquemos o seu corpo no corpo chagado dos pobres, como resposta à comunhão sacramental recebida na Eucaristia. O Corpo de Cristo, partido na sagrada liturgia, deixa-se encontrar pela caridade partilhada no rosto e na pessoa dos irmãos e irmãs mais frágeis. Continuam a ressoar de grande atualidade estas palavras do santo bispo Crisóstomo: «Queres honrar o corpo de Cristo? Não permitas que seja desprezado nos seus membros, isto é, nos pobres que não têm que vestir, nem O honres aqui no tempo com vestes de seda, enquanto lá fora O abandonas ao frio e à nudez» (Hom. in Matthaeum, 50, 3: PG 58).
Portanto somos chamados a estender a mão aos pobres, a encontrá-los, fixá-los nos olhos, abraçá-los, para lhes fazer sentir o calor do amor que rompe o círculo da solidão. A sua mão estendida para nós é também um convite a sairmos das nossas certezas e comodidades e a reconhecermos o valor que a pobreza encerra em si mesma.
4. Não esqueçamos que, para os discípulos de Cristo, a pobreza é, antes de mais, uma vocação a seguir Jesus pobre. É um caminho atrás d’Ele e com Ele: um caminho que conduz à bem-aventurança do Reino dos céus (cf. Mt 5, 3; Lc 6, 20). Pobreza significa um coração humilde, que sabe acolher a sua condição de criatura limitada e pecadora, vencendo a tentação de omnipotência que cria em nós a ilusão de ser imortal. A pobreza é uma atitude do coração que impede de conceber como objetivo de vida e condição para a felicidade o dinheiro, a carreira e o luxo. Mais, é a pobreza que cria as condições para assumir livremente as responsabilidades pessoais e sociais, não obstante as próprias limitações, confiando na proximidade de Deus e vivendo apoiados pela sua graça. Assim entendida, a pobreza é o metro que permite avaliar o uso correto dos bens materiais e também viver de modo não egoísta nem possessivo os laços e os afetos (cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 25-45).
Assumamos, pois, o exemplo de São Francisco, testemunha da pobreza genuína. Ele, precisamente por ter os olhos fixos em Cristo, soube reconhecê-Lo e servi-Lo nos pobres. Por conseguinte, se desejamos dar o nosso contributo eficaz para a mudança da história, gerando verdadeiro desenvolvimento, é necessário escutar o grito dos pobres e comprometermo-nos a erguê-los do seu estado de marginalização. Ao mesmo tempo recordo, aos pobres que vivem nas nossas cidades e nas nossas comunidades, para não perderem o sentido da pobreza evangélica que trazem impresso na sua vida.
5. Conhecemos a grande dificuldade que há, no mundo contemporâneo, de poder identificar claramente a pobreza. E todavia esta interpela-nos todos os dias com os seus inúmeros rostos marcados pelo sofrimento, pela marginalização, pela opressão, pela violência, pelas torturas e a prisão, pela guerra, pela privação da liberdade e da dignidade, pela ignorância e pelo analfabetismo, pela emergência sanitária e pela falta de trabalho, pelo tráfico de pessoas e pela escravidão, pelo exílio e a miséria, pela migração forçada. A pobreza tem o rosto de mulheres, homens e crianças explorados para vis interesses, espezinhados pelas lógicas perversas do poder e do dinheiro. Como é impiedoso e nunca completo o elenco que se é constrangido a elaborar à vista da pobreza, fruto da injustiça social, da miséria moral, da avidez de poucos e da indiferença generalizada!
Infelizmente, nos nossos dias, enquanto sobressai cada vez mais a riqueza descarada que se acumula nas mãos de poucos privilegiados, frequentemente acompanhada pela ilegalidade e a exploração ofensiva da dignidade humana, causa escândalo a extensão da pobreza a grandes sectores da sociedade no mundo inteiro. Perante este cenário, não se pode permanecer inerte e, menos ainda, resignado. À pobreza que inibe o espírito de iniciativa de tantos jovens, impedindo-os de encontrar um trabalho, à pobreza que anestesia o sentido de responsabilidade, induzindo a preferir a abdicação e a busca de favoritismos, à pobreza que envenena os poços da participação e restringe os espaços do profissionalismo, humilhando assim o mérito de quem trabalha e produz: a tudo isso é preciso responder com uma nova visão da vida e da sociedade.
Todos estes pobres – como gostava de dizer o Beato Paulo VI – pertencem à Igreja por «direito evangélico» (Discurso de abertura na II Sessão do Concílio Ecuménico Vaticano II, 29/IX/1963) e obrigam à opção fundamental por eles. Por isso, benditas as mãos que se abrem para acolher os pobres e socorrê-los: são mãos que levam esperança. Benditas as mãos que superam toda a barreira de cultura, religião e nacionalidade, derramando óleo de consolação nas chagas da humanidade. Benditas as mãos que se abrem sem pedir nada em troca, sem «se» nem «mas», nem «talvez»: são mãos que fazem descer sobre os irmãos a bênção de Deus.
6. No termo do Jubileu da Misericórdia, quis oferecer à Igreja o Dia Mundial dos Pobres, para que as comunidades cristãs se tornem, em todo o mundo, cada vez mais e melhor sinal concreto da caridade de Cristo pelos últimos e os mais carenciados. Quero que, aos outros Dias Mundiais instituídos pelos meus Predecessores e sendo já tradição na vida das nossas comunidades, se acrescente este, que completa o conjunto de tais Dias com um elemento requintadamente evangélico, isto é, a predileção de Jesus pelos pobres.
Convido a Igreja inteira e os homens e mulheres de boa vontade a fixar o olhar, neste dia, em todos aqueles que estendem as suas mãos invocando ajuda e pedindo a nossa solidariedade. São nossos irmãos e irmãs, criados e amados pelo único Pai celeste. Este Dia pretende estimular, em primeiro lugar, os crentes, para que reajam à cultura do descarte e do desperdício, assumindo a cultura do encontro. Ao mesmo tempo, o convite é dirigido a todos, independentemente da sua pertença religiosa, para que se abram à partilha com os pobres em todas as formas de solidariedade, como sinal concreto de fraternidade. Deus criou o céu e a terra para todos; foram os homens que, infelizmente, ergueram fronteiras, muros e recintos, traindo o dom originário destinado à humanidade sem qualquer exclusão.
7. Desejo que, na semana anterior ao Dia Mundial dos Pobres – que este ano será no dia 19 de novembro, XXXIII domingo do Tempo Comum –, as comunidades cristãs se empenhem na criação de muitos momentos de encontro e amizade, de solidariedade e ajuda concreta. Poderão ainda convidar os pobres e os voluntários para participarem, juntos, na Eucaristia deste domingo, de modo que, no domingo seguinte, a celebração da Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo resulte ainda mais autêntica. Na verdade, a realeza de Cristo aparece em todo o seu significado precisamente no Gólgota, quando o Inocente, pregado na cruz, pobre, nu e privado de tudo, encarna e revela a plenitude do amor de Deus. O seu completo abandono ao Pai, ao mesmo tempo que exprime a sua pobreza total, torna evidente a força deste Amor, que O ressuscita para uma vida nova no dia de Páscoa.
Neste domingo, se viverem no nosso bairro pobres que buscam proteção e ajuda, aproximemo-nos deles: será um momento propício para encontrar o Deus que buscamos. Como ensina a Sagrada Escritura (cf. Gn 18, 3-5; Heb 13, 2), acolhamo-los como hóspedes privilegiados à nossa mesa; poderão ser mestres, que nos ajudam a viver de maneira mais coerente a fé. Com a sua confiança e a disponibilidade para aceitar ajuda, mostram-nos, de forma sóbria e muitas vezes feliz, como é decisivo vivermos do essencial e abandonarmo-nos à providência do Pai.
8. Na base das múltiplas iniciativas concretas que se poderão realizar neste Dia, esteja sempre a oração. Não esqueçamos que o Pai Nosso é a oração dos pobres. De facto, o pedido do pão exprime o abandono a Deus nas necessidades primárias da nossa vida. Tudo o que Jesus nos ensinou com esta oração exprime e recolhe o grito de quem sofre pela precariedade da existência e a falta do necessário. Aos discípulos que Lhe pediam para os ensinar a rezar, Jesus respondeu com as palavras dos pobres que se dirigem ao único Pai, em quem todos se reconhecem como irmãos. O Pai Nosso é uma oração que se exprime no plural: o pão que se pede é «nosso», e isto implica partilha, comparticipação e responsabilidade comum. Nesta oração, todos reconhecemos a exigência de superar qualquer forma de egoísmo, para termos acesso à alegria do acolhimento recíproco.
9. Aos irmãos bispos, aos sacerdotes, aos diáconos – que, por vocação, têm a missão de apoiar os pobres –, às pessoas consagradas, às associações, aos movimentos e ao vasto mundo do voluntariado, peço que se comprometam para que, com este Dia Mundial dos Pobres, se instaure uma tradição que seja contribuição concreta para a evangelização no mundo contemporâneo.
Que este novo Dia Mundial se torne, pois, um forte apelo à nossa consciência crente, para ficarmos cada vez mais convictos de que partilhar com os pobres permite-nos compreender o Evangelho na sua verdade mais profunda. Os pobres não são um problema: são um recurso de que lançar mão para acolher e viver a essência do Evangelho.
Vaticano, Memória de Santo António de Lisboa, 13 de junho de 2017.
Franciscus

21 de novembro de 2017

2017 - Eucaristia com Profissão



















33º DOMINGO DO TEMPO COMUM


    Introdução à Eucaristia:
A liturgia deste domingo convida-nos a refletir sobre a forma e o modo como aplicamos os nossos talentos, os nosso dons. Colocamo-los ao serviço do reino de Deus ou apenas e só sob a tutela dos nossos interesses imediatos? Vamos também fazer memória, nesta nossa Eucaristia, de Santa Isabel da Hungria, padroeira da Ordem Franciscana Secular que hoje acolhe uma Irmã que vai fazer a sua profissão e depois, em Fraternidade, se reúne para refletir sobre a vivência fraterna da sua identidade franciscana .   

      Introdução às Leituras:
Na primeira leitura, do livro dos Provérbio, faz-se o elogio da mulher prudente, da esposa e mãe que coloca ao serviço de Deus, na família e nos seus labores, todo o encanto e empenho do coração para servir os outros e os fazer felizes. Santa Isabel da Hungria  é um bom exemplo disto mesmo.

A segunda leitura, continuando a reflexão dos domingos anteriores, diz-nos que o ‘dia do Senhor’ acontece na nossa vida sem o esperamos, porventura quando nem pensamos na sua proximidade, o que quer dizer que o cristão deve estar atento aos sinais de Deus.

O Evangelho oferece-nos, através de uma parábola, uma bela reflexão sobre o modo como exercemos os dons que o Senhor nos concedeu. Aderir a Cristo implica um empenho renovado

pela transformação do mundo, das estruturas sociais e o empenho total nas causas do bem, da justiça e da fraternidade.
Padre João Lourenço, OFM


17 de novembro de 2017

Festa de S. Isabel da Hungria



11 de novembro de 2017

Festa de S. Isabel da Hungria


32º Domingo do Tempo Comum – Ano A


(12 de novembro)

Introdução à liturgia:
A vivência cristã pressupõe uma sabedoria de vida que nos deve ajudar a estar preparados e vigilantes para que não nos deixemos envolver apenas e só pelas realidades temporais, como finalidade primeira de nós próprios. O cristão abre-se ao horizonte de Deus, para onde caminha, guiado pela luz da fé que deve alimentar com a oração e a celebração comunitária. É este o desafio que a liturgia de hoje nos deixa.

Introdução às leituras:
A 1ª leitura, tomada do Livro da Sabedoria, faz o elogio da vigilância como forma de ser e de estar na vida, uma vigilância que nos ajuda a não ficar parados no tempo, prisioneiros de um certo comodismo que mata em nós o desejo e o anseio da eternidade. Jesus sentiu isso na sociedade do seu tempo e, por isso mesmo, também adverte os seus contemporâneos para estarem vigilantes.
                       
Continuando a leitura da Carta aos Tessalonicenses, S. Paulo fala-nos da esperança que nos anima na nossa caminhada e diz-nos que também nós caminhamos ao encontro do Senhor.

No Evangelho, S. Mateus fala-nos da vigilância, servindo-se da parábola das dez virgens que aguardam a vinda do esposo, que é Cristo. Para aceder ao seu encontro, precisamos de estar munidos com as lâmpadas da fé bem acesas, pois é ela que nos guia e ajuda a encontrar o caminho que nos conduz ao banquete do Reino.
Padre João Lourenço, OFM
 Eremitério dos Carceres - Assis
S. Francisco (olhando as estrelas) e os companheiros admirando a natureza - Carceri


5 de novembro de 2017

Marcos-Evangelista do Ano


31º Domingo do Tempo Comum




(5 de novembro 2017)
Introdução à liturgia:
Depois de vários domingos em que a liturgia, através de uma sequência de parábolas, nos convidava a refletir sobre a autenticidade da nossa fé, hoje a Palavra de Deus vem-nos recordar, uma vez mais, que só Ele é o Senhor, o centro que dá sentido a toda a nossa vida e que a primazia dos nossos atos deve ter sempre presente que não o podemos substituir por ninguém mais, tanto nas obras como nas palavras.

Introdução às leituras:
Tomada do livro do profeta Malaquias, a 1ª leitura ser de fundo às palavras de Jesus que vamos escutar no evangelho. Aqui nos são deixadas algumas interrogações às quais Jesus responde, colocando a Deus no centro da nossa fé e da nossa vida.
                       
Na 1ª Carta aos Tessalonicenses, continuando a reflexão que já escutávamos em domingos anteriores, Paulo fala-nos do cuidado que ele tem para com a Comunidade. Não o faz para exigir nada para ele mesmo; fá-lo sim para mostrar aos crentes que tudo deve ser feito para glória de Deus, pois é esse o objetivo primeiro do anúncio do Evangelho.

No Evangelho, S. Mateus oferece-nos um conjunto de ‘instruções’ dadas por Jesus aos seus discípulos acerca da autenticidade da sua vivência. Ele quer que eles sejam diferentes dos fariseus e dos demais crentes do Antigo Testamento. Jesus apela e propõe um espírito novo de comunhão e de fraternidade que deve pautar a vida dos seus seguidores.
Padre João Lourenço, OFM 

2 de novembro de 2017

1 de novembro - Solenidade de Todos os Santos


Introdução à Liturgia:
A Igreja celebra neste dia a festa de Todos os Santos, convidando-nos a associarmo-nos a todos aqueles que seguiram o caminho de Jesus e por Ele chegaram à plena comunhão com o Pai. Celebrar esta solenidade não é uma forma, como muitas vezes se ouve, de fazer memória dos ‘santos anónimos ou daqueles que consideramos menores no caminho da santidade’. No entanto, a solenidade de hoje não tem esse sentido nem isso faria sentido: Celebramos hoje a nossa vocação à santidade e de todos aqueles que a viveram em plenitude.

Introdução às Leituras:
A primeira leitura, num texto muito belo do Apocalipse, diz-nos que todos são chamados, sem conta nem números e que a simbólica do texto é apenas e tão só uma forma de realçar essa infinitude, alargada a todos os povos e culturas, não conhecendo limites, pois a todos é dada a gratuidade da salvação pelo banho regenerador do baptismo.

A segunda leitura fala-nos do amor de Deus testemunhado e oferecido em Jesus Cristo; é nesse amor e por esse amor que nos tornamos filhos de Deus e essa é a santidade plena e total. É dela que nos devemos tornar sinais no mundo que hoje cada vez mais desconhece a santidade.


O Evangelho apresenta-nos o que de mais bonito Deus nos oferece: as Bem-aventuranças. Esse é o caminho, o método e a estratégia da santidade cristã. Não precisamos de inventar nada, mas apenas de viver em plenitude essa proposta de ‘Nova-Lei’ que Jesus nos propôs.
Padre João Lourenço, OFM 

29 de outubro de 2017

30º Domingo do Tempo Comum


Introdução à liturgia:
Na continuação do Sínodo Diocesano de Lisboa, realizado no ano passado, o Senhor Patriarca elegeu, para o ano pastoral de 2017-2018, o tema da PALAVRA, convidando a Diocese a recentrar a sua vida na Palavra de Deus. O tema proposto é o seguinte: A PALAVRA DE DEUS, O LUGAR ONDE NASCE A FÉ. Hoje aqui, tal como em toda a Diocese, celebramos o domingo da Palavra e vamos fazer também nossa, esta proposta do nosso Bispo. Na procissão de entrada, trazemos um cartaz que dará sentido às nossas celebrações este ano. Acolhemos o apelo e levamo-lo para a nossa vida.

Introdução às leituras:
A primeira leitura fala-nos do código da Aliança, o centro da vida do povo de Israel e faz parte integrante daquilo que é o projeto de Deus para o Seu povo. Aí se fala de situações concretas que exigem o envolvimento pessoal e não apenas um sentimento vazio que manda para os outros, mormente para os anónimos, as exigências que decorrem da nossa identidade cristã.
                       
A segunda leitura, por sua vez, apresenta-nos o exemplo da comunidade cristã de Tessalónica que, apesar da hostilidade e da perseguição, aprendeu a percorrer, com Cristo e com Paulo, o caminho do amor e do dom da vida. Foi assim que, dessa experiência comum, nasceu uma verdadeira família de irmãos, tendo o Evangelho como fundamento de vida.

O Evangelho diz-nos, de forma clara e sem rodeios, que a autenticidade da minha fé está no meu agir e não no meu discurso, na minha ação e não na minha retórica discursiva, assumindo de forma pessoal o que nos compete fazer nós mesmos. Esta é a forma de dar sentido à nossa fé.
Padre João Lourenço, OFM

24 de outubro de 2017

Itinenarium: Revista Quadrimestral de Cultura


20 de outubro de 2017

29º Domingo do Tempo Comum




Introdução à Liturgia:
A liturgia deste domingo tem no centro da Palavra o grande desafio ou dilema com que Jesus se vê confrontado ao seu tempo e com o qual também muitas gerações de crentes se sentem confrontadas ao longo da história: “Dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. As ambiguidades que persistem e nos envolvem dificultam, muitas vezes, a prontidão e a clareza das respostas que damos a este desafio que é feito a cada um de nós.

Introdução às Leituras:
Na 1ª leitura, Isaías apresenta como elementos fundamentais da sua mensagem o universalismo da salvação, da eleição e da escolha de Deus que se estende a todos os povos. À semelhança de outros profetas, mostra que Deus se serve de outros povos e de seus governantes para advertir Israel do seu mau procedimento, mormente da sua infidelidade.

         A 2ª leitura da nossa Eucaristia é a introdução e saudação de Paulo, e de seus colegas de missão, à comunidade de Tessalónica. São palavras simples, mas que traduzem a relação profunda, vivida e sentida, que existia entre a Comunidade e aqueles que por ela tinham passado a difundir a mensagem do Evangelho.


O Evangelho trás até nós o eco de uma das questões mais complexas do tempo de Jesus. As reacções da sociedade judaica face à presença e aos efeitos da dominação romana eram transversais a todo o tecido social, embora nem todos se manifestassem da mesma forma. A resposta dada por Jesus não é uma fuga à questão, mas sim a abertura a uma outra realidade que é aquela de que ele se faz portador: ‘Dar a Deus’ o que é de Deus.
Padre João Lourenço, OFM

16 de outubro de 2017

Conferência - 20 de outubro


13 de outubro de 2017

Domingo 28º do Tempo Comum


Introdução à Liturgia:
O tema do banquete e do encontro que simboliza a comunhão entre Deus e o homem, muito presente nos textos dos profetas, é um desafio que a Palavra de Deus nos faz em ordem a superar as marcas da exclusão humana e nos introduz numa relação de amor e de comunhão com Deus. É a este banquete, de que a eucaristia é o momento central, que nós também somos chamados. 

Introdução às Leituras:
Na 1ª leitura, Isaías oferece-nos dois temas muito caros à Teologia deste profeta e que marcam o judaísmo e a fé bíblica do seu tempo: o tema do Banquete como forma de traduzir a relação de amor e de comunhão de Deus com o Seu povo; e o universalismo que abre a fé bíblica a todos os povos.

A 2ª leitura constitui um dos mais belos e impressionantes testemunhos de Paulo. A comunidade dos Filipenses foi uma das mais agradecidas a Paulo, o seu fundador. Paulo retribui essa generosidade reconhecido, deixando-nos um testemunho de grande despreendimento e de dedicação total à causa do Evangelho.

No Evangelho, estamos em presença da 3ª parábola consecutiva que Jesus dirige aos membros do Sinédrio, o órgão judaico de governo para as questões da lei e da sua interpretação. Jesus quer mostrar que é necessário ter um coração novo e aberto para acolher o Reino. O Judaísmo tinha perdido essa dimensão de comunhão, de banquete e de partilha, para se tornar num sistema jurídico e legalista e, por isso, recusava acolher a mensagem de Jesus.
Padre João Lourenço, OFM

6 de outubro de 2017

27º Domingo do Tempo Comum

O que aprendestes, recebestes, ouvistes e vistes em mim é o que deveis praticar. E o Deus da paz estará convosco (II Filip 4, 6-9 ).

Introdução à Liturgia:
A liturgia deste domingo recorre à imagem da “vinha de Deus” para falar desse Povo que aceita o desafio do amor de Deus e que se coloca ao serviço do Reino. Desse Povo, Deus exige frutos de amor, de paz, de justiça, de bondade e de misericórdia. Para o conseguir, temos de cultivar a vinha que cada um de nós é, pois só assim daremos os frutos que Ele espera de nós.

Introdução às Leituras:
Isaías, na primeira leitura, mostra-nos através da sua sensibilidade poética o cuidado com que Deus nos trata, o amor e a solicitude que Ele dispensa a cada uma das cepas da sua vinha. Por isso, o profeta convida o povo de Deus a corresponder de forma generosa e gratuita a esse amor e a essa solicitude. Os frutos que Ele espera de nós são a justiça, o direito, o respeito pelas propostas e a fidelidade à Aliança.

Na segunda leitura, Paulo exorta os cristãos da cidade grega de Filipos – e todos os que fazem parte da “vinha de Deus” – a viverem na alegria e na serenidade, respeitando o que é verdadeiro, nobre, justo e digno. Partindo da sua própria experiência de fé, Paulo, testemunha assim o que é ser ‘vinha do Senhor’.


Na parábola do Evangelho, dirigindo-se aos chefes e autoridades judaicas do tempo, Jesus retoma a imagem da “vinha”. Os reparos de Jesus têm como fundamento o facto dessas autoridades se terem apropriado da ‘vinha de Deus’ para se servirem dela e não para cuidar dela e ajudar essa vinha, esse povo a produzir frutos e a retribuir na comunhão os dons que com Deus tinha cuidado e beneficiado o Seu povo. 
Padre João Lourenço, OFM

4 de outubro de 2017

S. Francisco de Assis - By the signs



Pelos sinais 

Eis os novos sinais da santidade
Que se revelam, dignos de louvor!
Miríficos sinais de bem querer
No humilde S. Francisco acreditados.

Aos professos da nova e humilde grei,
Outorga-se o direito da lei nova.
Os preceitos do Rei são renovados;
transmitidos do céu por S. Francisco.

Nova vida! Ordem nova que alvorece!
Uma regra inaudita neste mundo!
Lei sagrada que vem restaurar
O estado do Evangelho sacrossanto.

Reforma-se a aspereza do direito
por feição semelhante à lei de Cristo.
E as normas dessa regra se alevantam
Ao fastígio primeiro dos Apóstolos.

Ele veste um burel sem pretensões;
Uma corda grosseira por cintura.
O pão só por medida se permite;
E nega-se o conforto do calçado.

Descuida-se de tudo o que é terreno;
De tudo S. Francisco se despoja.
Despreza as previdências do pecúlio;
A pobreza deseja tão somente.

Procura a solidão para chorar;
De coração amargo solta vozes.
Triste, lastima o tempo tão querido,
Desperdiçado outrora lá no século.

Retirado num antro da montanha,
No chão prostrado, humilde, reza e chora.
Por fim, com seu espírito sereno,
Detém-se como preso em doce ergástulo.

A coberto somente dos rochedos
medita, arrebatado nas alturas...
Recto juiz, despreza o que é do mundo
E prefere-lhe as coisas lá do céu.

Na mortificação refreia a carne
Cujo aspecto transforma e desfigura.
A Escritura Sagrada é o seu sustento.
De tudo o que é terreno se desfaz.

Um certo dia lá vem das alturas
Hierática figura de Varão.
Visão do soberano e grande Rei
Que ao santo Patriarca aterroriza.

Traz em si os sinais do bom Jesus
E imprime-lhe essas chagas sacrossantas
Enquanto ele medita na Paixão
Com seu coração triste, emudecido...

Assinalado fica o santo corpo...
Ferido nos seus pés e suas mãos.
O seu lado direito trespassado...
E assim todo escorrendo o próprio sangue!

Proferem-se palavras de mistério
E revelam-se coisas do futuro.
O Santo compreende o que lhe é dito
Por mística e sagrada inspiração.

Logo aparecem cravos admiráveis.
Por fora, negros; dentro, cor de rosa.
Dor pungente que fere cruelmente,
Atrozes grilhões que supliciam...

Não entrou instrumento de arte alguma
Para as chagas abrir naqueles membros.
Não foi a natureza que os feriu
nem tão pouco o martelo torturante.

- PELOS SINAIS da cruz que em ti trouxeste
Com os quais triunfaste deste mundo
E superaste a carne tão hostil
Em ilustre e tão ínclita vitória,

Desvela-te por nós, Pai S. Francisco!
Protege-nos em toda a adversidade
A fim de que possamos ir gozar
Lá na glória celeste a recompensa.

 Nosso bondoso Pai, nosso pai santo!
Por tua ajuda, o povo teu devoto,
Unido com a turba dos Irmãos,
possa alcançar o prémio celestial.

Oh! Faze companheiros dos eleitos
A todos os que inspiras na virtude.
Consiga o teu rebanho dos Menores
O gozo sempiterno lá nos céus.

3 de outubro de 2017

4 de outubro - S. Francisco de Assis



29 de setembro de 2017

26º Domingo do Tempo Comum

Introdução à Liturgia:
A liturgia deste domingo convida-nos a olhar para algo que é fundamental na nossa fé: ‘Deus tem uma proposta a fazer-nos’. A sua mensagem não é vã nem vazia; pelo contrário, ela está carregada de sentido e constitui um desafio para cada um de nós. É perante esta proposta que nós podemos escolher, dizer sim ou dizer nada, fazê-la nossa ou ignorá-la. Ser cristão é, tal como Jesus, dizer sim e assumir o compromisso da fidelidade à proposta que nos é feita.

Introdução às Leituras:
A experiência do exílio na Babilónia foi o grande desafio que Deus fez ao Seu povo. O profeta Ezequiel, na 1ª leitura, convida os israelitas a comprometerem-se de forma séria e consequente com Deus, sem rodeios, sem evasivas, sem subterfúgios. Cada crente deve tomar consciência das consequências do seu compromisso com Deus e viver, com coerência, as implicações práticas da sua adesão à Aliança.

A 2ª leitura, Paulo, com um dos textos mais ricos de toda a sua teologia e de todas as suas cartas, exorta os cristãos de Filipos a seguir o exemplo de Cristo: apesar de ser Filho de Deus, Cristo assumiu a realidade da fragilidade humana, fazendo-se servidor dos homens para nos ensinar a suprema lição do amor, do serviço, da entrega total da vida por amor.


Na parábola do Evangelho, Mateus apresenta-nos a forma e o modo como se concretiza a proposta que Deus nos faz: pelas obras e compromissos e não pelas palavras e pelas boas intenções. Um desafio sempre presente na Igreja e dirigido a cada um de nós. O ‘sim’ que Deus nos pede não é uma declaração teórica de boas intenções, mas antes um compromisso firme, coerente, sério e exigente com o Reino, com os seus valores.
Padre João Lourenço, OFM

 
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