Eucaristia - 5º Domingo da Quaresma - Santo António do Varatojo (Clique aqui)
29 de março de 2020
5º DOMINGO DA QUARESMA
O sentido da Liturgia deste V Domingo:
Com a caminhada
quaresmal que vamos fazendo e aproximando-nos da centralidade do Mistério
Pascal, temos neste domingo a possibilidade de contemplar e deixarmo-nos tocar
por um dos textos mais belos de S. João: O Diálogo entre Jesus e Marta que
culmina com o sinal da Ressurreição do seu irmão, Lázaro. Estamos em presença
do 3º sinal que Jesus oferece sobre a sua condição messiânica. Depois da água
que ‘mata a sede e fortalece a vida’, como Ele mesmo diz à Samaritana, água que
leva o crente a adorar o Pai em Espírito e Verdade; depois da cura da vista que
nos abre os olhos do coração para reconhecer que Ele é o verdadeiro enviado do
Pai, hoje, neste domingo a Liturgia apresenta-nos um ‘novo sinal’, o da vida
plena, pelo qual Ele nos faz a todos como ‘amigos’ (e filhos) de Deus. Ele era
amigo de Lázaro, mas também é nosso amigo, nosso salvador, Aquele que nos
arranca da morte e nos liberta para uma vida total de comunhão com Deus. Se os
sinais dados nos 2 domingos anteriores nos aproximavam de Jesus e nos ajudavam
a acreditá-lo com o Enviado do Pai, neste domingo, o grande sinal é o da vida
nova para ‘aqueles que acreditam’ como Marta: ‘Disse-lhe Marta: Acredito Senhor,
que Tu és o Messias que havia de vir ao mundo’. E, dito isto, foi chamar a
Irmã...
Meditar as Leituras:
Queiramos ou não,
o temor da morte é o ‘grande virus’ (para aproveitar um sinal dos tempos que
correm) que paralisa a vida do Homem. Sempre ao longo da história isso se fez
presente; sempre em todas as religiões os sinais de esperança que são
apresentados convergem para isso: superar e vencer esse pavor. A Escritura
recorre continuamente a uma linguagem que procura dissociar a Morte do medo, abrindo
o sentido da morte à comunhão com o Criador. São os textos das tradições
patriarcais, primeiros fundamentos vivenciais da fé bíblica: Deus não é um Deus
de Mortos, mas de vivos, porque para Ele todos estão vivos. De Ezequiel,
profeta de um tempo em que a morte não era apenas um estado físico e anímico,
mas a condição social e religiosa a que o povo eleito estava confinado na
Babilónia, vem-nos uma promessa e uma mensagem de Esperança, pois é o próprio
Senhor que nos diz: ‘Vou abrir os vossos túmulos e deles vos farei ressuscitar’.
Como Senhor, podemos perguntar nós? A resposta é a mesma que o profeta recebe
da parte de Deus: “Porei o Meu Espírito em vós e haveis de viver”.
S. Paulo, na Carta aos Romanos deixa-nos os
traços fundamentais da sua fé na ressurreição. Para ele, deixar-se habitar por
Deus não é uma mera realidade social ou cultural, nem uma questão de
ascendência judaica, tal como teria aprendido nas ‘escolas’ rabínicas do seu
tempo que também abordavam esta temática. Para Paulo, a ressurreição é
deixar-se habitar por Cristo, pelo Ressuscitado que, mediante o Seu espírito,
derramado nos nossos corações, empresta uma nova vida aos nossos corpos mortais
e deles faz a habitação do próprio Deus, faz-nos templos santos presentes no
mundo para testemunharmos a vida de Deus..
O Evangelho é,
como já antes referi, um dos mais belos textos de S. João, onde está tudo
presente: a proximidade humana (tão oportuna nos tempos que correm); a presença
dialogante que conduz as almas à descoberta dos sinais de Deus (como sentimos
no diálogo entre Jesus e Marta); a oração como partilha desafiante na busca dos
‘mistérios’ do Senhor (como podemos sentir em cada passo do nosso viver e estar
hoje, aqui e agora); a confiança na certeza que Jesus vem ao nosso encontro e
nos liberta também das amarras que nos paralisam (… deixai-o ir); até mesmo as
interrogações que se constroem à nossa volta acerca do ‘sentido de tudo isto que
vai sucedendo (Ele que deu vista ao cego, não podia ter feito com que este
homem não tivesse morrido?). Mas o mais importante e significativo é, hoje como
ontem, ‘ver que Ele é nosso Amigo’.
Padre João Lourenço, OFM
Publicada por OFS LUZ à(s) 13:37:00 0 comentários
27 de março de 2020
25 de março de 2020
25 de março - Anunciação do Senhor
EVANGELHO Lc 1, 26-38
«Conceberás e darás à luz um Filho»Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo,
o Anjo Gabriel foi enviado por Deus
a uma cidade da Galileia chamada Nazaré,
a uma Virgem desposada com um homem chamado José,
que era descendente de David.
O nome da Virgem era Maria.
Tendo entrado onde ela estava, disse o Anjo:
«Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo».
Ela ficou perturbada com estas palavras
e pensava que saudação seria aquela.
Disse-lhe o Anjo: «Não temas, Maria,
porque encontraste graça diante de Deus.
Conceberás e darás à luz um Filho,
a quem porás o nome de Jesus.
Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo.
O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai David;
reinará eternamente sobre a casa de Jacob
e o seu reinado não terá fim».
Maria disse ao Anjo:
«Como será isto, se eu não conheço homem?».
O Anjo respondeu-lhe:
«O Espírito Santo virá sobre ti
e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra.
Por isso o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus.
E a tua parenta Isabel concebeu também um filho na sua velhice
e este é o sexto mês daquela a quem chamavam estéril;
porque a Deus nada é impossível».
Maria disse então:
«Eis a escrava do Senhor;
faça-se em mim segundo a tua palavra».
Palavra da salvação.
Publicada por OFS LUZ à(s) 11:01:00 0 comentários
22 de março de 2020
Eucaristia do Convento de Santo António do Varatojo
Agradecemos mais uma vez ao Convento de Santo António do Varatojo pelas mensagens e pela Eucaristia que nos fizeram chegar através da TVON.
Retemos da mensagem de Frei Hermínio Araújo, Superior do Convento, que é tempo de voltar ao essencial da vida e das coisas. É tempo de ser e viver como se tudo dependesse de Deus. É tempo de ser e viver como se tudo dependesse do ser humano.
A fé e a razão (fides et ratio) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade. (Carta Encíclica do Papa João Paulo II). E ainda, no coração não mora o isolamento. Unidos vislumbraremos caminhos de futuro e novas oportunidades. Muita paz, bem e saúde.
Eucaristia do IV Domingo da Quaresma - Convento de Santo António do Varatojo - Torres Vedras (clique aqui)
Mensagens e Guia - Pandemia - Coronavirus
Publicada por OFS LUZ à(s) 18:09:00 0 comentários
4.º Domingo da Quaresma
Túnel da piscina de Siloé, Jerusalém |
Introdução à Eucaristia:
As leituras deste Domingo colocam-nos perante o tema da “luz” como sendo um desafio que é apresentado e proposto a todo o homem. Sempre na vida buscamos uma luz que nos oriente, que nos permita ter horizonte e que alimente a nossa esperança na caminhada que fazemos. Somos ‘pessoas’ carentes de luz e em busca de luz. Duas luzes procuramos: a luz de um projeto de vida e a Luz de um horizonte espiritual. As duas, para quem tem fé e esperança, são uma e a mesma coisa, pois ambas têm em Deus a sua origem e a sua plenitude.
A Quaresma é este tempo de procura e de encontro da Luz plena que é Cristo e de nos deixarmos tocar pela Sua claridade, pela saliva da Sua Palavra, pelo gesto dos Seus dedos. Celebrando a Eucaristia na ‘ausência da companhia humana, próxima, mais sentimos a necessidade de fazer esta aproximação à Sensibilidade dos gestos de Jesus, deixando-nos lavar por Ele, já que Ele é o verdadeiro ‘Enviado, o autêntico Siloé’ que o Pai faz chegar até nós. No início desta semana, passei pelo local da antiga ‘piscina de Siloé’, com os seus restos e túneis ainda bem visíveis, um dos quais percorri, por cerca de 500m, subterrâneo, e que os Zelotas na altura da 1ª revolta contra Roma usaram para recolher água para assim viveram. Isso fez-lhe recordar não só o texto da liturgia deste domingo, mas o da nossa ‘liturgia diária’ de vida que é a água que Ele nos dá e a Luz que Ele nos oferece. Como outrora o cego (e de alguma forma os Zelotas), todos precisamos da Luz e da água que nos vem d’Aquele que é o verdadeiro ‘Siloé’ – o Enviado.
De facto, os textos da liturgia de hoje definem a experiência cristã como um “viver na luz” que é Cristo, confessando que é Ele que nos abre os olhos da vida e os horizontes do Coração.
Introdução às Leituras:
A primeira Leitura antecipa-nos que a Luz é também fruto da ‘escolha’, da eleição que o Senhor faz de cada um de nós. Ungidos pelo óleo da sua escolha, o perfume do Batismo, Ele se apresenta agora como a “Luz” verdadeira, a quem devemos seguir e servir. Da figura de David, o Messias por excelência, todos participamos para sermos também sinais de esperança na difícil situação em que nos encontramos. Samuel confiou em Deus para o exercício da Missão que lhe foi confiada; cada um de nós deve reforçar a esperança neste tempo de horizontes fechados, mas que a fé nos rasga para além do amanhã.
No Evangelho, temos um dos textos mais belos de S. João, todo ele é uma narrativa catequética, uma proposta de caminho até Jesus e a partir do Cristo Ressuscitado. Tal como ao cego que quer sentir a beleza da Luz ou a Madalena na manhã da Ressurreição, Jesus é sempre Aquele que nos oferece uma nova vida e que nos envia a confessá-l’O. Ontem, como hoje, há sempre nuvens que vêm e passam, mas nós temos a certeza que a água que nos vem do Lado do Salvador, essa jorra para a vida eterna. Neste tempo que estamos a viver, talvez com algumas sombras e nuvens, Jesus volta a apresentar-se como “a luz do mundo”; a sua missão é libertar os homens das trevas do egoísmo, do orgulho e da auto-suficiência, da vaidade pessoal e do exibicionismo, pecados estes que obscurecem a Luz de Cristo em cada um de nós. Aderir à proposta de Jesus é enveredar por um caminho de liberdade e de realização que conduz à vida plena.
Na segunda Leitura, Paulo propõe aos cristãos de Éfeso que procurem viver conforme a vontade de Deus, que recusem as trevas e escolham a “luz”. Em concreto, para Paulo, viver na “luz” é praticar as obras de Deus que são bondade, justiça, verdade, sinceridade, connosco, com Deus e com os Irmãos. Como estes textos, designadamente este da Carta de Paulo, se enquadram de forma tão intensa e existencial na nossa experiência de vida. Que Ele continue a ser a nossa Luz e a nossa Esperança. Um santo domingo para todos em direção à Páscoa do Senhor,
Padre João Lourenço. OFM
(Jerusalém, 17/03/2020)
Publicada por OFS LUZ à(s) 17:38:00 0 comentários
17 de março de 2020
Eucaristia - Convento de Santo António do Varatojo
Coronavírus-19 - Eucaristia - III Domingo da Quaresma (Clique aqui)
Com um muito obrigado ao Convento de Santo António do Varatojo deixamos o link com a transmissão da Eucaristia do III Domingo da Quaresma, celebrada pela Fraternidade dos irmãos Franciscanos daquele Convento, neste tempo verdadeiramente extraordinário que nos é dado viver. A mesa da Palavra e da Eucaristia, sustenta-nos, acompanha-nos, responsabiliza-nos e salva-nos, afirmou consistentemente, o Padre Frei Hermínio Araújo, que presidiu à celebração e que apelou como sacerdote franciscano e profissional de saúde, e em nome de todos os profissionais de saúde, por imperativo ético, à responsabilidade de todos os cidadãos para o cumprimento das orientações das autoridades, especialmente de saúde. Afirmou: «somos responsáveis uns pelos outros» e «isolamento social» não é «abandono social». Citou S. Paulo na segunda leitura: «Ora, a esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado». Neste amor, concluiu a Eucaristia, confirmando a todos na certeza de que Nosso Senhor Jesus Cristo é o nosso Salvador.
O Senhor salvou-me,
O Senhor salvou-me,
O Senhor salvou-me,
Porque me tem amor. bis
1
Por aquilo que o Senhor fez por ti,
1
Por aquilo que o Senhor fez por ti,
Reconhece quanto vales para Ele.
2
Não há maior prova de amor,
2
Não há maior prova de amor,
Do que dar a sua vida pelo amigo.
3
Quando éramos seus inimigos,
3
Quando éramos seus inimigos,
Jesus Cristo deu a vida por nós.
4
Eu vivo da fé no Filho de Deus
4
Eu vivo da fé no Filho de Deus
Que me amou e se entregou por mim.
Publicada por OFS LUZ à(s) 10:19:00 0 comentários
15 de março de 2020
3º Domingo da Quaresma
Introdução
à Liturgia:
A liturgia quaresmal convida-nos a olhar a
vida nos seus ritmos do quotidiano e a questionar aquilo que ela comporta de
menos bom em ordem a uma nova etapa que seja marcada pela ressurreição do
Senhor. A Palavra de Deus que hoje nos é proposta mostra que o nosso Deus está
sempre presente ao longo da nossa caminhada pela história, mesmo no meio das
maiores vicissitudes, e que só Ele nos pode oferecer um horizonte de plenitude
e de esperança.
Introdução
às Leituras:
A primeira leitura mostra como Yahwé
acompanha a caminhada do povo de Israel no deserto do Sinai e como, nos
momentos de crise, responde às necessidades do seu Povo. O texto mostra-nos a
proximidade de Deus e dá-nos a chave para entender a lógica de Deus,
manifestada em cada passo da história da salvação.
A segunda leitura repete, noutros termos,
o ensinamento da primeira: Deus acompanha o seu Povo em marcha pela história;
e, apesar do pecado e da infidelidade, insiste em oferecer ao seu Povo – de forma
gratuita e incondicional – a salvação.
O Evangelho fala-nos do encontro de Jesus
com a Samaritana, à qual oferece o dom da ‘água viva’ que mata a sede que cada
homem tem de infinito e de salvação. Como ao tempo de Jesus, hoje todos somos
um pouco a imagem da Samaritana, buscando novas fontes e procurando saciar a
sede de salvação. Mais uma vez, através da sua Palavra, Jesus promete àqueles
que o procuram essa vida nova que Ele veio anunciar.
Padre João Lourenço, OFM
Publicada por OFS LUZ à(s) 16:38:00 0 comentários
9 de março de 2020
2º Domingo da Quaresma
Introdução à Liturgia:
O tempo da
quaresma é apresentado na liturgia como um caminho, uma caminhada que cada
crente é convidado a fazer, seguindo os passos de Cristo. Neste segundo
Domingo, a Palavra de Deus define o caminho que o verdadeiro discípulo deve
seguir: é o caminho da escuta atenta aos apelos de Deus em ordem à realização
dos seus projetos, numa entrega radical e comprometida com os planos do Pai.
Introdução às Leituras:
A primeira
leitura apresenta-se um dos grandes momentos da História da Salvação: O
chamamento de Abraão, “Deixa a tua terra e parte”. Abraão é o homem de fé, que
vive numa constante escuta de Deus, que sabe ler os seus sinais e aceita os seus
apelos, fazendo da sua obediência a nova terra que Deus tem para lhe oferecer.
O Evangelho
relata a transfiguração de Jesus. Recorrendo a elementos simbólicos do Antigo
Testamento, o autor apresenta-nos uma catequese sobre Jesus, o Filho amado de
Deus, que vai concretizar o seu projeto libertador em favor dos homens através
do dom da vida. Aos discípulos, desanimados e assustados, Jesus diz: o caminho
do dom da vida não conduz ao fracasso, mas à vida plena e definitiva.
Na segunda leitura, há um apelo aos seguidores de Jesus, no sentido de que sejam do projeto de Deus no mundo. Nada – muito menos o medo, o comodismo e a instalação – pode distrair o discípulo dessa responsabilidade e desviá-lo desta caminhada.
Publicada por OFS LUZ à(s) 09:53:00 0 comentários
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