Retalhos Como Francisco e Clara de Assis, a Fraternidade a todos saúda em Paz e Bem!Retalhos

31 de julho de 2017

Crónicas da vida da Fraternidade

Pouco passava do meio dia. Estavam já os Irmãos da Fraternidade de S. Francisco à Luz, de pé, no Centro Cultural Franciscano, preparados para receber os Irmãos de Penafiel e o seu Assistente Espiritual, quando estes chegaram.
Numa explosão de alegria os Irmãos de Lisboa, ao jeito do nosso Pai comum, Francisco de Assis, saudaram-nos cantando:
Sois de bênção nas mãos e na voz
Os Irmãos de Penafiel vêm
Com frei Domingos gritando para nós
PAZ E BEM, PAZ E BEM, PAZ E BEM!
Houve troca de palavras fraternas dos Ministros das duas Fraternidades. O Padre Domingos, com o seu ar bondoso, sereno e exigente, conhecendo bem os Irmãos que tinha à sua volta, fez uma breve apresentação e deixou transparecer a sua satisfação por este encontro. Foi entregue a todos os Irmãos, pelo Ministro da Fraternidade de S. Francisco à Luz, António Luís Topa, a pagela que podemos ver, na primeira página desta crónica, selando este dia.
Depois seguiu-se o almoço nos claustros do Convento. Mas antes, junto à imagem de S. Francisco, com o som da irmã água que jorra da fonte e cai no pequeno lago, entoou-se, com emoção, o cântico “Altíssimo, Omnipotente e Bom Senhor”. O Padre João Lourenço, nosso Assistente Espiritual e Guardião do Convento, fez as honras da casa, saudando os Irmãos de Penafiel e o seu Assistente Espiritual, Padre Domingos Casal Martins.
Estes Irmãos ofereceram à nossa Fraternidade uma belicíssima tela de Cristo Ressuscitado, pintada pelo seu Ministro. Trouxeram, também, uma caixa de “vinho fino” da produção do Pai do Irmão Ministro, encomendado propositadamente pela Fraternidade de Penafiel para a OFS da Luz. Bem hajam Irmãos! As vossas ofertas muito nos sensibilizaram! A Fraternidade de S. Francisco à Luz, reconhecida agradeceu. 
Eram cerca de oitenta pessoas. Foi um almoço feito com muito amor e dedicação.  De salientar todo o trabalho de coordenação da irmã Maria Salpico. Estabelecida a
Ementa, esta nossa Irmã, teve o cuidado de integrar as sugestões que os Irmãos lhe iam sugerindo. Foi incansável em pedir colaboração e conselhos. De tal modo que conseguiu sanar alguns atritos e motivar a participação e o interesse de muitos. Foi grande o seu empenho, irmã Maria. O seu esforço foi precioso.

Cerca das dezasseis horas, o Padre Domingos e os Irmãos de Penafiel despediram-se. Era visível a alegria de todos. Foram uma horas passadas em ameno convívio. Somos irmãos. Franciscanos seculares.
É bom conhecermos outras Fraternidades. Faz-nos tomar consciência de que não somos um grupo isolado. Pertencemos à Ordem Franciscana Secular. Fomos todos convidados a seguir, com entusiasmo verdadeiro, a Regra que S. Francisco nos deixou. É uma felicidade. E temos tanto a aprender uns com os outros… 
O dia avançava. Todos se foram dispersando. Houve palavras de agradecimento, carinho, abraços. E, em PAZ e BEM, depois de tudo arrumado, fecharam-se as portas. Partimos para as nossas casas com os corações cheios de alegria. Aquela alegria que só se sente quando fazemos da nossa vida uma dádiva. Um hino de louvor ao
“Altíssimo, Omnipotente e Bom Senhor”
maria clara, ofs
Lisboa, 8 de julho de 2017

26 de julho de 2017

Somos a Igreja de Cristo


Não aspiramos à unidade do ser. As divisões do templo que habitamos são muitas e os apelos dos sentidos e interesses que pretensamente garantem o espírito de sobrevivência espartilha-nos e aprisiona-nos no círculo restrito do espaço que nos rodeia.
Não vemos e saboreamos a partir do centro o horizonte que desponta incessante e incansavelmente para nós e não escutamos o odor da palavra que nos faz filhos da mesma terra e irmãos na parentalidade única que nos precede e espera como um todo em marcha para a eterna eternidade.
A resposta ao apelo a sair de nós e a fazer festa no belíssimo parque do encontro do ser com o amor, a dor, a doença, o trabalho, a injustiça, a fadiga e a morte é um sentido de vida credível para a nossa humanidade sedente de repouso, alegria  e unidade. É saciedade no Ser pessoa, único, intransmissível e incomunicável, na Trindade e na Igreja. 
Fazemos memória que somos, vivemos, trabalhamos e oramos como povo ao serviço do povo. E que para lá das divisões há um outro, um outro eu, um outro nós que é presença viva e nos chama e espera e ama misericordiosamente na plenitude do Ser criação, encarnação e redenção. Celebramos que somos comunhão no sangue e corpo de Jesus Cristo e na unidade do Ser amor de Deus para sempre. E acreditamos, no Espírito de liberdade, que somos a Igreja de Cristo, as pedras vivas do templo do Senhor.  
Chicabanica, OFS     

21 de julho de 2017

16º Domingo do Tempo Comum


(23.07.2017)
A liturgia de hoje convida-nos a descobrir o Deus paciente e cheio de misericórdia que sempre aguarda e espera que a semente da sua palavra germine no coração de cada crente. Para Ele, o tempo conta pouco; o que importa é que cada um abra o seu coração, acolha a Palavra e deixe que ela germine na sua vida. A lógica de Deus não é a nossa, nem a nossa é a d’Ele. Nisto consiste a fé.

Introdução às Leituras:
A primeira leitura, do livro da Sabedoria, fala-nos da justiça como o grande princípio da ação de Deus na sua relação com o homem. Mas não se trata da justiça dos homens, mas da justiça de Deus que consiste no amor e na bondade para connosco. A sua indulgência é o grande suporte da vida crente. A sua Palavra é a fonte desta justiça que nos humaniza e nos leva à comunhão com Ele.

A segunda leitura realça que a nossa caminhada é fruto do Espírito; é Ele que nos conduz e intercede por nós, para que saibamos acolher os grandes desafios que nos faz.

O Evangelho fala-nos deste mistério do tempo, em que cada um de nós se confronta com o projeto de Deus. Saber acolher e deixar que a Palavra, o Reino de Deus cresça nas nossas vidas é o grande desígnio da nossa vivência cristã. Saber dar ‘tempo ao tempo’ é uma das grandes dimensões da sabedoria cristã, aceitando os ritmos do Senhor e não querendo impor os nossos. 
Padre João Lourenço, OFM

18 de julho de 2017

S. Boaventura - 15 de julho


Bom dia Irmãos, Paz e Bem!
Só venho recordar que hoje se celebra a festa de S. Boaventura, grande teólogo franciscano, por quem o Papa Bento XVI diz ter uma profunda admiração.
Nasceu em Bagnoregio, perto de Viterbo. Seu pai era médico mas foi curado de uma grave doença, em criança, por intermédio de S. Francisco.
Homem piedoso e prudente, conhecedor das dificuldades da Igreja no seu tempo, sentiu-se fascinado pelo exemplo de S. Francisco. Já se encontrava em Paris onde estudava quando pediu para entrar na Ordem Franciscana. Veio a ser Ministro Geral. O sétimo depois do seu Fundador. Exerceu este ofício com sabedoria e profunda dedicação. Convocava um Capítulo Geral de três em três anos.
A sua sabedoria reconhecida por todos, não aniquilou a sua humildade. Foi grande na Igreja e na Ordem Franciscana.
Tenho um carinho grande por este nosso Irmão e confesso que, sempre que posso, procuro saber mais sobre ele. Conta-se que, certo dia, um frade lhe perguntou se poderia salvar-se, pois considerava-se um ignorante e desconhecia a ciência teológica. Ao que Boaventura respondeu:
“Se Deus dá ao homem somente a graça de poder ama-Lo, isso basta… Uma simples velhinha poderá amar a Deus mais que um professor de Teologia.”
Morreu a 15 de Julho de 1274, em Lyon, quando aqui se realizava o II Concílio Ecuménico, que ele também ajudou a preparar, a pedido do Papa.
Meus Irmãos eu só queria dizer que hoje é dia de S. Boaventura, Doutor da Igreja e glória da Ordem Franciscana… mas já me alonguei. E não disse nada. Há muito a saber sobre ele. Foi uma vida ao serviço de Deus. Um exemplo de fé e de trabalho. É bom conhecermos os nossos santos.
Que S. Boaventura interceda por nós lá no céu e nos ajude a calcorrear o nosso caminho com a alegria de franciscanos. E nos ensine a saborear, em cada amanhecer, o brilho do irmão Sol, o amor de quem nos rodeia e o carinho de Deus nosso Pai.
Paz e Bem Irmão caríssimo!
maria clara, ofs

15julho2017

14 de julho de 2017

15º Domingo do Tempo Comum


O Semeador -Jean François Millet

         Introdução à Liturgia:
A liturgia deste domingo apresenta-nos uma das imagens mais belas para significar a Palavra de Deus: a do semeador e da semente. Sendo uma imagem que emerge da cultura própria do tempo de Jesus, de um mundo agrícola com as suas raízes nomádicas, esta Parábola diz muito daquilo que é o processo da fé, daquilo que é o processo da evangelização e daquilo que foi a prática e a actividade de Jesus. Deixemos crescer a semente, procurando ser terreno acolhedor.

Introdução às Leituras:
No pequeno texto da 1ª leitura encontramos tudo aquilo que é a força e o dinamismo da PALAVRA, tudo aquilo que ela é e aquilo que ela produz. Parece que não seria possível ‘dizer’ a PALAVRA de outra forma, de modo mais denso e mais simples do que aquilo que o texto de Isaías diz. Ela é a autêntica semente que entra no coração, que tem o coração por terra de acolhimento e onde pode fecundar a vida de cada crente.

          Na 2ª leitura, Paulo associa os sofrimentos e a morte de Cristo ao seu próprio percurso de descoberta e de configuração da sua vida à do Mestre. Marcado pela sua experiência pessoal, Paulo descobre em Cristo um sentido de plenitude, sem o qual nem o mundo nem o homem encontram sentido para a sua vida.

No Evangelho, temos a imagem rica e significativa da Palavra como semente. Deste texto retiramos duas dimensões: aquela que diz respeito ao Semeador e a que se refere à semente. Do semeador, que é Cristo e aqueles que anunciam o Evangelho, destaca-se a confiança na missão de semear e na força da semente que deve ser lançada à terra. Para a semente frutificar, importa que o terreno que somos nós seja acolhedor.
Padre João Lourenço, OFM


7 de julho de 2017

Biografias de S. Francisco I - Montariol, Braga



Domingo 14º do Tempo Comum




Introdução à Liturgia:
A liturgia deste domingo, especialmente através do Evangelho, deixa-nos um apelo e faz-nos uma proposta: ‘o regresso à simplicidade’, uma simplicidade que seja um eco daquela simplicidade de que Jesus se faz eco e que, no fundo, é a simplicidade do ser de Deus. A fé é certamente uma das dimensões que nos ajuda a cultivar este apelo à surpresa e à simplicidade. É isto que faz de Jesus um verdadeiro Mestre de uma vida nova.

Introdução às Leituras:
A primeira leitura faz-nos um convite à alegria e à confiança. Trata-se de uma alegria e de uma confiança que têm como fundamento a presença e a ‘visita’ que Deus faz ao Seu povo. Quando parecem falíveis todas as seguranças temporais, só a força interior e a fé podem dar consistência a um verdadeiro projecto pessoal e comunitário.

Na 2ª leitura, Paulo recorre a 2 conceitos, carne e espírito, que ele toma do Antigo Testamento, pretendendo com isso mostrar que a unidade do Homem, do crente, só em Cristo ganha a sua plenitude; que a vida nova que Cristo confere àqueles que a Ele aderem pela fé se realiza plenamente em nós pela força do Espírito e que é essa força que dá aos crentes uma nova vida.


          A passagem do Evangelho que hoje escutamos é uma daquelas que melhor marca e diferencia Jesus daquilo que era a mentalidade judaica e farisaica do seu tempo. Para o judaísmo do tempo, a Lei era assumida como um peso, um fardo pesado que se devia transportar e praticar. Jesus vem quebrar esta lógica e oferecer-nos uma dimensão de comunhão, de encanto e de ternura de Deus por nós: ‘aprendei de mim…. que sou manso e alegre de coração’.
Padre João Lourenço, OFM 

 
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