Retalhos Como Francisco e Clara de Assis, a Fraternidade a todos saúda em Paz e Bem!Retalhos

25 de agosto de 2023

21º Domingo do Tempo Comum

 

(27/08/2023)

           Introdução à Liturgia:

A liturgia dominical, para além da celebração da fé comunitária, elemento fundamental da nossa identidade eclesial, ajuda-nos também a formular perguntas e questões sobre a forma como cada um de nós se confronta com Jesus e a encontrar respostas para essas mesmas questões. Neste domingo, através da Palavra de Deus, escutamos o convite pessoal que nos é feita para que respondamos com a nossa vida e o nosso testemunho.

           Introdução às leituras:       

Na 1ª leitura, Isaías apresenta-nos dois paradigmas, dois modelos de pessoas para que cada um de nós possa também descobrir a forma como se coloca ao serviço do Reino de Deus: a pensar em si ou disponibilizando-se para servir os Irmãos.

 Na segunda leitura, da Carta aos Romanos, e já em jeito de conclusão, Paulo fala-nos, com admiração e espanto, acerca da sabedoria e da generosidade de Deus. Nisso, está todo o mistério da gratuidade da salvação que nos é concedida.

          No texto do Evangelho, Jesus coloca perguntas, interroga os seus discípulos. As perguntas assumem dois âmbitos: os que dizem as pessoas, o que escutas por aí acerca da pessoa de Jesus? Depois, Jesus faz uma pergunta pessoal, dirigida a cada um de nós que não tem a ver com o que se diz, mas sim com a minha afirmação pessoal de fé: E tu, quem dizes que Eu sou? É a pergunta desafiante da fé e para a qual só cada cristão pode responder, pois a resposta é pessoal.

Padre João Lourenço, OFM

XX Domingo do Tempo Comum


(20/08/2023) 

 

     Introdução à Liturgia 

Um dos grandes contributos que a Igreja tem vindo a oferecer à nossa sociedade de hoje é a questão do acolhimento e da inclusão. De inúmeras formas, sentimos diariamente esta questão que, por vezes, assume também contornos religiosos. Ao seu tempo, Jesus sentiu igualmente este problema, já que o judaísmo contemporâneo vivia uma realidade fechada em si mesmo, mormente nas questões das práticas rituais e da relação com aqueles que não eram judeus. Ontem, como hoje, encontramos em Jesus respostas para questões que são eternas: como acolher o outro.  

 

Introdução às leituras:         

Na 1ª leitura, Isaías fala-nos do acolhimento que o povo de Israel devia dispensar àqueles que, mesmo não pertencendo ao povo eleito, eram também amados e sinais do amor universal de Deus. Para o profeta, esse era um dever imposto a Israel.  


 A segunda leitura, da Carta aos Romanos, Paulo fala-nos da salvação universal que Deus oferece a todos os povos que através de Cristo chegam à plena comunhão com Deus. É por Ele que todos alcançam a misericórdia divina.  

 

         No texto do Evangelho, tomando as palavras de Jesus, S. Mateus faz uma aplicação dessas palavras em 1ª pessoa; ele, que fora também uma das ovelhas desgarradas do povo eleito, tornou-se beneficiário da misericórdia divina que em Jesus se estande e alarga a todos, incluindo a própria mulher cananeia que implora a sua salvação. 

 

Padre João Lourenço, OFM

16 de agosto de 2023

SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA



 

(15.08. 2020)

Introdução à Eucaristia

 Hoje, é um dia solene para a Igreja; a festa que celebramos – a Assunção de Nossa Senhora – é a solenidade da plenitude de Maria, elevada à glória da Trindade, e é também a solenidade da plenitude da Igreja, de que Maria é imagem e primícias. N’Ela se cumprem as palavras do Magnificat: Deus a enalteceu, porque Ele eleva os humildes e os cumula de bens. A glória da Virgem Maria faz-nos também participantes da esperança que anima a nossa caminhada: chegar um dia à plenitude da glória do Pai.

 Introdução às Leituras

 Na primeira leitura, o livro do Apocalipse recorre a uma visão para nos descrever, de forma simbólica, Maria como símbolo da Igreja que luta para testemunhar a salvação que brota do Menino gerado pela Mãe. Da mãe Maria, surge a mãe Igreja que anuncia e testemunha no tempo a esperança da salvação.

 Na segunda leitura, da 1ª Carta aos Coríntios, Paulo fala-nos da vitória de Cristo, o novo Adão. Na sua ressurreição todos renascemos para a vida nova e é nessa vida nova que chegamos à plenitude da comunhão com Deus.

No Evangelho, temos a visitação de Maria a Isabel, completada depois pelo hino do Magnificat. Ela é a mensageira da nova-aliança, Aquela que Deus escolheu para morada do Seu Filho. Por isso, ela canta, agradecida, todos os dons com que Deus beneficiou o Seu povo.

Padre João Lourenço, OFM

19º Domingo do Tempo Comum

 

(13.08.2023)

Introdução à Liturgia:

A liturgia deste Domingo convida-nos a olhar para Jesus como Aquele que nos revela o rosto sereno de Deus, de um Deus que está próximo e que se dá a conhecer nas coisas simples que constituem o nosso espaço existencial. É por elas que Deus chega até nós e se aproxima para nos ajudar a superar as tormentas da nossa caminhada. Esta proximidade, como bem recordamos, foi realçada e destacada pelo Papa Francisco na Jornada Mundial na semana passada.

Introdução às Leituras:

A peregrinação interior é uma condição fundamental para a nossa experiência cristã. A primeira leitura convida-nos, à semelhança de Elias, a fazer essa peregrinação ao encontro de Deus, a subir ao Monte e a descobrí-l’O na humildade, na simplicidade, na interioridade, na brisa suave de que Ele se serve para chegar até nós.

 Na segunda leitura, Paulo convida os seus concidadãos da Comunidade de Roma a aceitar Jesus como Messias, como Salvador, partindo das próprias instituições do Antigo Testamento que já apontavam para Cristo. Elas eram um caminho; Jesus Cristo é a meta da plena comunhão com o Pai. 

O Evangelho apresenta-nos uma reflexão sobre a caminhada histórica dos discípulos, enviados à “outra margem” a propor aos homens o anúncio do Reino. Nessa missão, a comunidade do Reino não está sozinha, à mercê das forças do mal. Em Jesus, o Deus do amor e da comunhão, vem ao encontro dos discípulos, estende-lhes a mão, dá-lhes a força para vencer a adversidade, a desilusão, a hostilidade do mundo. Os discípulos são convidados a reconhecê-l’O, a acolhê-l’O e a aceitá-l’O como “o Senhor”.

Padre João Lourenço, OFM

9 de agosto de 2023

18º Domingo do Tempo Comum


(06.08.2023)

Introdução à Liturgia:


Hoje, apesar de ser domingo, a Igreja celebra a festa da transfiguração do Senhor, convidando-nos a descobrir n’Ele a plenitude da revelação, que congrega a palavra de Moisés e a profecia de Elias. Vivemos na cultura da imagem; esta festa oferece-nos a imagem da Luz plena que é Cristo, a quem somos convidados a escutar e a contemplar.

Introdução às Leituras:

A primeira leitura, tomada do livro de Daniel, fala-nos dessa figura misteriosa do ‘Filho do Homem’ que Jesus aplica a si mesmo e com a qual nos quer dizer que Ele é a plenitude da humanidade. No entanto, essa humanidade plena só se alcança através da vivência do mistério pascal. É para esse momento que este texto nos aponta, abrindo-nos a uma nova vivência da sua missão messiânica. 

Na segunda leitura, São Pedro fala-nos da sua experiência no monte santo, perante a descoberta do verdadeiro rosto de Jesus e diz-nos que esse momento marcou a sua fé e a sua caminhada com o Senhor.


No Evangelho, pela palavra de Mateus, é nos narrada, de uma forma muito bela, a experiência vivida no monte Tabor. Mesmo sem saber o que dizia, tal como refere o texto, Pedro dá voz à sua fé e ao desejo de encontrar o verdadeiro rosto de Jesus, de fazer a experiência da sua plenitude, percorrendo os caminhos abertos por Moisés e por Elias. Ele é o Filho amado a quem somos convidados a escutar.

Padre João Lourenço, OFM

17º Domingo do Tempo Comum

 



Introdução à Liturgia:

A liturgia deste domingo é um desafio a reformular as nossas prioridades, os valores sobre os quais fundamentamos o nosso projeto de vida e as nossas opções, desafio que se faz ainda mais urgente nas circunstâncias em que vivemos. Mais que nunca, hoje impõe-se saber escolher, já que nos vemos confrontados com tantas e tão diversificadas propostas. Encontrar o ‘tesouro’ é acertar na vida, é ter a certeza que não caminhamos sem horizonte. É também esta a proposta que Jesus nos faz no Evangelho. Além disso, vivemos esta próxima semana a Jornada Mundial da Juventude, um momento importante para revigorar a nossa fé e o nosso empenho cristão.

 Introdução às Leituras:

A primeira leitura apresenta-nos o exemplo de Salomão, rei de Israel. Ele é apresentado como protótipo do homem “sábio”, que consegue perceber e escolher o que é importante e que não se deixa seduzir nem alienar por valores efémeros. Por isso, ele pede a sabedoria para saber escolher, já que é aí que está o fundamental da nossa vida.

 Na segunda leitura, Paulo recorda-nos que, antes de sermos nós a escolher, foi Deus que nos escolheu. Agora, seguí-l’O, é disponibilizar-se para aceitar essa escolha e assumi-la como nossa. Esse é o valor mais alto, que deve sobrepor-se a todos os outros valores e propostas.

 No Evangelho, recorrendo à linguagem das parábolas, Jesus recomenda aos seus seguidores que façam do Reino de Deus a sua prioridade fundamental. Todos os outros valores e interesses devem situar-se face a esta prioridade, face a esse “tesouro” supremo que é o Reino. Esse, é o tesouro dos tesouros, aquele que dá e confere valor a todas as demais opções.

Padre João Lourenço, OFM

16º Domingo do Tempo Comum

 
(23.07.2023)

Introdução

A liturgia de hoje convida-nos a descobrir o Deus paciente e cheio de misericórdia que sempre aguarda e espera que a semente da sua palavra germine no coração de cada crente. Para Ele, o tempo conta pouco; o que importa é que cada um abra o seu coração, acolha a Palavra e deixe que ela germine na sua vida. A lógica de Deus não é a nossa, nem a nossa é a d’Ele. Nisto consiste a fé.

Introdução às Leituras:

A primeira leitura, do livro da Sabedoria, fala-nos da justiça como o grande princípio da ação de Deus na sua relação com o homem. Mas não se trata da justiça dos homens, mas da justiça de Deus que consiste no amor e na bondade para connosco. A sua indulgência é o grande suporte da vida crente. A sua Palavra é a fonte desta justiça que nos humaniza e nos leva à comunhão com Ele.

 A segunda leitura realça que a nossa caminhada é fruto do Espírito; é Ele que nos conduz e intercede por nós, para que saibamos acolher os grandes desafios que nos coloca.

O Evangelho fala-nos deste mistério do tempo, em que cada um de nós se confronta com o projeto de Deus. Saber acolher e deixar que a Palavra, o Reino de Deus cresça nas nossas vidas é o grande desígnio da nossa vivência cristã. Saber dar ‘tempo ao tempo’ é uma das grandes dimensões da sabedoria cristã, aceitando os ritmos do Senhor e não querendo impor os nossos.

Padre João Lourenço, OFM

15º Domingo do Tempo Comum

(16/07/2023)

 Introdução à Liturgia:

A liturgia deste domingo apresenta-nos uma das imagens mais belas para significar a Palavra de Deus: a do semeador e da semente. Sendo uma imagem que emerge da cultura própria do tempo de Jesus, de um mundo agrícola com as suas raízes nomádicas, esta Parábola diz muito daquilo que é o processo da fé, daquilo que é o processo da evangelização e daquilo que foi a prática e a atividade de Jesus: Ele foi um Semeador da Palavra. A nós compete deixar crescer a semente, procurando ser terreno acolhedor.

Introdução às Leituras:

No pequeno texto da 1ª leitura encontramos tudo aquilo que é a força e o dinamismo da PALAVRA, tudo aquilo que ela é e aquilo que ela produz. Parece que não seria possível ‘dizer’ a PALAVRA de outra forma, de modo mais denso e mais simples do que aquilo que o texto de Isaías nos diz. Ela é a autêntica semente que entra no coração, quando este se faz terra de acolhimento.

           Na 2ª leitura, Paulo associa os sofrimentos e a morte de Cristo ao seu próprio percurso de acolhimento e de configuração da sua vida à do Mestre. Marcado pela sua experiência pessoal, Paulo descobre em Cristo um sentido de plenitude, sem o qual o mundo perde o seu centro e o homem o sentido da sua vida.

    Do Evangelho recolhemos a imagem rica e significativa da Palavra como semente. Deste texto retiramos duas dimensões: aquela que diz respeito ao Semeador e a que se refere à semente. Do semeador, que é Cristo e aqueles que anunciam o Evangelho, destaca-se a confiança na missão de semear e na força da semente que deve ser lançada à terra. Para a semente frutificar, importa que o terreno que nós somos seja acolhedor e hospitaleiro da Palavra.

Padre João Lourenço, OFM

 
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