Retalhos Como Francisco e Clara de Assis, a Fraternidade a todos saúda em Paz e Bem!Retalhos

28 de junho de 2023

XII Domingo do Tempo Comum

25 de Junho de 2023

 Ano A

Introdução à Eucaristia:

 Neste 12º Domingo do Tempo Comum, a Palavra de Deus que nos é proposta deixa-nos um desafio importante para a nossa autenticidade de vida: vencer o medo, não se deixar amedrontar pela injustiça e ser capaz de denunciar a falsidade. São exigências árduas e que só conseguimos realizar com a graça de Deus e a força da oração. Mas, apesar da dificuldade não nos devemos dispensar do empenho que o Senhor nos propõe.

      Introdução às Leituras:

 A primeira leitura apresenta-nos o exemplo de um profeta do Antigo Testamento – Jeremias. É o paradigma do profeta sofredor, vítima da perseguição, da solidão e do abandono. Tudo isto tem como motivo a retidão da sua vida e o testemunho corajoso que faz da Palavra. Apesar de tudo, nada demove a sua confiança em Deus, anunciando – com coerência e fidelidade – as propostas de Deus para os homens.

Na segunda leitura, Paulo demonstra aos cristãos de Roma como a fidelidade, aos projetos de Deus, gera vida e como uma vida, organizada numa dinâmica de egoísmo e de auto suficiência, gera a morte.

 O Evangelho traz até nós as advertências de Jesus aos seus discípulos quando os envia em missão, avisando-os para a inevitabilidade das perseguições e das incompreensões; mas acrescenta: “não temais”. Jesus garante aos seus a presença contínua, a solicitude e o amor de Deus, ao longo de toda a sua caminhada pelo mundo. Os tempos que vivemos exigem também de nós esta coragem de olhar em frente sem temor.

Padre João Lourenço, OFM 


HOMILIA DE FREI NICOLÁS HIPÓLITO ALMEIDA   

Domingo XII do Tempo Comum

“O Espírito da verdade dará testemunho de mim, diz o Senhor, e vós também dareis testemunho de mim!”

Foi com estas Palavras que introduzimos a aclamação ao Evangelho de Hoje, um Evangelho que se se recordam, é a sequência e consequência do Evangelho de domingo passado. No Evangelho do domingo passado fomos escolhidos por Deus para irmos trabalhar na sua messe; chegou agora a hora de darmos testemunho: “O Espírito da verdade dará testemunho de mim… e vós também dareis testemunho… esta palavra “testemunho é uma palavra poderosa, porque os mártires da igreja são aqueles que dão testemunho… e a primeira leitura de hoje falava-nos de Jeremias - chamado ao serviço de Deus desde o seio materno da sua mãe, como ouvíamos nos textos relativos à festa de S. João Baptista, é morto de uma forma horrível apedrejado por membros do seu próprio povo durante o exilio na Egipto. Ser discípulo de Jesus significa estar exposto a uma serie de tribulações…Jesus sabe disso e por isso fala abertamente aos doze - e hoje a cada um de nós - dizendo, “não tenhais medo dos homens…” sempre que na Sagrada Escritura alguém é chamado a uma missão especial, esta frase aparece, como uma garantia de que não estaremos sozinhos nessa luta… não tenhais medo… esta frase hoje no Evangelho parece por três vezes… Não tenhais medo dos homens…não temais os que matam o corpo… não temais porque valeis mais que todos os passarinhos… Nestas frases fica claro, por um lado a pequenez do ser humano diante das tribulações da vida e por outro a sua grandeza aos olhos de Deus, que nos cuida e nos ama mais que todos os passarinhos do céu e nos conhece de tal forma que tem contados todos os cabelos da nossa cabeça. Jesus quer dizer-nos que, por mais insignificante que possa parecer a nossa vida, ela é valiosa aos olhos de Deus… A liturgia deste domingo coloca-nos diante da pequenez e da grandeza do ser humano…

Foi com palavras semelhantes às da liturgia de hoje que o Papa Francisco publicou no dia 19 de Junho uma carta dedicada ao sábio Blaise Pascal, por altura do quarto centenário do seu nascimento. O Papa Francisco começa assim: Grandeza e miséria do homem é o paradoxo que está no centro da reflexão e mensagem de Blaise Pascal. BLAISE pascal de facto, foi um homem tocado por esta grandeza e miséria do ser humano, e na sua oração muitas vezes refletia sobre o salmo 8. Neste salmo o salmista, ao contemplar a obra da criação perguntava «Que é o homem para Te lembrares dele, o filho do homem para com ele Te preocupares? E através desta inquietação procurava a verdade da condição humana. Resumidamente, com esta carta o Papa Francisco dá a entender que este sábio merece ser visto mais do que um cientista, mas alguém que merece o nosso reconhecimento, como um dos que deu testemunho de Cristo, e é isso que hoje nos interessa ver. Blaise Pascal, no contexto em que viveu, foi sem dúvida um dos discípulos de Jesus. Ao ser guiado, desde criança, pelo Espírito de Deus - o Tal Espirito da Verdade que dá testemunho de Jesus, como ouvíamos no aleluia- deu testemunho de Cristo ao Mundo, de modo especial na sua obra mais conhecida, os Pensamentos…E um dos momentos mais belos da sua vida foi quando a sua busca pela verdade o conduziu a uma experiência mística que ele chamou de Noite de Fogo, Ele deixou escrito que nesse momento chorou lágrimas de Alegria, porque tornou-se evidente para ele que Jesus é de facto a Verdade do mundo que merece ser anunciada… Reparemos por isso no que diz Jesus hoje no Evangelho… não tenhais medo dos homens pois nada há encoberto que não venha a descobrir-se, nada há oculto que não venha a conhecer-se, o que vos digo às escuras dizei o à luz do dia, e o que escutais ao ouvido proclamai o sobre os telhados… Como poderemos interpretar estas palavra de Jesus senão que os seus discípulos devem ser pessoas inquietas por buscar a verdade, viver na verdade e anunciar a verdade! E que verdade é esta senão o próprio Jesus!? Como seria diferente a catequese se conseguíssemos passar este desejo, esta curiosidade de conhecerem Jesus… a espiritualidade só avançou quando homens e mulheres comuns como nós não se contentaram com as respostas, mas colocavam perguntas…Já o Papa Bento XVI dizia que quem busca a verdade encontrará Deus…

O Evangelho termina com estas palavras… todo aquele que se tiver declarado por mim diante dos homens também eu me declararei por ele diante do meu pai que está nos céus… A carta que o Papa escreveu é a expressão dessa declaração de Jesus sobre a vida e obra de Blaise Pascal. Cabe-nos agora a nós fazer o nosso percurso como discípulos, sem medo dos homens, porque a verdade  - que é Cristo - vale mais do que tudo na vida.

PADRE FREI NICOLÁS HIPÓLITO ALMEIDA , OFM

11º Domingo do Tempo Comum

 

(18/06/2023)

           Introdução à Liturgia:

A liturgia deste domingo convida-nos a olhar para a dimensão vivencial da nossa fé que nos recorda que somos caminhantes, peregrinos. É enquanto peregrinos e itinerantes que experimentamos a necessidade da presença do Senhor, de ser ajudados a encontrar o verdadeiro caminho que nos leva ao Pai. Foi esta a missão que Jesus propôs e confiou aos seus discípulos para a anunciar por toda a parte.

         Introdução às leituras:        

A primeira leitura, do livro do Êxodo, fala-nos da caminhada do povo de Israel, após a saída libertadora da terra do Egito, em que Deus se compromete com o Seu povo numa aliança eterna que faz desse povo uma nação eleita para testemunhar as maravilhas do Senhor.

 A segunda leitura, da Carta de S. Paulo aos Romanos, diz-nos que essa aliança foi agora reforçada em Cristo e por Ele assumida como prova do pleno amor de Deus. É por Ele que passamos da condição de pecadores para a de homens novos, regenerados em Cristo, de inimigos para filhos; foi pela Sua morte que todos fomos reconciliados com Deus.

          No texto do Evangelho, S. Mateus fala-nos a misericórdia, da compaixão que Jesus tem por todos aqueles que o seguem. Ele é o Pastor que congrega à sua volta todos aqueles que procuram reencontrar o verdadeiro rosto de Deus. A cada um de nós é confiada também essa missão. 

Padre João Lourenço, OFM

10º Domingo do Tempo Comum

Ano A (11.6.2023)


Introdução à Eucaristia:

A liturgia deste domingo, através da Palavra de Deus que nos é proposta nas leituras, traz até nós um desafio muito importante: em que consiste a verdadeira prática da fé? Como concretizamos a nossa relação com Deus? Que expressões a nossa fé deve assumir no quotidiano da nossa experiência crente? Acolhamos esta Palavra e deixemo-nos interpelar por ela, pois é na fidelidade à Palavra que se consolida o nosso testemunho.

Introdução às Leituras:

Oseias é um dos profetas que marca mais profundamente a mensagem do Antigo Testamento. Melhor que ninguém ele define a essência de Deus como sendo misericórdia e amor. Nisso, o Deus de Israel distingue-se de todos os deuses antigos e dos ídolos dos pagãos. Os ecos de Oseias perduram em toda a tradição bíblica e fazem parte da essência da nossa vivência cristã.

 Na segunda leitura, da Carta aos Romanos, S. Paulo exorta os cristãos de Roma a fortalecerem a sua esperança, tomando como testemunho a figura de Abraão, o pai dos crentes. Para nós, o fundamento da nossa esperança está em Cristo ressuscitado, pois é ele a fonte da nossa justificação.   

 O texto do Evangelho de hoje traz até nós o momento em que Jesus chamou Mateus, o publicano, que deixou o seu posto de cobrança e seguiu Jesus. Perante a incompreensão dos presentes, Jesus recorre a Oseias e faz ver aos fariseus e aos outros que o seguiam que a verdadeira vivência de comunhão passa pela prática da misericórdia e do amor. Aqui está o centro da sua mensagem.

Padre João Lourenço, OFM


SOLENIDADE DO CORPO DE DEUS

2023

       Introdução à liturgia:

            A Igreja nasce da Eucaristia e a Eucaristia consolida a Igreja na sua experiência histórica ao longo dos séculos. Há cerca de dois mil anos que a ‘Igreja celebra a Eucaristia como ‘memória" do Senhor, pois sabemos que é Ele connosco, presente na Sua Igreja, que se faz Eucaristia e dom para o mundo. Celebrar hoje a Solenidade do Corpo de Deus, é festejar a sua presença sacramental no coração da Igreja e em comunhão connosco.

        Introdução às leituras:

            A primeira leitura recorda-nos um elemento fundamental da história da salvação: Deus alimenta o Seu povo na caminhada do deserto, acompanhando-o e oferecendo-lhe o ‘maná’. Jesus é o novo Maná que Deus oferece ao seu povo para ser o alimento da vida eterna.    

             Pela 2ª leitura, Paulo mostra-nos o verdadeiro sentido da Eucaristia: todos comemos do mesmo pão e participamos do mesmo cálice, formando assim um só corpo, em Cristo. Sacramento de comunhão, a Eucaristia é também o sacramento da unidade e da presença de Jesus no coração da sua Igreja.

             O texto do Evangelho, tomado do longo discurso do capítulo 6º de S. João sobre o ‘pão da vida’, fala-nos do verdadeiro alimento, do pão que desceu do céu para dar a nova vida ao mundo. Esse pão é Jesus. Hoje, celebrar a sua presença no meio de nós é um convite à adoração e à comunhão, procurando superar ‘o medo e o isolamento social que se apossou de nós’. Que a Eucaristia – Corpo Santo de Deus no mundo – fortaleça a nossa esperança e nos alimenta na nossa caminhada.

Padre João Lourenço, OFM  

16 de junho de 2023

DOMINGO DA SANTÍSSIMA TRINDADE

 

(Ano A - 2023)

Introdução à Liturgia:

A Solenidade da Santíssima Trindade que hoje celebramos não é um convite a decifrar o mistério que se esconde num “Deus único em três pessoas”; Pelo contrário, é um convite a contemplar o Deus que é amor, que é família, que é comunidade e que criou os homens para os fazer participar desse mistério de amor, revelando-se no mistério do Seu silêncio e da Sua misericórdia. Como Deus é amor, também nós somos criados e chamados a uma comunhão de amor que tem em Deus a sua plenitude.

Introdução às Leituras:

A primeira leitura do livro do Êxodo, fala-nos da revelação de Deus a Moisés, como um deus ‘clemente, compassivo e cheio de misericórdia’. Perante tal novidade, Moisés mais não faz do que contemplar esse mistério que se apresenta e não se impõe nem pela força nem pelo medo. É assim que Deus quer estar connosco e caminhar no meio de nós.

Na segunda leitura, Paulo, na Carta aos Coríntios, faz-nos um convite à alegria e à comunhão. Se a Trindade é o mistério da comunhão de Deus, nós somos chamados também a viver esse mesmo mistério de comunhão, traduzindo-o através da nossa presença no mundo.

O  Evangelho mostra-nos, através do diálogo de Jesus com Nicodemos, que o mistério da Trindade não é só a forma de Deus ser na sua comunhão de amor. Essa comunhão é também a forma d’Ele ser para connosco, tal como Jesus no-lo diz e o viveu. Passa por aqui uma das dimensões fundamentais da nosso fé: Acreditar no amor de Deus para connosco. Por isso, podemos dizer que a Trindade é o mistério do amor silencioso de Deus que Ele vive a partilha connosco.

Padre João Lourenço, OFM   

SOLENIDADE DO PENTECOSTES

 

(28.05.2023)


Introdução à Liturgia:

O Espírito Santo é o grande dom que Deus faz à sua Igreja. É por Ele que somos congregados na Comunhão e podemos testemunhar no mundo o Cristo Ressuscitado. Celebrar o Pentecostes é celebrar as origens da Igreja, do novo povo de Deus que o Espírito renova e congrega na comunhão.

 Introdução à Leituras:

A primeira leitura mostra-nos como a Comunidade reunida em nome do Senhor Jesus recebe o dom do Espírito Santo, a nova Lei do ressuscitado que é a fonte dessa vida nova. É pela ação do Espírito Santo que a vida dos fiéis ganha um novo sentido e faz deles testemunhas vivas de Cristo.

Na segunda leitura, Paulo ajuda os crentes de Corinto a reconhecerem a ação do Espírito Santo em cada um dos batizados. A diversidade de ministérios e de dons é uma riqueza grande para a Igreja. A finalidade de todos esses carismas é o contributo para que a comunidade cresça na comunhão e no serviço fraterno. 

O Evangelho apresenta-nos a comunidade cristã, reunida à volta de Jesus ressuscitado. Para S. João, esta comunidade passa a ser uma comunidade viva, recriada a partir do dom do Espírito. É pelo Espírito que a Comunidade vence o medo, se torna testemunho vivo da força de Deus no mundo e construtora da harmonia e da paz.

Padre João Lourenço, OFM

 
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