Retalhos Como Francisco e Clara de Assis, a Fraternidade a todos saúda em Paz e Bem!Retalhos

27 de junho de 2024

12º Domingo do Tempo Comum


(23.06.2024)

Introdução à Eucaristia:

Nós, humanos, sempre tivemos e temos medo de olhar de frente o futuro, de nos questionar sobre o ambiente que nos rodeia, de colocar as nós próprios algumas das questões sobre o sentido da nossa existência. Acomodar-se em vez de olhar em frente com fé e esperança é sempre uma forma mais fácil de viver, apesar de não ser aquela que o Senhor nos propõe. Precisamos de não ter medo e confiar que Jesus caminha connosco na mesma barca.

Introdução às Leituras:

A primeira leitura, tomada do livro de Job, fala-nos de algo que, à primeira vista, nos parece estranho: que sentido tem este texto? Que perguntas são estas que resultam de um diálogo entre Deus e Job? O texto tem na sua base o sentido que o mar tinha para o mundo judaico: o mar era a figuração das forças hostis e da desordem que ameaça a vida do homem. Importa confiar que também o mar é obra criada por Deus e nada está para além do Seu poder.

Na continuação dos domingos anteriores, S. Paulo, no texto da 2ª Carta aos Coríntios que escutamos hoje, diz-nos que somos novas criaturas e, por isso, a confiança no Senhor é uma dimensão fundamental da nossa identidade crente.

No Evangelho, Marcos narra-nos o momento em que Jesus cruza o Mar da Galileia e confronta os medos dos discípulos em confiarem n’Ele. O texto mostra-nos que as tempestades da vida, mormente as dúvidas e as inquietações dos crentes encontram resposta na confiança em Jesus. Mesmo parecendo que Ele dorme, Ele está atento às nossas inquietações e mostra-nos que o amor de Deus faz se sempre presente. Mesmo temendo tais inquietações, não nos devemos deixar vencer ou paralisar perante elas. A nossa confiança está no Senhor. 

Padre João Lourenço, OFM

11º DOMINGO DO TEMPO COMUM

 (16.06.2024)

Introdução à Liturgia:

A liturgia deste domingo convida-nos a olhar para a vida e para o mundo com confiança e esperança, para que cada um de nós seja um sinal do Reino. É esta a grande sementeira que Deus quer fazer nos nossos corações para que sejamos também nós próprios semeadores da Sua palavra, lançando no mundo de hoje as sementes do bem e do amor. Que esta celebração nos transforme em sementes fecundas do Reino de Deus.

Introdução às Leituras:

A primeira leitura, numa linguagem muito figurativa como é timbre de Ezequiel, este profeta mostra-nos que Deus não se esqueceu do seu povo no exílio da Babilónia e, mesmo lá, Ele assegura ao Seu Povo que cumprirá as Suas promessas e o fará de novo regressar à sua terra, para aí poder gozar de paz e de tranquilidade.

Na segunda leitura, Paulo convida-nos à confiança na vida futura. Ele mesmo dá o seu testemunho e mostra a firmeza da sua fé perante todos os obstáculos. A confiança em Deus é a garantia da sua caminhada.

O Evangelho apresenta algumas das mais belas parábolas sobre o Reino de Deus, comparando-o à pequena semente que se lança à terra e que, germinando, produz frutos abundantes. É este o modo de ser e de agir de Deus; não age a partir da grandeza, nem se impõe. Nasce da simplicidade e propõe-se pelo amor.

Padre João Lourenço, OFM

10º Domingo do Tempo Comum – Ano B



 (09.6.2024)

Introdução à Eucaristia:

A experiência da inimizade, da recusa ao acolhimento dos apelos de Deus é algo que percorre toda a humanidade e que está também presente na nossa vida. Deixar-se seduzir e deslumbrar pelo efémero e pelas aparências é algo que nos acompanha e que nos leva, muitas vezes, a reconhecer a presença, o dedo de Deus na nossa vida e na vida dos irmãos. Acolhemos hoje a Palavra do Senhor que nos interpela a uma verdadeira conversão do coração.

Introdução às Leituras:

A essência do pecado está em desconfiar de Deus e pensar que Ele nos quer cercear a liberdade e a autonomia. Esta forma de pensar e de ser é algo que está nos opostos daquilo que é a verdadeira vontade, o verdadeiro projeto de Deus para cada um de nós. Esta é a grande tentação do homem.

Na segunda leitura, da Carta aos Coríntios, Paulo recorda-nos que a ressurreição do Senhor é a garantia da nossa própria ressurreição. É n’Ele e por Ele que vamos superando a nossa fragilidade para alcançarmos a plenitude a que somos chamados.

O texto do Evangelho de hoje ajuda-nos a identificar quem é e quem não é discípulo de Jesus. O discípulo permanece com Ele, confia n’Ele e sabe que procede de Deus. Sabem que é o seu Espírito que dá bondade a todas as coisas. Pecar contra o ‘Espírito Santo’ é recusar a salvação que Jesus nos oferece. É fazendo a sua vontade que entramos na sua família.

Padre João Lourenço, OFM

9º Domingo do Tempo Comum – Ano B


 (02.6.2024)

Introdução à Eucaristia:

Uma das dimensões que assume maior relevância no conjunto da mensagem cristã é o respeito e a dignidade da pessoa humana, a sua centralidade no plano de Deus e na história da salvação. Por isso, por vezes, as regras e determinações religiosas nem sempre são compatíveis com esta primazia do Irmão, da pessoa. Jesus oferece-nos hoje uma mensagem que nos diz que o religioso está ao serviço do homem e não o contrário.

Introdução às Leituras:

A primeira leitura, do livro do Deuteronómio, fala do preceito de guardar o sábado, conferindo-lhe para além da dimensão do sagrado e do descanso, uma dimensão social que deve alargar-se a todos. Conciliar a festa e a féria, nem sempre é fácil e a nossa sociedade, ávida do lucro e dominada pelo proveito do material, tem dificuldade em conciliar esta dupla dimensão da vida.

Na segunda leitura, Paulo fala-nos da fragilidade do seu ministério, e também da confiança que coloca em Cristo, já que é da sua morte e ressurreição que o crente recebe a força e a confiança que o leva a testemunhar e a anunciar a boa nova.

No Evangelho, Marcos narra-nos o diálogo entre Jesus e os fariseus; para Jesus o centro está no amor e no bem do outro; para os fariseus, só a Lei tem importância. Temos aqui uma vez mais o duelo eterno entre a Lei e o Espírito; entre a norma e o amor. Tal como Ele nos diz, só o amor nos leva ao encontro do Pai.

Padre João Lourenço, OFM

DOMINGO DA SANTÍSSIMA TRINDADE

 

ANO B - 2024)

Introdução à Liturgia:

Celebrar a Santíssima Trindade não é um convite a decifrar o mistério que se esconde num “Deus único em três pessoas”; Pelo contrário, é um convite a contemplar o Deus que é amor, que é família, que é comunhão e que criou os homens para os fazer participar desse mistério de amor. Como Deus é amor, também nós fomos criados e chamados a uma comunhão de amor que tem em Deus a sua plenitude.

Introdução às Leituras:

A primeira leitura apresenta-nos o Deus da comunhão e da aliança, apostado em estabelecer laços familiares com o homem, dando-se a conhecer a Moisés como ‘sendo um Deus clemente e compassivo, lento para a ira e rico de misericórdia’. É este Deus que Jesus nos deu a conhecer e testemunhou na sua caminhada.

Na segunda leitura, tomada da Carta aos Romanos, Paulo diz-nos que todos somos conduzidos pelo Espírito e é por Ele que nos tornamos filhos de Deus. E é como filhos que podemos proclamar ‘Abbá’ (Pai). Sendo filhos no Filho, somos Irmãos na grande família da Trindade divina, onde construímos o verdadeiro Reino de Deus.

No Evangelho, despedindo-se dos discípulos, Jesus deixa-lhes o mandato do envio. Eles vão pelo mundo levar a mensagem que Jesus lhes ensinou e testemunhar tudo quanto partilhou com eles. A primeira missão é a de batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo todos os que se mostrarem disponíveis para integrar a família de Deus.

Padre João Lourenço, OFM

14 de maio de 2024

SOLENIDADE DO PENTECOSTES

 


(19.05.2024)


Introdução à Liturgia:

O Espírito Santo é o grande dom que Deus faz à sua Igreja. É Ele que nos congrega na Comunhão para assim testemunharmos no mundo o amor e a esperança do Cristo Ressuscitado. Celebrar o Pentecostes é celebrar as origens da Igreja, do novo povo de Deus que o Espírito renova e congrega na história.

 Introdução à Leituras:


A primeira leitura mostra-nos como a Comunidade reunida em nome do Senhor Jesus recebe o dom do Espírito Santo, a nova Lei do ressuscitado que é a fonte dessa vida nova. É por Ele que a vida dos fiéis ganha um novo sentido e se tornam testemunhos vivos de Cristo.

 Na segunda leitura, Paulo ajuda os crentes de Corinto a reconhecerem a ação do Espírito Santo em cada um dos batizados. A diversidade de ministérios e de dons é uma riqueza grande para a Igreja. A finalidade de todos esses carismas é o contributo para que a comunidade cresça na comunhão e no serviço fraterno, vencendo o medo, os uniformismos paralisantes e as tentativas, sempre presentes, de querer controlar a força da fé. 

 O Evangelho apresenta-nos a comunidade cristã, reunida à volta de Jesus ressuscitado. Para S. João, esta comunidade passa a ser uma comunidade viva, recriada, nova, a partir do dom do Espírito. É pelo Espírito que a Comunidade vence o medo, se torna testemunho vivo da força de Deus no mundo e construtora da harmonia e da paz.

Padre João Lourenço, OFM

SOLENIDADE DA ASCENSÃO DO SENHOR

 


(12.05.2024)

Introdução à Liturgia:

De acordo com a narrativa de S. Lucas de que nos fala o livros dos Atos dos Apóstolos, celebra hoje a Ascensão do Senhor. Trata-se do momento em que Cristo leva à plenitude o seu mistério pascal, concluindo a sua missão no tempo histórico e entregando ao Pai o futuro da humanidade que n’Ele foi redimida. A dimensão teológica desta festa marca profundamente a fé cristã, já que em Cristo a nossa própria contingência está presente em comunhão com Deus, dando assim um novo sentido à História, o que faz dela uma história da salvação.

Introdução às Leituras:

A primeira leitura apresenta-nos a cena e deixa-nos a teologia da mensagem essencial desta festa: Jesus, depois de ter apresentado ao mundo o projeto do Pai, entrou na vida definitiva da comunhão com Deus. É esta vida que Ele anunciou e promete a todos os que percorrem o mesmo "caminho" que Ele percorreu. Os discípulos não podem ficar a olhar para o céu, esperando que de lá venha a transformação do mundo. Isso acontece pelo empenho e pelo vigor do nosso testemunho.

 A segunda leitura convida os discípulos a terem consciência da esperança a que foram chamados; eles devem fazer com que essa esperança seja para eles a força dinamizadora das suas vidas, capaz de transformar o mundo para que este cresça até à plenitude de Deus.

 No Evangelho, o Ressuscitado manifesta-se aos discípulos, ajuda-os a vencer a desilusão, o medo e o comodismo e conclui a Sua missão enviando-os ao mundo como testemunhas do projeto de salvação de Deus. Agora, junto do Pai, Ele continuará a acompanhar os discípulos e, através deles, a oferecer aos homens a vida nova e definitiva.

Padre João Lourenço, OFM

6.º Domingo da Páscoa

 5 de abril de 2024 - ANO B

Introdução à Liturgia: 

Celebramos, hoje, o Sexto Domingo da Páscoa. A experiência pascal dos discípulos leva-os a descobrir o autêntico rosto do Mestre, pelo qual, chegam à perfeita contemplação do Pai. A liturgia deste domingo mostra-nos essa nova dimensão da fé: Ele, não é apenas o Senhor; Ele é, acima de tudo, o Amigo que os leva à plenitude da comunhão com Deus, feita amizade e vida nova.

         Nesta Eucaristia, teremos presentes as seguintes intenções…

 Introdução às Leituras:

     A primeira leitura mostra-nos como a salvação, oferecida por Deus através de Jesus Cristo e, agora, anunciada e testemunhada pelos discípulos, se destina a todos os homens, sem distinção de raça, cultura ou tradições religiosas. Ela é universal e esse é o primeiro e o maior dom que em Cristo Deus oferece a todos os homens. A cada homem compete apenas acolhê-la e dispor-se a aceitá-la.

A segunda leitura confirma aquilo que Jesus vai dizer aos discípulos no Evangelho: “Deus é amor”. A vinda de Jesus ao encontro dos homens e a sua morte na cruz revelam a grandeza desse amor de Deus pelos homens. Ser “filho de Deus” e “conhecer a Deus” é deixar-se envolver por este dinamismo de amor, amando os irmãos.

     Num dos textos mais belos e expressivos do seu Evangelho, S. João mostra-nos como Jesus estabelece uma nova relação com os discípulos e, na pessoa deles, com todos aqueles que acreditam no seu Nome. Os discípulos já não são servos, mas sim os “amigos” a quem Jesus revelou o amor do Pai; a sua missão é testemunhar o amor de Deus no meio dos homens.

Pe. João Duarte Lourenço OFM

5º Domingo da Páscoa

 

Introdução à liturgia:

    A liturgia do tempo pascal leva-nos a contemplar a glória do Ressuscitado junto do Pai e a viver em unidade e comunhão com Ele. Tal como o ramo agradece à videira a vida e a seiva que dela recebe, o mesmo sucede connosco, unidos a Cristo tornamo-nos fonte de vida, de uma vida em plenitude que se dá em gratuidade e serviço aos irmãos.

 Introdução às leituras:

A primeira leitura, do livro dos Atos dos Apóstolos, diz-nos que o cristão é membro de um único corpo – o Corpo de Cristo. A sua vocação é seguir Cristo, integrado numa família de irmãos que partilha a mesma fé, percorrendo o mesmo caminho. É assim que a Igreja se constrói, numa mesma comunhão e aceitando a diversidade de carismas entre os Irmãos.

A segunda leitura, tomada da 1ª Carta de S. João, diz-nos que ser cristão é “acreditar em Jesus” e “amar-nos uns aos outros como Ele nos amou”. É pela coerência da nossa vida que podemos testemunhar a nossa fé e, ao mesmo tempo, anunciar esta vida nova que nos vem do Ressuscitado.

 O Evangelho, numa sequência muito bela de imagens, apresenta Jesus como “a verdadeira videira” que dá bons frutos, tal como Deus espera de cada um de nós. Viver e permanecer unidos a Cristo é a condição para nos tornarmos ‘ramos’ fecundos de vida e de comunhão. É assim que nos tornaremos verdadeiras testemunhas no meio dos homens da vida e do amor de Deus.

Padre João Lourenço, OFM

2 de maio de 2024

4,º Domingo da Páscoa

 

21 de abril de 2024

Ano B

Introdução à Liturgia:

     Celebramos hoje o “Domingo do Bom Pastor,” dia mundial de oração pelas vocações sacerdotais e religiosas, consagradas ao Senhor e ao serviço da Igreja. É um dia que assume um grande significado no ritmo anual da liturgia da Igreja, tal é a representatividade que esta figura bíblica tem na tradição cristã e a apropriação que Jesus faz dela como paradigma do seu serviço ao povo de Deus. Por isso, hoje assumimos o convite que nos é feito para rezarmos por todas as vocações sacerdotais, para que todos os Pastores do Povo de Deus o sejam verdadeiramente à imagem de Jesus, o Bom Pastor.

    Nesta Eucaristia, teremos presentes as seguintes intenções…

Introdução às Leituras:

     A primeira leitura, retirada do livro dos Atos dos Apóstolos, afirma, pelo testemunho de Pedro, que Jesus é o único Salvador, já que “não existe debaixo do céu outro nome, dado aos homens, pelo qual possamos ser salvos”. Jesus não é só o pastor que nos conduz, mas é também a fonte de salvação para todos os homens; é por Ele e n’Ele que chegamos ao Pai.

A segunda leitura fala-nos do amor de Deus, testemunhado em Jesus Cristo, que nos abre à comunhão com Ele. É mediante esse “amor admirável” que cada um de nós é capaz de superar a sua condição de debilidade e de fragilidade. O objetivo de Deus é integrar-nos na sua família e como filhos levar-nos a participar da Sua plenitude.

O Evangelho centra-se na pessoa de Jesus como “O Bom Pastor”, modelo e paradigma de todo o serviço na Igreja, o seu rebanho, a quem Ele ama de forma gratuita e desinteressada, dando a vida pelas suas ovelhas. Elas sabem que podem confiar n’Ele de forma incondicional, pois Ele não busca o próprio bem, mas o bem do seu rebanho.

Pe. João Duarte Lourenço OFM

3º Domingo de Páscoa


 (14 de abril)

 Introdução à Liturgia:

A comunidade cristã das origens sempre acreditou e afirmou que Jesus era o messias. Essa certeza fundamenta-se nas Escrituras e é por elas que a fé se consolida. N’Ele concretizam-se todas as esperanças que ao longo dos séculos alimentaram a fé do povo eleito. É essa experiência de fé que dá força e solidez ao testemunho da comunidade e que a liturgia deste 3º Domingo da Páscoa nos convida a celebrar.

 Introdução às Leituras:

Hoje, iniciamos esta introdução às leituras pelo Evangelho, convidando-vos a acolher este texto único e os desafios que nos faz: o texto dos ‘Discípulos de Emaús’. Ele caminha ao nosso lado e, mesmo sem o conhecermos, Ele está sempre disponível para entrar em nossa casa e partilhar o nosso pão, revelando-se nos momentos de partilha e de comunhão.

 A primeira leitura apresenta-nos o testemunho dos discípulos sobre Jesus. Depois de terem mostrado, em gestos concretos, que Jesus está vivo e continua a oferecer aos homens a salvação, Pedro e João convidam os seus interlocutores a acolherem a proposta de vida que Jesus lhes faz.

 A segunda leitura lembra que o cristão, depois de encontrar Jesus e de aceitar a vida que Ele oferece, tem de viver de forma coerente com o compromisso que assumiu. Essa coerência deve manifestar-se no empenho e no esforço de viver conforme o Evangelho, dando testemunho da verdade e do amor.

Padre João Lourenço, OFM

8 de abril de 2024

2.º Domingo de Páscoa

 

Rembrandht- A incredulidade de Tomé
(7 de abril)

 Introdução à Liturgia:

A liturgia tem como objectivo mostrar-nos o testemunho daqueles que acreditam na ressurreição do Senhor. Este domingo vemos como a 1ª comunidade cristã dava testemunho da sua fé e se tornou para todos um sinal vivo da vida que brota da fé na ressurreição. Este domingo, dedicado à misericórdia, diz-nos que a nossa identidade cristã passa também pelo dom da misericórdia.

 Introdução às Leituras:

Na primeira leitura dos Atos dos Apóstolos, S. Lucas, o autor desta obra, deixa-nos uma espécie de “fotografia” da comunidade cristã de Jerusalém, salientando os traços dessa comunidade ideal: formada na diversidade, toda a comunidade vive a mesma fé num só coração e numa só alma; é uma comunidade que manifesta o seu amor fraterno em gestos concretos de partilha e de dom, dando assim testemunho Jesus ressuscitado.

O Evangelho mostra que Jesus vivo e ressuscitado é o centro da comunidade cristã; é à volta d’Ele que a comunidade se estrutura e é d’Ele que ela recebe a vida que a anima e que lhe permite enfrentar as dificuldades e as perseguições. Em tempo de pandemia, Ele continua a ser o fundamento da nossa esperança.

 A 2ª leitura, por sua vez, recorda-nos os critérios que definem a autêntica vida cristã: o crente é aquele que ama Deus, que adere a Jesus Cristo e à proposta de salvação que, através d’Ele, o Pai propõe aos homens e que vive no amor aos irmãos. Quem vive desta forma, vence o mundo e passa a integrar a família de Deus.

Padre João Lourenço, OFM

29 de março de 2024

Feliz Páscoa 2024

Domingo de Páscoa (31 de março)

Introdução à Liturgia:

A celebração da Ressurreição do Senhor é a festa das festas, a festa da esperança e da vitória de Cristo sobre o poder da morte. Na Sua ressurreição afirma-se a plenitude da vida, tal como nos recorda a liturgia de hoje: Deus o ressuscitou, libertando-o do poder da morte e mostrando-nos que é por Ele que vencemos o poder do mal e do pecado. Por isso, fazemos a festa da vida nova que nos vem d’Ele.

Introdução às Leituras:

A primeira leitura, dos Atos dos Apóstolos, apresenta o exemplo de Cristo que “passou pelo mundo fazendo o bem” e que, por amor, se entregou à morte. Deus o ressuscitou. Este é o primeiro credo da comunidade cristã das origens: Ele foi suspenso na Cruz, mas Deus ressuscitou-O e fez d’Ele o nosso Salvador. A vida triunfa da morte e, por isso, Ele é a nossa esperança.

 Na 2ª leitura, Paulo convida os cristãos, revestidos de Cristo pelo batismo, a continuarem a sua caminhada de vida nova, até à plena transformação. É assim que Cristo se torna a nossa vida e é por Ele que todos chegamos à sua plenitude.

 O Evangelho mostra-nos os discípulos correndo ao encontro do ressuscitado. João e Pedro descobrem que o sepulcro está vazio porque o Crucificado ressuscitou. Por isso, não há que procurar entre os mortos Aquele que está vivo. Agora somos nós que, ressuscitados pelo batismo, testemunhamos essa nova e plena vida que d’Ele recebemos.

Padre João Lourenço, OFM

27 de março de 2024

Semana Santa

 


Domingo de Ramos

 


Domingo de Ramos

(24 de março 2024)

    Introdução à Liturgia:

      (A introdução decorre com a Bênção dos Ramos e a caminhada para a

     Igreja; ao chegar à Igreja o celebrante proclama a Oração – Coleta – e

     seguem-se as Leituras, começando pela introdução às mesmas).

 Introdução às Leituras:

A primeira leitura apresenta-nos um profeta anónimo que, segundo a profecia de Isaías, é chamado por Deus para anunciar e testemunhar a Palavra da salvação no meio das nações. Apesar do sofrimento e da perseguição, o profeta confiou em Deus e concretizou, com plena fidelidade, o projecto que Deus lhe havia confiado. Os primeiros cristãos viram neste “servo” a figura de Jesus, aquele que proclama a universalidade da salvação.

A segunda leitura apresenta-nos o exemplo de Cristo. Ele prescindiu da sua glória, assumindo a condição humana para assim servir a humanidade até ao dom pleno da vida. É esse mesmo caminho de vida que a Palavra de Deus nos propõe.

O Evangelho narra-nos a paixão segundo o texto de S. Marcos: é o momento supremo de uma vida feita dom e serviço, a fim de libertar os homens de tudo aquilo que gera egoísmo e escravidão. Na cruz, revela-se o amor de Deus de tal forma que até o centurião romano exclama: "Na verdade, este homem era Filho de Deus".

Padre João Lourenço, OFM 

14 de março de 2024

5º Domingo da Quaresma


 (17.03.2024)

Introdução à Liturgia:

A liturgia deste Domingo continua a propor-nos o tema da vida nova que está no centro da nossa caminhada quaresmal em ordem à ressurreição do Senhor. Para exemplificar essa vida nova, temos a imagem do grão de trigo que tem de morrer para gerar vida; a vida nova que Deus nos propõe implica a transformação da vida do homem velho que há em nós no Homem novo que é Cristo, capaz de uma doação total e radical às causas do Reino.

 Introdução às Leituras:

Na primeira leitura, tomada do livro de Jeremias, temos a proposta de uma nova aliança, de um novo renascimento, feito não a partir de uma lei qualquer, exterior ao homem, mas sim a partir de um coração novo, capaz de gerar amor e comunhão.

A ‘nova aliança’ de que fala Jeremias concretiza-se em Jesus que, pela sua entrega, a selou com a sua plena doação, o seu sacrifício e assim abriu para todos os que n’Ele crêem uma nova fonte de graça.

 O Evangelho convida-nos a olhar para Jesus e aprender com Ele, a segui-l’O no caminho do amor radical, do dom da vida, da entrega total a Deus e aos irmãos. O caminho da cruz parece, aos olhos do mundo, um caminho de fracasso e de morte; mas é desse caminho de amor e de doação que brota a vida verdadeira e eterna que Deus nos quer oferecer.

Padre João Lourenço, OFM

4º Domingo da Quaresma

 


(10.03.2024)

Introdução à Liturgia:

A liturgia deste Domingo dá-nos a possibilidade de revisitar espiritualmente toda a História da salvação como sendo uma história de amor em que de um lado está o amor de Deus e do outro lado a falta de resposta, a infidelidade do homem. É neste contexto que cada um de nós se situa: procurar o amor de Deus como fonte de vida nova.

Introdução às Leituras:

Na primeira leitura sentimos que nem sempre o homem responde com fidelidade aos desafios e apelos que Deus lhe faz. A História da salvação mostra-nos isso mesmo e deixa-nos a certeza que, apesar disso, Deus não desiste da sua proposta e sempre está disposto a recomeçar a sua relação de amor connosco.

 A segunda leitura diz-nos que é ‘pela graça que fomos salvos’. De facto, é pela graça e pela gratuidade de Deus para connosco que nós encontramos a vida nova que Ele nos propõe. Paulo viveu intensamente essa experiência da gratuidade de Deus e fala-nos dela como proposta de vida para cada um de nós.

 No Evangelho, num dos mais belos textos da sua obra, S. João diz-nos que “Deus nos amou de tal forma o mundo que lhe enviou o seu Filho único”. É na certeza deste amor que cada um de nós pode caminhar e refazer a sua vida, sabendo que sempre encontra neste amor um oceano de graça e de paz.

Padre João Lourenço, OFM

3º DOMINGO DA QUARESMA

Basílica do Santo Sepulcro, Jerusalém 
Introdução à Liturgia:

O tempo quaresmal é um convite à reflexão profunda e séria sobre a vida e o seu sentido. Fazemo-lo não apenas a partir de nós, mas sim com Deus e tomando como referência as propostas que a sua Palavra nos faz. Hoje, o Senhor convida-nos a ser o Seu ‘templo’, a ser o sinal da sua presença no mundo.

Introdução às Leituras:

Na primeira leitura, depois da libertação e do dom da Lei, Deus interpela o Seu povo para que este traduza esses sinais de Deus em atitudes e em formas de vida que sejam condizentes com a sua condição de povo eleito, de povo escolhido para ser sinal de Deus no mundo.

Todos gostamos de organizar o nosso mundo de acordo com os nossos objetivos pessoais. Paulo, no texto da 2ª leitura, convida-nos a centrar o nosso projeto de vida em Cristo, no Cristo crucificado que se faz doação para todos.

No Evangelho, Jesus apresenta-Se como o “Novo Templo” onde Deus Se revela e se dá a conhecer a todos os homens. É Ele o novo templo, o novo rosto do amor de Deus e é n’Ele e por Ele que todos somos congregados na mesma comunhão.

Padre João Lourenço, OFM

26 de fevereiro de 2024

2º Domingo do Tempo da Quaresma

 

Introdução à Liturgia:

A liturgia de hoje apresenta o tempo de quaresma como uma caminhada, como um itinerário que nos conduz ao mistério pascal do Senhor e nos propõe uma vida nova com o Ressuscitado. Esta caminhada só tem sentido se for realizada num clima de aliança, de comunhão com o Senhor. Por isso, este tempo é um subir ao Monte para aí fazer a experiência do encontro pessoal com Cristo.

Introdução às Leituras:

A primeira leitura apresenta-se a figura de Abraão como paradigma da aliança, de alguém que acolhe a voz de Deus, mesmo que isso implique a doação e entrega do filho único. Como homem de fé, Abraão é o paradigma dos crentes que se colocam em caminhada como resposta ao projeto de Deus.

Na segunda leitura, S. Paulo oferece-nos um hino, um cântico de confiança no amor que Deus tem por nós e que nos é testemunhado por Jesus. É Ele a garantia deste amor único que gera em nós a confiança; é Ele a prova suprema e mais clara do amor de Deus.

Depois do anúncio da paixão, Jesus mostra aos seus discípulos a sua glória, aquela glória que o Pai lhe deu e que é a garantia da sua missão salvadora: Ele é o filho amado do Pai, Ele é o Messias. Mas a sua missão passa pela cruz e é pela cruz que ele chega à ressurreição. É esta que ilumina a cruz, é também a ressurreição que ilumina e dá sentido à nossa caminhada.

Padre João Lourenço, OFM

14 de fevereiro de 2024

1º DOMINGO DA QUARESMA


 Introdução à Liturgia:

O tempo da Quaresma constitui uma das etapas mais ricas do ano litúrgico. Trata-se de um itinerário de caminhada em direção à Páscoa do Senhor. O percurso faz-se com os recursos que a Igreja nos propõe a viver: a oração, a conversão e o jejum que se faz partilha e caridade fraterna. Ao iniciar este tempo, acolhamos o desafio que o Senhor nos faz.

 Introdução às Leituras:

Um dos temas da quaresma é o convite à conversão, um convite que significa, antes de mais, um compromisso na construção de uma nova humanidade a partir da nossa fé. Este é o sentido da aliança que Deus nos propõe. A simbólica do Dilúvio é exatamente este renascer de novo, figura do batismo que nos associa ao mistério pascal do Senhor.

No Evangelho, escutamos uma vez mais o eco central do Evangelho de S. Marcos: ‘O reino está próximo, convertei-vos e acreditai no Evangelho’. Viver a quaresma, é dar seguimento a este apelo e fazê-lo nosso para toda a caminhada em direcção à Páscoa do Senhor.

Na 2ª leitura, S. Pedro faz-se eco desta novidade da vida cristã, desta humanidade nova que renasce pelo batismo, à semelhança do episódio do Dilúvio. A Igreja é a nova Arca pela qual chegamos à vida em Cristo.

Padre João Lourenço, OFM

 
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