Retalhos Como Francisco e Clara de Assis, a Fraternidade a todos saúda em Paz e Bem!Retalhos

18 de novembro de 2020

Laudato Si - Padre Cerqueira Gonçalves


 

16 de novembro de 2020

33º DOMINGO DO TEMPO COMUM


 (15.11.2020)

    Introdução à Eucaristia:

A liturgia deste domingo convida-nos a refletir sobre a forma e o modo como aplicamos os nossos talentos, os nossos dons. Colocamo-los ao serviço do reino de Deus ou apenas e só sob a tutela dos nossos interesses imediatos? O trabalho, na sua dimensão fraterna e social, é a melhor expressão da nossa comunhão fraterna e do testemunho cristão.  

      Introdução às Leituras:

Na primeira leitura, do livro dos Provérbio, faz-se o elogio da mulher prudente, da esposa e mãe que coloca ao serviço de Deus, na família e nos seus labores, todo o encanto e empenho do coração para servir os outros e os fazer felizes. Na simplicidade do lar se vive uma das dimensões mais encantadoras da vida cristã. 

A segunda leitura, continuando a reflexão dos domingos anteriores, diz-nos que o ‘dia do Senhor’ acontece na nossa vida sem o esperamos, porventura quando nem pensamos na sua proximidade, o que quer dizer que o cristão deve estar atento aos sinais de Deus. 

O Evangelho oferece-nos, através de uma parábola, uma bela reflexão sobre o modo como exercemos os dons que o Senhor nos concedeu. Aderir a Cristo implica um empenho renovado pela transformação do mundo, das estruturas sociais e o empenho total nas causas do bem, da justiça e da fraternidade.

Padre João Lourenço, OFM 

32º Domingo do Tempo Comum


 (08 de novembro) 

Introdução à liturgia:

A vivência cristã pressupõe uma sabedoria de vida que nos deve ajudar a estar preparados e vigilantes para que não nos deixemos envolver apenas e só pelas realidades temporais, como finalidade primeira de nós próprios. O cristão abre-se ao horizonte de Deus, para onde caminha, guiado pela luz da fé que deve alimentar com a oração e a celebração comunitária. É este o desafio que a liturgia de hoje nos deixa. 

Introdução às leituras:

A 1ª leitura, tomada do Livro da Sabedoria, faz o elogio da vigilância como forma de ser e de estar na vida, uma vigilância que nos ajuda a não ficar parados no tempo, prisioneiros de um certo comodismo que mata em nós o desejo e o anseio da eternidade. Jesus não nos propõe uma vigilância para, nas sombras e no escuro, complicar a vida aos outros. A vigilância é para nos aperfeiçoarmos na prática do bem.                              

Continuando a leitura da Carta aos Tessalonicenses, S. Paulo fala-nos da esperança que nos anima na nossa caminhada e diz-nos que também nós caminhamos ao encontro do Senhor. É esta esperança que deve fortalecer a nossa caminhada, colocando o nosso horizonte na plena comunhão com Deus. 

Na sua caminhada para Jerusalém, já quase no termo da sua peregrinação, Jesus retoma o tema da vigilância de que nos fala o Evangelho. S. Mateus, servindo-se da parábola das dez virgens que aguardam a vinda do esposo, que é Cristo, reforça a centralidade desta atitude. Para chegarmos ao encontro com o Senhor, precisamos de estar munidos com as lâmpadas da fé bem acesas, pois é ela que nos guia e ajuda a encontrar o caminho que nos conduz ao banquete do Reino.

Padre João Lourenço, OFM 

2 de novembro de 2020

Solenidade de Todos os Santos

 

Bem-aventurados...

(1 de novembro 2020)

Introdução à liturgia:

Hoje, a Igreja celebra um dos dias mais emblemáticos e significativos do seu calendário litúrgico. A centralidade da nossa liturgia está focada no seguimento de Jesus, nas propostas de vida em ordem à santidade: ‘Sede Santos’ porque "Eu sou santo’. Este é o apelo de Deus ao seu povo no livro do Levítico. Por isso, hoje, celebramos a santidade a que somos chamados e também os nossos Irmãos que a viveram e a testemunham.

 Introdução às leituras:

A primeira leitura apresenta-nos a grande festa da santidade, daqueles que ‘banharam’ as suas vidas no sangue do Cordeiro. Por isso, celebram festivamente a sua glória. É uma festa onde todos são acolhidos, uma multidão incontável, vinda de todos os povos, raças e nações; A santidade é um dom universal e ninguém está excluído dela.                           

A segunda leitura fala-nos daquilo que nos faz santos e filhos de Deus: o amor. Este é o nosso fermento de santidade, uma santidade que nos abre à plenitude de Deus e à comunhão fraterna com todos os irmãos. 

Como chegar à santidade? Qual o código de vida que devemos seguir? Há algum caminho que nos conduza a essa plenitude de vida? A regra é a vivência das bem-aventuranças, o verdadeiro caminho de santidade que Jesus viveu e nos deixou como itinerário a seguir.

Padre João Lourenço, OFM

28 de outubro de 2020

30º Domingo do Tempo Comum

 

Cuidar

(25.10.2020)

Introdução à liturgia:

A vida cristã não é nem se reduz a um mero sentimento de afeição e compaixão por Deus ou pelos outros. Pelo contrário, tal como nos refere a liturgia de hoje, ela tem no seu centro a vivência concreta do amor: o amor está no centro da vivência cristã, seja qual for a forma como fazemos essa experiência. O que Deus pede a cada um é que deixe o seu coração ser tocado pelo amor.

 Introdução às leituras:

A primeira leitura fala-nos do código da Aliança, o centro da vida do povo de Israel e faz parte integrante daquilo que é o projeto de Deus para o Seu povo. Aí se fala de situações concretas que exigem o envolvimento pessoal; a atenção aos mais frágeis da sociedade. O grito do pobre acolhe-se e socorre-se, envolvendo-nos e comprometendo-nos com ele.                        

A segunda leitura, por sua vez, apresenta-nos o exemplo da comunidade cristã de Tessalónica que, apesar da hostilidade e da perseguição, aprendeu a percorrer, com Cristo e com Paulo, o caminho do amor, da gratuidade e do dom da vida. Foi assim que, dessa experiência comum, nasceu uma verdadeira família de irmãos, tendo o evangelho como fundamento de vida. 

O Evangelho diz-nos, de forma clara e sem rodeios, que a autenticidade da minha fé está no meu agir e não no meu discurso, na minha ação e não na minha retórica discursiva, na minha entrega e não nas minhas maquinações para disfarçar e encobrir a minha falta de empenho. Somos convidados a assumir o que a cada um compete fazer. Esta é a forma de dar sentido à nossa fé.

Padre João Lourenço, OFM

29.º Domingo do Tempo Comum

 


Introdução à Liturgia:

A liturgia deste domingo tem no centro da Palavra o grande desafio ou dilema com que Jesus se vê confrontado ao seu tempo e com o qual também muitas gerações de crentes se sentem confrontadas ao longo da história: “Dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. As ambiguidades que persistem e nos envolvem dificultam, muitas vezes, a prontidão e a clareza das respostas que damos a este desafio que é feito a cada um de nós.

 Introdução às Leituras:

Na 1ª leitura, Isaías apresenta como elementos fundamentais da sua mensagem o universalismo da salvação, da eleição e da escolha de Deus que se estende a todos os povos. À semelhança de outros profetas, mostra que Deus se serve de outros povos e de seus governantes para advertir Israel do seu mau procedimento, mormente da sua infidelidade.

           A 2ª leitura da nossa Eucaristia é a introdução e saudação de Paulo, e de seus colegas de missão, à comunidade de Tessalónica. São palavras simples, mas que traduzem a relação profunda, vivida e sentida, que existia entre a Comunidade e aqueles que por ela tinham passado a difundir a mensagem do Evangelho.

 O Evangelho trás até nós o eco de uma das questões mais complexas do tempo de Jesus. As reações da sociedade judaica face à presença e aos efeitos da dominação romana eram transversais a todo o tecido social, embora nem todos se manifestassem da mesma forma. A resposta dada por Jesus não é uma fuga à questão, mas sim a abertura a uma outra realidade que é aquela de que ele se faz portador: ‘Dar a Deus’ o que é de Deus.

Padre João Lourenço, OFM

19 de outubro de 2020

19 de outubro - S. Pedro de Alcântara

 



14 de outubro de 2020

Domingo 28º do Tempo Comum

  


(11.10.2020)


Introdução à Liturgia:

O tema do banquete e do encontro que simboliza a comunhão entre Deus e o homem, muito presente em textos proféticos, é um desafio que a Palavra de Deus nos faz em ordem a superar as marcas da exclusão humana e introduzir-nos numa relação de amor e de comunhão com Deus. Num tempo como este em que vivemos, procurar formas de comunhão é um imperativo da nossa fé. É a este banquete, de que a Eucaristia é o momento central, que nós também somos chamados. 

 Introdução às Leituras:

Na 1ª leitura, Isaías oferece-nos dois temas muito caros à Teologia deste profeta e que marcam o judaísmo e a fé bíblica do seu tempo: o tema do Banquete como forma de traduzir a relação de amor e de comunhão de Deus com o Seu povo, deixando o convite a todos os povos para que acolham o ‘alimento’ da Palavra de Deus. 

A 2ª leitura constitui um dos mais belos e impressionantes testemunhos de Paulo. A comunidade dos Filipenses foi uma das mais agradecidas a Paulo, o seu fundador. Paulo retribui essa generosidade reconhecido, deixando-nos um testemunho de grande despreendimento e de dedicação total à causa do Evangelho.

     No Evangelho, estamos em presença da 3ª parábola consecutiva que Jesus dirige aos membros do Sinédrio, o órgão judaico de governo para as questões da lei e da sua interpretação. Jesus quer mostrar que é necessário ter um coração novo e aberto para acolher o Reino. O Judaísmo tinha perdido essa dimensão de comunhão, de banquete e de partilha, para se tornar num sistema jurídico e legalista e, por isso, recusa acolher a mensagem de Jesus.

Padre João Lourenço, OFM

 

7 de outubro de 2020

SAUDAÇÃO DOS ASSISTENTES ESPIRITUAIS NACIONAIS - Dia de S. Francisco de Assis

 

SAUDAÇÃO DOS ASSISTENTES ESPIRITUAIS NACIONAIS

 Dia de S. Francisco de Assis

Caríssimos irmãos e irmãs,

Na proximidade da festa do seráfico pai S. Francisco, dirigimo-nos a todos e cada um de vós, para vos manifestar o nosso apreço e o desejo sincero de que possais continuar a viver no mundo a alegria de construir juntos a paz e o bem. No tempo que nos é dado viver, pensamos não apenas nas dificuldades provocadas pela pandemia, mas também noutras situações mais positivas que vão acontecendo um pouco por todo o lado. Não podemos esquecer, por exemplo, que “os destinos da Igreja” não estão confiados apenas ao Papa, aos cardeais, bispos ou padres. Na verdade, cada um de nós é chamado a amar a Igreja como Mãe, gastar-se por ela, dar-se, lutar e dar testemunho.

Começamos a viver um novo ano pastoral marcado pela proposta do Santo Padre: um ano especial dedicado ao estudo da Laudato Si, para que nos formemos sempre mais e melhor no cuidado da nossa casa comum. Várias vezes o Papa nos tem lembrado que “é necessário voltar a sentir que precisamos uns dos outros, que temos uma responsabilidade para com os outros e o mundo, que vale a pena ser bons e honestos”.

Caríssimos irmãos e irmãs, convidamo-vos a reler a encíclica Laudato Si, e a deixar que nasçam nas vossas fraternidades iniciativas que “incentivem uma cultura do cuidado na vida de cada um, pelos outros, mas também pela criação inteira e pela sociedade que habitamos”.

O ano de 2021, ver-nos-á ocupados no PVA com a celebração do VIII centenário do início da Ordem Terceira de S. Francisco, hoje OFS. As Fontes referem o entusiasmo popular que a pessoa de Francisco de Assis suscitava em tanta gente. Muitos queriam segui-lo, isto é, desejavam comportar-se como ele, na generosa fidelidade ao Evangelho, a Cristo e à sua palavra de vida. Francisco acolhia a todos como dom de Deus: muitos homens e mulheres, inspiram-se em Francisco sem entrar no convento, mas permanecendo no mundo e continuando as próprias atividades.

Convosco louvamos o Senhor pelo dom da vossa vocação franciscana, e rezamos: que o Senhor vos dê a paz!

 Nesta saudação desejamos ainda recordar o evento extraordinário que Assis viverá, e pelo qual vos convidamos a rezar. De facto, o Papa Francisco voltará a Assis para ali assinar e tornar pública a sua nova encíclica com o nome: “Todos irmãos”. O documento tem o subtítulo "Sobre a fraternidade e a amizade social" e será assinado após a missa que o Papa celebrará na Basílica Inferior, sem a presença de fiéis no respeito da atual situação sanitária.

Depois da “Lumen fidei” (2013) e “Laudato si'” (2015) - que faz eco do Cântico das Criaturas - desta vez será em Assis, junto do túmulo de S. Francisco, que o Papa assinará, na tarde do dia 3 de outubro, a nova encíclica.

Fátima, outubro 2020

Os vossos assistentes,

frei José Augusto, ofmconv

frei Álvaro, ofm

frei Luís, ofmcap

Celebração do Trânsito de S. Francisco

 


Celebração do Trânsito de S. Francisco

 Francisco de Assis viveu segundo o Evangelho, com alegria baseada no amor a Cristo pobre e crucificado, amando os pobres e últimos, fazendo-se menor entre os menores, espalhando a Paz e o Bem; por tudo, louvava o Criador, e em todas as criaturas via o próprio Deus.

 Ao celebrarmos o Trânsito de São Francisco, mais do que recordar os seus últimos momentos de vida, celebramos a sua partida para junto do seu, e nosso, querido Pai do Céu.

Na nossa Fraternidade, a celebração, dirigida por Frei Fernando Mota, terá lugar na Igreja do Seminário, no próximo dia 3 de outubro, sábado, às 17 h.

Peço-vos que façais o possível para estardes presentes, será mais uma oportunidade de aproximar à espiritualidade de S. Francisco. E como há urgência nesta aproximação face aos mitos de derrotismo em termos de sentido de vida que hoje abundam!

 Vosso irmão

Pedro

26º Domingo do Tempo Comum


 (27.09.2020)

Introdução à Liturgia:

A liturgia de hoje convida-nos a olhar para algo que é fundamental na nossa fé: ‘Deus tem uma proposta a fazer-nos’. A sua mensagem não é vã nem vazia; pelo contrário, ela está carregada de sentido e constitui um desafio para cada um de nós. É perante esta proposta que nós podemos escolher, dizer sim ou dizer não, fazê-la nossa ou ignorá-la. Ser cristão é, tal como Jesus, dizer sim e assumir o compromisso da fidelidade à proposta que nos é feita.

 Introdução às Leituras:

A experiência do exílio na Babilónia foi o grande desafio que Deus fez ao Seu povo. O profeta Ezequiel, na 1ª leitura, convida os israelitas a comprometerem-se de forma séria e consequente com Deus, sem rodeios, sem evasivas, sem subterfúgios. Cada crente deve tomar consciência das consequências do seu compromisso com Deus e viver, com coerência, as implicações práticas da sua adesão à Aliança.

A 2ª leitura, Paulo, com um dos textos mais ricos de toda a sua teologia e de todas as suas Cartas, exorta os cristãos de Filipos a seguir o exemplo de Cristo: apesar de ser Filho de Deus, Cristo assumiu a realidade da fragilidade humana, fazendo-se servidor dos homens para nos ensinar a suprema lição do amor, do serviço, da entrega total da vida por amor.

 Na parábola do Evangelho, Mateus apresenta-nos a forma e o modo como se concretiza a proposta que Deus nos faz: pelas obras e compromissos e não pelas palavras e pelas boas intenções. Um desafio sempre presente na Igreja e dirigido a cada um de nós. O ‘sim’ que Deus nos pede não é uma declaração teórica de boas intenções, mas antes um compromisso firme, coerente, sério e exigente com o Reino, com os seus valores.

Padre João Lourenço, OFM

6 de outubro de 2020

SOLENIDADE DE S. FRANCISCO



 (04.10.2020)

Introdução à Liturgia:

          Celebramos hoje a solenidade de S. Francisco, nosso fundador e inspirador do nosso carisma de vida. S. Francisco foi uma luz num tempo de dúvidas e de inquietações, razão pela qual a sua mensagem continua hoje a ser acolhida e vivida por tantos seguidores. Muitas das suas intuições espirituais continuam atuais, mormente o amor e o respeito pela natureza e a fraternidade universal.

         Introdução às Leituras:

          A liturgia da palavra que hoje acolhemos na nossa celebração é própria e tem como referência a pessoa e a experiência vivida e partilhada por Francisco de Assis. Ele é aquele que cuidou da casa de Deus, a Igreja, a reparou e a fortaleceu. Tal como Paulo, ele tornou-se um apaixonado do Cristo crucificado que na cruz testemunha a plenitude do amor do Pai. A simplicidade da sua vida é o melhor eco das palavras de Jesus no Evangelho: ‘vinde a mim, todos vós que andais sobrecarregados’. Cristo é a nossa paz e a nossa esperança. Num tempo marcado por tantas inquietações e desafios, Francisco aponta-nos a plenitude de Deus – meu Deus e meu Tudo – convidando-nos a seguir o caminho da fraternidade, da harmonia com a natureza e da paz com todos os homens.  

Padre João Lourenço, OFM

21 de setembro de 2020

Laudato Si - Padre Joaquim Cerqueira Gonçalves

 


25º Domingo do Tempo Comum

 


Parable of the Labourers in the Vineyard, 1637, Rembrandt van Rijn (Dutch Baroque Era Painter and Engraver, 1606-1669), Oil on panel, 31 x 42 cm, The Hermitage, St. Petersburg, Russia. Large size here.


Introdução à Liturgia:

A liturgia deste domingo convida-nos a descobrir um Deus cujos caminhos e cujos pensamentos estão acima dos caminhos e dos pensamentos dos homens. Será isto uma frase feita ou uma realidade a descobrir? De facto, o projeto de Deus assenta em algo que está para além do nosso horizonte moderno e da nossa lógica moderna. Os homens de hoje têm dificuldade em compreender a gratuidade e o dom. São estes os fundamentos radicais de novidade que Deus é para nós.

 Introdução às Leituras:

A primeira leitura é um apelo de Isaías a cada um de nós para que procure o Senhor. Procurá-l’O é o desejo que deve animar a nossa caminhada espiritual e isso faz-se por um processo de conversão permanente. Sem esta abertura total, podemos correr muito para a Igreja, mas isso não significa que O encontremos.

Na segunda leitura, Paulo, partindo da sua própria experiência, diz-nos o que é a vida cristã: Cristo é a nossa vida. É uma vida em plenitude que não se limita a isto ou àquilo, mas que comporta toda a nossa caminhada, seguindo as propostas que Cristo nos faz.

.O Evangelho diz-nos que Deus chama à salvação todos os homens, sem considerar a antiguidade na fé, sem prazos nem créditos, sem olhar às qualidades ou aos comportamentos anteriormente assumidos. A Deus interessa apenas a forma como se acolhe o Seu convite e nos disponibilizamos para o Seu Reino. Pede-nos uma transformação da nossa mentalidade, de forma que a nossa relação com Deus não seja marcada pelo interesse, mas pelo amor e pela gratuidade.

Padre João Lourenço, OFM

12 de setembro de 2020

24º Domingo do Tempo Comum


 (13/09/2020– Ano A)

           Introdução à Liturgia:    

Ser cristão, discípulo de Jesus, pressupõe que a nossa vida, em cada um dos seus momentos, está marcada pela mensagem, pelos gestos e pelo testemunho do Mestre. Um dos sinais que define a identidade do nosso seguimento de Jesus está no perdão, aquilo que mais e melhor o distinguiu do judaísmo do seu tempo e que ele assumiu como núcleo central da sua mensagem. É do perdão que a palavra de Deus hoje nos fala e nos convida a pôr em prática.

Hoje, as nossas ofertas destinam-se à Terra Santa. Como na sexta-feira santa não foi possível realizar a Coleta Pontifícia para esse fim, a Santa Sé transferiu para o dia de hoje, em toda a Igreja.

           Introdução às Leituras 

A 1ª leitura, tomado do livro de Ben Sirah, relaciona a cólera e o ódio com o pecado, convidando o crente a saber perdoar. O perdão de que a Palavra de Deus nos fala tem o seu fundamento no próprio Deus; não se trata de um esquecimento cómodo nem de um procedimento de boas maneiras. Pelo contrário, ele é expressão da nossa fé e da nossa vontade em seguir Jesus. 

Na 2ª leitura, da carta aos Romanos, S. Paulo, num texto muito breve, diz-nos algo que é fundamental para a nossa vida. Ela pertence a Cristo, em todos os seus momentos. Somos do Senhor e para o Senhor, o que nos fortalece na comunhão fraterna, já que também somos da Igreja e para a Igreja.

 Hoje, Jesus, como é tão próprio de S. Mateus, apresenta-nos uma parábola sobre o perdão e os procedimentos que isso implica. Para o cristão, o perdão deve ser incondicional, assumido plenamente na nossa vida e nas nossas relações. Não se trata apenas e só de uma atitude pessoal; o perdão é também uma questão social, com implicações importantes na construção da nossa sociedade. Não podemos agir de uma forma, e esperar que Deus proceda connosco de outra. Sobre o perdão, a oração e o agir têm de estar em harmonia total.

Padre João Lourenço, OFM

 

9 de setembro de 2020

Mensagem do Irmão Ministro

 Caras Irmãs e Caros Irmãos,

 No dia Festa da Natividade da Santíssima Virgem Maria, permiti-me uma saudação muito especial.

Maria está no centro da devoção franciscana. A vida espiritual de S. Francisco foi acentuadamente marcada por Nossa Senhora, pelo que a devoção mariana influencia profundamente a Família Franciscana; segundo S. Boaventura, por Maria, tálamo onde Deus se uniu à natureza humana,  é-nos dada a graça divina.

Maria, ou seja Estrela do Mar, quantas vezes nos terá livrado de sucumbir nos períodos procelosos do mar da nossa existência, quando nos sentíamos perdidos sem leme e quantas vezes, nas acalmias, a sentimos como luz refulgente iluminando de graça divina os nossos corações…

Saudemos Maria, invocando a sua proteção!

 Com um abraço fraterno em Cristo e S. Francisco,

 Pedro

 


7 de setembro de 2020

23º Domingo do Tempo Comum

6 de Setembro 2020


Introdução à Liturgia:

O sentido de responsabilidade é hoje algo bastante raro naquilo que diz respeito à vida social e comunitária. O mesmo acontece na vida espiritual e na vivência cristã. A liturgia de hoje reforça em nós este apelo à responsabilidade pessoal e também naquilo que diz respeito ao bem e à salvação dos irmãos, mostrando que todos somos responsáveis uns pelos outros.
Introdução às Leituras:
A primeira leitura mostra-nos como Deus, através dos profetas e dos seus mensageiros, cuida daqueles a quem ama, fazendo deles “sentinelas” que nos podem ajudar a encontrar os caminhos do bem. Atento aos projetos de Deus e à realidade do mundo, o profeta apercebe-se daquilo que está a subverter os planos de Deus e a impedir a felicidade dos homens e das próprias comunidades cristãs.
Na segunda leitura, Paulo convida os cristãos de Roma, e também a nós próprios, a colocarmos o mandamento do amor no centro da nossa experiência de vida cristã. Trata-se de uma “dívida” que temos para com todos os nossos irmãos, e que nunca estará completamente saldada.

O Evangelho exorta-nos à responsabilidade na ajuda fraterna aos irmãos, a fim de os ajudar na advertência dos seus próprios erros. Trata-se de um dever que resulta do mandamento do amor. Jesus ensina, no entanto, que o caminho para atingir esse objetivo não passa pela humilhação ou pela condenação de quem falhou, mas antes pelo diálogo fraterno, leal, amigo, que revela ao irmão que a nossa intervenção resulta do amor.
Padre João Lourenço, OFM

22º Domingo do Tempo Comum

30 de agosto de 2020

O profeta Jeremias - Marc Chagall 1980
Saint-Paul-de-Vence, França

Introdução à Eucaristia:
A liturgia de hoje pode constituir uma ótima oportunidade para refletir sobra a forma como nos situarmos no ambiente que estamos a viver. Muitos de nós sentem que os seus projetos e, porventura, os seus sonhos foram abalados pela ‘pandemia’ que temos vindo a viver. As nossas esperanças precisam hoje de ser recentradas e de fazermos uma espécie de ‘regresso’ aos fundamentos da nossa experiência existencial, à procura do essencial da nossa vida. O Senhor Jesus, no Evangelho de hoje, diz-nos exatamente isso.
Introdução às Leituras:
A primeira leitura, do livro de Jeremias, apresenta-nos um dos textos mais marcantes deste profeta, onde ele nos confessa o seu encanto por Deus, apesar das circunstâncias que o envolvem e da hostilidade dos seus contemporâneos. Essa paixão por Deus leva-o a superar tudo. Um belo testemunho para nós.
Na segunda leitura, na continuação dos domingos anteriores, S. Paulo exorta os crentes da comunidade de Roma a não se conformarem nem se deixarem cativar pelo ambiente mundano que os rodeia. Ser crente, para Paulo, é ser capaz de fazer opções e estas são aquelas que Jesus nos propõe.
No Evangelho, numa sequência imediata com o do domingo passado, Jesus diz a Pedro e aos Discípulos que Ele não é o messias com que eles estão a contar, nem a missão que recebeu do Pai é compatível com os planos deles. Ele é o messias de Deus e não o messias dos homens e, por isso, há que perder a vida para a poder ganhar em Deus.
Padre João Lourenço, OFM

21º Domingo do Tempo Comum

Banias - Cesareia de Filipe - Terra Santa
 Introdução à Eucaristia:

A liturgia dominical, para além da celebração da fé comunitária, elemento fundamental da nossa identidade eclesial, ajuda-nos também a formular perguntas e questões sobre a forma como cada um de nós se confronta com Jesus e a encontrar respostas para essas mesmas questões. Neste domingo, através da Palavra de Deus, escutamos o convite pessoal que nos é feita para que respondamos com a nossa vida e o nosso testemunho.
Introdução às leituras:
Na 1ª leitura, Isaías apresenta-nos dois paradigmas, dois modelos de pessoas para que cada um de nós possa também descobrir a forma como se coloca ao serviço do Reino de Deus: a pensar em si ou disponibilizando-se para servir os Irmãos?
Na segunda leitura, da Carta aos Romanos, e já em jeito de conclusão, Paulo fala-nos da sua admiração, do seu espanto sobre a sabedoria e a generosidade de Deus. Nisso, está todo o mistério da gratuidade da salvação que nos é concedida.
No texto do Evangelho, Jesus coloca perguntas, interroga os seus discípulos. As perguntas assumem dois âmbitos: os que dizem as pessoas, o que escutas por aí acerca da pessoa de Jesus? Depois, Jesus faz uma pergunta pessoal, dirigida a cada um de nós que não tem a ver com o que se diz, mas sim com a minha afirmação pessoal de fé: E tu, quem dizes que Eu sou? É a pergunta desafiante da fé e para a qual só cada cristão pode responder, pois a resposta é pessoal.
Padre João Lourenço, OFM

20º Domingo do Tempo Comum

 

Tiro, Líbano

Sidon, Líbano

A sociedade de hoje está marcada pela questão do acolhimento e da inclusão. De inúmeras formas, sentimos diariamente esta questão que assume por vezes contornos religiosos. Jesus sentiu também este problema, já que o judaísmo do seu tempo vivia uma realidade fechada em si mesmo, mormente nas questões das práticas rituais e da relação com aqueles que não eram judeus. Ontem, como hoje, encontramos em Jesus respostas para questões que são eternas: como acolher o outro.

Introdução às leituras:
Na 1ª leitura, Isaías fala-nos do acolhimento que o povo de Israel devia dispensar àqueles que, mesmo não pertencendo ao povo eleito, eram também amados e sinais do amor universal de Deus. Para o profeta, esse era um dever imposto a Israel.
A segunda leitura, da Carta aos Romanos, Paulo fala-nos da salvação universal que Deus oferece a todos os povos que através de Cristo chegam à plena comunhão com Deus. É por Ele que todos alcançam a misericórdia divina.
No texto do Evangelho, tomando as palavras de Jesus, S. Mateus faz uma aplicação dessas palavras em 1ª pessoa; ele, que fora também uma das ovelhas desgarradas do povo eleito, tornou-se beneficiário da misericórdia divina que em Jesus se estende e alarga a todos, incluindo a própria mulher cananeia que implora a sua salvação.
Padre João Lourenço, OFM

 
© 2007 Template feito por Templates para Você