Retalhos Como Francisco e Clara de Assis, a Fraternidade a todos saúda em Paz e Bem!Retalhos

29 de novembro de 2018

Crónicas - Peregrinação a Fátima


Participação na 46ª Peregrinação anual da Família Franciscana a Fátima

 Fátima, dias 6 e 7 de outubro de 2018
Tema: “O Arauto do Grande Rei” (Ofício da Paixão – S. Francisco de Assis)

À hora marcada, à porta da Igreja do Seminário da Luz, os Irmãos e outras pessoas amigas que costumam juntar-se à Fraternidade nesta peregrinação, tomaram lugar no autocarro que nos conduziria a Fátima. Ainda passámos pelo Campo Grande para receber os Irmãos que ali esperavam.

E lá fomos rumo ao Santuário Mariano. O altar do mundo, como lhe chamam e que o irmão Pedro nos recordou.

O irmão Luís Topa, Ministro da nossa Fraternidade, fez o acolhimento. Saudou os presentes, deu indicações e disponibilizou-se para resolver qualquer problema que surgisse.

O irmão Pedro Martins, Secretário da nossa Fraternidade, e a irmã Ministra da Fraternidade do Campo Grande, foram designados pelo irmão Luís Topa, para conduzirem as orações propostas e os cânticos franciscanos e marianos.

E, em paz e alegria, chegámos à Casa de Nossa Senhora do Carmo onde nos instalámos. Tempo livre. O almoço seria servido às 13 horas.
*

A tarde teria um programa apertado. Seria o tempo forte da Peregrinação.

O tema deste Encontro da Família Franciscana era “O Arauto do Grande Rei…”. Palavras de Francisco. Ele assim se intitulava. Tema muito bonito e que não se tem ouvido muito nos últimos anos. Soa bem. Entra no ouvido e obriga a pensar. O arauto não vive em silêncio. Faz-se ouvir. Anuncia a boa-nova. Vai à frente. Passa a mensagem.
Era assim o nosso pai S. Francisco. Será, certamente, o que ele gostaria que nós fossemos. Arautos do Senhor. Humildes mas sem medo.

Junto à Capelinha das Aparições, saudou-se Nossa Senhora. Ela que é a Rainha da Ordem Franciscana. Abrimos o coração. Depositamos a seus pés, a alegria, a emoção que ali nos levava e pedimos a sua proteção para as nossas famílias e para todos os nossos Irmãos da Fraternidade que não puderam ir.

A Família Franciscana começou a dirigir-se para o Centro Paulo VI. Cumprindo o calendário estabelecido, aí escutámos a saudação do Presidente da Família Franciscana Portuguesa, Frei Fernando Cabecinhas, OFMCap. Cantou-se com entusiasmo o “Paz e Bem”. Subiram ao palco e por todos muito aclamados, os novos membros da Direção da Família Franciscana: Frei Armindo Carvalho, Provincial dos Frades Menores, Irmã Glória, Franciscana Hospitaleira, Frei Daniel, OFM e o Irmão Rui Silva, Ministro Nacional da OFS.

Frei Sérgio, OFM, apresentou os vários movimentos de juventude franciscana. Apresentação bem concebida. Cada grupo se mostrou em vídeo, dando a conhecer como pretendem viver a mensagem de Francisco. Testemunhámos entusiasmo e alegria, características tão próprias de jovens em busca de um ideal.

 Deu ainda a conhecer o projeto poços para África. Trata-se de uma iniciativa da OFS e dos Jovens Franciscanos de toda a Europa, atendendo ao apelo do Papa Francisco na Laudato SÍ. Vamos colaborar?

A Conferência anunciada no programa, proferida pelo Dr. Carlos Liz, teve por tema - “e se um anjo nos aparecesse ao caminho?...”. Creio que, muitas vezes, os anjos se tornam visíveis, confortam e afastam do caminho obstáculos. Gostei duma frase do ilustre conferencista, enquanto desenvolvia o seu tema: “…o vosso Francisco”. Não foi lindo?! O nosso Francisco! É mesmo assim que o sentimos.

Mais uma vez um grupo da Família Franciscana percorreu, em oração, onze quilómetros a pé, para chegar ao Santuário.

A Eucaristia foi na Basílica da Santíssima Trindade. Ali sentimos que estávamos todos. Os Sacerdotes no altar, nossos Irmãos da Primeira Ordem. Em frente ao altar muitos Irmãos. Toda a Família Franciscana estava ali representada. Momento de muita paz, de abandono, de escuta da Palavra.

Depois do jantar onde convivemos com outros Irmãos (não havia lugares marcados), com as nossas capas de franciscanos seculares, estivemos na Capelinha das Aparições rezando o Terço e participando na Procissão das velas. Momento de muita fé. A grande multidão que nos circundava, não impedia que cada um se sentisse só, em frente de Nossa Senhora, numa grande intimidade.
A noite já tinha chegado há muito. O frio que se fazia sentir, reforçado pelo vento que descia da serra, era leve e cortante, não impedindo, contudo, que nos dirigíssemos à Basílica de Nossa Senhora do Rosário, para uma vigília de Oração. Um lindo fim do dia seis e um bom começo do dia sete. Nossa Senhora, nossa Mãe, para ti o nosso carinho.

No dia seguinte, domingo, estivemos nas celebrações habituais do Santuário. A homilia proferida pelo Reitor, tocou-nos. Falou da família. Da desagregação da mesma. Do sofrimento de muitos casais cristãos. Claro que era um tema difícil e, daí, tenha sido tocado um pouco ao de leve. Mas deu para dialogarmos entre Irmãos. Para sentirmos que há tanto a fazer.

Foi com alguma tristeza que verificamos que este ano havia menos franciscanos. Poucos hábitos castanhos da Primeira Ordem. Menos Franciscanos Seculares do que nos outros anos. Menos Religiosas franciscanas… Porquê? Estes dias são tão importantes, para cada um, para toda a Família Franciscana…  Desejamos que, no futuro, esta peregrinação venha a ter o brilho que já teve anteriormente.

Mas também há alegrias para recordar. Pequenas, mas cheias de emoção. Uns Irmãos que, por lhes ter sido pedido para ajudarem a renascer uma Fraternidade da OFS, longe de Lisboa, têm estado um pouco ausentes da nossa “casa” da Luz. E eu retive as suas palavras: “é muito gratificante o que estamos a fazer mas sentimos enorme desejo de regressar à nossa Fraternidade-mãe”. Que lindo! Que laços fraternos! Outra situação. Uma Irmã nossa foi a Fátima integrada em peregrinação da sua paróquia onde desenvolve muito trabalho. Encontrei-a por acaso durante a Eucaristia de domingo. Abraçamo-nos. Passado um pouco veio buscar-me para me apresentar à família e a outras pessoas da sua paróquia. - É uma das minhas irmãs franciscanas – dizia ela, com muita alegria. Quando nos despedimos, uma das suas amigas que lá estava, falou-me assim: a X é muito boa, está sempre pronta a ajudar toda a gente, faz muito bem a todos, ninguém a larga”. Fiquei encantada. Que Irmãos tão bons que Francisco colocou no nosso caminho.

A Peregrinação estava a terminar. As malas prontas para colocar no autocarro. Mas ainda tínhamos um bocadinho de tempo para usarmos do modo que quiséssemos. E, assim, lá fomos… rua acima conversando tranquilamente, em busca dum saboroso cafezito.

E a viagem de regresso começou. O Irmão Ministro congratulou-se por tudo ter corrido tão bem. O seu trabalho deu-nos a tranquilidade de viver dois dias somente como peregrinos. Toda a logística ficou a seu cargo. Que S. Francisco o recompense pelo seu serviço aos Irmãos.

Cantámos, agradecemos a Nossa Senhora os momentos tão fortes que vivemos junto ao seu altar e, em santa alegria, voltamos à vida de cada dia, aos nossos compromissos.

Pai S. Francisco ensina-nos a ser como tu, embora em ponto pequenino, Arautos do Grande Rei”.


Glória ao Altíssimo, Omnipotente e bom Senhor…
maria clara, ofs
7 de Outubro 2018

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