(01.03.2020)
Introdução à Liturgia:
Quarta-feira, com a imposição das cinzas, demos início
à nossa caminhada quaresmal, que nos leva à Páscoa do Senhor. Ao longo desta
caminhada a Igreja convida-nos a alimentar a nossa vida cristã com a Oração, a
Palavra de Deus e a prática da caridade, os grandes meios da nossa santificação.
É o grande convite à “conversão” – isto é, a recolocar Deus no centro da nossa experiência
cristã, a aceitar a comunhão com Ele, a escutar as suas propostas, a
concretizar no mundo – com fidelidade – os seus projetos.
Introdução às Leituras:
A
primeira leitura afirma que Deus criou o homem para a felicidade e para a vida
plena. Quando escutamos as propostas de Deus, conhecemos a vida e a felicidade;
mas, sempre que prescindimos de Deus e nos fechamos em nós próprios, inventamos
esquemas de egoísmo, de orgulho e de prepotência e construímos caminhos de
sofrimento e de morte.
A segunda leitura, por sua vez, propõe-nos dois exemplos: Adão e Jesus. Adão, representa o homem que escolhe ignorar as propostas de Deus e decide, por si só, os caminhos de uma pretensa salvação fechada em si mesmo. Jesus, por seu lado, é o homem que escolhe viver na obediência às propostas de Deus, de acordo com o projeto do Pai. O esquema de Adão gera egoísmo, sofrimento e morte; a proposta de Jesus gera vida plena e definitiva.
O Evangelho apresenta-nos o exemplo de Jesus. Ele recusou – de forma absoluta – uma vida vivida à margem do plano de Deus. A Sua Palavra mostra que, na perspetiva cristã, uma vida que ignora o projeto do Pai e se fecha em esquemas de realização pessoal é uma vida perdida e sem sentido. Toda a tentação de ignorar Deus e as suas propostas é uma tentação diabólica que o cristão deve rejeitar, resistindo àquilo que são as tentações da modernidade que se ficam pelo dinheiro, pelo prazer fácil e pelo culto de si próprio.
Padre João Lourenço, OFM
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