As Bem-aventuranças de Jesus Cristo são o ‘manual’ da nossa vida e da nossa identidade. |
27 de janeiro de 2017
4º Domingo do Tempo Comum
(29 de janeiro 2017)
Introdução à Liturgia:
A liturgia deste domingo leva-nos até ao
núcleo central da nossa vivência cristã, que marca a nossa forma de ser e de
estar no mundo. Trata-se das Bem-aventuranças que nos são propostas como forma
de ser e como testemunho da nossa identidade cristã. Acolher esta página no
Evangelho é como refrescar a nossa vida, redescobrir a sua novidade e o seu
sentido. É isso que a Eucaristia de hoje nos propõe.
.Introdução às
Leituras:
A 1ª leitura, tomada do
profeta Sofonias, mostra-nos a voz de alguém que interpela o povo de Deus para
alguns dos aspetos fundamentais da sua fé, numa altura que os reis de Judá
tinham abandonado os caminhos de Deus. É certamente uma interpelação para que o
povo volte o seu coração para Deus e não se deixe levar pelas atitudes daqueles
que o governam.
Na 2ª leitura, dando continuidade
ao tema dos domingos precedentes, Paulo fala-nos da sabedoria de Deus e da
sabedoria humana, dizendo-nos que Deus nos interpela através das atitudes dos
simples e humildes, tal como sucede em Jesus.
No Evangelho, temos o código das
Bem-aventuranças, com tudo aquilo que elas representam como novidade do Reino.
Poderíamos dizer que elas são o ‘manual’ da nossa vida e da nossa identidade.
Viver as Bem-aventuranças é, desde já, sentir-se bem-aventurado na comunhão com
Deus e os irmãos.
Padre João Lourenço, OFM
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20 de janeiro de 2017
22 de janeiro - S. Vicente, diácono e mártir
FESTA DE SÃO VICENTE
Padroeiro do Patriarcado de Lisboa
(22 de janeiro 2017)
Desde muito cedo foi objeto de um culto amplamente difundido. Já o grande
poeta Paulino de Nola, que viveu na segunda metade do século IV e na primeira
do século V, lhe atribuía o mesmo estatuto que o de S. Ambrósio em Itália, ou o
de S. Martinho de Tours na Gália. O seu contemporâneo Prudêncio dedica-lhe um
longo poema, além de largo excerto noutro hino a propósito da cidade natal do
mártir, Saragoça. Nos primeiros anos do século V, por volta de 410-412,
Agostinho assim dizia em Cartago num dos sermões compostos para a missa da
festa do mártir ("Sermo" 276, PL 38, 1257):
«Qual é hoje a região, qual a província, até onde quer que se estenda tanto
o império romano como o nome de Cristo, que não rejubile por celebrar o dia
consagrado a Vicente?»
Segundo a tradição hagiográfica, os acontecimentos ter-se-iam passado na
sequência de uma série de decretos dos imperadores Diocleciano e Maximiano,
emitidos nos anos 303 e 304, que intentavam reprimir o culto cristão por todo o
império. Vicente seria diácono em Saragoça, quando é preso por um governador de
quem não temos qualquer outra referência e cuja existência é muito
problemática, de nome Daciano. Recusando revelar o sítio dos livros de culto e
abjurar, como ordenava o decreto imperial, é levado para Valência (episódio
singular, pois Saragoça e Valência pertenciam a províncias distintas, uma à
Tarraconense, a outra à Cartaginense, cada uma com o seu próprio governador).
Das sequelas do interrogatório sob tortura a que foi submetido, faleceu a 22 de
janeiro do ano 304.
Após a morte, a hagiografia deixou-nos acontecimentos miraculosos, como o
episódio do corvo e o do regresso do corpo a terra, após ter sido lançado ao
mar. Poucos anos depois, a partir de 313, no tempo do imperador Constantino,
constrói-se um sepulcro martirial em Valência, que mais tarde daria lugar uma
basílica extramuros, onde o corpo era venerado pelos devotos.
O culto difundiu-se rapidamente. Corroborando os textos hagiográficos,
Valência assumiu-se desde logo como sua sede privilegiada. Aqui ficava a igreja
que acolhia o corpo do mártir, citada por Prudêncio e pela Paixão traduzida
mais adiante. Além disso, uma inscrição transmitida por um manuscrito do século
IX indica que o bispo Justiniano (527-548), membro de uma família de ilustres
literatos e eclesiásticos, além de muito devoto do santo, terá deixado os seus
bens em testamento a um mosteiro dedicado a S. Vicente, que a tradição
identifica hoje com San Vicente de la Roqueta.
O outro local importante era Saragoça, onde Vicente fora diácono e onde o
seu martírio começara. Já em finais do século IV e inícios do século V, o poeta
Prudêncio refere o culto que aí se desenvolvia, aludindo a umas relíquias (fala
de algum objeto com o sangue do mártir). Em 541, durante o cerco de
Childeberto, rei da Nêustria, Saragoça teria sido salva pela intervenção
miraculosa da túnica do mártir, em episódio mais adiante referido. Na primeira
metade do século VII, o poeta Eugénio de Toledo dedica um epigrama a uma igreja
do santo, aludindo ao sangue e à túnica, túnica que reaparece numa oração da
missa composta na mesma altura. Eugénio foi, de resto, arcediago desta igreja.
Além de Valência e Saragoça, cidades indissociáveis da figura de S.
Vicente, o culto cedo se estendeu a outras cidades da Hispânia. Em Sevilha, já
antes de 428, quando os Vândalos invadem a cidade, a catedral onde Isidoro se
recolheu na véspera de morrer estaria dedicada a S. Vicente. A catedral de
Córdova também estaria sob a invocação do mártir em período anterior às
invasões muçulmanas.
A epigrafia documenta-nos o desenvolvimento do culto em época recuada.
Temos conhecimento, talvez no século V, de uma igreja em Toledo. No século VI,
há notícia de três igrejas dedicadas ao mártir: uma em Nativola, Granada
(consagrada em 594), outra em Cehegín na província de Múrcia, e uma terceira em
Loja, perto de Córdova. No século VII, no ano 644, consagra-se um templo em
Vejer de la Miel, perto de Cádis. Também o calendário epigráfico de Carmona,
porventura do século VI ou VII, assinala o dia do santo. No século VII, o
impulso dado ao culto é atestado pela significativa produção litúrgica (um
hino, orações, uma missa, sermões), alguma da qual percorreremos nas páginas
seguintes.
E desde o século VIII até ao século X, a proliferação de igrejas dedicadas
a S. Vicente é notável por toda a Hispânia: cite-se apenas Oviedo, onde em 761
são depositadas umas relíquias trazidas de Valência.
Em África, sabemos que, por inícios do século V, o dia de S. Vicente era
celebrado com grande solenidade. O ilustre Agostinho redigiu, entre 410 e 412,
quatro sermões para este dia, um outro com larga referência, e, se acaso for do
bispo de Hipona, um sexto entre 410 e 419 ("Serm. 4 De
Iacob et Iesau"). Em quatro deles indica expressamente que
tinham acabado de escutar a leitura da Paixão do mártir. No século VI, o seu
culto está atestado por um calendário litúrgico de Cartago, escrito entre 506 e
535, por alguns sermões anónimos e pela epigrafia.
Na Gália e Aquitânia, o culto remonta, pelo menos, a meados do século V.
(...) O século IX assiste a uma notável expansão do culto de S. Vicente (...).
Mas, de longe, a igreja mais famosa na Gália é a de Paris. Em 541, em campanha
contra o rei visigodo Têudis, o rei Childeberto da Nêustria sitia Saragoça. A
túnica de Vicente, mencionada por Eugénio de Toledo e na missa reelaborada no
século VI na Hispânia, então reino dos Visigodos, foi levada em procissão em
redor das muralhas e a cidade foi salva. Childeberto pediu então ao bispo da
cidade relíquias do mártir. Este concedeu-lhe a estola (espécie de manto que se
usava sobre a túnica). No regresso, Childeberto edificou em Paris uma basílica
dedicada a S. Vicente onde depositou a relíquia, tendo sido consagrada em 558
pelo bispo de Paris, Germano. Este foi o panteão dos primeiros reis
merovíngios. Nos finais do século X e inícios do século XI, a igreja foi
reconstruída. Em 1163, a igreja foi dedicada de novo a S. Germano, sendo desde
então conhecida como Saint-Germain-des-Prés. Em Itália, o culto também se
desenvolveu desde muito cedo. (...)
Por estas brevíssimas notas, é evidente a espantosa difusão que o culto a
S. Vicente alcançou nos séculos anteriores à nossa nacionalidade. Ora, sucede
que os inícios do reino de Portugal, e, em particular, a cidade de Lisboa,
estão indissociavelmente ligados ao diácono de Saragoça.
Já antes da conquista de Lisboa por D. Afonso Henriques, temos notícia da
existência de basílicas dedicadas ao mártir no que será mais tarde território
português. Um documento do ano 830 (seguido de dois outros de cerca de 90S e do
ano 911) refere uma igreja dedicada a S. Vicente em Infias, Braga, que poderá
remontar ao século VII. Em 972, documentação referente ao mosteiro do Lorvão
menciona uma igreja nas imediações de Coimbra; documentos dos anos 970 e 973
aludem a uma Porta de S. Vicente, nos limites das terras de um mosteiro
designado "de Bacalusti", nas margens do rio Douro; em 978 e 1002
refere-se uma igreja de S. Vicente "de Pararia".
Antes de 1094, quando passa para a posse do bispo de Coimbra, o mosteiro da
Vacariça, na região da Mealhada, associava a invocação a S. Vicente à de S.
Salvador, e já antes de meados do século XI, o mosteiro de Guimarães tinha o
mártir de Valência como um dos seus titulares secundários. O censual de Braga,
escrito entre 108S e 1091, do qual se conserva apenas a parte respeitante à
região entre o Lima e o Ave, refere oito igrejas dedicadas a S. Vicente, e mais
duas em que o mártir se associa a outro patrono. Enfim, a documentação medieval
identifica noutras regiões outras igrejas sob a invocação do mártir que podem
remontar a período anterior a meados do século XII.
Em Lisboa, a mais antiga atestação remonta ao tempo do nosso primeiro rei.
Ao sitiar Lisboa em 1147, D. Afonso Henriques fizera o voto de, se a cidade lhe
caísse nas mãos e os infiéis fossem aniquilados, mandar construir dois
mosteiros junto a dois cemitérios que se revelavam necessários para sepultar os
cruzados que sucumbiam junto às muralhas do castelo. Uma das igrejas foi
erigida junto ao cemitério dos teutónicos em 1148 sob a invocação de S.
Vicente. Não sabemos se já ali haveria um culto mais antigo, se era uma criação
expressa. Tendo o rei dado a escolher ao bispo D. Gilberto e aos cónegos uma
das duas igrejas, estes optaram por Santa Maria dos Mártires (a atual Sé de
Lisboa), junto ao cemitério dos ingleses. A igreja de S. Vicente ficou então na
posse do rei, e foi dirigida por presbíteros ingleses, até D. Afonso Henriques
nomear o primeiro prior, Gualter, de origem flamenga, a que se seguiram cónegos
regrantes da confiança do rei. Isto é relatado na "Notícia da fundação do
mosteiro de S. Vicente", redigida em 1188.
Mas o que liga intrinsecamente Lisboa a S. Vicente é a chegada das suas
relíquias ocorrida em 1173. Conta a "Crónica de Al-Razi", composta no
século X, que conhecemos por intermédio de uma tradução portuguesa do século
XIV feita a mando de D. Dinis, que, durante a perseguição de Abderramán I
(756-788), o corpo de S. Vicente fora levado de Valência, onde estaria na
antiga igreja sob sua invocação, para o Promontório Sacro, hoje Cabo de S.
Vicente, em Sagres. O caráter sagrado do local já na Antiguidade era
assinalado, desde, pelo menos, o geógrafo Estrabão, que viveu nos séculos I a.
C. e I d. c., Plínio (século I d. C.) e outros autores do mundo clássico.
A "História PseudoIsidoriana" e o geógrafo Al-Idrisi
em obra de meados do século XII afirmavam que ali existiria uma "igreja
dos corvos". Porventura, desde época recuada, ali poderia ter havido uma
capela. Esta tradição sustentava a pretensão de Lisboa, pretensão essa apoiada
nos séculos XVI e XVIII por Ambrosio de Morales e Henrique Flórez: seria aqui
que estavam efetivamente as relíquias do santo.
Diga-se que Lisboa não era a única cidade a presumir ter o corpo do mártir.
Aimoin de Saint-Gerrnain-des-Prés conta que o corpo do mártir fora trazido, em
863, de Valência para Castres, uma cidade no sul de França. No século XI, um
braço num relicário fora levado de Valência para Bari. Também San Vincenzo ai
Volturno (desde inícios do século VIII), e depois Cortona e Metz, Benevento e
Monembasia (no sul da Grécia), reclamavam deter o corpo do santo. Por outro
lado, o século XII é um período de intenso "achamento" de corpos
santos e relíquias, geralmente com o objetivo de promover a peregrinação e
ampliar o prestígio e o estatuto das respetivas igrejas. Relembre-se apenas, no
início do século, Braga e Compostela, que se dedicaram à disputa da posse de
corpos santos.
Neste contexto, em 1173, de acordo com um texto de finais do século XII ou
do século XIII da autoria de Estêvão, chantre da catedral de Lisboa, e que
segundo Aires Nascimento, corresponde ao momento da instauração do culto na
diocese de Lisboa, um anónimo alerta para a existência do corpo do mártir na
ponta do Algarve, em mãos dos infiéis. No dia 15 de setembro, as relíquias
chegam a Lisboa, ficando na igreja de Santa Justa, antes de se recolherem no
dia seguinte na Sé, com a oposição da igreja real de S. Vicente. O mártir de
Valência tornou-se assim o padroeiro de Lisboa, sendo o dia da chegada do seu
corpo celebrado na liturgia e em animadas festas populares (15 de setembro). E
este dia, que no século XIX mudou para 22 de janeiro, foi comemorado até
recentemente.
Publicada por OFS LUZ à(s) 17:47:00 0 comentários
Acalma os meus passos, Senhor
Acalma os meus passos, Senhor,
desacelera as batidas do meu coração,
acalmando a minha mente.
desacelera as batidas do meu coração,
acalmando a minha mente.
Diminui o meu ritmo apressado com uma nova visão da eternidade e do tempo.
No meio das confusões do dia a dia,
dá-me a tranquilidade das montanhas.
dá-me a tranquilidade das montanhas.
Retira a tensão dos meus músculos e nervos
com a música tranquilizante dos rios e das águas constantes
que vivem nas minhas lembranças.
que vivem nas minhas lembranças.
Ajuda-me a conhecer o poder mágico
e reparador do sono.
e reparador do sono.
Ensina-me a arte de tirar pequenas férias:
reduzir o meu ritmo para contemplar uma flor,
conversar com os amigos, afagar uma criança,
ler um poema, ouvir uma música.
conversar com os amigos, afagar uma criança,
ler um poema, ouvir uma música.
Acalma os meus passos, Senhor,
para que eu possa perceber
no meio do incessante labor quotidiano dos ruídos,
lutas, alegrias, cansaços ou desalentos,
a Tua presença constante no meu coração.
para que eu possa perceber
no meio do incessante labor quotidiano dos ruídos,
lutas, alegrias, cansaços ou desalentos,
a Tua presença constante no meu coração.
Acalma os meus passos, Senhor,
para que eu possa entoar o cântico da esperança,
para que eu possa entoar o cântico da esperança,
sorrir para o meu próximo
e calar-me para ouvir a Tua voz.
e calar-me para ouvir a Tua voz.
Acalma os meus passos, Senhor,
e inspira-me a enterrar as minhas raízes
e inspira-me a enterrar as minhas raízes
no solo dos valores duradouros da vida,
para que eu possa crescer até às estrelas do meu destino maior: TU!
para que eu possa crescer até às estrelas do meu destino maior: TU!
Obrigado Senhor, pelo dia de hoje,
pela família que me deste,
os meus trabalhos
e sobretudo pela Tua presença na minha vida."
e sobretudo pela Tua presença na minha vida."
(Autor desconhecido –
adaptado para a língua Portuguesa por A. R.)
Publicada por Frei Albertino Rodrigues
in http://betus-pax2.blogspot.pt/
Publicada por OFS LUZ à(s) 09:29:00 0 comentários
16 de janeiro de 2017
16 de janeiro - SS Mártires de Marrocos
Degolação dos Cinco Mártires de Marrocos, Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa, Portugal - Autor: Francisco Henriques. Data: 1508-1511. |
Os
cinco protomártires franciscanos chamavam-se Berardo de Lobio, Pedro de S.
Gemianiano, Otão, Adjuto e Acúrsio. Enviados a pregar em Marrocos por S.
Francisco de Assis em 1219. O zelo da sua fé levou-os a exagerar a sua atuação,
o que conduziu ao seu martírio.
Os
restos mortais destes cinco franciscanos foram enviados para Portugal pelo
infante D. Pedro, filho de D. Sancho I, que residia em Marrocos na altura e
lhes tinha dado guarida e apoio à chegada, sendo recebidos com grandes
manifestações públicas de luto e de dor; levados em procissão, foram sepultados
na Igreja de St.ª Cruz, em Coimbra.
O dia 16 de Janeiro, está
indicado no Calendário Litúrgico da Igreja Católica, para honrar, no seu
aniversário, a glória do martírio padecido em Marrocos em 1220.
Publicada por OFS LUZ à(s) 18:06:00 0 comentários
13 de janeiro de 2017
2º Domingo do Tempo Comum
(15 Janeiro de 2017)
Introdução
à Liturgia:
A todos saudamos no início da nossa
celebração. Hoje, o Senhor convida-nos a redescobrir a nossa missão de
‘filhos’ no Filho que Ele envia ao mundo. A liturgia deste domingo fala-nos da
vocação, ajudando-nos a situá-la no contexto do projeto de Deus para os homens
e para o mundo. Deus tem um projeto de vida plena para oferecer aos homens; Com
Jesus e pela força do Espírito, também nós somos desafiados a ser testemunhas
desse projeto na história e no tempo.
Introdução às Leituras:
A primeira leitura apresenta-nos do
Servo de Jahwéh – a quem Deus elegeu desde o seio materno, para que fosse um
sinal no mundo e levasse aos povos de toda a terra a Boa Nova do projeto
libertador de Deus. A Igreja das origens acredita e sabe que esse Servo é
Jesus, o Filho enviado para ser a testemunha do amor do Pai.
Na segunda leitura, Paulo a recordar aos cristãos da cidade grega de Corinto que todos eles, tal como ele mesmo, são “chamados à santidade” – isto é, são chamados por Deus a viver realmente comprometidos com os valores do Reino.
O Evangelho apresenta-nos Jesus, “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Ele é o Deus que veio ao nosso encontro, investido de uma missão pelo Pai; e essa missão consiste em libertar os homens do “pecado” que oprime e não deixa ter acesso à vida plena. É este um sinal do Reino: ‘ajudar os outros a libertar-se do jugo do pecado’.
Padre João Lourenço, OFM
Publicada por OFS LUZ à(s) 09:46:00 0 comentários
7 de janeiro de 2017
Solenidade da Epifania do Senhor
Introdução
à Liturgia:
Fazendo parte da quadra
natalícia, a liturgia deste domingo celebra a manifestação de Jesus a todos os
homens, dando assim uma dimensão universal ao mistério da manifestação do
Senhor: Ele dá-se a conhecer a todos os povos. Ele é a “luz” que resplandece na
noite do mundo e atrai a si todos os povos da terra. Esta “luz” incarnou na
nossa história, fez-se presente na história dos homens e iluminou os seus caminhos,
conduziu-os ao encontro da salvação, da vida em plenitude.
Introdução às Leituras:
A primeira leitura anuncia
a chegada da luz salvadora que Deus fará brilhar sobre Jerusalém, simbolizando
assim a chegada da plenitude da vida de que Jesus é portador. A centralidade
universal de Cristo atrai a Ele todos os povos que caminham guiados por essa
luz.
Atualizando em Cristo o
anúncio da 1ª Leitura, a segunda diz-nos que essa Luz se concretiza através dos
arautos do Evangelho de que Paulo é testemunho; já não apenas aos Judeus, mas a
todos os povos, pois todos são chamados a partilhar a mesma comunhão em Cristo.
No Evangelho, numa
narrativa muito bela e profundamente simbólica, Mateus dá-nos a conhecer a
forma como a Luz que é Cristo convida todos os povos, simbolizados nos Magos,
caminham ao encontro de Jesus. Importa estar atentos aos seus sinais e
deixar-se conduzir por Ele, pois só assim podemos encontrar um novo caminho
para construir um mundo diferente.
Padre João Lourenço, OFM
Publicada por OFS LUZ à(s) 18:11:00 0 comentários
Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus
Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus
(01
de janeiro 2017)
Introdução
à Liturgia:
Hoje, todos nos saudamos,
desejando um novo ano, cheio de paz e harmonia. Dois termos que traduzem, de
forma muito concreta, aquilo que a Palavra de Deus nos convida a viver, neste
dia em que celebramos três realidades da nossa identidade cristã:
.Maria,
a mãe do Salvador que as comunidades cristãs, desde as origens, louvavam e
enalteciam como Mãe de Deus;
.O
Dia mundial da Paz – a construção da Paz é uma missão que a todos é confianda;
.O
início de um novo ano, no ritmo das nossas vidas, que colocamos nas mãos do
Senhor.
Três motivos que dão sentido a este
primeiro dia do ano.
Introdução às Leituras:
A primeira leitura, do
livro dos Números, fala-nos da bênção que Deus confia a Moisés para dar a todo
o povo. Aí se anuncia que a Paz e a Misericórdia, a ternura e a bondade de Deus
são um dom para nós. Acolhamos esta bênção em nossos corações.
A carta aos Gálatas
fala-nos da plenitude dos tempos, quando Deus enviou ao nosso mundo a plenitude
do Seu amor: Jesus Cristo. É Ele esta plenitude que dá sentido à nossa vida.
Que este ano seja um tempo de procura e de encontro dessa plenitude.
No Evangelho, S. Lucas
diz-nos que a bênção e a plenitude de que nos falam as duas leituras se
alcança, fazendo como Maria: ‘Escutando e meditando no nosso coração’ o
mistério de Cristo.
Padre João Lourenço, OFM
Publicada por OFS LUZ à(s) 18:02:00 0 comentários
5 de janeiro de 2017
Plano de Vida e Acção 2017
Ordem Franciscana Secular
Mosaico de Maria Ludgera Haberstroh ilustrando o Cântico
das Criaturas,
na Liebfrauenkirche, Innenhof
Plano de Vida e Ação 2016/2017
Tema: A Alegria do Amor: Viver como Irmãos
“Todos os crentes viviam unidos e possuíam tudo em comum” (At. 2, 44)
Objetivos:
1.
Promover o espírito fraterno entre os irmãos
da fraternidade;
2.
Aprofundar a vivência do carisma franciscano;
3.
Refletir sobre o serviço e a entrega ao outro;
4.
Celebrar a vida em Fraternidade, exercer a
misericórdia, viver em comunhão e na partilha;
5.
Acolher e acompanhar todo e qualquer irmão da Fraternidade.
A Alegria do Amor: Viver como
Irmãos
“Todos os crentes viviam unidos e possuíam tudo em comum” (At. 2,
44)
O
livro dos Atos dos Apóstolos tem como grande objetivo oferecer-nos uma espécie
de “retrato” daquela que era a
comunidade cristã das origens. São Lucas vai descrevendo essa comunidade numa
perspetiva que se vai alargando, tomando como itinerário dessa expansão a
caminhada de Paulo e dos seus companheiros de missão. Os primeiros capítulos
dos Atos são dedicados à comunidade nascente, aquela que, na esteira de Jesus e
dos Apóstolos, inicia a vivência da mensagem agora já sem a presença física e
visível do Mestre. Formando um todo, com o Evangelho, devemos olhar para o texto
do livro dos Atos como a 2ª parte de um grande projeto em que o seu autor, tal
como ele mesmo o refere no prólogo (At 1,1-11), procura mostrar esta
continuidade no que diz respeito ao plano de Jesus de que a comunidade das
origens é o garante e a testemunha vivencial, já assumida no contexto do Novo
Testamento.
Nos últimos decénios do séc. 1º
aC, assim como no período em que decorre a vida de Jesus, tinha despertado no
âmbito do judaísmo uma grande tensão escatológica e apocalíptica que
desencadeara um clima de grande exigência e austeridade, mormente no que diz
respeito ao uso dos bens temporais e à partilha de recursos humanos, já que a
sociedade judaica tinha sofrido um grande empobrecimento. A mensagem de Jesus,
em vários textos evangélicos, faz-se eco desse ambiente de austeridade e de
urgência na partilha de bens temporais. A tradição rabínica e os ecos da
literatura judaica extra bíblica ajudam-nos a constatar este clima social e
religioso que então atravessava a sociedade do tempo.
É neste contexto que se enquadra
também a resposta cristã que comporta duas dimensões fundamentais; por um lado,
o movimento cristão das origens assume também ele esta radicalidade que, aliás,
S. Lucas deixa já transparecer nos chamados “Evangelhos da infância”, mormente nos cânticos do Benedictus (Lc 1,67-79) e no Magnificat (Lc 1,46-55) e nas
personagens que compõem esses quadros evangélicos: Isabel, Zacarias, Maria, os
pastores, assim como os dois anciãos, Simeão e Ana. A dimensão teológica destes
textos que nos apresentam a Comunidade cristã de Jerusalém procura assim mostrar-nos
como a radicalidade da conversão implica uma série de opções que devem ter
reflexos concretos no modo e na forma de vida dos crentes.
Várias dessas opções estão bem
expressas e definidas nos objetivos traçados para o Plano de Vida e Ação da
Fraternidade para 2016/17. É verdade que o ideal definido para este Plano – “Todos os crentes viviam unidos e possuíam
tudo em comum” (At. 2, 44) – é uma meta em busca de concretização, muito
bem adequada à vivência do “Ano da
Misericórdia” cujos valores e propostas vão continuar a fazer parte da
nossa identidade cristã e franciscana. Por isso, o regresso às fontes
franciscanas e ao Evangelho faz parte do desafio constante a que somos
interpelados a dar resposta. Não devemos sentir este ideal como uma meta
impossível, mas antes como uma interpelação que é, hoje, a nossa forma de
experimentar a temporalidade e a fragilidade da nossa condição humana, que
passa pela conversão constante ao Evangelho.
Padre
João Duarte Lourenço, OFM
Publicada por OFS LUZ à(s) 11:14:00 0 comentários
2 de janeiro de 2017
1 de janeiro de 2017
Dia Mundial da Paz - Decálogo de Assis
O
Decálogo de Assis
Para a paz, enviado aos chefes de Estado
Comprometemo-nos a proclamar a
nossa firme convicção de que a violência e o terrorismo estão em oposição com o
verdadeiro espírito religioso e, ao condenar qualquer recurso à violência e à
guerra em nome de Deus ou da religião, empenhamo-nos em fazer tudo o que for
possível para desenraizar as causas do terrorismo.
Comprometemo-nos a educar as
pessoas no respeito e na estima recíprocos, a fim de poder alcançar uma
coexistência pacífica e solidária entre os membros de etnias, culturas e
religiões diferentes.
Comprometemo-nos a promover a
cultura do diálogo, para que se desenvolvam a compreensão e a confiança
recíprocas entre indivíduos e entre os povos, pois são estas as condições para
uma paz autêntica.
Comprometemo-nos a defender o direito de todas
as pessoas humanas de levar uma existência digna, conforme com a sua identidade
cultural, e de fundar livremente uma família que lhe seja própria.
Comprometemo-nos a dialogar com
sinceridade e paciência, não considerando o que nos divide como muro
insuperável, mas, ao contrário, reconhecendo que o confronto com a diversidade
do próximo pode tornar-se uma ocasião de maior compreensão recíproca.
Comprometemo-nos a perdoar-nos
reciprocamente os erros e os preconceitos do passado e do presente, e a
apoiar-nos no esforço comum para vencer o egoísmo e o abuso, o ódio e a
violência, e para aprender do passado que a paz sem justiça não é uma paz
verdadeira.
Comprometemo-nos a estar da parte
de quantos sofrem devido á miséria e do abandono, fazendo-nos a voz dos que não
têm voz e empenhando-nos concretamente para sair de tais situações, convictos
de que, sozinhos, ninguém pode ser feliz.
Comprometemo-nos a fazer nosso o
brado de todos os que não se resignam à violência e ao mal, e desejamos
contribuir com todos os nossos esforços para dar à humanidade do nosso tempo
uma real esperança de justiça e de paz.
Comprometemo-nos a encorajar
qualquer iniciativa que promova a amizade entre os povos, convictos de que, se
não há um entendimento solidário entre os povos, o progresso tecnológico expõe
o mundo a riscos crescentes de destruição e de morte.
Comprometemo-nos a pedir aos
responsáveis das nações que façam todos os esforços possíveis para que, quer a
nível nacional quer internacional, seja edificado e consolidado um mundo de
solidariedade e de paz fundado na justiça.
Publicada por OFS LUZ à(s) 18:48:00 0 comentários
25 de dezembro de 2016
Natal
Natal: a Vela de Cristo
(Após o Evangelho acende-se a Vela do Natal)
Leitor:
Esta é a vela de Cristo. Dois nomes foram dados ao Deus-Menino na narrativa de São Mateus: Jesus significa "Deus salva": Emanuel significa "Deus connosco". Acolhamos inteiramente o Dom desta vinda. Somos convidados neste Natal a viver, mais uma vez, a plenitude do Amor de Deus.
Resposta - Celebrante:
Com os anjos e os pastores, vamos a jesus com alegria e louvor! Que através da sua vinda a cada um de nós, sejamos preenchidos de amor, fé, alegria e paz. Amém.
“O próprio Senhor vos dará um sinal:
a Virgem conceberá e dará à luz um filho
e o seu nome será Emanuel” (Is
7,14)
Abramos o coração ao “Deus connosco” que vem salvar-nos
e se faz presente na vida de cada um de
nós. (Padre João Lourenço, OFM)
Feliz Natal e Próspero Ano Novo de 2017
Fraternidade de S. Francisco à Luz
Ordem Franciscana Secular
SOLENIDADE DO NATAL
(Missa
da Meia Noite)
Introdução à
Liturgia:
A noite de Natal convida-nos a caminhar até Belém, ao encontro
de Jesus, tal como o fizeram os Pastores. A liturgia desta noite reforça, uma
vez mais, este convite para ir ao encontro do Deus-Menino, sabendo que Ele
mesmo se fez carne para vir ao nosso encontro. É pela força da sua Palavra que
Ele se faz presente no meio de nós, presença da plenitude do amor do Pai.
Introdução às Leituras:
A primeira leitura, tomada do livro de Isaías, é um anúncio de
esperança que alimentou a fé do Povo de Deus ao longo da sua história, mesmo
quando parecia que as trevas venciam a Luz. É um anúncio universal, para todos
os Povos, pois todos são convidados a caminhar à luz do Príncipe da Paz.
A segunda leitura,
da Carta a Tito, Paulo diz-nos que se manifestou a salvação para todos os
homens, vencidos que foram os medos e os constrangimentos de raça e de cultura.
A manifestação do Senhor na carne humana leva-nos até Ele, Ele que se dignou
descer até nós.
No Evangelho, S. Lucas coloca o nascimento de Jesus no centro da
história e faz dele o ponto de partida para uma nova etapa da humanidade. Esta
nova humanidade é capaz de vencer o medo e construir um mundo de paz, sinal da
comunhão com Deus e da harmonia com todos os homens.
SOLENIDADE DO NATAL
(Missa
do dia – 11h)
Introdução à
Liturgia:
A celebração do Natal leva-nos até Belém, ao encontro de Jesus e
permite-nos através da liturgia contemplar o mistério da encarnação do Senhor.
É este mistério que alimenta a nossa fé e a fortalece na força da Palavra que
se fez carne e habitou entre nós, como nos diz o Evangelho.
Introdução às Leituras:
A primeira leitura, tomada do livro de Isaías, anuncia a chegada
de Deus ao meio do seu Povo. É a boa-nova que nos é anunciada e felizes são
aqueles que dela se fazem testemunhas. O anúncio da libertação feito outrora ao
povo de Israel, faz-se hoje realidade para nós em Jesus Cristo.
A segunda leitura,
da Carta aos Hebreus, diz-nos que em Jesus Cristo se manifesta a plenitude dos
tempos, a aurora de um tempo novo, em que se consuma a verdadeira comunhão de
Deus connosco que, ao entrar na nossa história, assumiu também a nossa condição
humana, elevando-a à condição divina.
O Evangelho, que é o prólogo
do texto de S. João, é um hino que traduz a fé da Igreja, desde as origens,
proclamando que Jesus é a Palavra, o Lógos,
que Deus enviou ao mundo e pelo qual Ele nos deu a conhecer a sua glória, o Seu
rosto, o Seu amor de Pai. É por Ele que nós nos tornamos novas criaturas.
Padre João Lourenço, OFM
Publicada por OFS LUZ à(s) 08:56:00 0 comentários
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